Primeiro Ano
Aquela noite parecia infinita.
Karkaroff conduziu-o até uma sala, onde quatro professores estavam sentados em frente de uma mesa rectangular. Eram os líderes das Quatro Equipas.
A líder de Haus Land era uma mulher de origens russas, com gelados olhados azuis, e expressão severa. Os cabelos grisalhos chegavam até aos ombros. Gwydion descobriria que apesar da sua rigidez e exigência, a professora tinha um espirito aventureiro e conseguia ser bastante simpática fora da sala de aula.
Quando era jovem, Loviatar Zaytsev viajara pelo mundo atrás das mais fascinantes criaturas e aprendera a dominar cada uma delas, graças ao seu estudo das propriedades do sangue de Nundu – uma espécie de leopardo gigante que atormenta as aldeias das savanas africanas – fora possível desenvolver diversas poções curativas, inclusive uma contra o mortal “sopro” do Nundu. Tornara-se Professora de Cuidados com Criaturas Mágicas, quando um Quimera lhe esmagara o joelho nos Himalaias, impossibilitando aventuras futuras.
Ao lado da líder de Haus Land, encontrava-se a líder de Haus Wasser. Mais baixa, de curtos cabelos castanhos e uma expressão sorridente. Era muito descontraída, mas os seus alunos depressa descobriam que isso em nada lhe retirava a exigência, ou a capacidade de humilhar verbalmente um aluno por um mau trabalho. Agatha Skadi ensinava Encantamentos.
Do outro lado de Zaytsev, sentava-se o professor de História da Magia e líder de Haus Luft, Ammon Vlahos. Era um homem de olhos que pareciam ligeiramente roxos, e os cabelos eram pretos com madeixas brancas. As suas aulas eram conhecidas por serem demonstrações de Magia dos Antigos Impérios que muito se relacionava com as do dia de hoje.
E, por fim, o homem de pele pálida e cabelos loiros que pareciam ter fios prateados e brancos, em contraste com os olhos escuros e penetrantes. Morten Tyr era o líder de Feuer, e o professor de Magia das Trevas. Uma espécie de aura de respeito rodeava-o.
Eram eles os líderes das Quatro Casas, e eram eles que decidiriam a que casa é que ele pertenceria.
Natt Meyer, uma aluna de dezasseis anos, estava encostada a um canto da sala. Gwydion reparou que ela lançara um feitiço de tradução sobre ele, e acenou-lhe agradecido. Pendurado nos ombros, no casaco preto do uniforme, encontrava-se o manto de Haus Feuer, preto com um dragão bordado a vermelho.
Soube de imediato que ela o poderia aniquilar assim que o desejasse, mas a ideia parecia ser ele ter ideia de se exibir. Desviou-se dos ataques com a agilidade natural que os seus reflexos permitiam ter, e chegou a levitar e convocar um dos escudos da parede para se proteger. Não utilizou apenas feitiços de ataque, mas recorreu alguns Encantamentos, como pequenas ilusões de luzes e estrondos que lhe permitiam ganhar tempo, e conjurou algumas bolas de fogo.
Resistiu durante bastante tempo. A certa altura, Natt mandou-o contra a parede com um simples movimento da varinha. Levantou-se de um salto, não querendo demonstrar dor. Ergueu a varinha e gritou “Expelliarmus”. Ela conjurou um feitiço de escudo invisível, mas foi como se o escudo se estilhaçasse com o impacto do feitiço, e a varinha voou-lhe da mão. Gwydion apoiou as mãos nos joelhos, sentindo-se subitamente mais cansado. E percebeu que aquilo que Karkaroff referira no seu Gabinete voltara a acontecer.
- Acho que chega, Mr. Black. – Zaytsev disse – Se puder esperar no corredor, nós anunciaremos a nossa decisão dentro de momentos.
- Sim, senhora. – Acenou Gwydion.
Meyer saiu atrás dele.
- Impressionaste-os, sabias? E isso é raro. – Ela informou-o. - Vieste de Hogwarts a meio do período, com notas que segundo se dizia não eram nada de especial. Afinal, onde foi que aprendeste isso tudo?
- Er...Livros e assim. E eu e a Hermione – que é uma amiga minha – costumávamos praticar durante a noite na sala comum. – Gwydion respondeu, honesto. – E obrigado pelo feitiço de tradução.
