Capítulo 32
32. Capítulo 32
Draco Malfoy
Ele levou os braços para trás com a finalidade de usar como apoio para sua cabeça sobre a pilha de travesseiros. Seu corpo despido estava estirado sobre a cama desconhecida e Draco desejou por um copo de whisky com gelo, enquanto observava sua companhia atravessar o quarto tão nua quanto ele. Ela veio com um sorriso no rosto, usou o dossel da cama como apoio para girar e pular na cama sobre os joelhos com uma graça que somente Veelas possuíam, soltando um risinho muito satisfeito que soava quase como a melodia de uma bela música clássica.
- Sabe qual é a melhor parte de transar com Draco Malfoy? – a mulher engatinhou para próximo dele e estirou-se de bruços com um sorriso safado no rosto, enquanto deslizava os dedos distraidamente pelo abdômen dele.
- Hum? – Draco murmurou para que ela não acabasse entendendo que ele não se importava.
- Saber que se está transando com Draco Malfoy. – ela disse e riu. Ele limitou-se a esticar a boca num sorriso simples como resposta. O encanto de uma Veela era sempre fascinante, embora a magia do encanto fosse muito perceptível, isso sempre o impediu de ser completamente domado pelo poder delas. Apenas as achava incrivelmente bonitas. Seu pai sempre havia lhe dito que quanto mais puro seu sangue fosse, menos eficiente era o encanto de uma Veela. Draco sabia que era mentira. Veelas eram apenas seres sedutores para quase todos os homens, não todos. Ele dera a sorte de fazer parte da minoria, embora ainda se visse bastante atraído pela figura perfeita delas, especialmente quando eram modelos estrangeiras. – Eu não sei como faz isso, Draco, mas você sabe usar o corpo de uma mulher. – a Veela girou e se colocou de pé sobre o colchão, apoiando-se no dossel para expor seu corpo esguio e esbelto por completo a ele. – Devo confessar que me animei por saber que estaria em Brampton Fort durante a minha curta estadia para a campanha de primavera, mesmo que estando casado. Eu sabia que faríamos um bom par na cama agora que finalmente noivei com o jogador número um do time nacional de Quadribol australiano.
- Tenho absoluta certeza de que ele ficaria bem satisfeito em te ver aqui agora. – sua voz saiu no automático.
Ela riu.
- Assim como sua mulher. – a modelo jogou e ele sentiu a saliva amargar em sua boca quase que imediatamente.
Sua cabeça latejava ‘Hermione’ como sempre, mas quando ela era citada, era como se alguém estivesse materializando a figura que ele tentava aprisionar em seus pensamentos.
- Ela não se importaria. – Draco disse.
- Hum. – a mulher ergueu as sobrancelhas, surpresa. – É bom que vocês dois tenham uma relação aberta assim, porque tenho certeza que qualquer homem nessa cidade se ajoelharia aos pés dela. Sou uma Veela famosa e já perdi três campanhas no último ano porque tinham a esperança de que sua mulher aceitasse o lugar. – ela desenhou os aros da cama delicadamente com a ponta do pé. – Estou surpresa que você e sua mulher tenham uma relação aberta. Os jornais, as revistas, as rádios, o modo como se tratam em público e como parecem se importar e cuidar um do outro faz com que pareçam tão apaixonados.
- Nós somos. – precisavam ser. Quem sabe com aquela farsa convenceriam até Lorde Voldemort.
A mulher riu.
- Devo dizer que agora acho bastante interessante a forma como estão apaixonados. – ela foi até Draco novamente e ajoelhou com as pernas uma de cada lado de seu quadril, inclinando a cabeça de modo a fazer o gigantesco cabelo loiro, quase branco, pender para um lado apenas. – De qualquer forma, odiamos sua mulher. Nós, Veelas. – deslizou as mãos novamente por seu abdômen como se precisasse aproveitar cada segundo com ele. - Não gostamos de mulheres como ela. Mulheres bonitas que não são como nós. Veelas. E ela é tão perfeita que... – fez uma careta de desgosto. – Aposto que ela seria uma fada se a linhagem de fadas humanas não tivesse terminado em Morgana. – riu do próprio pensamento. – Odiamos fadas também, de qualquer forma. – riu novamente. – Elas eram lindas, poderosas e podiam ganhar homens pelo coração, não pela beleza. Nós Veelas podemos fazer isso somente com homens que não estão presos no nosso encantamento e Deus sabe como eles são poucos...
- Pare de choramingar. – ele revirou os olhos.
Ela sorriu.
- Adoro sua arrogância. – a Veela deitou sobre Draco, deixando suas bocas muito próximas. - Sou tão acostumada a homens idiotas jogando flores em minha janela, que sua ignorância me excita. A forma como me comeu pensando em outra, a forma como me tocou como se eu não fosse suficiente, como se eu não tivesse a mínima chance de satisfazê-lo, como se eu não fosse digna de ter o seu pau dentro de mim. – ela sussurrou fazendo com que Draco respirasse seu hálito doce de Veela. – Não faz ideia do quanto aquilo me excitou e ainda me excita. Não há nada como foder um homem, cujo coração pertence à outra.
Draco não gostou do que a mulher ali estava insinuando. Deteve seus pulsos.
- Não tenho um coração.
Ela riu.
- Continue tentando se convencer disso. – estalou sua boca na dele rapidamente. – Só você sabe que tem um. Todo mundo tem. Até mesmo o Lorde das Trevas tem um. – fez o doce hálito deslizar até seu ouvido. – Só me pergunto... Você claramente não me queria e mesmo assim veio até aqui. Quem está tentando esquecer, Draco? - Ele soltou o ar furioso dessa vez e a lançou para longe dele. Ela caiu de costas ao seu lado e riu de satisfação. – O quê?! Sabe que sei reconhecer homens que já tem o coração ocupado. Sou uma Veela.
- Você não sabe nada. – ele seguiu a direção do lavatório.
A Veela soltou mais um riso de satisfação e alongou-se sobre os lençóis.
- Ah, Draco. Sempre imaginei que se apaixonaria por alguém que não se importasse o mínimo com você. – ela estava com um excelente e irritante humor. – Está tentando esquecer sua mulher porque ela não está nem aí para você ou porque teme que ela não esteja? Acaso ela sabe que você não para de pensar nela? Qual proposta fez a ela para forçá-la a se casar com você? Talvez eu estivesse certa, pois sempre a achei um pouco depressiva algumas veze...
