Cor dos Olhos



PVO: Severo Snape



Porque ela tinha que saber daquele maldito apelido?! Isso me perturbava.Isso.O fato dela saber quase tudo sobre a minha vida eu eu não saber nada sobre a vida dela.Só sabia que ela se chamava Laís Tenaviald e que tinha 12 anos.Sabia também que ela gostava demais de Harry Potter e mais nada.Não sabia mais nada.Decidi sair do laboratório.Ir até o quarto dela para ver se estava tudo bem.
Subi as escadas e bati na porta.
–Pode entrar - escutei,e abri a porta
–Está tudo bem?
–Sim,porque não estaria?
–Por nada.Ah...deseja alguma coisa?
–No momento não,obrigada.
–Ah,sim..o que está fazendo.
Percebi que ela escondeu o que estava fazendo e disse:
–Nada..de importante.
–Não mesmo?
–Não mesmo. - respondeu ela com um sorriso no rosto,parecia forçado.
–Precisa de alguma coisa?Roupas de cama,suco,toalhas,conversar?
–Gostaria de conversar com você,Severo.
–Muito bem,sobre o que quer conversar - e me sentei na cama.
–A Tia Jo realmente escreveu um livro sobre a vida de todos?
–Tia Jo?A senhorita se refere à Sra. Rowling?
–Certamente,é um apelido carinhoso que damos à ela no mundo dos trouxas.
–Ah sim...ela escreveu 7 livros com detalhes de todas as nossas vidas a pedido do Ministério.
–À pedido do Ministério?
–Sim.
–Porque?
–Porque a maioria dos nascidos trouxas não acreditavam ou não toleravam terem poderem mágicos.Então pediu-se a ela que escrevesse um livro para os trouxas,na esperança de que apenas os nascidos trouxas que realmente acreditavam naquelas palavras pudessem ingressar no mundo bruxo.Por isso você não pode viver com os seus pais.Porque diferente do que acontece nos livros,os trouxas não toleravam nem nunca tolerarão a magia.
–Entendi...Severo,a quanto tempo a Guerra final aconteceu?
–12 anos.
–A minha idade.
–Precisamente.
–Você realmente foi um comensal da morte?
Eu puxei a manga do meu braço esquerdo e lá se encontrava a cicatriz deixada pela marca negra
–Nossa - ela exclamou
–Por que quer saber?
–Por que sim.Você realmente enganou o Lorde das Trevas?
–Sim - respondi meio sem jeito pela pergunta
–Você realmente protegeu Harry Potter por causa de Lílian?
Por um momento,a pergunta não me abalara.Estava errado.Meu peito doeu como se tivesse sido esfaqueado alí,agora mesmo.Ela percebeu o erro que havia cometido
–Me perdoe,Severo.Eu não queria feri-lo emocionalmente.Desculpe a minha curiosidade.
Fui suficiente forte para responder.
–Não há problema.Mas por que quer saber isso?
–Eu achei e ainda acho o mais lindo ato de amor que uma pessoa já fez pela outra.Perdoe a minha sessão melodrama,mas realmente é a coisa mais linda que já li e vi.
–Acha isso? - as palavras dela fizeram toda aquela dor desaparecer.Estava diante de uma pessoa que realmente reconhecia o seu sacrifício,além é claro,de Potter.
–Claro,Severo.No mundo dos trouxas dizem que uma verdadeira declaração de amor é falar para a outra: Eu te amo da mesma forma que Snape amou Lilian.Para os trouxas você é um herói.
–Fiquei realmente comovido com suas palavras,Srtª Tenaviald,mas, particularmente...
Eu não consegui nem terminar a frase,mas a garota falou. Pensei que ela iria me cortar,mas ela apenas me completou
–Nunca teve tempo para heróis.
Fiquei confuso .Como ela sabia que eu ia dizer isso?
–Professor...
–Diga
–Não fique confuso.Eu li essa frase no livro,por isso sabia o que ia dizer.
– Ah..me desculpe.É meio confuso a senhorita saber tudo de mim e eu não saber nada da senhorita...
–Por favor,não me chame de senhorita ou de Senhorita Tenaviald.Me chame de Laís.Odeio quando me chamam pelo sobrenome imundo do meu pai.
–Posso saber o que havia entre você e o seu pai?
–É uma longa história.
–Temos tempo.
–É muito complicado.
–Prometo tentar compreender ao máximo.
Ela abriu a boca para começar a falar,mas seu rosto bronzeado perdeu a cor e seus olhos ficaram vermelhos.Mas ela não chorou.Apenas trancou suas emoções num canto da mente e me disse.
–Me deixe sozinha,por favor.
Assenti e sai do quarto,fechando a porta.Parecia que a menina viria a se tornar um ótima oclumente se continuasse a controlar as emoções daquele jeito.Ela era muito inteligente,e muito dedicada também.Poucos adolescentes da idade dela tem um controle tão grande por sua mente.Geralmente o adolescente nunca é capaz de fazer isso,principalmente sendo uma menina. 


