Curtis Dinzanfar



Curtis Dinzanfar

Harry adorava estar na Mansão Malfoy, tinha lá um quarto enorme, onde tinha um monte de livros que não se atrevia a guardar em Privet Drive, alguns discos de bandas de feitiçaria e a sua Nimbus 2000, que os Malfoy lhe tinham oferecido no seu primeiro ano. Só não guardava lá tudo, porque tinha medo de não conseguir voltar no Verão e levar tudo o que precisava para Hogwarts.


Mas Draco estava cansado de estar em casa.


Invadiram a casa de Theo, e apropriaram-se da piscina, juntamente com Pansy, que entretanto voltara das Caraíbas. E a prima de Pansy, Zola Springfield. Millie não fora, porque ainda estava magoada com Theo, desde o acabamento.


Zola era baixa, usava o cabelo castanho claro num corte curto, meio arrapazado e gostava de t-shirts com frases estampadas, geralmente letras de músicas. Tinha olhos azulados, uma mistura suave entre o castanho e o azul claro, e um sorriso que Harry adorava. Iria nesse ano para Hogwarts.


Pansy era mais bonita do que Zola, mas a última tinha algo de cativante. Harry delirava com o seu sorriso inocente, e o modo como o abraçou quando caíram juntos dentro de água.


Harry e Zola rapidamente se tornaram mais do que amigos. Pansy ficou um pouco invejosa, porque sempre tivera uma queda por Harry, mas Draco resolveu o problema, dando-lhe toda a atenção que ela precisava e pondo Theo pouco à vontade, já que ficou entre dois “casais”. Foi salvo pela chegada de Crabble e Goyle.


- Então, o que aconteceu entre ti e a Millie? – Harry perguntou, quando finalmente viu uma oportunidade.


- Eu não sei… O primo dela está doente, e ela ficou bué triste. Foi logo no início do Verão. E eu tentei animá-la, mas não consegui. Senti que não era suficiente para ela, que ela merecia melhor do que eu. – Theo suspirou. – E, por isso, acabei.


Harry franziu as sobrancelhas. Draco pusera os braços em torno de Zola e Pansy ao mesmo tempo, e parecia estar a dizer uma data de barbaridades, mas ambas as miúdas soltavam risinhos divertidos.


- Isso, Potter, preocupa-te mais com a miúda do que com o teu amigo…- Theo deu-lhe um murro amigável, no ombro.


- Não achas que deveria ser ela a decidir se tu és suficiente ou não? – Harry perguntou. – Tenho a certeza de que ela ainda gosta de ti, mesmo que nem sempre a consigas animar. E se tu ainda gostares dela, deviam estar juntos.


Theo ficou calado. A mãe dele chegou com bolachas de chocolate para todos. Harry levantou-se e trouxe uma bolacha para Theo. Ele sorriu agradecido.


- Ficaste sem namorada, come uma bolacha. – Theo riu-se. – Muito bom, Potter.


- Vivam as bolachas. – Harry sorriu. E atirou-se para dentro da piscina.


- Achas que ela me aceita de volta, se eu for simplesmente falar com ela? – Theo perguntou.


- Provavelmente. Mas só sabes se tentares. – Harry replicou.


Theo e Millie tinham sido feitos um para o outro. Só um tolo não veria isso.


Harry e Draco convidaram Zola e Pansy para irem à Diagon-Alley com eles. Draco queria mostrar a Harry o tal Clube de Duelos.


No fundo da rua da Bativolta, havia uma escadaria que levava a um beco. Nesse beco, sobre uma porta estreita lia-se Gladiadores Arena.


Era um local espaçoso, mas escuro. Iluminado por chamas de vários tons. As paredes eram pretas e cinzentas. Havia várias mesas redondas ao longo da sala, onde se consumiam bebidas, e várias mesas de jogo. A um canto havia uma espécie de cortina de névoa azulada.