Draco bateu a porta do banheiro e se trancou, finalmente fazendo a irritante voz da mulher cessar. Maldita hora em que resolvera ir para a cama com uma Veela. Não tivera tempo para se lembrar de que elas eram extremamente sensitivas, ou talvez tivesse se lembrado e não se importado, porque, em primeiro lugar, não deveria estar se importando com nada. Ou quem sabe até estivesse ocupado demais em tentar fazer com que, pelo menos aquela vez, durante aquele sexo, ele não pensasse em Hermione, não comparasse com Hermione, não desejasse que fosse Hermione, e talvez com Veelas fosse mais fácil por serem criaturas mágicas que sugam todo seu senso de atração. Não havia sido.
Soltou o ar e sentiu a sua própria raiva projetar-se junto a ele. Queria poder explodir aquele lugar e seu punho fechou quase que automaticamente ao sentir necessidade de socar algo. Precisou conter-se e, no momento que se afastou da porta, deparou-se com sua imagem refletida no espelho sobre a pia. Teve que desviar rápido o olhar por não conseguir encarar-se. Malditos banheiros de hotel. Sempre minúsculos.
Entrou para debaixo do chuveiro e fez com que a água gelada corresse por sua cabeça e seu corpo. Concentrou-se somente em sua respiração como havia aprendido, esperando até que pudesse inalar o ar sem que desejasse tirar a vida de alguém.
Aquilo era doentio. Estava doente. Era a única explicação plausível. Não havia outra. Quando decidira voltar a ser o que sempre havia sido com mulheres e especialmente com Hermione, tudo que tinha em mente era apenas se livrar de algo que sua razão o alertava ter pouco conhecimento sobre. Mas conforme os dias se passavam, Draco percebia cada vez mais que, aquilo do qual tinha pouco conhecimento, era muito maior do que ele esperava que fosse, porque quanto mais se envolvia com outras mulheres, mais percebia que queria apenas uma, mais se conscientizava de que abriria mão de todas as outras para ter apenas uma, mais chegava à conclusão de que apenas uma era suficiente. Ele só podia estar doente. Ainda se lembrava do quanto havia sido difícil ficar longe de mulheres quando se comprometera com Astoria em sua adolescência. Como será que não havia sequer notado que passara meses sem tocar em outra, quando nem mesmo estabelecera um compromisso com Hermione?
Deveria Draco continuar insistindo naquela tortura? Seria loucura? Será que tudo aquilo passaria? Poderia ele voltar a ser o que era antes, se continuasse seguindo aquele caminho? Sua relação com Hermione estava cada dia mais insuportável e sua rotina cada vez mais estressante. Sentia como se estivesse caminhando ao lado do mau humor a todo segundo e quando tinha sua mulher por perto, ele precisava de tanto esforço para se manter concentrado que se sentia exausto com frequência. Sempre que se aventurava com uma mulher, a fim de conseguir uma tentativa bem sucedida, tinha o cruel desejo por Hermione esfregado diante de sua consciência.
Quantas pessoas ele já havia matado? Quantas pessoas ele já havia torturado? Quantos ele já havia sentenciado à morte? Quantos ele já entregara nas mãos de Voldemort? Quantos erros ele já havia cometido que o perseguiam? Sua filha morta era um deles. Por que Hermione tinha que ser o que mais o torturava? Cada dia pior, cada dia mais intenso, cada dia mais infernal.
Deixou-se ser torturado por sua consciência por mais tempo, enquanto tentava usar a água gelada para colocar seus pensamentos em ordem. Não conseguiu. Acabou precisando juntar esforço e concentração para aprisioná-los em algum canto escuro de sua mente. Saiu do chuveiro e roubou a toalha pendurada na parede. Quando voltou ao quarto, a modelo estava sentada na cama, enrolada num robe de seda floral e com uma tigela de biscoito nas mãos. Ela abriu um sorriso sedutor e estreitou os olhos ao vê-lo com a toalha enrolada nos quadris.
- Você todo faz sentido, Draco Malfoy. Vou guardar essa lembrança até a próxima vez que tivermos a chance de repetirmos isso. Espero estar casada até lá. Fará tudo ser mais divertido. – ela pulou para fora da cama, enquanto ele começava a vestir-se tentando ignorá-la. – Aliás, pensei que não fosse sair de lá nunca mais. – apontou para o banheiro. – Tenho sessão de fotos em vinte minutos e desfile hoje à noite. Dizem que sua mulher vai estar lá. Eles estão loucos atrás de um assento de rainha para ela agora. – a mulher zombou e tomou a direção do banheiro. Ele ficaria tão grato se aquela Veela parasse de alfinetá-lo usando Hermione. – Vou lembrar que tive o marido dela essa tarde quando colocar meus olhos sobre ela. – Draco precisou respirar fundo enquanto passava o cinto pelo cós da calça. Seria isso que seu pai ouvia das amantes que tinha? – Eu vou ser a estrela da noite se ela não roubar tanto a atenção. Certamente nos apresentarão. Aposto que sua mulher será gentil e educada sem esforço. Ela parece ser desse tipo.
Draco sabia que Hermione era verdadeiramente educada, não apenas porque havia câmeras em todo o lugar. Diferente do restante das mulheres que a cercavam. Tão vadias e egoístas quanto a Veela que estava à sua frente.
- Terminou com seu monólogo sobre minha mulher? – ele fechava os botões de sua camisa.
- Estou tentando te fazer ficar furioso. Gosto quando é grosso comigo.
- Você é doente. Não me lembrava de que fosse assim.
- Não esperava que fosse se lembrar de mim mesmo. – a modelo deu de ombros. - Só me levou para cama uma vez e faz anos que não venho à Brampton Fort. Seu coração estava livre aquela época e eu não podia me fazer ser memorável. Agora que sei que alguém ganhou seu coração, vou tratar de fazer com que não me esqueça. – ela insistia com aquele assunto de coração, o que o irritava, mas Draco contava os segundos calmamente em sua mente para não deixar que aquelas palavras subissem seu sangue como havia feito antes. – Sei que não vai voltar para me dar o prazer de te ter mais uma vez. Você não gosta de repetir mulheres. Isso dá esperança a elas e você detesta a ideia de dar esperança a qualquer um que seja. Portanto saiba que isso foi divertido. Faríamos uma boa dupla se nos encontrássemos com frequência. Eu poderia ter um Malfoy e você uma Veela. A hora que bem quiséssemos. Aposto que se divertiria muito mais do que com aquela outra que estende tapetes vermelhos para que passe. Como é mesmo o nome dela? Sei que é uma Parkinson. – riu fracamente. - Parkinsons costumam mesmo ser pegajosos. – estalou os lábios. - De qualquer forma, vou ficar aqui até o fim da semana. Volte quando quiser. Cuidado ao sair. Use algum feitiço de distração. Ainda tenho um noivo e pretendo me casar. – findou e se trancou no banheiro.
