Mundo Perfeito



Oi, pessoal! Minha vida está de cabeça para baixo, a minha lista de coisas a fazer está ficando interminável e alguém achou engraçado esconder minha varinha e meu vira-tempo! Eu tenho dois capítulos curtos para postar, o primeiro que eu vou postar agora não é tão emocionante, mas eu tenho que ganhar tempo enquanto escrevo os próximos capítulos ... Bem, o próximo é uma dos meus melhores e eu pretendo postá-lo na terça-feira. Eu adoraria se algum de vocês pudesse comentar sobre esses dois capítulos, eu estou tentando mudar algumas coisas no modo de escrever e seria bom se eu tivesse mais de uma opinião sobre eles. Thanks. ;)


  1. 82.   Mundo perfeito


Regulus se despediu dos amigos e foi ao encontro dos pais os que os aguardavam na estação. Regulus achou estranho que a mãe estivesse junto, pois ela costumava ficar em casa preparando a ceia quando eles não iam a Bramshill, mas não questionou. Sentia saudades.


- Oi, pai! Oi, mãe! – o garoto disse, abraçando os dois rapidamente. Sirius chegou logo atrás.


- Vamos? – perguntou Sirius, ansioso.


- Vamos. – respondeu o pai.


- Que pressa para ir para casa! – comentou Regulus.


- Pra casa, não. Para Bramshill. – disse Sirius, sorrindo como há muito tempo Regulus não o via fazer.


Regulus entrou em pânico:


- Mas vamos passar em casa antes, não é?


- Não, filho. Vamos direto para a casa dos meus pais. Eles estão esperando. Vamos ficar lá até o final das férias de inverno. Seu avô não está muito bem, vou passar um tempo com ele. Vamos. Deixei o carro estacionado aqui perto.


Regulus ficou calado e parecia bastante preocupado.


- Não fique preocupado, filho. Vai ficar tudo bem. Seu avô vai se recuperar logo. – disse a mãe, emocionada supondo que o filho estivesse preocupado com o avô.


Regulus concordou com a cabeça. O avô iria ficar bem logo e não havia com que se preocupar, Kreacher poderia vir ao seu encontro e lhe trazer suas coisas. “É, passar o Natal em Bramshill poderia ser bastante proveitoso” - ele concluiu.


Eles deixaram a estação caminhando. O carro estava estacionado próximo da estação, na York Way quase esquina com a Caledonia St. A despeito da mãe estar usando uma roupa preta tradicional de bruxa, os quatro não chegavam a chamar atenção, pois ela era facilmente confundida com um sobretudo trouxa que todos na rua pareciam usar para evitar o frio. A neve que se acumulava nos cantos das paredes não chegava a dificultar a passagem deles pela rua estreita. Orion, que seguia na frente, apontava discretamente a varinha para o chão onde ia pisar, murmurando um encantamento incessantemente, fazendo derreter a neve suja segundos antes deles passarem.


Sem demora todos os Black entraram no carro do pai, os garotos sentados confortavelmente no banco traseiro. Regulus atrás do banco da mãe, observava em sua nuca os primeiros fio de cabelos brancos expostos pelo coque cuidadosamente ajeitado no topo da cabeça. O garoto sentiu um calor gostoso tomar conta do seu peito, achou bonito ver a mãe envelhecendo.


Orion mal dera a partida no motor quanto Sirius abriu sua mochila e pegou uma carta escrita em tinta cor-de-rosa, bastante perfumada. Regulus reconheceu na hora a letra de Simone. Isso significava que as mestiças haviam voltado à Bramshill. Na verdade, já suspeitava que algo assim fosse o motivo da mudança de planos de seu irmão. Ele torceu o nariz. Ele não conseguia conceber que depois de tudo que havia acontecido, após os pais das garotas terem traído o povo bruxo escondendo de Lord Voldemort informações preciosas, seu irmão ainda insistisse em namorar a garota. Quando Sirius iria finalmente crescer e perceber que estava errado? Que os bruxos não podiam continuar vivendo escondidos enquanto os trouxas estragavam o mundo? Era só olhar pela janela e ver o estrago que os trouxas faziam, ou será que ninguém percebia o quanto os trouxas enfeiavam Londres enquanto poderia ser perfeito como Hogsmeade? Ter o ar limpo como em Hogwarts? Subitamente ele se sentiu impuro por estar dentro de um carro trouxa. Vassouras, pó de flu e aparatação não poluíam o mundo, certo? Porque o pai insistia em usar o carro quando ia à Bramshill? O garoto balançou a cabeça para os lados e bufou.


- Pai, porque passamos por Peckham hoje? – perguntou o garoto, quando já estavam quase chegando a Croydon. Ele torceu o nariz. – Ainda falta muito para chegarmos?


- Pouco mais de uma hora, filho! Mudei um pouco a rota hoje pois o caminho que costumo usar está interditado... Um problema na ponte...– respondeu o pai, olhando para o filho pelo retrovisor.


- Por que então não podíamos usar transporte bruxo para ir?


- Pensei que vocês fossem gostar de ver a paisagem pela janela...


­- Esses sujeira toda nesses corredores intermináveis de casas iguais? Esses trouxas não mudam nem a posição das janelas! – ele revirou os olhos – preferiria ir de vassoura!


- Eu também, o vento no rosto... – disse a mãe. Sirius continuou com os olhos desfocados olhando pela a janela, alheio à conversa.


- Ora, Burga, abra a janela e terá vento. Não podemos viajar em vassouras, os trouxas veriam e acabaríamos tendo problemas...


- Haverá um dia em que isso será natural... – respondeu Walgurga, pensativa, enquanto abria a janela com um toque de varinha, ignorando o manivela. A brisa gelada invadiu suas narinas causando ardor, mas ela não tornou a fechar, ao invés disso, respirou profundamente.


- E eu vou lutar por isso, mamãe! Você pode ter certeza! – disse Regulus, confiante.


- Rá! Falou o Comensal da Morte! – disse Sirius sem irar os olhos da janela.


Walburga olhou para trás, fechando a cara para Sirius. Então ela se voltou para Regulus, como se perguntasse se aquilo era verdade, seus olhos faiscando de emoção e esperança.


- Você vai ter orgulho de mim, mãe. E quando tudo isso acabar, vamos viajar juntos, lado a lado em nossas vassouras, riscando o céu.


Aquilo soava mais como uma certeza do que como uma promessa aos ouvidos de Regulus. Walburga e Orion trocaram olhares de satisfação, enquanto Sirius pareceu preferir voltar ao seu isolamento ao invés de retrucar o irmão. Regulus suspeitou seu silêncio, principalmente depois de notar os olhos cinzentos do irmão fixos no céus acinzentado – supondo que ele também sonhava com o dia em que poderia voar livremente. Então o mais novo dos Black voltou seus próprios olhos para a janela, achatando o nariz no vidro gelado, observando uma sacola plástica voando no vento enquanto devaneava a respeito de um mundo perfeito.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.