Um mal entendido
No dia seguinte Regulus acordou cedo, levantou-se da cama, vestiu-se e saiu do dormitório sem fazer barulho, levando consigo uma pena e um pergaminho para escrever uma carta para sua mãe. Ao que tudo indicava o dia estava apenas começando, como ele dormira cedo demais, já não tinha sono algum para permanecer na cama.
Começou a perambular pelo castelo e quando se deu conta estava no quinto andar. Ele sabia exatamente o que estava fazendo ali: queria saber de Rachel.
Sem fazer barulho ele entrou na ala hospitalar e avistou Rachel dormindo em uma cama próxima a uma janela. Ao seu lado, na mesa de cabeceira, um vidro de Esquele-cresce, o que significava que ela devia ter quebrado algum osso. Ou vários. Mas agora ela dormia e respirava calmamente. Ele ficou parado ao seu lado alguns momentos, olhando aquele rosto sereno e bonito, sentindo-se um pouco culpado por ter desejado que ela caísse da vassoura, embora sua intenção fosse outra no momento que chamou sua atenção. Foi quando teve ideia de deixar-lhe um bilhete. Ele pegou o pergaminho que iria usar para a carta de dona Walburga e escreveu no topo:
“Rachel,”
E não sabia mais o que escrever. Ficou mais algum tempo olhando-a. Ela era tão linda e ele sentiu-se aliviado em perceber que estava bem. Então escreveu:
“espero que você melhore logo.”
Não sabia o que mais escrever. Olhou o pergaminho, pensou em jogá-lo fora, depois desistiu. Pensou em deixar sem assinatura, mas achou que seria deselegante, tampouco queria que ela soubesse que era ele quem deixara o bilhete. Então assinou:
“R.A.”
Deixou o pergaminho ao lado da garrafa de poção e saiu apressadamente, sem fazer barulho.
Como não tinha mais o pergaminho para escrever para sua mãe, voltou para o dormitório. Pensou que dormir seria uma ótima maneira de passar o tempo mais rápido e logo chegar a hora do almoço. Deitou-se na cama e adormeceu, de roupa e sobre as cobertas. Acordou horas depois, com Theodor o chacoalhando:
- Hey, Reg! Já vai acabar a hora do almoço e você ainda nem levantou! Vamos, acorde!
Regulus acordou um pouco desorientado por causa do horário e demorou alguns instantes para que se lembrasse de Alice, então deu um salto na cama e pôs-se de pé, ajeitando os cabelos. Amifidel lhe estendeu um embrulho:
- Feliz aniversário, Reg.
Regulus rasgou o pacote e viu que seu amigo havia lhe dado o livro Quadribol através dos Tempos. Ele ficou muito feliz:
- Muito obrigado, Ami. Há tempos eu queria ler este livro, mas está sempre emprestado na biblioteca...
- Eu sei, por isso comprei para você. Agora é melhor se apressar ou perderá o almoço.
Os dois correram escadaria acima e foram para o salão principal, onde Regulus almoçou rapidamente, sem prestar atenção no que comia. Após o almoço, na entrada da escola, onde Alice o esperava, Richard sacou a varinha e desafiou Regulus:
- Você vai pagar pelo que fez com a minha irmã, seu intrometido! Saque sua varinha!
Neste momento Sirius apareceu do nada e interveio:
- Eu não faria isso se fosse você, Richard, meu irmão é mais rápido com a varinha do que você comendo torta de abóbora...
Regulus ficou todo contente com o elogio do irmão, mas não teve tempo de esboçar nenhuma reação, pois Richard não teve dúvida: já que Regulus o venceria com a varinha, ele guardou a varinha e o golpeou com um soco no queixo. Quando acordou, Regulus estava deitado na cama ao lado da de Rachel, com a cabeça enfaixada na altura do queixo e um gosto amargo na boca. Do outro lado de sua cama, Sirius conversava com Emma e Alice, enquanto Theodor, Jack e John apenas ouviam.
Não demorou muito para a enfermeira aparecer e expulsar todos do recinto. Ele fechou os olhos para guardar em sua memória a imagem de Sirius, Alice e Emma, todos juntos ao seu lado e preocupados com ele. Este era o melhor presente de aniversário que ele poderia desejar. Então voltou a dormir, embalado pela respiração suave e melodiosa de Rachel ao seu lado.
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