- Vais ter de aprender alemão, mas posso ajudar-te com os feitiços de tradução, sempre que quiseres. Principalmente se te puserem já a ter aulas em turmas mais avançadas. E pelo que vi hoje, é provável que o façam.
- Como assim, com turmas mais avançadas?
- O Alek não te explicou? Aqui acreditamos que a capacidade é mais importante que a idade. Se considerarem que estás acima do nível da tua turma, eles mexem-te para classes mais avançadas.
- Então, e isso não significa que tens de repetir a mesma disciplina no sétimo ano até teres idade para os N.E.W.T?
- Significa. Mas achas mesmo que os professores deixam de puxar por ti?
Ela contou-lhe como estava já a repetir o sétimo ano de Magia das Trevas, e naquele ano entrara no sétimo de Astronomia. Os professores saíram pouco depois, e o Professor Tyr estendeu-lhe uma gravata preta de riscas vermelhas.
- Bem-vindo a Haus Feuer.
- Obrigado, senhor.
- Meyer. – Skadi virou-se para a aluna mais velha – Podes mostrar-lhe o vosso dormitório e tudo mais?
- Sim, Professora. – Natt acenou.
Os quatro professores afastaram-se no corredor.
Os Dragões tinham direito ao Norte, o que significava que a sua Torre tinha vista sobre o mar. Facto que Gwydion adorou.
Os seus colegas de primeiro ano já estavam adormecidos, quando chegou.
Nessa noite, escreveu uma carta a Hermione contando-lhe todas as novidades.
Três Meses Mais Tarde…
Gwydion chegou ao Salão. Uma enorme coruja cinzenta voou na sua direcção, e entregou-lhe uma carta. Pequenas mesas redondas dispostas em frente da mesa dos professores, onde os alunos se sentavam misturados.
Os seus pais não lhe escreviam desde que viera para Durmstrang. A única pessoa de Inglaterra com quem mantinha contacto era Hermione, que servia de ponte para o resto dos Slytherin, também. Por vezes, Draco e Daphne escreviam-lhe na primeira pessoa.
Natt sorriu-lhe, com um ligeiro aceno, a um canto. Ela andava a ensinar-lhe alemão, e Magia das Trevas.
- Black, és ambidextro, estou correcto? - Morten Tyr perguntou, quando ele chegou à sua primeira aula.
- Sim, senhor. - Gwydion acenou.
- Então, só voltas para a minha aula, quando souberes escrever russo e alemão, na perfeição, e ao mesmo tempo, uma língua para cada mão, sem qualquer auxilio de magia, claro. - Exigira o Professor. - Pode sair.
- Sim, senhor. - Limitou-se a acenar, e virou costas.
Gwydion não quisera acreditar nas palavras do seu líder de Equipa, mas saíra. Ainda não assistira a uma única aula de Magia das Trevas, mas fizera uma aposta com Natt. Se ele vencesse Erick, um dos melhores duelistas de Terceiro Ano, num duelo, ela ajudá-lo-ia no alemão. E Gwydion derrotara o jovem de Haus Luft.
Sentou-se ao lado de Viktor Krum, numa outra mesa. Viktor tinha catorze anos, e classes de Sexto Ano de Transfiguração e Encantamentos. Fora Alek que os apresentara, e Gwydion acabara por ser colocado nas aulas de Herbologia de Quarto Ano.
- Fizeste o trabalho para o Droboslov? - Perguntou Krum, num russo cerrado, enquanto escrevinhava num pergaminho.
Droboslov era o professor de Herbologia, que os deixava aventurarem-se na floresta gelada, para que observassem ou recolhessem plantas, enquanto ele os esperava no castelo.
- Claro. - Gwydion acenou. O aluno de Haus Land era o seu professor de Russo, lingua que só era necessária para as aulas de Transfiguração.
O Professor Borr era um homem baixo e magro, de pele pálida, cheia de rugas, que respirava alto e caminhava devagar, sempre apoiado numa bengala. Era um dos professores mais severos, e temperamentais que tinham.
- A famosa Hermione? - Krum perguntou com um sorriso, acenando na direcção da carta.
- Essa Hermione. - Gwydion acenou, e conhecendo as expressões e piadas de Krum, acrescentou - Mas somos só amigos.