Draco soltou o ar satisfeito, com o sumiço da mulher. Se ela pretendia ser memorável, ela havia conseguido, porque seria difícil esquecer o quanto tinha sido insuportável estar na companhia dela.
Não estava surpreso por se sentir duplamente cansado e frustrado. Deveria parar de insistir naquela miserável esperança de achar que mulheres poderiam consertá-lo, levá-lo de volta à normalidade, a como tudo costumava ser antes, antes de se casar, antes de Hermione.
Usou distração para deixar o hotel em que estava no centro e voltar para a Catedral. Felizmente a viagem era curta. Assim que subiu até sua torre, encontrou Tina eufórica à sua espera.
- Vai se atrasar, senhor! – ela tratou de se pronunciar logo que o viu. – Sua mulher mandou uma coruja faz trinta minutos. Ela quer saber se há algo de errado. Não é normal que se atrase para nada.
Draco precisou de dois segundos para se lembrar de que tinha um compromisso completamente inútil para o fim da manhã. Teria bufado e revirado os olhos se Tina não estivesse ali. Tinha um milhão de problemas para resolver em seu departamento agora que seu relacionamento com Voldemort caminhava por uma linha disforme e frágil, mas mesmo assim precisava dar as costas àquilo para estar presente no casamento de um Nott. Não o de Theodoro Nott, infelizmente, mas da filha mais nova, que mal completara dezenove anos. Tudo porque a família passava por uma crise momentânea.
- Não estou atrasado, apenas não estou adiantado como sempre. – Draco deixou claro. – Preciso de cinco minutos. Envie uma notificação para minha carruagem não deixar o pátio e avise Hermione. – deu a ordem e se retirou para sua sala.
Precisou avançar na organização de seus afazeres do período da tarde com pressa, passou tudo para Tina assim que conseguiu melhor administrar o horário de todas as coisas que necessitava fazer antes do horário do jantar. Tinha uma promessa consigo mesmo, que fizera há muito tempo, quando nem mesmo imaginava que um dia pudesse estar casado com Hermione, que consistia em se esforçar para jamais perder o jantar com sua “família”. Das lembranças mais vívidas que tinha do olhar vago, opaco e silencioso de sua mãe, a maioria tomava lugar na sala de jantar da casa em que crescera, com a cadeira vazia de seu pai durante a principal refeição do dia. Mesmo sabendo que Hermione pouco se importava com sua presença, Draco não fazia aquilo por ela, fazia aquilo por ele mesmo.
Deixou a Catedral minutos depois. Contava os segundos agora e torcia para que eles demorassem um pouco mais para passar, tudo por culpa da imprudente escolha que tomara aquela manhã. Deveria ter jogado fora o guardanapo que aquela maldita Veela colocara em seu bolso durante o coquetel de recepção das lideranças externas ao forte, duas noites atrás. A mulher havia sido discreta, mas Draco conseguiu captar o olhar de Hermione vislumbrar toda a ação. Nada foi comentado a sobre o ocorrido e assim foi melhor, por mais que ele quisesse ter feito a mulher voltar e justificar a falta de respeito para com a esposa que ele tinha logo ao seu lado. Sabia que Hermione podia ser uma mulher temível quando precisava ser, mas a recente imagem adorável que ela vendia nas revistas, nas entrevistas e nas suas aparições em público, talvez estivesse realmente fazendo com que as pessoas esquecessem-se da mão firme que sua mulher mostrara ter desde que começou a trabalhar com Theodoro. Não era isso exatamente que Draco queria que acontecesse, as pessoas não podiam esquecer que eram Malfoys em primeiro lugar. Talvez colocasse Hermione para proferir algum discurso pesado sobre qualquer ação brusca de seu departamento com relação à guerra. As pessoas certamente se lembrariam de que nem tudo sobre Hermione resumia-se a um sorriso caloroso e um vestido claro de primavera. Isso também ajudaria a lembrar o mundo que ele e sua esposa trabalhavam juntos e que por mais que ela estivesse frequentemente no centro agora, acompanhada de sacolas, ou sentada em cadeiras luxuosas para dar umas entrevistas a revistas grandes, essa era uma porcentagem mínima da mulher que ela era.
Assim que desceu em sua casa, encarou a bela fachada que ainda tinha o poder de lembrá-lo sobre o seu bom gosto. Suspirou frustrado por saber que, em algum momento, já havia sentido uma ardente vontade de estar ali, por saber que Hermione estaria o esperando do lado de dentro. Fora um tempo curto. Um tempo bom. Sua casa nunca fora tão acolhedora. Draco nunca sentira tanta vontade de voltar sempre que precisava deixá-la. Agora, no entanto, a figura parecera transformar-se novamente para o mesmo de quando se casara. Ao menos aquilo havia voltado a ser como antes. O desejo de não ter que lidar com Hermione no único lugar que ele podia chamar de “lar” voltara tão forte como antes. Diferente, talvez. Mas tão forte quanto.
Pela fachada ele pôde notar as cortinas fechadas das compridas janelas ao leste da edificação. Hermione estaria ali com toda certeza. Talvez sua mãe também, se não estivesse trancada no quarto como fazia em seus piores dias. Sabia disso porque ultimamente Hermione parecia ver conforto no escuro. Logo que se mudara para sua casa, as primeiras ordens que sua esposa dera à Tryn fora as de manter as janelas sempre abertas durante o dia e os lustres e velas sempre acessos durante a noite. Havia sido como se ela tivesse trazido consigo a vida para dentro de sua casa. Draco havia achado insuportável no começo. Agora apenas estranhava quando Hermione fechava as cortinas e deixava aceso o mínimo de velas possível por onde passava. Até mesmo sua constante mania de acordar, empurrar as cortinas e se espreguiçar diante do jardim dos fundos, algo que parecia ser um tipo de tradição, ela abandonara. Agora sua mulher apenas levantava da cama quando ele pedia para que a elfa a chamasse, quando ele já estava pronto para ir à Catedral.
Os dias se passavam e cada vez mais Hermione parecia piorar. Não era como se ela estivesse se trancando no quarto, se negando a ver a luz do dia, como quando perdera a filha. Ela ia à Catedral e passava o dia trancada na sala que Draco havia destinado a ela ou ocupada em alguma reunião com a Comissão. Estava sempre pronta para o jantar, passava seu tempo diário na biblioteca após a refeição, não se negava a aparecer publicamente como deveria, mesmo que detestasse, nem se recusava a forçar seu constante sorriso quando necessário. Ela fazia seu trabalho, como se fosse uma máquina, como se fosse uma embalagem vazia, um robô. E seu silêncio era cruel. Não trocavam nenhuma palavra que não fosse necessária.