O bar estava meio vazio. Um grupo de duendes barulhento fazia apostas, e um feiticeiro encapuzado beberica silenciosamente, a um canto. Um homem estava encostado ao balcão.


Draco guiou-os sem hesitar para o lado esquerdo, mas o homem interceptou-os. Tinha cabelos grisalhos, e as costas ligeiramente entortadas. Fumava um charuto. Vestia uma camisa de pano vermelho, que lhe ficava larga.


- Então, o que querem os jovens? Apostar? Tenho a certeza de que gostariam de duelar…. Mas que idade é que vocês têm, afinal?


- Deixa os miúdos em paz, Franz. Desde quando é que nos preocupamos com a idade? – Um jovem aproximou-se.


Canudos pretos caíam sobre a sua testa, e moldavam o rosto pálido. Os olhos azuis-claros tinham vestígios de vermelho. E, quando sorriu revelou os caninos pontiagudos. Curtis Dinzanfar era um vampiro.
Eles apresentaram-se como Drak, K, Pansy e Zola. 



Curtis fez-lhes sinal com a cabeça para que o seguissem. Desceram uma escadaria e foram dar a uma sala cheia de bancadas. No centro, havia uma Arena.


Se o bar estava meio vazio, a Arena estava cheia. A multidão uivava, aplaudia e ria-se. Pequenas apostas circulavam. Fumava-se e bebia-se. Dois feiticeiros duelavam.


Harry reparou que uma multidão mais aristocrática e silenciosa fazia apostas de valor elevado. Eles estavam sentados em sofás, por cima das bancadas.


- O Franz é chato. – Disse Curtis, quando se sentaram na Terceira Fila. – Mas ele tem os seus motivos.


- Porque é que nos ajudaste? – Drak perguntou, desconfiado.


- Ah! Só para chatear o Franz. Eu gosto de ajudar os jovens a entrar, porque eu costumava escapulir-me para aqui. – Curtis sorriu – É um bom lugar para fugir do resto do mundo. Um bom lugar para um Vampiro.


Harry pensou no quanto Daphne Greengrass gostaria de arranjar um refúgio.
 


- Eles são pagos? – Harry perguntou, apontando para os dois feiticeiros que combatiam.


Um tinha o rosto oculto por um capuz. Era magro, e não muito alto. Mas extremamente silencioso, mal se movia e não tinha necessidade de mexer os lábios. O outro tinha asas a saírem-lhe pelas costas, tinha de ter o tronco nu, eram asas de penas pretas e acinzentadas. Os cabelos eram escuros, e curtos. E os olhos pretos.


- Claro. 5 Galeões se vencerem outro Gladiador. 20 Galeões se vencerem uma criatura. 15 Galeões se vencerem dois Gladiadores em simultâneo E 55 Galeões se vencerem duas criaturas, em simultâneo. Os combates são duros, ninguém se responsabiliza pela tua vida, mas é mais provável morreres a enfrentar uma criatura do que outro ser humano. O Ash é dos poucos que o faz regularmente. 


O Ash era o Anjo Negro e foi ele quem venceu o duelo. 


Harry rapidamente percebeu porque é que Curtis dissera que o Gladiadores Arena era um bom lugar para um Vampiro, ali estavam concentradas todo o tipo de criaturas estranhas, ou de algum modo marginalizadas pela sociedade, e para todo o tipo de traficantes, também.


Mas havia um outro motivo. Beber sangue humano era obrigatório para um vampiro. Mas Curtis não queria morder ninguém, porque isso seria matar alguém ou transformá-la num vampiro, por isso, bebia sangue dos mortos ou sangue vindo das feridas. E na Arena havia ambos.


Harry gostou de conhecer Curtis. Para alguém que nunca estudara, porque nunca fora aceite em escola alguma, era bastante inteligente e sabia imenso de feitiços e duelos. Explicava-lhes os truques que os duelistas usavam, e conseguia prever o que cada um ia fazer. 