Gwy,
A Daphne diz que tens de vir passar o Verão Inglaterra, e que nos podemos encontrar todos na Diagon-Alley. O Draco diz que temos de ir passar uma semana a casa dele, e que a mãe dele ia adorar ter-nos por lá. Mas ainda faltam uns meses...
O Ethan, o Weasley e o Finnigan foram apanhados a transportar um Dragão, e tiveram de ir ajudar o Hagrid numa excursão na Floresta Proibida. O Draco armou-se no pior espião de sempre, e teve a lata de deláta-los, quando ele mesmo estava a quebrar as regras. Ele disse que encontraram um homem a alimentar-se de sangue de unicórnio.
Segundo um centauro, é a mesma pessoa que está a roubar a pedra. Não sei o que fazer!
Como é que tu estás?
Beijinhos, Hermione
Hermione contara-lhe como ela tinha ido parar ao Terceiro Andar por acidente, quando voltava das masmorras, onde estivera com os Slytherin. Um cão de três cabeça guardava um alçapão. Alguém tinha tentado fazer com que Ethan caísse da vassoura. Um Troll entrara na escola durante o Halloween. Perto do Natal, Hagrid deixara escapar que o que quer que o cão estivesse a guardar, dizia respeito a Dumbledore e a Nicholas Flamel.
Hermione pesquisara, e suspeitava que o cão guardava a Pedra Filosofal.
- Alguém se anda a alimentar de sangue de unicórnio na Floresta Proibida. - Gwydion sibilou - E quer roubar a pedra filosofal. Só me ocorre uma pessoa que desejaria um vida assim, Lord Voldemort.
- O Ethan Potter não o matou? - Krum levantou o sobrolho.
Todos em Durmstrang sabiam que ele era ou fora Harry Potter, e a maioria sabia que fora deserdado. No ínicio, fizeram perguntas. Uma das razões pelas quais se tornou tão próximo de Krum, foi que o rapaz respeitava o seu silêncio, e era ele mesmo muito reservado. Harry Potter rapidamente caiu no esquecimento, Gwydion Black chegava para Durmstrang.
- O Dumbledore acredita que não. - Gwydion abanou ligeiramente a cabeça.
- O que é que estás a pensar fazer? - Krum perguntou, sério.
- O Quirrell passeou nas florestas da Albânia durante a sua juventude, que são conhecidas por ter Trolls. Ele sabia como derrotar um Troll. - Gwydion suspirou - Sei que há algo de suspeito sobre ele desde o dia em que deixou o Troll entrar. Agora, acredito que ele trabalha para o Voldemort.
- O Dumbledore, também, saberia disso, não? - Krum franziu as sobrancelhas - Não suspeitaria disso?
- Suspeitaria do quê? - Um jovem do primeiro ano, juntou-se-lhes.
Krum calou-se, e rolou discretamente os olhos. O único aluno de primeiro ano com quem se dava era Gwydion, achava os outros imaturos. Krum achava os seus próprios colegas um tanto imaturos.
- Nada. - Gwydion encolheu os ombros. Tok era distraído o suficiente para não perceber - O que tens agora de manhã, Tokvar?
Tokvar era de Haus Feuer, e provavelmente o colega do seu ano com quem se dava melhor. Era um jovem da Húngria, apaixonado por duelos.
Krum e Gwydion tinham Herbologia logo de manhã, depois Gwydion teria Encantamentos com os de Segundo Ano, e, finalmente, juntar-se-ia a Tok em Gemolomagia, o estudo das propriedades mágicas das rochas, minerais e pedras preciosas. Era uma disciplina que não existia em Hogwarts, e era leccionada por um Goblin, de nome Bowscar.
- Logo à noite, vamos voar. - Krum sorriu, enquanto se aproximavam da floresta.
Era praticamente de noite, apesar de já passar do meio dia. Durante o Inverno, havia muitas horas de escuridão com as tochas e velas permanentemente acesas. As lareiras do interior do castelo, também, devido às tempestades de neve que sopravam no exterior. Estranhara o clima, mas depressa se habituara. Quando vira uma Aurora Boreal sobre Durmstrang aprendeu a adorar o Inverno.
E nem as piores tempestades de neve o impediam de se escapulir do castelo com Viktor Krum para voarem sobre os lagos gelados, ou sobre as florestas de pinheiros.
