Informações preciosas



Em poucos dias, Regulus retomou sua rotina, a esta altura do ano, muito agitada e animada. As aulas, as provas, os encontros do clube do Slug, os treinos de quadribol que Emma sempre o convidava para assistir, alguns horários de estudo de feitiços junto com Alice, no quintal da escola e, para seu alívio, eles não foram expulsos do clube de duelos, embora ele percebesse que seus companheiros de quarto estavam sendo paulatinamente excluídos, ou por feitiços mal executados ou por não conseguirem desvendar a senha para entrar, que Rosier estava fazendo questão de tornar cada vez mais complicada.


Um mês e meio depois, ele era o único aluno do primeiro ano a frequentar o clube de duelos, então ele estava cada vez mais próximo de Severus, Avery e Mulciber, que o respeitavam por sua habilidade e rapidez em azará-los.


Uma certa noite Regulus e Severus deixavam o clube de duelos após uma horas divertidíssimas, em que Severus não só havia guindado Rosier de cabeça para baixo, usando o seu já bem conhecido feitiço Levicorpus como também havia feito suas orelhas incharem como dois balões, deixando-o com um aspecto muito engraçado.


- Severus, o que foi aquilo que você lançou no Rosier?


- Você está falando do feitiço que lancei nas orelhas dele? O Auris bullosae?


- É... de onde você tira tanto feitiço estranho?


- Er...bem... Alguns eu mesmo invento. Outros eu olho nos livros ou observo os outros fazendo e, é claro, sempre se aprende alguma coisa na aula do professor Flitwick...


- Inventa? Eu pensei que o pessoal tivesse exagerando quando falou que você estava inventando todas essas coisas... Isso é incrível! Você é extraordinário! Acho que você sabe mais do que o pessoal do 7º ano...


- Rosier não parece concordar com você... Ele continua querendo me testar e me provocar.


- Acho que é inveja. Ou ele gosta de ser guindado de cabeça para baixo. – e Regulus caiu na gargalhada.


- Pode ser... - respondeu Severus, pensativo.


- Você acha que ele gosta de ficar de cabeça pra baixo? – perguntou Regulus com os olhos arregalados.


- Não diga bobagens, Reg. Inveja. Só inveja.


- Eu acho que o que mais deixa Rosier nervoso é que você está apenas no segundo ano e quase sempre acaba vencendo ele... É humilhante.


- Deixa disso... Você também tira o Rosier do sério... Ele estava de olho na Emma desde que ela entrou na escola, mas ela nunca deu bola pra ele... Por outro lado ela não desgruda de você. Isso é impressionante. Precisa me ensinar como encantar as garotas desse jeito...


- Na verdade eu nunca pensei sobre isso... Não tem muito segredo... mas eu conto se você me contar como se faz para inventar feitiços...


Os dois caminham um pouco em silêncio, então Regulus cutuca Severus:


- Está querendo ganhar algumas garotas, Snape?


- Algumas, não. Uma.


- Ah, sei... Lily, não é?


- Eu o proíbo de repetir isso novamente!


- Desculpe-me... eu só pensei que....


- Não conte para ninguém... É a Lily, sim.


- Mas ela já está sempre com você!


- Não é a mesma coisa. Para ela eu sou o “melhor amigo”.


Então os dois entram na sala comunal da Sonserina. Regulus fala:


- Eu tenho que terminar o trabalho de feitiços para entregar amanhã, você me ajuda e eu penso em como resolver seu problema...


- Feito. Me passa o pergaminho.


Regulus observa atentamente enquanto Snape faz anotações, puxa setas explicativas e rasura parágrafos inteiros do que ele havia feito anteriormente. Então lhe vem a ideia:


- Acho que sei o que acontece com vocês.


- Hein?


- Acho que sei como resolver seu problema.


Severus olhou para ele com curiosidade, depois perguntou:


- E então? Vai falar ou guardar o segredo para você? ´Perguntou, deixando aflorar um pouco do seu costumeiro mal-humor.


Regulus sorriu, então falou:


- Calma. Coloque este pergaminho colado no seu nariz.


- Como?


- Coloque este pergaminho colado no seu nariz. – respondeu Regulus, agitando o pergaminho em frente aos olhos de Snape.


- Pra quê?


- Ora, não discuta. Vai, coloca logo.


Com muita má vontade, Snape segurou o pergaminho encostado em seu nariz.


- E agora? – perguntou.


- Agora leia.


Snape se irritou:


- Não dá pra ler! Que idiotice é essa, Black? – ele falou, jogando o pergaminho para longe e olhando muito bravo para Regulus.


- Não ficou claro para você? Você, para a Lily, é como o pergaminho: precisa se afastar para que ela enxergue você... Se estamos ao lado delas, não nos enxergam. É uma questão de perspectiva.


Snape permaneceu olhando para Regulus com uma grande interrogação em seu rosto. Regulus tentou ser mais claro:


- Enquanto você está ao lado dela, ela não precisa pensar sobre você, ela não sente a sua falta.


- É, pode ser que você tenha razão...


- Claro que eu tenho razão... agora é sua vez: qual é o segredo para conseguir inventar feitiços?


- Latim.


- Latim?


- É, latim, a língua dos feitiços... você precisa visualizar o que quer que aconteça, falar ou pensar no significado da ação em latim...


- Só isso? E como sabe o movimento da varinha?


- Bem, não é algo que eu consiga explicar em cinco minutos... Vamos fazer o seguinte: você estuda Latim nas férias e eu o ensino a fazer feitiços quando voltarmos, ok? Isso desde que você me dê sua palavra que não vai contar pra ninguém, sobretudo para eu irmão, como inventar feitiços... tem que ser segredo nosso. Combinado?


- Ora, claro! Quer fazer um voto perpétuo? – sugeriu Regulus com os olhos arregalados.


Então Snape rolou os olhos para cima e chacoalhou a cabeça:


- Desta vez, não. – ele disse, lhe estendendo o pergaminho- Boa noite. – e foi para seu dormitório.


- Boa noite, Severus. – respondeu Regulus, enquanto guardava sua lição e rapidamente foi para o dormitório também.

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