...


 


PVO: Laís Tenaviald



Perguntei tudo a ele e ele me respondeu tudo.Mesmo quando se tratava de Lílian.Se ele pode sentir aquela dor e suportá-la,eu também posso.Sou forte.Sou uma sonserina.Só tive forças para pedir para ele se retirar.Quando ele fechou a porta eu me joguei na cama e comecei a chorar.Mas me lembrei que ele não fazia isso,então não faria também.Entrei no banheiro e lavei o meu rosto.Precisava descançar.Apaguei a luz e me encolhi no meio das cobertas.Logo a inconsciência me alcançou e eu não resisti.Caí num sono profundo.


 


PVO: Severo Snape



Tudo o que tinha acontecido naquele quarto estava revirando na minha cabeça.Os elogios dela para comigo e aquela repentina perda da cor no rosto da garota.Já fazia 2 horas que ela tinha pedido para deixá-la sozinha.Tinha que ver se ela estava bem.
Quando entrei no quarto tudo estava escuro,exceto pela luz fraca que entrava pela janela.Já era tarde,ela devia estar cansada.Me aproximei da cama e ela estava dormindo, vestindo a minha capa e enrolada nas cobertas.Fiquei com certa pena de acordá-la.Ela parecia exausta.Comecei a andar pelo quarto.Cheguei perto da escrivaninha onde havia um objeto trouxa muito esquisito e vários desenhos feitos apenas a lápis.No desenho,haviam duas pessoas andando por uma rua,e eu percebi qual rua era,e quem eram as pessoas.
A garota havia desenhado a sim mesma andando pela rua da Fiação na minha companhia.Devo admitir que ela desenhava bem.As minhas feições estavam perfeitamente bem definidas e as dela revelavam uma pessoa totalmente contente.Sorri ao ver aquele desenho.Em cima da escrivaninha havia também varias coisas relacionadas a Harry Potter,mas não me lembrava de ter visto a varinha da garota depois que aparatamos em Londres.Fui até o banheiro para colocar para lavar as roupas de trouxa sujas dela.Fiquei impressionada com o símbolo que vi na blusa da garota.O símbolo de Sonserina estava muito bem bordado.A garota gostava da única casa da qual jamais poderia pertencer por ser nascida trouxa.Fiquei com muita pena dela.Quando sai do banheiro e fechei a porta,a garota se mexeu na cama.Estava acordando.
Fiquei parado ali,vendo ela acordar.Quando ela me viu,ela retirou de baixo das cobertas a varinha e apontou diretamente para o meu peito.Me assustei e nem tive tempo de pegar a minha varinha.


 


PVO: Laís Tenaviald



Aos poucos estava recuperando a minha consciência,e vi uma figura bem grande vestida de preto se aproximando devagar da minha cama.Me assustei e puxei a varinha.Apontei-a diretamente para o seu peito.Logo percebi que era Snape,e abaixei a varinha.
–Mas o que significa isso,senhorita?
Ele perguntou e eu não tive tempo de responder.Meu corpo foi mais rápido.Abraçei-o tão forte que ele tentou se separar,mas eu não deixei.
–Por favor,Snape.Não me abandone.Não me deixe sozinha.Por...po..por fa..fa favor.
Eu soluçava sem parar,não me continha dentro de mim.Precisava extravasar.