Gwydion era o único que se atrevia a acompanhá-lo, e o próprio Krum reconhecia a sua habilidade, afirmando que estava ansioso que a época de Quidditch chegasse, para poder defrontá-lo no campo.
A Professora Lugos ensinava Poções. Tinha sido curandeira noutros tempos, e possuía um avançado conhecimento de poções medicinais, que estava constantemente a transmitir-lhes. Não era tão exigente como Snape, mas Gwydion não conseguiria aguentar matérias mais avançadas de poções não dominando o alemão, ainda.
Gwydion deu por si ansioso que a aula de Poções dessa tarde acabasse. Tok, ao seu lado, parecia tão ansioso quanto ele, e descobriu que ele tinha apostado num duelo que se iria realizar nessa tarde e estava ansioso por ir assistir. Tok gostava muito de apostar.
- Professora! - Gwydion correu pelo meio dos alunos de Terceiro Ano. - Professora!
Loviatar Zaytsev, a Professora de Cuidados com Criaturas Mágicas, franziu ligeiramente as sobrancelhas. A sua disciplina só era uma escolha a partir do terceiro ano, o que significava que Gwydion Black não era seu aluno. Mas ela sabia quem ele era, todos em Durmstrang sabiam.
- Sim, Black? - Perguntou Zaytsev, enquanto a fechava a porta da sala que dava para o exterior. As aulas tinham sempre uma componente prática exterior, não importava quanto frio estivesse.
- É verdade que os cães de três cabeças são sensíveis à música? - Gwydion perguntou, com um sorriso.
- Apesar de depender do animal em si, existe uma certa tendência, sim. A música faz os Cérebros adormecerem. - Zaytsev acenou - Porque é que perguntas?
- Ah! Obrigado, Professora. - Gwydion sorriu, e desapareceu no corredor. Zaytsev abanou a cabeça ligeiramente. Um aluno da sua Casa nunca apresentaria tanta falta de disciplina.
Herms,
Aqui já ninguém me vê como um pontencial busca-pé. É óptimo sentir-me livre. O meu cérebro anda esgotado. E o meu alemão e russo têm melhorado cada dia.
Quando chegar o Verão, logo planeamos onde nos encontramos.
É muito provável que o Quirrell esteja a tentar roubar a pedra para o Lord Voldemort. Temos de o impedir, e a melhor maneira de o fazer é armadilhá-lo.
Eís o que eu faria: Comenta com o Draco como Hércules conseguiu matar um Cérebro com uma espada, mas que um feiticeiro que conhecesse a espécie saberia que basta um pouco de música para pôr um deles a dormir. Ele vai afastar o Dumbledore, e descer pelo alçapão.
Avisa o Snape. Se o Quirrell for apanhado a tentar passar pelo cão pelo Snape, haverá provas suficientes para o afastar de Hogwarts. E a pedra mantém-se salva.
Se fizerem isto, conta-me como correu.
Gwydion
- Não achas que o Dumbledore desconfia do Quirrell? - Perguntou Krum, depois de jantarem, enquanto ambos caminhavam silenciosos pelos corredores da escola.
- Acho. - Gwydion acenou - E acho que o Dumbledore quer que seja o Ethan Potter a defender a pedra filosofal, e está a mexer as peças do seu tabuleiro para que isso aconteça.
- Ele tem alguma hipótese contra o Quirrell? - Krum franziu as sobrancelhas.
- Não sei. - Gwydion abanou a cabeça - Mas o cão não deve ser a única coisa a proteger a pedra, dúvido que consiga alcançá-la sozinho, ou mesmo com a ajuda de qualquer um daqueles idiotas a que chama amigos...
- Tu estás demasiado longe para poderes ajudar. - Krum limitou-se a encolher os ombros.
E era verdade. Voaram contra o vento, por entre a neve, e pouco mais se via do que sombras e escuridão. Krum sonhava em representar a Bulgária, um dia, e Gwydion acreditava que ele tinha todas as capacidades para isso.
Adorava voar com Krum, sentia-se gelado, livre e infinito. Chegava à cama e adormecia, esgotado.
5 meses depois...
Gwydion mergulhou. Estava lado a lado com Krum. Tornara-se seeker de Haus Feuer, enquanto Krum jogava por Haus Land. A sua vassoura era um Tigertooth, a antiga vassoura de Alek, um modelo antigo que fora muito popular na Polónia. Teria de esperar até ao Verão para poder comprar a sua própria vassoura, uma vez que os pais ainda não haviam completado o processo de emanicipação, e Gringotts por falta de documentos não estava a aceitar uma transferência internacional.