Ele não chamou por Tryn assim que entrou. Tinha sua certeza de onde Hermione estaria e avançou por entre as salas até o fim da parte leste, onde a luz do dia ao lado de fora parecia estar sendo bloqueada. Não demorou a escutar o som baixo e quase cansado da voz de Hermione soando num monólogo. À medida que se aproximou, conseguiu entender o que quer que ela estivesse falando e parecia ser com sua mãe:
- ...só não tenho a intenção de te carregar com os pensamentos que vem me atormentando esses últimos dias. Sei que já tem suficiente dos seus e, por mais que os guarde para você também, não me parecem ser mais pacíficos que os meus. – ela estava sentada sobre o tapete, com um braço dobrado no assento de uma das cadeiras e a cabeça apoiada no braço. Já estava vestida com um longo vestido pêssego de um tecido leve e fino. Draco receou pela escolha da cor clara e pela fragilidade que isso dava a imagem de Hermione.
- Tenho guardado meus pensamentos para mim por anos, Hermione. Não faz bem. Não é saudável. – a voz de sua mãe era tão sem vida quanto a de sua mulher. Narcisa estava de pé parecendo apreciar uma das tapeçarias na parede. O silêncio entre elas durou e Draco parou antes de atravessar os arcos que separavam o caminho do qual vinha, da ampla sala que elas estavam para poder observar o quanto o ar que as cercavam era deprimente. As duas estavam ali, usando roupas caras, acessórios luxuosos, sapatos exclusivos, mas Hermione estava no chão com a cabeça apoiada no assento de uma cadeira como se estivesse querendo poder ficar ali o dia inteiro e sua mãe estava de pé, em sua costumeira postura ereta com um olhar perdido, vazio e opaco. – Deve estar me julgando uma idiota superficial por ficar nesse estado por causa de um homem, quando você tem que vender sorrisos falsificados por aí para tentar salvar a vida dos seus filhos.
- Não estou te julgando, Narcisa. Não tenho nenhum direito de julgá-la. - Hermione respondeu naquele mesmo tom constante e morto. – Só você sabe o peso daquilo que te afeta. Só você vive seus tormentos e não há nada de superficial no ponto fraco de ninguém. – Hermione suspirou. - Fico grata que pelo menos tenha deixado seu quarto hoje.
O silêncio.
- Sinto muito estar ocupando a casa de vocês. Vou encontrar um lugar para ir. Prometo.
- Você não vai a lugar nenhum. Sabe que não quer ficar sozinha e sabe que eu também não quero ficar.
O silêncio novamente. Havia ficado claro que as duas pareciam estar querendo se considerar uma o suporte da outra ali. Draco ficava grato por sua esposa em momentos como aquele. Mulheres sempre haviam sido um poço de educação e intimidade com sua mãe a vida inteira, mas nenhuma delas tinha o interesse de ter Narcisa como companhia, todas elas queriam apenas exibir o bom partido que eram para seu filho. Era quase uma ironia que a única mulher que não se prestara a esse papel, nem sequer tivera interesse nele, acabara sendo a única que realmente se importava com sua mãe.
- Você e Draco... – Narcisa fizera sua voz soar novamente, como se estivesse pensando alto. – Não sei em que mundo que vocês esperam colocar duas crianças nessa casa, da forma como estão achando que vai ficar tudo bem. – ela piscou e no momento que desviou o olhar da tapeçaria, conseguiu notar sua presença ali. Parou com os olhos sobre ele. Olhos sem vida. Os piores que Draco já vira em sua vida inteira. – Que bom que ouviu isso. – sua mãe se pronunciou e Hermione virou a cabeça para entender que aquilo não havia sido direcionado a ela. Os olhos dela o fitaram com uma indiferença dolorosa. Ele teve que voltar a encarar sua mãe. – Sei que vocês dois estão se empenhando em salvar essas crianças, mas estão se esquecendo de que se forem bem sucedidos, terão que criá-las e criar uma criança não é uma tarefa simples. Vocês não sabem o que é carregar o peso e o medo de fracassar com o ser humano que mais ama no mundo. Portanto se eu fosse vocês, começaria a solucionar o máximo de problemas que possa haver nessa relação. Não coloquem duas crianças no meio dos problemas de vocês. Eles não vão ser dois casos que vocês se sentirão obrigados a solucionar o mais profissionalmente possível. Eles são seres humanos. Por mais que pensem que são capazes de trabalhar juntos no estado em que estão, só porque conseguem discutir aqui e ali sobre o rumo de uma guerra, não quer dizer que são capazes de criar e educar dois seres humanos assim como estão. Esse lugar não é um escritório ou um departamento. Aqui é a casa de vocês. O lar de vocês. E será também o dos filhos de vocês.
Draco ainda tinha dificuldade para conseguir ter o poder de visualizar aquele problema, mesmo que soubesse que ele definitivamente existia.
- Iremos lidar com isso quando conseguirmos ter certeza de que o Lorde não tomará um deles, nem matará o outro. – foi tudo que ele disse e logo viu o brilho de desprezo correr no fundo dos olhos de Hermione quando a encarou em seguida. Sabia que não marcava nenhum ponto com ela fazia tempo. Tudo que Draco fazia parecia feri-la. Às vezes tinha a intenção de feri-la simplesmente porque sabia que era isso que ele fizera a vida inteira e precisava manter as coisas como sempre haviam sido, mas, em outras, ele estava sendo apenas ele mesmo e quando recebia o olhar duro dela em seguida, podia ver o quanto eram dois seres humanos completamente incompatíveis.
Ela se levantou e mantendo distância perguntou:
- Algum problema do qual devo me preocupar na Catedral? Você nunca se atrasa.
- Não. – ele respondeu e viu toda a vontade de ficar distante dele expressa na postura de sua mulher. – Tomei uma decisão idiota essa manhã e acabei esquecendo o compromisso.
- Hum. – Hermione soltou sem vontade. – Então é melhor se apressar. Estamos em cima da hora. Vou estar te esperando na carruagem. – ela avançou para deixar o local que estavam e tocou o braço de sua mãe calmamente e significativamente quando passou por ela, como se estivesse informando naquele único ato que esperava verdadeiramente que Narcisa ficasse bem durante o tempo que ela estivesse fora.
Quando se viu sozinho com sua mãe, tentou entender o porquê ela não parava de encará-lo com um olhar tão duro, severo e um tanto decepcionado.