As miúdas acharam os duelos terríveis e bárbaros, mas Harry e Draco deliraram. Juntaram-se a Curtis em discussões animadas, e o loiro até apostou algumas vezes. O mais horrível foi quando um dos Gladiadores foi morto por uma Acromantula. Pansy chorou, e Zola vomitou. Os rapazes decidiram que era altura de saírem.


- Hey, Curtis, o que é aquela coisa azul? – Harry apontou para a espécie de névoa no canto da sala.


 - Dinzanfar, guardei-te o corpo nas traseiras. – Franz gritou.


- Um portal. Liga-nos ao Cabeça de Javali, que fica em Hogsmeade – Respondeu Curtis – Obrigada, Franz.


Franz era o dono do estabelecimento.


Acompanhou-os até à porta. “Vejam se voltam” Sorriu. Só naquele momento é que Harry percebeu que Curtis Dinzanfar deveria ter à volta de dezasseis anos e provavelmente não tinha muita gente da sua idade com quem conviver.


Draco e Harry tiveram de voltar à Diagon-Alley para comprarem os livros para a escola, e novo material escolar. Harry precisava de novos mantos, e de um novo caldeirão. Perderam-se na livraria e compraram uma data de livros novos, Harry perdeu-se por uns momentos a fintar a capa de um livro sobre presságios de morte, o cão da capa lembrava-o vagamente do cão que lhe aparecera nos arbustos. E passaram horas na Equipamentos de Quidditch a admirarem a Flecha de Fogo.


Continuaram a visitar a Arena. E a ver combates. Curtis nem sempre estava por perto, mas sempre que estava juntava-se-lhes.


O que Harry mais gostava no vampiro era que nunca fazia perguntas pessoais. E não reagira de maneira nenhuma quando descobrira que ele era Harry Potter, e continuou a chamá-lo de K.

Os Dinzanfar eram uma família antiga, de vampiros. Fora o seu próprio pai que mordera Curtis, quando ele fizera cinco anos. Amaldiçoavam uma pequena vila, atacando os seus habitantes até ao dia em que Calamity Waters, uma Caçadora de Vampiros, os atacara. Os seus pais tinham sido ambos mortos, mas Curtis conseguira fugir por uma passagem secreta. Tinha dez anos, e deambulara pela floresta nos arredores durante uns cinco anos, até que fora encontrado por Chris Franz Anderson, que o trouxera para a Gladiadores Arena. Tornara-se um Gladiador. Chris nunca recebera uma carta de Hogwarts, apesar das suas claras habilidades mágicas. Curtis voltara ao Castelo anos mais tarde e vivia da fortuna da família. E queria vingar-se de Calamity Waters. Um facto interessante, é que sete anos na vida de um humano, equivaliam a um ano na vida de vampiro. Curtis tinha, de facto, a mentalidade e o corpo de um jovem de dezasseis anos, mas era muito mais velho em anos humanos.

Foram apresentados a Ash Carter, o Anjo Negro. Os seus olhos eram completamente pretos, sem qualquer zona branca, e os seus lábios, também. Curtis disse-lhes que o próprio sangue de Ash era desse tom. Isso e as asas de penas negras que lhe saíam pelas costas eram o resultado de uma maldição, mas nem Ash nem Curtis lhes contavam pormenores. Ash era um tipo extremamente reservado. E o melhor duelista da Arena.

Nem Curtis, nem Ash deixavam os mais jovens consumir álcool.


Daphne Greengrass foi para a Mansão Malfoy na última semana de férias. Ela, tal como Harry, tinha lá o seu próprio quarto.


Adorou a Arena. Rapidamente, se envolveu nas discussões sobre duelos e deu os seus palpites.


Harry viu-se a relembrar, quando viu Curtis a ser desarmado por Daphne Greengrass, que Daphne tinha talento e inteligência para se uma das melhores alunas da escola, se se preocupasse. Mas para Daphne Greengrass, estudar era um desperdício de tempo. Estavam só a praticar feitiços, antes da Arena abrir. Curtis não os deixava inscrever-se como Gladiadores.