A sua Tigertooth não se comparava com a Nimbus 2000 de Krum, e Krum voava melhor. O solo estava pouco abaixo deles, e a snitch continuava a descer. O estádio tinha os olhos expostos neles, e ninguém gritava. Todos sustinham a respiração. Sabiam que aquele seria o momento decisivo.
Gwydion estendeu a mão esquerda, e Krum a direita. O solo estava demasiado próximo. A mão direita de Krum agarrou o seu pulso esquerdo. A mão esquerda do bulgaro lançou-se na direcção da snitch. A vassoura de Gwydion acertou-lhe no peito, no momento seguinte ambos caíram no chão. Mas Krum capturara a snitch.
O estádio gritava e aplaudia.
- Bem jogado, Black. - Krum riu-se.
- És louco, Krum. - Gwydion riu-se, incapaz de se mexer.
Quando se levantaram, abraçaram-se. A Taça era de Haus Land, mas ambas as equipas tinham jogado extraordinariamente bem.
- O Krum é um génio, mas aguentaste-te bem. - Alek sorriu-lhe.
- Ele tem razão. - Um dos chaser de Feuer, Ran, concordou.
Gwydion agradeceu. A celebração de Haus Land durou dias. Valkyrie, uma das suas colegas de primeiro ano, com quem tinha, também, poções de Segundo Ano - o seu alemão melhorara imenso - obrigou-o a prometer que iria comprar uma vassoura melhor, e que assim teria todas as hipóteses de vencer Krum.
Valkyrie era muito diferente de Hermione Granger. Era calculista, e fria, apesar de só ter onze anos. As suas melhores disciplinas eram Poções e Magia das Trevas. Sabia que se estivesse em Hogwarts a sua casa seria os Slytherin, mas ali em Durmstrang pertencia a Haus Wasser.
- Muito bom, Black. - Riu-se Tok - Se continuares assim, para o ano, talvez aposte em ti.
Apostara em Krum, claro estava.
Karkaroff pedira-lhe para ir ao seu Gabinete depois do jogo. E Gwydion perguntava-se o que poderia o Director querer.
As suas notas mantinham-se elevadas, mesmo a Herbologia de Quarto Ano. O seu conhecimento de plantas era vasto, porque sempre existiram plantas muggles e mágicas para identificar e conhecer na costa da Cornualha, e ele lera muito sobre elas. Era sempre o primeiro a encontrar ou identificar uma dada planta no meio da floresta, graças aos seus olhos atentos, e à sua facilidade em memorizar plantas e informações sobre estas.
O seu russo e alemão tinham melhorado significativamente, apesar de ainda não os conseguir escrever ao mesmo tempo. Skadi adorava-o tê-lo nas suas aulas de Encantamentos, e era o melhor aluno a Transfiguração. Valkyrie superava-o a Gemolomagia, Astronomia e História da Magia. E ambos competiam em Poções de Segundo Ano.
Continuava a não saber como eram as aulas de Magia das Trevas, mas não lhe parecia que o Director se fosse preocupar com isso tão perto do final do ano.
Talvez, tivesse alguma coisa a ver com o facto de ter andado a trepar aos telhados, e a nadar nas águas geladas do oceano, agora que o sol se mantinha a brilhar à meia noite, e apesar de não estar calor, não estava tanto frio como no Inverno. As neves estavam agora reduzidas ao picos das montanhas, os lagos agitavam-se ao sabor do vento, e vida voltava às florestas de cornínferas. Era Verão.
Svalbard era agora vísivel das Torres mais altas, uma mancha de gelo no Ártico.E Gwydion, Alek, Krum e outros dois rapazes do Sexto Ano, Sif e Hakor tinham-se apoderado do navio de velas negras, e ido visitar a Ilha, com a sua pequena vila mágica e os seus ursos polares, mais do que uma vez. Apesar, dos alunos de primeiro não estarem autorizados a fazê-lo...
Ansioso, bateu à porta, e esperou até ouvir o "Entre".
- Ah! Black. - Karkaroff sorriu - Lamento pela Taça.
- Venceu o melhor. - Gwydion acenou, tentando manter a sua expressão neutra.
- Só te chamei aqui, porque Gringotts, finalmente, aprovou a tua emanicipação, o que significa que és independente dos teus pais. - Karkaroff explicou, enquanto fazia um gesto para que se sentasse - Eu tomei a liberdade de lembrar os Goblins, e o Ministério da Magia inglês, que tens um novo nome. Assumo que queiras continuar a ser Gwydion Black, de hoje em diante?
- Sim, senhor. - Gwydion acenou.
- Óptimo. A única coisa que falta é um nome do meio. - Karkaroff disse - Escolhe um.
- Lear, senhor. - Gwydion respondeu, sem hesitar - Gwydion Lear Black.
Lear era o Deus dos Mares na Mitologia Celta. E não havia nada que ele desejasse mais do que ser, novamente, senhor do Mar da Cornualha.
- Muito bem. - Karkaroff acenou - Boa sorte para os Exames Finais, é tudo.
Gwydion saiu do Gabinete, e deixou-se caminhar pelos corredores do castelo. Nessa noite, informou Hermione do seu novo nome, e recebeu uma carta contando que Snape capturara Quirrell, e tudo correra como ele planeara. Quando Hermione revelara a autoria do plano a Snape, o professor comentara que ele deveria ser um dos seus Slytherin. Nenhum deles soube o que aconteceu a Quirrell, mas nenhum deles se preocupou com isso.
Gwydion esforçara-se para conseguir escrever russo e alemão ao mesmo tempo, e, finalmente, se sentiu preparado para se apresentar ao Mestre de Magia das Trevas. Tyr xigiu que ele traduizisse frases do inglês para ambas as línguas estrangeiras, escrevendo ao mesmo tempo. Era díficil, mas ele foi capaz. O professor acenou aprovador.
- Black, agora vais precisar de uma nova varinha. - Disse Tyr, quando o teste acabou - A tua mente consegue escrever russo e alemão ao mesmo tempo, agora imagina que as línguas são feitiços, e as vantagens que um feiticeiro que domine duas varinhas tem num duelo.
- Acha que eu sou capaz, Professor? - Gwydion perguntou, com um sorriso.
- Exigirá trabalho, mas acredito que sim. São raros os feiticeiros ambidextros, e ainda mais raros os feiticeiros ambidextros poderosos o suficiente para conseguirem a lealdade de duas varinhas. - Disse o Professor - Aconselho-o a voltar a Svalbard e procurar por Gregorovitch. Ele é o melhor fabricante da Europa, apesar do orgulho que vocês ingleses têm por Ollivander.
Tyr sabia das suas excursões a Svalbard, era óbvio, mas não parecia estar a repreênde-lo. Não conseguiu evitar sorrir. Finalmente, compreendia a razão pela qual Tyr exigira tanto de si, e sentia-se agradecido que o tivesse feito. Ainda não era certo que conseguisse dominar uma segunda varinha, mas havia uma confiança inabalável na voz do professor.
- Tratarei do assunto, senhor. - Gwydion acenou.
Contou a Krum todas as novidades, e ambos se dirigiram rapidamente a Svalbard. O silencioso capitão que o trouxera de Copenhaga desaparecia durante todo o ano escolar. O navio ficava à disposição dos alunos de Sexto e Sétimo Ano. Segundo Alek, todos os professores sabiam que Krum e Black, também, iam, mas nenhum considerava grave o suficiente para se importar.
Gregorovitch recebeu-o com um sorriso, na sua pequena loja de varinhas. Era uma pequena casa de madeira, bem-iluminada, com janelas viradas para as montanhas geladas. Varinhas estavam expostas atrás do balcão, juntamente com pós, penas de fénix, fios de crina de unicórnio, e outros possíveis núcleos. O próprio Gregorovitch era um homem com uma queimadura cicatrizada que lhe deformava a bochecha esquerda, um sorriso desdentado e olhos meio enlouquecidos, meio tristes.
- Lembro-me do dia em que criei a varinha do seu padrinho. Fiz todas as varinhas da Casa de Black. E tomei a liberdade de conceber a sua a partir da mesma cerejeira. - Gregorovitch retirou uma varinha de um estojo.
Era magnífica. Mantinha o contraste entre tons de castanho mais escuros, mais claros e mais avermelhados, característico da própria madeira.