- Você estava com outra, não estava? – Narcisa indagou quando ele pensou em expressar seu descontentamento com a reação dela. Acabou por se ver surpreso ao ouvir aquelas palavras. Uniu as sobrancelhas.
- O que te faz pensar que eu estaria?
Sua mãe soltou o ar com desgosto e deu as costas.
- Você é exatamente como seu pai.
Seu sangue esquentou como sempre esquentava quando alguém fazia aquele tipo de comentário. Draco conseguia até lidar com o fato, mas quando era sua mãe que proferia aquelas palavras, ele tinha vontade de perder o limite porque de todos naquele lugar, Narcisa era a única que sabia que ele realmente não era.
- Sabe que eu não sou. – tentou não travar a mandíbula, nem vociferar.
- Então porque está agindo como se fosse? – ela parou de frente a um dos móveis que expunha as bebidas que ele mantinha distribuídas pela casa. No momento em que Draco viu sua mãe pegar um copo e enchê-lo, soube que definitivamente ela estava à beira da loucura. Sua mãe nunca bebia. Ela não gostava. Beber socialmente sempre fora uma tortura para Narcisa, ele sabia.
- Não entendo sua frustração, nem sua raiva pelo fato de eu ter estado com uma mulher. A única pessoa que talvez tenha o direito de ter essa reação seria Hermione e sabemos claramente que ela não se importa.
- Você sabe que ela se importa sim, Draco, mas não estou frustrada pelo fato de ter estado com outra mulher. Eu não tenho esse direito. Estou frustrada por vê-lo negligenciar o fato de que não quer estar com outras mulheres. – ela virou o copo cheio de uma vez - Por que insiste nisso? – soltou o ar, cansada. - Está agindo exatamente como seu pai! Você sempre foi quem mais o julgou por cuidar do nome Malfoy e não da própria família. – tornou a encher o copo. – Acaso você está cuidando da sua própria família, Draco? Eu sei que tem um coração. Não consigo imaginar que é possível que seja indiferente ao ver que sua mulher, grávida dos seus filhos, não tem um brilho de vida sequer nos olhos. Ela está vivendo um dia após o outro, obrigatoriamente, assim como eu vivi por anos, e eu sei que a única coisa que a tira da cama pela manhã são os filhos que espera. – sua mãe tornou a virar outro copo de álcool. Draco odiava vê-la tão frágil assim. Narcisa queria anestesiar alguma dor. Talvez se Hermione continuasse ali, ela então não bebesse. Talvez tudo que sua mãe precisasse era de companhia. Era incapaz de imaginar que Narcisa fosse aquela mulher por trás da muralha que a escondia. - Eu sei que não é como seu pai, então pare de tentar ser.
- Você não entende minha relação com Hermione, mãe.
- Está certo. Eu não entendo. Não entendo porque não consigo. Vocês dois parecem uma montanha russa inconstante. Posso não entender as várias faces do ódio que sentem um pelo outro, mas entendo perfeitamente o afeto que aprenderam a criar quando perderam a filha. Entendo porque eu vi. Não tente apagar isso porque não será capaz. Vocês estão seguindo pelo mesmo caminho que seu pai e eu seguimos. Sabe muito bem o resultado disso.
Ele tomou ar para usar qualquer justificativa que ainda não tinha construído, mas a aparição de Tryn o livrou de qualquer palavra que estupidamente fosse colocar para fora.
- A Sra. Hermione Malfoy pediu para lembrá-lo de que deve se apressar.
Draco encarou a elfa e quase estreitou os olhos. Maldita Hermione. Ela estava fazendo o mesmo que ele fazia quando ela se atrasava. Soltou o ar sem paciência.
- Sei o que estou fazendo. – disse a sua mãe e deu as costas para tomar seu caminho.
- Não, não sabe. – escutou a resposta de longe.
Ignorou e subiu até seu quarto. Assim que chegou a seu closet, soltou o ar esperando que talvez aquilo pudesse aliviar o peso que parecia carregar. Não aliviou e ele fechou os olhos por apenas três segundos para respirar fundo e esquecer tudo o que sua mãe dissera. Ela não entendia. As palavras dela só o faziam ter mais raiva. Ela o culpava. Draco não tinha culpa, ele não tinha responsabilidade, ele não era o problema. Narcisa não podia acusá-lo, nem confrontá-lo, como se ele pudesse solucionar tudo do dia para noite.
Livrou-se da farda escura e assim que se aproximou da sua ala de roupas formais, viu que havia uma sequência de cabides separados com uma variedade de escolhas um tanto quanto parecidas. Hermione certamente tivera o trabalho de separar opções de roupas que não estariam em conflito com a cor do vestido que escolhera quando percebera que ele havia se atrasado. Draco soltou o ar passando a mão por uma das gravatas cinza que ela havia separado. Sua esposa era atenciosa até mesmo quando ele menos esperava que ela fosse ser.
Trocou de roupa o mais rápido possível, sem perder seu costumeiro nível detalhista e apressou-se para a carruagem assim que ficara pronto, seguindo um caminho que certamente não cruzaria com o de sua mãe.
Hermione o esperava do lado de dentro da carruagem. Estava entretida assistindo uma entrevista numa das páginas da revista que tinha em mãos. Assim que ele entrou, ela virou a página silenciando as vozes que Draco conhecia serem dele e dela. Não perguntou o que ela estava fazendo. Apenas entrou, sentou-se no banco oposto ao dela e bateu na madeira como sinal de que poderiam andar.
Na metade da silenciosa viagem, Hermione fechou a revista e a colocou no banco ao seu lado, passando a observar pela janela da cabine o caminho que tomavam. Draco leu o título impresso sobre a imagem na capa em que o trazia junto dela, com solenes sorrisos estampados nos lábios e de pé num dos púlpitos com o emblema da Catedral. “Estamos esperando gêmeos”, dizia o título entre as aspas.
Desviou o olhar para Hermione e a observou enquanto ela encarava a paisagem do lado de fora, como se pouco se importasse com o que seus olhos de cor âmbar viam. Momentos como aquele o faziam se questionar se abriria mão de sua herança pelos pensamentos dela. O que ela pensava com relação ao que estavam fazendo? Será que sua esposa pensava que eles estavam indo rápido demais em contar ao mundo sobre os filhos? Será que ela achava tudo uma grande estupidez que não tinha a mínima chance de dar certo? Será que era tão difícil para ela, quanto era para ele, sorrir em público como se estivessem vivendo o melhor momento de suas vidas? Será que ela concordava com todas as decisões dele? Por que tudo que Hermione fazia ultimamente era ficar em silêncio. Ele dizia o que sua mulher deveria fazer e ela fazia se quisesse e, se não quisesse, não fazia. Nem mesmo argumentava quando Draco exigia uma explicação sobre não ter feito o que ele mandara que ela fizesse. Não brigavam mais, nem discutiam, simplesmente porque sempre que eles caminhavam para o terreno da discussão, ela se calava, fazendo a bilateralidade da prática se tornar uma unilateral. A cada dia que se passava, Draco se via odiar mais e mais a situação em que se encontravam. Sentia cada vez mais raiva do comportamento de Hermione, assim como sabia que ela sentia cada vez mais raiva do comportamento dele e, ao invés disso ter o poder de apagar o breve passado que tiveram, apenas tinha o poder de fazê-lo sentir mais falta dele. Cada vez mais.
- Minha mãe contou o que a fez deixar a casa do meu pai? – perguntou ele, tentando afastar aquela caixa de pensamentos de sua cabeça.
Hermione não desviou o olhar e, por um segundo, Draco pensou que ela estivesse distante demais em seus próprios pensamentos para não tê-lo escutado.
- Não. – ela então respondeu. – Narcisa o contou? – aquela voz sem vida.
- Não. – Draco respondeu.
Hermione piscou e o encarou.
- Seu pai?
Deu de ombros.
- Deixou a cidade faz dois dias. Não falo com ele. – Lúcio ficara três dias preso em casa depois que sua mãe havia o largado, depois disso, deixou Brampton Fort. – Como a convenceu? – era uma pergunta que estava entalada com Draco desde que sua mãe aparecera na porta de sua casa informando que abandonara seu pai depois de anos.
- Eu não a convenci. A ideia já estava com ela faz tempo.
- Mas ela falou com você. Ela quis dizer a você que abandonou meu pai.
- Talvez porque tocamos no assunto aquele dia, algumas horas mais cedo. – Hermione deu de ombros. – Eu sei que você também vem a incentivando a fazer o mesmo faz tempo. Não vou levar crédito pela decisão que Narcisa tomou. Algo fez com que ela o deixasse, porque por mais que a opção de deixá-lo sempre existisse para sua mãe, todos esses anos ela nunca a escolheu.
Ele queria perguntar o que Hermione pensava que tivesse sido. Queria saber se sua mulher pensava sobre aquilo e criava hipóteses tanto quanto ele. Mas apenas ficou calado. Sabia que cruzar aquela linha os levaria de volta a um passado não muito distante e ainda estava convencido de que não era saudável. Manteve-se calado e dessa forma eles ficaram o restante do caminho.
**
Draco se limitava a observá-la de longe. Hermione parecia incomodada com o fato de ter Astoria como companhia, mas ele mais prestava atenção em como ela estava bonita, do que tentava entender o porquê ultimamente a Senhora Bennett deixara de ser uma boa distração. O tecido leve e fino de um tom pêssego lhe caía como o sol quando lhe tocava a pele e fazia um belo contraste com o verde vivo da grama sob seus pés. A lembrança das poucas vezes que vira Hermione sobre o sol, sempre o fazia encher o pulmão de ar. Era uma pena que um dia de primavera como aquele não tivesse o brilho do sol para iluminá-la ainda mais. Podia até mesmo rir daquele pensamento, porque nunca pensou que o sol fosse lhe fazer aquela falta. Nunca gostara do verão. Claro demais. Quente demais. Felicidade demais.
Mas concentrar-se em Hermione daquela forma o fazia pensar que o verão talvez não fosse assim tão ruim, porque ela combinava muito com o verão. Principalmente quando eles ficavam em ambientes abertos como estavam agora. O longo que ela usava era simples, tinha alças e um detalhe na frente que fazia sua barriga, ainda tímida, chamar atenção. As roupas que sua esposa usava agora sempre tinham a preocupação de lembrar a todos de que estava grávida, mesmo que sua barriga ainda fosse pequena e duvidosa. Ouvira um dos curandeiros da ala das enfermarias comentar que Hermione ficaria gigantesca depois que passasse da vigésima semana e Draco ainda não conseguia visualizar como seria isso, mas cada vez que o dia virava ele notava que ela estava diferente e sempre parecia mais bonita.
Isaac riu de algo ao seu lado e ele percebeu que não estava prestando atenção na conversa em sua mesa. Desviou o olhar de Hermione de pé mais a frente, próximo a uma pista de dança vazia, encarando os rostos em sua mesa e tentando pegar por alto qual era o assunto que estava sendo discutido.
Ainda estavam falando sobre a nova ordem de departamentos no Ministério e os rumores sobre o interesse de Voldemort em acrescentar pessoas ao círculo interno. Seu pai podia ser uma péssima pessoa, mas fazia seu trabalho muito bem, porque se as pessoas comentavam sobre aquilo era porque certamente ele estava fazendo seu trabalho como deveria.
- Soube que é Lúcio quem sugere nomes para o círculo interno. – comentou um dos homens.
- Até onde eu saiba, ele é quem colocou e trouxe metade dos nomes que ocupavam uma vaga no círculo interno hoje. – outro comentou.
Draco apenas se manteve em silêncio. Certamente alguém ali estaria esperando pelo momento em que pudesse soltar uma propaganda de autopromoção para que tivesse a chance de chamar atenção o suficiente dele. Quem sabe assim ele levasse o nome para seu pai.
- Lúcio é esperto e entende de distribuição de poder. Tenho absoluta certeza de que o mestre não teria alcançado metade do império que tem hoje se não fosse pela família Malfoy.
Draco precisou conter a gargalhada que quis dar ao escutar aquelas poucas palavras. Aquilo acontecia com tanta frequência quando era obrigado ir a eventos com público mais comum.
- Draco cuida da guerra, não quem entra e sai do círculo interno, Jeremih. – Isaac manifestou-se em bom humor.
- Tudo bem, Isaac. Aposto que ele só está tentando prestar honras a quem deve. – disse Draco e Isaac soltou uma gargalhada. Ele teve que conter sua própria novamente. – Estamos sendo bem recompensados, Jeremih. Pode ter certeza. Não tem sido tão ruim ocupar os degraus do trono do mestre.
Isaac riu ainda mais alto.
- Você é mesmo um maldito Malfoy! – exclamou o homem e Draco precisou rir ao escutar aquilo.
Seus olhos quase que inconscientemente voltaram-se para Hermione outra vez e, pela terceira vez, ele a encontrou trocando olhares com Theodoro Nott, que sussurrava algo no ouvido da irmã com um sorriso torto nos lábios, mas os olhos fixos em Hermione. Qualquer traço de descontração que havia em seu rosto murchou automaticamente e Draco se limitou novamente apenas a escutar o que os outros em sua mesa conversavam.
Não queria notar em Hermione, mas era involuntário. Quando menos percebia já estava a observando. Queria analisá-la, entender a linguagem corporal dela, saber se estava conseguindo aturar estar ali ou se ela estava prestes a entrar em colapso. Sabia que sua mulher estava cheia de hormônios no corpo e isso a deixava extremamente instável. Queria ficar de olho para entrar em ação caso visse que ela estava prestes a largar toda aquela farsa. Durante a cerimônia de união, ele tivera que segurar as mãos nervosas que ela mantinha sobre as pernas duas vezes, lembrando-a de que não podia simplesmente levantar e ir embora.
Draco sabia o porquê ela estava nervosa. Certamente estava se culpando por esse casamento. Depois que Hermione expôs Nott pela corrupção em seu departamento para a imprensa, eles encontraram coisas ainda mais sujas que tinham o nome dos Nott envolvido. Dessa forma, a família se afundou cada vez mais ao ponto de Voldemort estar cogitando na mudança de governador. Casar a filha mais nova, que mal completara dezenove anos, com o filho mais novo de um dos casais Carrow, que mesmo sendo mais novo tinha no mínimo o dobro da idade da menina, fora uma solução até bem pensada. Os Carrow eram uma peça fundamental dentro do círculo interno e estavam com Voldemort desde o inicio, além de fazerem parte do círculo de famílias tradicionais do mundo bruxo. O único problema é que eles eram cães tão fieis e leais ao mestre quanto Bellatrix. Ele não cheirava nada agradável entre uma aliança dos Nott com os Carrow. Os Nott sempre foram uma peça que ele julgara estar em cima do muro e por muito tempo Draco mantivera Theodoro de seu lado, sempre o bajulando, para que o homem mantivesse a família no status do incerto e não dos cegamente fieis a Voldemort. Os Carrow certamente os colocariam ao lado do Lorde das Trevas. Aquele casamento decretava que os Nott eram definitivamente uma peça perdida dentro de seu jogo. Pelo menos agora tinha certeza de que fizera a escolha certa em trazer de volta o casal Bennett para Brampton Fort.
- O que acha do círculo interno do mestre, Isaac? – Draco manifestou-se quando voltaram a ficar sozinhos na mesa que a organização destinara a eles. Em um lugar não muito privilegiado, ele poderia dizer, o que estava pensando em tomar como uma afronta da parte dos Nott e dos Carrow.
- Das cabeças que estão lá ou da existência dele? – perguntou Isaac.
- Da existência dele. – respondeu Draco.
Percebeu que Isaac notou que aquela não era só uma conversa qualquer com agilidade apenas, porque ele tomou tempo para pensar e escolheu as palavras com o cuidado em soar o mais imparcial possível:
- Acredito ser um modo bem eficiente de dar oitenta braços ao mestre, quando sabemos que ele jamais seria capaz de governar um império com somente dois.
Imparcial. Draco não podia trabalhar com imparcialidade, embora fosse um sinal positivo para o seu lado. Fieis a Voldemort não pensavam na imparcialidade.
- O que você, pessoalmente, acha do círculo interno? – reformulou a pergunta e isso foi sinal suficiente para que Isaac pudesse entender que deveria se posicionar e que a imparcialidade que vinha assumindo nos últimos meses não era mais suficiente.
Bennett acomodou-se melhor em sua cadeira, mostrando que havia entendido bem que Draco estava o colocando diante de dois caminhos bem distintos. Talvez para ele aquele fosse seu veredicto.
- Talvez se um dia o mestre cair, ele cairá por causa do círculo interno. – respondeu. Ainda não era bem um posicionamento, mas Draco conseguia trabalhar melhor com aquilo.
- Por que acredita nisso?
- Porque são muitas cabeças com poder e influência para administrar.
- Você acha que o mestre pensa da mesma forma?
- Com certeza. Ele não é idiota.
- E porque acha que ele continua colocando cada vez mais gente no círculo interno?
- Porque, como eu disse, ele não é idiota. O Lorde precisa de aceitação. Ele sabe que você logo ganhará a guerra dele e então ele não vai poder se manter recluso à Brampton Fort para sempre. Ele não vai querer parecer um maníaco controlador de poder quando precisar finalmente mostrar sua cara. O Lorde ainda precisa convencer quem ficou em cima do muro todo esse tempo do lado de fora o apoiando na guerra porque era mais seguro. E claro que ele sabe que o círculo interno tem seus benefícios. Como eu disse. O círculo interno o faz ter oitenta braços ao invés de dois.
Isaac não era idiota, por mais que se fizesse de um muitas vezes. Draco apreciou mais um gole de seu vinho e pensou um pouco mais sobre como iria prosseguir aquilo.
- Um império fundado por guerra é obrigado a ser mantido pela guerra. Montesquieu disse isso. – Draco apenas comentou.
Isaac se manteve em silêncio um tempo e até olhou para os lados, como se estivesse incomodado por estarem conversando aquilo ali e não em algum lugar escondido, longe dos ouvidos e da presença alheia. O homem ainda não entendia que não se podia ser tão óbvio quando se queria conspirar debaixo do olhar de Voldemort. Nada de salas trancadas, notificações confidenciais e cochichos por aí. Seria óbvio demais.
- Você acha que pode mudar isso? – Isaac o encarou e Draco fez o mesmo. – Acha que pode fazer com que o império do mestre se mantenha sem guerra?
- Ele não teria um império se eu fosse capaz e ele quer um império. Mas isso não interessa. O que o mestre quer é claro. Ele quer ser absoluto. Quero saber é se você acredita que um império fundado por guerra é obrigado a se manter por guerra.
- Soa como a realidade que a história tem nos mostrado até hoje, não é mesmo?
- Não quero saber da história, Isaac. Quero saber de você. Sim ou não. Acredita ou não? – estava farto daquela imparcialidade.
Não culpou Isaac pelo nervosismo aparente. Era evidente que ele tinha que tomar o posicionamento que Draco acreditava que ele vinha esperando para tomar a tempos ali.
- Sim. – Bennett soltou finalmente. – E não acredito que uma guerra possa ser invencível para sempre. Seria utopia.
Draco poderia sorrir se aquele não fosse um momento significativo. Era aquele o posicionamento que estivera esperando.
- Então acredita que o mestre não pode ser invencível para sempre.
Isaac suspirou como se estivesse incomodado que precisasse se posicionar com mais firmeza. Draco precisava que ele fizesse.
- Sim.
- Acredita que ele cairá algum dia?
- Sim.
- Quer estar ao lado dele quando isso acontecer?
- Não.
Era tudo que precisava. Acomodou-se melhor no espaldar de sua cadeira e desviou o olhar, passando-o sobre a tediosa festa que se seguia naquele jardim. Tomou um gole de seu vinho. Pelo menos tinha vinho.
O nervosismo de Bennett mostrava que ele estava tão incerto sobre Draco quanto Draco ainda tinha seus receios com relação a ele. De qualquer forma, isso era um ponto positivo. Ao menos Isaac não estaria com o pensamento fixo de que ele era um conspirador declarado por aí.
- Gostaria de entrar para o círculo interno, Isaac?
- Você tem o poder de me colocar lá?
- Quando responder minha pergunta, responderei a sua.
- Sim, gostaria.
- Ótimo, porque eu tenho o poder de te colocar lá. Não diretamente. Primeiro porque não quero que as pessoas associem o fato de você ter chegado lá por minha causa, segundo porque não dito quem entra e quem sai. Trabalho com as circunstâncias. – como um bom Malfoy.
O homem ficou em silêncio por mais alguns segundos, como se estivesse incerto se deveria ou não dizer algo. Não demorou e ele logo soltou:
- Como eu poderia te servir lá?
- Me servir? – o encarou. – Somos pessoas egoístas, Isaac. Não precisa fingir que não somos. Você não vai fazer nada por mim, quanto menos, me servir. Temos nossos próprios interesses e qualquer coisa que fizermos será por nós mesmos. Não quero estar do lado do Lorde quando ele cair tanto quanto você não quer. Temos apenas nossos interesses em comum. Até aqui é o mais longe que iremos por enquanto.
Isaac concordou com um aceno único de cabeça, e então, soltou um riso fraco, acomodando-se mais no espaldar de sua cadeira.
- Você realmente é um maldito Malfoy.
Draco sorriu em resposta.
- Somos pessoas espertas, não cães como os Carrow. Tenha isso em mente.
Isaac riu e então eles ficaram em silêncio por mais um tempo ao qual Draco julgou necessário. Bennett precisava digerir aquela conversa para entender que agora ele não era apenas um simples Comensal de Voldemort servindo em Brampton Fort.
- Acha mesmo que pode criar um espaço para mim no círculo interno?
- Não vou criar nenhum espaço. O espaço perfeito para você já existe.
- E está ocupado, presumo.
- Pessimamente ocupado, por sinal. – ressaltou.
Isaac pareceu confuso.
- Cansei dessa subjetividade, Draco.
Draco sorriu. Bebeu seu vinho.
- Vamos lá, Isaac. Pense mais um pouco. Você conhece bem a cidade por trabalhar com a segurança dela, é bom com política, tem experiência com negócios, é influente. Seria o governador ideal para Brampton Fort.
- Theodoro é o governador de Brampton Fort.
- Quer fazer parte do círculo interno ou não? Theodoro sequer conhecia da setorização da cidade quando o mestre o nomeou para governador. Hermione fez oitenta por cento do serviço dele quando estava no departamento e com o triplo de qualidade. O povo sabe que Theodoro é um fracasso estando no cargo que ocupa e te aceitariam facilmente.
- Os Nott fizeram uma aliança com os Carrow. Vai mexer com as duas famílias se tirar Theodoro da posição dele.
- Não será tão diretamente assim, Isaac. Como disse, trabalho com as circunstâncias. E, aliás, estou aqui no casamento deles, eu e minha mulher. Somos, em parte, responsáveis pela aliança deles. Eles sabem separar os negócios do pessoal.
- Theodoro não ficaria feliz.
- Ele cavou a própria cova. – Draco fez questão de dizer ao vê-lo novamente com os olhos em Hermione. Já via o quanto sua esposa estava incomodada com aquilo. Algo havia acontecido entre eles ou Theodoro estava apenas o afrontando, porque ele não era idiota e bem sabia que Draco estava de olho.
O silêncio novamente.
- Eu sou a única peça do seu jogo, Draco? – Isaac perguntou alguns segundos depois.
Ele sorriu. O homem ali não era nenhum estúpido.
- Todos são uma peça do meu jogo.
Isaac riu com vontade.
- Você tem sorte de ser um Malfoy, sério, e eu prefiro me grudar com um Malfoy a qualquer outro.
- Nem todo mundo tem um cérebro inteligente como o seu. – e Theodoro era um deles, porque havia acabado de se levantar e lançara um olhar para ele antes disso, o que foi recado o suficiente para Draco, que tratou de fazer o mesmo. Sabia que Hermione era o alvo de Nott e não tinha a mínima pretensão de deixá-lo chegar perto de sua mulher. Não quando ele estivesse presente. – Preciso de uma dança com a minha mulher. Ela está bonita demais só para ser observada hoje. – foi sua licença concedida prontamente por Isaac.
Foi até Hermione, esta que não estava muito distante. O que o fez chegar bem antes de Theodoro, o obrigando a desviar para um grupo de conhecidos no meio do caminho. Eles dois trocaram rápidos olhares e Draco voltou sua atenção para Astoria e Hermione, após passar seu recado silencioso de que Theodoro não deveria ousar se aproximar.
Pediu os próximos minutos de sua esposa para Astoria e ela os concedeu num tom bastante contente, deixando-os a sós. Draco fez questão de tocar as costas de Hermione e estendeu sua mão bem a frente dela. Os olhos dourados de sua mulher o encararam sem entender o convite dele.
- Não pode recusar uma dança ao seu marido na frente de tanta gente, Hermione.
Ela olhou a pista de dança. Estava quase vazia se não fosse por um ou dois casais que ocupavam o espaço dançando ao som de um jazz suave. Forçou um sorriso de satisfação e felicidade e aceitou a oferta colocando sua mão sobre a dele.
Draco conhecia todos os sorrisos falsos dela, porque ela só tinha um verdadeiro e aquele sim, era único e glorioso. Era absolutamente inconfundível quando Hermione abria um sorriso sincero.
Conduziu-a até o centro da pista. Não se importou com os olhares sobre eles. Isso era algo bom. Colocou as mãos dela uma sobre cada ombro seu e aproximou-se deslizando as suas pela cintura dela. Seu corpo inteiro respondeu à proximidade e Draco sentiu como se quisesse derreter e evaporar ao mesmo tempo. Seu sangue esquentou quando o corpo de Hermione colou no seu. Céus, como ele sentia falta do corpo dela, do calor da pele dela contra a sua, das formas dela, da maciez, dos sons dela. Ele a queria muito e era louco saber que seu corpo era capaz de responder como se estivesse sem tocar qualquer mulher há anos.
- Relaxe, