The Prince’s World



Disclaimer: Harry Potter não me pertence e tudo que vocês reconhecem pertence a J.K. Rowling. Essa história também é inspirada em “A Shattered Prophecy”, do Project Dark Overlord.


Chapter Four – The Prince’s World


- Vamos lá, Príncipe! Não é tão complicado! – Bella repreendeu, seus olhos escuros se estreitaram para o garoto.


Ela estava mais surpresa do que chateada que o prodígio de seu Mestre estivesse tendo problemas com a maldição quebra-osso. Geralmente ele pegava as maldições e feitiços com relativa facilidade.


Harry suspirou e tentou se concentrar novamente. Já era muito difícil pegar o jeito daquela maldição idiota sem a dor irritante em sua cicatriz. Estava tirando sua concentração.


Ele gesticulou para que Bella demonstrasse a maldição novamente.


- Adflicto Corporis! – Bella gritou a maldição quebra-osso para o manequim no qual estavam mirando. O feitiço acertou o fêmur do esqueleto, partindo-o em dois.


O garoto seguiu seu exemplo, mas seu feitiço não fez nada na outra perna do esqueleto. Frustrado e irritado, Harry jogou a varinha do outro lado da câmara, que bateu no chão de mármore, rolando alguns metros antes de parar.


Bella parecia divertir-se.


- Que boa ideia! – ela riu. – Você sempre pode jogar sua varinha neles. Se mirar direito, pode arrancar um olho. – ela brincou.


Harry lançou-lhe um olhar zangado enquanto a bruxa estava claramente apreciando o fato de que, pela primeira vez, ele não era capaz de aprender algo no qual ela era especialista.


- Não estou afim de escutar seus deboches. – ele lhe disse. O garoto conjurou a varinha com um aceno de sua mão, mas guardou-a ao invés de mirar no manequim. – Eu vou tentar de novo amanhã. Não consigo me concentrar. – ele disse enquanto esfregava a testa, os olhos apertados com força devido a dor que emanava de sua cicatriz.


Bella perdeu seu sorriso brincalhão ao ver o menino esfregar a cicatriz. Ela estava ao seu lado num piscar de olhos.


- É sua cicatriz de novo? Desculpa, Harry. Eu não percebi. – ela se desculpou. A falta de concentração do garoto fazia sentido agora.


Ela tirou as mãos dele da testa, tentando determinar quanta dor Harry estava sentindo. Nunca era fácil saber com o garoto. Ela gentilmente inclinou sua cabeça para cima para dar uma olhada. Ele se afastou, cerrando os dentes quando a dor se intensificou.


- Eu estou bem. Me deixe em paz. – o garoto disse, amassando a testa com os nós dos dedos.


Bella o ignorou. Ela sabia quando ele estava bem e quando não estava. Também sabia que o jovem era orgulhoso demais para seu próprio bem. A bruxa virou-se para o pequeno armário na câmara de treinamento e tirou um frasco com uma poção para dor. Caminhou de volta até o adolescente e entregou-lhe o frasco.


- Você devia ter dito alguma coisa antes. – ela disse, irritada por ele estar sofrendo em silêncio pela última hora.


O garoto sentou-se no único sofá que havia na câmara antes de tomar a poção num gole. O efeito foi instantâneo, mas a dor em sua cicatriz apenas aliviou um pouco. Só iria embora de verdade quando a raiva de seu pai diminuísse completamente, já que era aquilo que estava lhe causando tamanha dor.


- Eu estava esperando ele se acalmar. – Harry explicou. – Ele geralmente controla o temperamento melhor que isso quando sabe que estou por perto.


Bella olhou para as portas com um olhar preocupado.


- Ele deve estar muito zangado. – ela disse baixinho, mordendo o lábio nervosamente. – Me pergunto o que aconteceu.


Harry recostou-se no sofá.


- Seja o que for, realmente o irritou. – ele disse.


A bruxa sentou ao seu lado, os olhos fixos nele.


- Sério? Quão irritado? – ela perguntou ansiosa.


O garoto revirou os olhos diante da pergunta.


- Estou cansado de ser um medidor de humor do meu pai. – ele respondeu. – Desde que me lembro, você e Lucius sempre me perguntam o quanto minha cicatriz dói antes de irem vê-lo.


- E o que há de errado nisso? – Bella perguntou.


Uma vibração particularmente desagradável de dor cortou a resposta dele. Sua mão voou para a cicatriz e o garoto cerrou os dentes para impedir que o silvo raivoso de dor lhe escapasse.


- Droga! – ele arfou, esfregando sua cicatriz. – O que o deixou tão malditamente irritado?


- Não seja desrespeitoso, Harry! – vociferou Bella imediatamente.


O jovem conseguiu rir um pouco para si mesmo antes de lançar a ela um olhar zangado com seus olhos verdes.


- Bem, me desculpa por não apreciar ter minha cabeça dividida ao meio!


- Ele não faz de propósito, você sabe disso! – a bruxa respondeu. – O Mestre jamais ia querer que você sofresse, muito menos por conta dele.


- Bem, eu vou ver o que o deixou tão nervoso! – Harry disse, ficando de pé.


Ele arrancou sua máscara prateada enquanto andava em direção às portas, deixando a mulher ainda sentada no sofá.


xxx


Harry estava em frente às grandes portas de carvalho de seu pai em minutos. Ele tinha dez anos de idade quando aprendera todas as passagens secretas dentro e fora da Mansão Riddle. O garoto, agora usando a máscara prateada, bateu na porta. Sem esperar por uma resposta, ele adentrou o escritório de seu pai.


Lorde Voldemort levantou o olhar para ver seu jovem herdeiro entrar. Ele ficou inicialmente surpreso pela presença de Harry, mas rapidamente percebeu porque ele estava ali. Imediatamente, começou seu mantra para se acalmar e extinguir a raiva que estava fervendo dentro de si. Enquanto sua raiva diminuía, o efeito do Crucio que colocara sobre Crabbe também diminuía. O Comensal da Morte lentamente ficou de pé, seus membros ainda sacudindo violentamente.


- Mestre! ... misericórdia... Mestre!


- Silêncio! – Voldemort sibilou e gesticulou para que Crabbe sumisse de vista.


O Comensal não sabia por que seu mestre parara de torturá-lo. Ele achou que Voldemort já se satisfizera. Não estava ciente de que outra pessoa tinha entrado no escritório já que estava sob o efeito da maldição Crucio quando Harry entrara. Crabbe ainda não sabia que o garoto estava no cômodo quando passou por ele e saiu pelas portas. O jovem aprendera a arte de manter-se nas sombras de seu pai, Voldemort. Não era difícil, já que o cômodo sempre estava envolto em trevas.


Depois que Crabbe se foi, Harry saiu do canto sombrio e caminhou até o bruxo, tirando a máscara ao mesmo tempo.


O resto da raiva de Voldemort desapareceu só de olhar para o filho.


- Eu não sabia que você tinha voltado. – o homem disse.


- Eu voltei há algumas horas. – Harry respondeu. – Eu só vim ver o que estava te irritando, antes que minha cabeça se abrisse.


Com essas palavras, Voldemort sentiu uma emoção que só o garoto podia causar nele: culpa.


- Se eu soubesse que você estava em casa, eu não teria torturado Crabbe. Eu teria apenas matado aquele imbecil e acabado com isso. – o bruxo disse.


Harry riu baixinho, ele sempre achara a raiva de seu pai, de alguma forma, divertida. Provavelmente porque nunca fora direcionada a ele.


- O que o idiota fez agora? – o jovem perguntou.


- Ele não fez nada. – Voldemort começou, pressionando seu aborrecimento com o Comensal da Morte de novo. – Ele trouxe umas notícias frustrantes. Descobriu-se que Riley tinha um cúmplice.


A alegria de Harry desapareceu diante das palavras do homem.


- Quais são suas ordens, pai? – ele perguntou imediatamente.


Lorde Voldemort se aproximou de seu filho e colocou suas mãos nos ombros dele, encarando-lhe nos olhos.


- Acabe com o maldito! – ele sibilou.


Os olhos de Harry se conectaram com os de Voldemort e ele permitiu que seu pai entrasse em sua mente, dando-lhe tudo o que ele precisava para completar a missão. Agora ele tinha um endereço e um rosto. Era tudo que precisava.


O garoto estava prestes a virar-se quando seu pai intensificou o aperto em seu ombro, fazendo-o parar. Voldemort colocou um dedo comprido embaixo de seu queixo, levantando seu rosto levemente para que pudesse espreitar dentro daqueles olhos esmeralda.


- Estou chateado que você tenha ficado desconfortável com isso, Harry. Você sabe o quanto eu odeio envolvê-lo em minhas emoções.


O jovem sorriu, um pouco de calor propagou de seus olhos verdes.


- Eu sei, pai, é que foi um pouco demais dessa vez, e foi por isso que eu vim ver o que estava acontecendo.


Voldemort observou Harry se virar e sair de seu escritório. Ele nunca imaginara que tal ligação seria formada com seu herdeiro quando lhe dera aquela cicatriz. Ultimamente, sentia cada vez mais pena do garoto. Ele sofria se Voldemort sentisse qualquer emoção forte. Não importava se ele estivesse feliz ou triste. Qualquer emoção intensa trazia nada além de uma dor intensa para Harry.


O Lorde das Trevas notara que a dor estava ficando mais forte ao longo dos anos, o que solicitara que mantivesse seu temperamento sob controle quando o herdeiro estava por perto. É claro que quando o garoto estava longe em suas missões, Lorde Voldemort podia ficar tão feliz ou irritado quanto quisesse sem medo de machucá-lo. Parecia que a dor só ocorria quando Harry estava próximo dele.


O bruxo sentou-se em sua cadeira alta e pensou silenciosamente sobre Hunt, cúmplice de Jason Riley. Hunt nem mesmo era um Comensal do ciclo interno. Ele mal era competente. Por que Riley o escolheu como cúmplice?


Voldemort suspeitava que Hunt soubesse de tudo que Riley descobrira, e isso o tornava muito comprometido para ser permitido viver. Ele tinha que morrer e Harry ia certificar-se disso. 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.