- Núcleo de uma linha de safira, enrolada em tiras de coração de dragão. Um núcleo duplo, como é típico dos Black. - Gregorovitch convidou-o a experimentar.
Mal os seus dedos se fecharam em torno da varinha, ele soube que esta lhe pertencia. Uma das varinhas unia-o a Sirius, e a outra a Lord Voldemort. O homem que tentara matar o seu irmão, e o homem que morrera para o proteger. Havia uma certa ironia no destino.
- Como sabia que eu viria? - Gwydion perguntou.
- Foi ideia do Sirius usar a mesma Cerejeira. - Gregorovitch limitou-se a afirmar.
Mais uma surpresa da parte de Sirius. Mas porque é que ele não mencionara a varinha na Carta que lhe deixara?
- Como sabia que ela iria escolher-me? - Gwydion franziu as sobrancelhas.
- Existem maneiras de manipular os pormenores, Mr. Black. - Gregorovitch sorriu - Essa varinha pertence ao Herdeiro dos Black, uma vez que contém uma gota de sangue de Sirius, e outra do seu irmão, Regulus.
Estava explicado, pensou Gwydion, Sirius não planeava que Harry Potter fosse deserdado, e assumisse o nome dos Black. Só quando o fizera, é que a varinha se tornara plenamente sua.
Hermione ficou entusiasmada com as novidades, e contou-lhe como os Slytherin ganharam a Taça, porque tinham vencido os Gryffindor no jogo em que a vassoura de Ethan fora amaldiçoada, apesar de ambas as equipas terem jogado bem.
As semanas passaram rápido, por entre exames e diversão. Obteve bons resultados. As aulas de Magia das Trevas depressa se tornaram as suas preferidas, e provavelmente as mais trabalhosas.
Com a prática, o seu uso de ambas as varinhas melhorava, e possuía um claro talento natural. A sua habilidade em duelos crescia cada dia.
Os Slytherin ganharam a Taça da Equipa pelo oitava ano consecutivo, e, segundo Hermione, Blaise ficou insuportável.
Gwydion foi autorizado a ficar em Durmstrang durante o Verão, mas concordou em ir a Inglaterra em Agosto e passar a uma semana de férias na Mansão Malfoy, e uma outra em Casa dos Krum, na Bulgária.
N/A: Desculpem a demora, espero que tenham gostado.
Não acho que a Hermione fosse atacada pelo Troll, uma vez que estaria feliz a ser amiga dos Slytherin. Ela já não se interessa por o que os Gryffindor pensam depois do que aconteceu ao Harry.
Espero que tenham gostado de Durmstrang =) E espero comentárioooos. Que tal a história das duas varinhas?
O próximo capítulo já devo iniciar o Cálice de Fogo, muito cedo?
Victoria67: Gwydion significa "Deus da Magia", achei o nome adequado :P. E, sim, acho que camufla a identidade do Harry.
Ceci96: Haus Feuer foi. Eu, também, estava indecisa entre essas duas, mas, no final, esta pareceu-me mais adequada. Gostou do papel do Viktor?
Comentários (3)
ola, eu quase te desculpo pela demora quase....brincadeira. so nao deixe der escrever por favor sua fic e maravilhosa d+ para ficar sem final como outras por ai.esta cada vez mais empolgante...as duas varinhas....sei e esse coisa de nao assistir as aulas de arte das travas, o krun so ficou metido com a famano livro acho que ele so e um pouco diferente. e finalmente o harry/gwydion e livre para ser ele mesmo o que eu acho na minha modesta opniao que vc o fara ser grande bruxo. bem para mim continua o maximovitoria
2013-05-29Oi tudo bem? Eu sou uma leitora nova da sua história e eu só queria dizer que estou adorando a história cada capitulo é melhor que o outro e eu amei esse capitulo também. Mal posso esperar pelo próximo, estou muito ansiosa para saber o que vai acontecer no próximo capitulo.
2013-05-27Não gostei........... AMEII to nervosa para ver como vai ser a parte do Cálice de Fogo, mas ta cedo ainda. Tem que mostra Harry/Gwydion na casa do povo se divertindo, e tem q rolar um romance! E achei muito interessante essa coisa de dois núcleos, de onde vem tanta criatividade? Eu quase fiquei de abstinencia pq tu não postava já fazia 10 dias!!
2013-05-27