Minha princesa está crescendo
Mia desceu as escadas ainda de pijama. Olhou pela porta de entrada, observando o jardim. Nenhum sinal de sua coruja. Não era pra menos. Rony a confiscou por algumas semanas como um castigo. Ela entrou na cozinha, e Tiffy ajudava Hermione com o café.
- Bom dia meu bem. – Hermione sorriu para ela.
- Dia. – Respondeu desanimada, sentando-se à mesa.
- Parece abatida menina Mia. – Tiffy disse lhe entregando um copo com suco.
- Obrigada Tiffy. – Disse pegando o copo. – Eu estou em tédio total. Não posso corresponder às cartas dos meus amigos, afinal.
- Dê um tempo ao seu pai. Ele só está de cabeça quente. Tenho certeza que daqui a uns dias ele te libera do castigo.
- Pra começar eu nem merecia esse castigo mãe! Não foi culpa minha se o tio Fred me emprestou os foguetes.
- Você sabe que não é apenas por causa dos foguetes. – Hermione riu.
**
– Vamos Ted! É logo ali em cima! – Mia corria com o foguete nas costas.
- Mia, seu pai já nos proibiu de virmos aqui.
- Estamos quase fazendo 17 anos Ted. Já seremos maiores de idade logo. Independente do castigo que ele me der, não vai durar por muito tempo. – Ela parou na ponta de uma enorme pedra. – Aqui está ótimo! Tio Fred disse que quanto mais alto melhor.
- Ainda não acho uma boa ideia.
- O que deu em você? Quem sempre me chama para fazermos coisas erradas? Já nos metemos em encrencas graças a você, não se esqueça disso.
- Mas até Victória achou que isso é demais! Vão nos deixar de castigo por séculos. E eu não sei se quero que minha avó confisque minha capa de novo!
- Deixa de ser medroso Ted! Sua avó está entretida demais conversando com a minha. Não vai nem notar que estamos fazendo isso.
- Certo... – Ele parou ao lado dela. – Então, como funciona?
- Olha. Nós temos que virá-lo para baixo um pouco. – Ele colocou no chão, algo que tinha o formato de um canhão, só que mais fino e mais leve. – Agora apontamos para o jardim. – Ela virou um pouco o cano, mirando-o diretamente nos jardins da toca, que estava distante suficiente para que ninguém pudesse vê-los. – E agora, disparamos.
- Mérlin, acho que nunca fizemos algo tão excitante. – Ele exclamou animado.
- Eu sabia que você não ia resistir por muito tempo. E agora... Contamos.
- Um, dois... – Eles contaram juntos e olharam um para o outro, sorrindo. – TRÊS!
Mia acendeu a ponta do canhão, que em poucos segundos disparou. Uma luz saiu de dentro dele, dando voltas até chegar finalmente ao jardim, formando assim vários foguetes de várias cores. Estavam em uma altura suficiente para ver todos os Weasley saindo assustados para ver o que era o barulho. Eles olharam admirados para o foguete.
- Está dando certo! – Mia disse animada. Os dois davam gargalhadas, observando as várias faíscas se juntarem, formando uma espécie de bota gigante. A bota girou duas vezes no ar, até “explodir” no jardim, lançando centenas de gnomos para cima. Foi uma grande bagunça de gnomos, misturados com as gargalhas das crianças e a correria dos adultos para mandarem os gnomos para longe.
Teddy e Mia riam de cima da pedra, observando a cena. Vários gnomos voando para todos os lados, depois de levarem chutes de Fred, Jorge, Sírius, Harry, Rony e Gui.
- Estamos ferrados! – Teddy disse ainda rindo. – Vão nos matar!
- Isso foi demais! – Exclamou maravilhada.
- Será que seu pai não vai ficar muito nervoso?
No mesmo instante, puderam ouvir a voz grave e histérica de Rony:
- AMÉLIA WEASLEY! QUERO VOCÊ AQUI EM BAIXO EM DOIS MINUTOS!
Os dois se entreolharam assustados. Se o grito de Rony era suficiente para chegar àquela altura, eles com certeza estavam fritos.
- Foguetes Amélia? Sério mesmo? – Rony andava de um lado para o outro. – Eu pensei que vocês dois já tinham se superado com os bolinhos de invisibilidade.
- Realmente, aquilo foi brilhante. – Comentou Fred para Jorge. Rony se virou para ele, furioso, e ele se calou.
- E a culpa é de vocês! – Ele apontou para os dois. – Se não tivessem a induzido nessas besteiras desde quando era criança, ela não seria assim hoje! Façam isso com os filhos de vocês, não com os meus!
- Ah, mas já estamos trabalhando nisso, não é Peter? – Fred perguntou ao filho de dois anos que estava em seu colo. A criança apenas escalou nos ombros do pai, puxando seu cabelo.
- É, ainda estão trabalhando. – Jorge riu.
- E você Teddy Lupin! – Ele se virou para Teddy. Seus cabelos verdes passaram para laranja, uma cor que aparecia sempre que ele ficava com medo. – Não adianta ter medo! Seu padrinho tem pena de te castigar, mas tenho certeza que sua avó ficará muito satisfeita em fazer isso.
Harry abriu a boca para dizer algo, mas Rony fez um gesto para que ele não dissesse nada.
- Rony... Está na hora do almoço. – Hermione apareceu na sala.
Rony respirou fundo e virou-se de costas para os outros, que levantaram lentamente em silencio.
- Você fica Amélia. – Ele disse ainda de costas. Mia parou e olhou para sua mãe, que fez sinal positivo para ela. Ela sentou-se calada, e abaixou a cabeça. – Eu não sei mais o que fazer com você. Não tenho mais castigos para lhe dar.
- Acho que isso é bom. – Ela disse divertida, mas se calou quando Rony a olhou.
- Não. Isso não é bom. Meus castigos eram leves. Agora terei que tomar medidas drásticas.
- Como assim?
- Nós vamos voltar para casa, e você vai passar o resto das suas férias em casa, sem se corresponder com ninguém.
- O QUE? – Ela se levantou.
- Sua coruja ficará presa no meu quarto.
- Mas pai... Você... Você não pode fazer isso!
- Não só posso como vou!
- Mas... Eu... Eu já tenho dezesseis anos! Vou fazer dezessete daqui a duas semanas!
- E você acha que sendo maior de idade vai poder fazer o que quiser? Eu ainda sou o homem dessa família. Eu decido o que você fará ou não até que você forme sua própria família!
- Isso não é justo! – Ela disse indignada.
- O que não é justo é você ser um péssimo exemplo para seus irmãos!
- Antes eu fosse um mau exemplo. Parece que a diversão não passa de irmão para irmão. – Ela o alfinetou.
- Acha que eu não me diverti na minha adolescência? Minha ideia de diversão era completamente diferente da sua!
- Da pra perceber! – Ela cruzou os braços emburrada.
- Na sua idade eu não tinha tempo para diversão. Eu estava ocupado demais tentando ajudar seu tio a salvar o mundo. – Respondeu nervoso.
- Mas eu não preciso salvar o mundo! Estamos salvos!
- Por enquanto. Você não queria se tornar uma auror? Acha que os aurores ficam por aí soltando foguetes e fazendo pegadinhas com os outros?
- Pai, são apenas brincadeiras inofensivas!
- Não vejo como deixar os alunos de Hogwarts invisíveis seja inofensivo.
- Hogwarts só precisa de um pouco de diversão. Você mesmo disse uma vez que se tio Fred e tio Jorge não estudassem em Hogwarts aquela escola seria um saco.
- Mas eles são homens! E nunca quiseram trabalhar para o Ministério.
- Se for assim, eu também não sei se quero trabalhar para o Ministério.
- Está pensando como uma criança. Você não é mais uma criança.
- Então para de me tratar como uma.
Os dois se encararam por longos segundos.
- Rony, chega. Sua mãe está esperando para o almoço. – Hermione voltou a aparecer na sala.
- Terminamos essa conversa depois. – Ele disse se virando. Mia saiu imediatamente da sala, batendo os pés. Hermione se aproximou dele, tocando nos ombros dele e o massageando.
- Não precisa ser tão rigoroso com ela. – Hermione disse pacientemente. – Você sabe que todos os Weasley são assim. E parece que ela puxou mais o seu lado da família.
- Puxou a pior parte. – Ele disse virando-se para ela. – Eu não sei mais o que faço para consertar ela.
- Ela não precisa de conserto Rony, precisa de compreensão.
- Mais compreensivo impossível.
- Nós sabíamos que essa fase da adolescência seria a mais difícil. Você era assim.
- Eu nunca fiz as coisas que ela anda fazendo.
- Não, fazia pior. – Hermione sorriu. – Salgueiro lutador, carro voador...
- Aquilo foi diferente. Estávamos em apuros, precisávamos nos salvar.
- Rony... O mundo está diferente. Não temos mais nada a temer. Talvez ela esteja certa. Um pouco de diversão não faz mal.