...


 


Snape ficou um tanto balançado com o abraço e as palavras da menina.Ele não fazia ideia do que dizer muito menos como agir a aquela situação.
– Shiii...não chore. - ela dizia.
–Não me abandone,por favor.Você é tudo o que eu tenho.
–Não diga besteiras,senhorita.
–Já pedi para não me chamar de senhorita - Laís se recuperara quase que totalmente ,e já tinha se soltado do abraço.
–Muito bem.Muito bem.Agora pode me dizer o que aconteceu aqui?
–Bem,eu... - seu rosto perdera a cor novamente
–Sim?
–Eu sonhei que o meu pai havia recuperado a memória e tinha vindo atrás de mim.
–A senhorita sabe que é impossível.
–Mas eu sonhei,TÁ LEGAL? - seu tom de voz mudara completamente.Agora a raiva a dominava.
–Controle o seu tom de voz,mocinha.Eu sou seu padrinho e exijo respeito. - Snape crispou os lábios finos,mas a bronca só fizera a menina se sentir pior.
–Me desculpe.Eu faço tudo errado.Meu pai estava certo.Eu sou um lixo de pessoa.Eu só sirvo pra ocupar espaço nesse mundo - dizendo isso a menina correu para o banheiro e se trancou lá.
Snape ficou perplexo.Não pelo fato da menina ter saido correndo e chorando do banheiro,e sim pelo fato do pai agredir verbalmente a menina daquele jeito.Ele se levantou e foi até a porta do banheiro.
–Senhorita,abra a porta.Por favor. - mas a menina não se moveu.Continuou sentada no chão e joelhos juntos,chorando.
–Por enquanto eu estou pedindo.
Mas ela continuou a não se mover.
–Não me faça arrombar a porta.Vou contar até 3.
Snape realmente refletia no olhar um ódio e uma raiva imensos.
– 1 ...
– 2...
A menina se levantou e abriu a porta do banheiro,porém virou de costas para Snape,que entrava lentamente e sua expressão estava mais calma.
–Por favor,me desculpe.Eu não queria ser grossa com o senhor.O senhor é tudo o que eu tenho.Por favor não me machuque. - Laís soluçava cada vez mais forte e alto.
–Porque eu iria machucá-la,senhorita?
–Eu sou só um pedaço de carne humana sem necessidade nenhuma.Se eu morresse ninguém iria se importar.
–Quem lhe disse isso?
–Meu pai.Todas as manhãs.
–Todas as manhãs? - Snape pareceu assombrado
–E tardes,noites e madrugadas.Ele fazia questão de me lembrar o quanto eu era desperdício de gente.
–Não ligue para o seu pai.Você não é nenhuma dessas coisas. - dizendo isso,Snape a abraçou, a garota retribuira o abraço e se aninhou em seu peito.Snape se sentiu mais feliz ao ver a garota mais calma - Shii...está tudo bem.Eu estou aqui.Vou cuidar de você.
Snape e Laís saíram do banheiro,e ele deitou a menina na cama.Se ajoelhou ao pé da mesma,ao lado dela.
–A senhorita gostaria de conversar comigo agora?
–Sim...
–Promete não treinar oclumência durante os próximos minutos?
Laís riu.
–Porque acha que eu estou treinando oclumência,professor?
–Reconheço quando alguém fecha a mente para mim.Promete não fazer mais isso?
–Prometo. - Snape viu que surgira uma nova cor nos olhos da menina.De castanhos completamente escuro,seus olhos se tornaram castanhos execivamente claros.
–Como faz isso? - apontando para seus olhos
–Quando abro a minha mente eles mudam de cor.Nunca soube ao certo porque eles fazem isso.


–A senhorita poderia começar agora,me explicando porque não gosta do seu pai...


–Está bem...

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