- Seria morte certa, criança. – Curtis riu-se. – Quando tiveres quinze, falamos.


Daphne suspirou resignada. E Harry compreendeu que Curtis era um Gladiador desde os quinze.


Encontraram Neville Longbottom e Ronald Weasley a babarem-se perante a Flecha de Fogo. E uns dias mais tarde, encontraram Derrick, o beater de Slytherin, a fazer o mesmo. Viram Granger circular com um novo gato, que parecia um mini tigre. E o mais velho dos Weasley, Percy, tinha sido feito Chefe dos Prefeitos.


Os Slytherin voltaram-se a reunir no concerto dos Wizard of Winter. Millie e Theo beijaram-se ao som de Dreams of Love, o que marcou o início de um longo processo de reconciliação. Daphne subiu para os ombros de Harry, quando tocaram Phoenix Eyes e a sua preferida Moonlight. E Zola delirou com French Centaur, que não conhecia. Para gozo de Harry, Crabble e Goyle choraram quando a calma Dark Days encheu o ar.  Foi uma noite mega animada.


Harry percebeu que tinha sede, ao deitar-se na cama, quando chegou a casa. Desceu as escadas para a sala de jantar, e ouviu vozes. Reconheceu o seu nome.


- O Harry merece a verdade. – Era Snape quem falava. Harry continuava a surpreender-se, sempre que ouvia Snape pronunciar o seu primeiro nome. – Eu já disse ao Ministro…


- É verdade que o Sirius era um apoiante do Senhor das Trevas? – Perguntou Narcisa Malfoy – Nunca pensei…


- Os acontecimentos daquela noite levam-nos a acreditar que sim. Mas eu mesmo nunca o vi, nem ouvi o seu nome relacionado com nada. Se ele era um espião, era do mais secreto que existia. – Respondeu Lucius.


- O facto é que aparentemente quer matar o Harry. – Snape disse. – E ele deveria saber pelo menos isso… Pelo menos, seria mais fácil mantê-lo em segurança se ele soubesse isso.


- Tens de concordar, que toda a história poderia ser demasiado dolorosa. – Lucius disse, moderadamente. – Mas, sim, dizem que o Black o quer matar, porque acha que isso traria de volta o poder do Senhor das Trevas. O Fudge diz que ele murmura durante o sono “Ele está em Hogwarts” e Azkaban não parece ter efeito nele.


- Ele merece toda a verdade, por muito mais dolorosa que ela seja. – Snape replicou. – Eu contar-lhe-ia, mas o Fudge obrigou-me a prometer não abrir a boca.


- O mesmo comigo. – Mr. Malfoy suspirou.


- Por uma vez, concordo com o Fudge. – Narcisa Malfoy levantou-se.


Harry correu para a cozinha e agachou-se atrás do armário. Passado algum tempo, bebeu água. Lucius Malfoy apareceu na porta e ele fez um ar ensonado.


- Uh…Não incomodei, pois não, Mr. Malfoy? Eu só tinha sede…


- Ah. Só ouvi barulho. – Mr. Malfoy sorriu. – Estás à vontade.


Harry voltou para o quarto uns minutos mais tarde. Sirius Black queria matá-lo, e a havia uma verdade que Snape lhe queria contar. 

N/A: Comenteeeem =). Gostaram do Curtis, do Ash e da Arena? 

Guilherme: Ah! Eu quando digo que estou de volta, é porque estou mesmo de volta. Tinha saudades de escrever, também. Que tal este capitulo? 

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Comentários (1)

  • Guilherme L.

    A ideia da arena foi ótima,explore mais essa parte depois,dá uma história paralela legal. Quanto ao capítulo em si,o de sempre né? grande,bom e saindo rápido!

    2013-03-30
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