Reminiscências.
Quantas são
As dores e alegrias de uma vida
Jogadas na explosão de tantas vidas
Vezes tudo que não cabe no querer
Depois de anos, Remo Lupin caminhou novamente pelos corredores do grande castelo, apreciando atentamente cada mínimo detalhe daquele lugar, este que marcará de maneira tão profunda e intensa vários capítulos já escritos de sua vida. Cada cômodo era responsável por despertar um tipo diferente de lembrança em seu interior, e cada sensação que vinha através de tais recordações, afagava-lhe o coração em nostalgia.
Seus passos escoavam pelos corredores de Hogwarts sem preocupação, todos os alunos já haviam voltado para suas respectivas casas, não precisava se preocupar em ter de se explicar do porque de ainda estar ali. Mas não fazia ideia, que se despedir daquele lugar, depois de tantos anos após ter estudado ali, fosse uma tarefa tão difícil. Mas talvez, aquela dificuldade toda, fosse porque ali fora o único local que se sentiu realmente em casa.
Algumas das figuras presentes em determinados quadros, ao verem o ex-professor de defesa contra a arte das trevas caminhando calmamente pelo castelo, após ter pedido o cargo, lhe dirigiam palavras de injúria, fazendo de seu fardo a pior de todas as maldições, como se somente sua presença pudesse contaminar o castelo com alguma doença incurável. Lupin fingia não ouvi-los, já se acostumará com tal tratamento depois de tanto tempo, algumas palavras mais não lhe fariam diferença, até porque, a felicidade que ainda restava em seu coração por estar novamente naqueles terrenos, não poderia ser destruída por simples dizeres.
Aquela estadia de um ano na escola, podendo ensinar a cada um de seus alunos um pouquinho daquilo que sabia, estando tão próximo do filho de seus melhores amigos, realmente havia lhe feito muito bem, revigorado uma chama que a muito esteve quase que por se apagar com o decorrer de tão longos e cansativos anos. Não conseguia se lembrar de qual havia sido a última vez que sorrira verdadeiramente para alguém, não conseguia se lembrar nem mesmo se, algum dia, após a morte de seus amigos, houve essa vontade em seu coração. Porém, estando de volta ao lugar que fora por sete anos responsável por lhe proporcionar as maiores alegrias de quase toda uma vida, e se deparar com os olhos de Lili, e o jeito de Tiago, e seu próprio amigo Sirius, não havia maneira de evitar que seu coração sorrisse mais uma vez em tantos anos.
Nos últimos tempos havia se deparado apenas com o orgulho bruxo, esse mesmo que fazia questão de lembrá-lo cada dia mais de sua maldição, sem nem se quer dar-lhe a oportunidade de abraçar o que fosse de esperança para se sentir alguém melhor. Agora, depois de muitos anos estando sozinho, ao deparar-se com seu bom e velho amigo Sirius, e descobrir que ainda havia bruxos dispostos a arriscar a vida por um bem maior, essa fração de esperança que a muito lhe fora privada, se encontrava diante seus olhos, apenas esperando que por si fosse abraçada.
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