- Mas tem limites Hermione. Já perdemos as contas de quantas vezes recebemos reclamações de Minerva.
- Está bem Rony... Mas não se esqueça... Ela irá fazer dezessete anos daqui a duas semanas. Não a faça ficar revoltada. Você sabe muito bem o que irá acontecer quando ela for maior de idade. Temos que protegê-la ao máximo.
- Eu sei Hermione. Não precisamos nos preocupar com isso. Não tivemos relatos de nenhum bruxo perigoso suficiente há seis anos.
- Certo... Só estou avisando. Vem, vamos almoçar. Sua mãe está esperando.
**
- Bom dia. – Rony chegou à cozinha.
- Bom dia amor. – Hermione o cumprimentou com um beijo. Ele sentou-se à mesa, pegando um jornal. Nem ele nem Mia se cumprimentaram. Hermione olhou para os dois, e depois olhou para Tiffy. – Não consegui dormir direito essa noite. A coruja ficou fazendo barulho a noite inteira.
- Ela está acostumada a dormir fora. – Mia disse sem dar muita atenção a ele. – Faria a mesma coisa se estivesse acostumado com a liberdade e de repente ficasse preso em uma gaiola.
- Se eu obedecesse às regras dos meus pais eu com certeza não precisaria ficar preso em uma gaiola. – Ele continuou sem dar atenção a ela, lendo O Profeta.
- Tenho certeza que meu avô nunca foi tão careta.
Rony largou o jornal em cima da mesa.
- Muito bem! Hora do café, por favor. – Hermione colocou o ultimo prato com panquecas em cima da mesa. – Onde estão seus irmãos Mia?
- Quando eu desci Allan estava mudando a cor do Bichento.
- Mudando a... – Hermione olhou para Rony. – Está vendo? Eu disse pra você conversar com ele!
- Mas eu conversei!
- Allan! Desça aqui agora! – Hermione gritou da cozinha. No mesmo instante Allan apareceu correndo na porta.
- Sim Senhora?
- Onde está o bichento?
- Eu... Não sei mãe.
- É melhor falar onde ele está, antes que eu o encontre. – Hermione disse calmamente.
- Está aqui mãe. – Anny apareceu na cozinha com bichento em seus braços. Ele continuava da mesma cor.
- O que estavam fazendo com ele?
- Nada. – Responderam juntos.
- Pai... – Rose apareceu na cozinha, de pijama.
- Que foi meu bem? – Hermione perguntou olhando o olhar cansado da criança.
- Eu tive um pesadelo... – Ela disse chorosa.
- Vem aqui... – Rony a pegou no colo e a aninhou em seus braços. – Conte pra mim como foi o pesadelo.
- Eu estava em uma casa estranha. Aí alguém gritou alguma coisa que eu não entendi, e depois uma luz me acordou.
Rony olhou para Hermione, ambos estavam com olhares preocupados.
- Não se preocupe princesa, foi só um pesadelo. – Ele sorriu pra ela. – Por que não vai trabalhar comigo hoje? Isso te animaria?
- Sim! – Ela disse pulando do colo dele sorrindo. – Posso desenhar na sua mesa?
- Claro que pode. – Ele sorriu.
- Eu quero ir também. – Allan disse animado.
- Eu também. – Anny completou.
- Pra vocês colocarem fogo na minha sala? Acho que não. – Rony riu e os dois fecharam a cara.
- Certo. Então todos sentados que o café está servido. – Hermione disse animada, sentando-se ao lado de Rony. Todos se sentaram à mesa, e Tiffy ficou olhando animada para eles. Amava aquela família. Mesmo com todos os desentendimentos. Ela sabia que apesar de tudo eram uma família bastante unida.
- Mãe, por que o rabo do Bichento tá azul? – Rose perguntou observando o gato atravessando a cozinha. Os olhares de Rony e Hermione se voltaram para Allan.
Comentários (4)
Atrasada, mas tô aqui. Não tive mesmo tempo pra ler antes... Tava viajando e voltei ontem, onde eu tava não tinha computador, nem internet então realmente não pude ler. Gostei do capitulo, mas acho que o Rony tá ficando ditador demais... Mas amei o capitulo!Beijoos!
2013-06-26EBAAAAA! Temporada nova e a Mia só aprontando, os gêmeos não ficam para traz!Bjs!
2013-06-19Adorei o capitulo. Minha linda me tire uma dúvida, os gêmeos estão com nove anos e a Rose com seis?
2013-06-19AEEEEEE SEGUNDA TEMPORADA!!!! UHU
2013-06-19