Indefesa
CAPITULO 1- INDEFESA
DORCAS MEADOWES:
Foi um longo e difícil verão para mim, desde que meus pais morreram sou obrigada a passar as férias me escondendo na casa de meus tios trouxas. Eu gosto deles, gosto muito, mas sinto muita falta de meus pais. Os pais de James me convidaram para passar as férias lá. Os Meadowes eram grandes amigos dos Potter, mas não me sentiria a vontade na mesma casa que James Potter e Sirius Black. Nem um pouco.
– Dorcas? Vamos entrar no Expresso logo, ou não teremos onde sentar.
– Oi? Ah, oi Lily, Tive ótimas férias, obrigada por perguntar. – mostrei a lingua para ela e subi no Expresso.
Por sorte ainda havia algumas cabines vazias. Lily me contou sobre suas férias, e sobre as cartas anônimas que está recebendo, e continuou falando, mas eu já não prestava mais atenção, olhei para fora, observando as pessoas passarem, pensando em quantas iriam morrer este ano, quantas estariam ali novamente ano que vem, se eu estaria ali.
– Olá Lils! Posso sentar aqui? – reconheci imediatamente a voz e lancei um olhar para Lily, ela não podia permitir que aquilo se juntasse a nós.
– Claro que pode Sev. – E com isso o garoto com fama de bruxo das trevas, o cabelo mais oleoso e o maior nariz de Hogwarts entrou na cabine e se sentou ao meu lado. Ótimo. Evans ouviria sobre isso mais tarde.
Lilian e Snape começaram a conversar, e a cada minuto eu ficava mais enojada, Lily sabe o que eu penso sobre Snape, e mesmo assim deixou que ele sentasse ao meu lado.
– Lily, acho que vou comprar doces, quer alguma coisa? – foi a melhor desculpa que consegui arrumar, embora fosse mentira e Lily soubesse que eu não teria dinheiro para gastar com doces, esperei que Snape não percebesse.
– Quero sim Doe, pode comprar o que quiser para mim – ela pôs a mão no bolso, tirou algumas moedas e piscou para mim. Corei, Lily era tão gentil, em seu lugar eu nunca teria feito o mesmo.
Procurei o carrinho de doces por alguns minutos, ele estava parado em frente a uma cabine onde parecia estar acontecendo uma festa, me aproximei mais um pouco e vi quem estava lá dentro. James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Petter Pettigrew, cada um com uma garota, a não ser Sirius, o que era excepcionalmente estranho. Respirei fundo e parei em frente ao carrinho.
– Não estão fazendo doações de doces hoje Meadowes, mas talvez você queira se juntar a nossa festinha, Sirius ainda está procurando uma companhia.
– Primeiro, vim aqui comprar doces, e segundo, não seria “companhia” de Black nem por todo o ouro de Gringotes – escolhi alguns doces e paguei com as moedas de Lily.
– Então você seria companhia de outra pessoa que pagasse?
– Cala a boca Potter – devo ter corado, porque ele continuou.
– O que? Ficou com vergonha? Saiba que todo trabalho é digno, até mesmo esse – sorte dele que tinha deixado a varinha na cabine.
– Cala a boca Potter! – me virei e sai andando.
– Vadia! Como conseguiu dinheiro pra esses doces? – disse ele rindo.
– Poxa Prongs, você sabe o que aconteceu aos pais dela, além do mais todo trabalho é digno, até mesmo esse – disse Sirius Black enquanto eu estava me afastando, entã voltei, não queria que ninguém tivesse pena de mim.
– Terceiro, não preciso que ninguém me defenda, nem a mim, nem aos meus pais – olhei diretamente nos olhos de Black e ele riu, percebi que ele tinha sido irônico e eu tinha feito papel de babaca, em seguida sai correndo, passei reto pela cabine de Lily e fui para o banheiro, fechei a porta e comecei a chorar.
Fazia tempo que não chorava desse jeito, senti como se minha cabeça fosse explodir, chorei pela maneira como todos estavam me tratando, chorei por meus pais, chorei pelos comensais terem roubado tudo que sobrou, chorei pelo que fiz para conseguir um pouco de dinheiro, chorei muito, e continuei chorando até ouvir passos no vagão-banheiro, tentei parar de chorar, mas continuei soluçando.
– Meadowes? Sei que está ai – falou Lupin. Não podia ser verdade, se algum daqueles idiotas me visse chorando seria meu fim, então respirei fundo, tentei disfarçar a voz de choro e disse:
– Saia daqui, já disse que não preciso de ninguém.
– Só vim entregar seus doces, você esqueceu no carrinho quando saiu correndo, mas se não quiser posso comer por você – ele continuou andando.
– Entregue pra Lily, os doces são dela, o troco também – talvez se eu falasse a verdade ele iria embora.
– Como assim?
– A Lily me deu o dinheiro pra eu comprar doces pra ela.
– Hum, mesmo assim apareça!
– Por que? – que garoto insistente.
– Quero saber se você está bem, não foi certo o que James te fez – ele pareceu sincero.
Sequei as ultimas lagrimas e abri a porta. Lupin estava parado em frente ao espelho e se virou quando me viu.
– Feliz agora?
– Eu sei que deve estar sendo difícil para você, mas isso não justifica suas atitudes, minha família nunca teve muito dinheiro, estou acostumado a coisas de segunda mão, você pelo contrario sempre teve tudo – ele abriu os braços para me abraçar, eu cruzei os meus e olhei para o chão.
– Pelo menos você ainda tem sua familia, e sua dignidade – resmunguei.
– Sei que nada que eu disser vai ajudar você, mas toma aqui seus doces, e pode me procurar para conversar quando quiser – ele me estendeu o saquinho de doces e o saquinho de moedas do troco.
- Obrigada – eu disse e peguei os pacotes.
Ele se virou para sair do banheiro, mas eu segurei em seu ombro.
– Não conte isso a ninguém, por favor – ele assentiu e desapareceu pela porta do banheiro.
Esperei algum tempo antes de voltar a cabine, chequei o saquinho de doces e o de moedas. Faltava um sapo de chocolate no de doces, e tinha um valor equivalente a três sapos de chocolate sobrando no do troco, peguei as moedas sobressalentes, acredito que foi um presente.
Passei o resto da viagem conversando com Lily e tentando ignorar Snape.
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Espero que gostem, desculpem qualquer erro de gramatica ou de digitação, obrigada!
XoXo-
Melissa
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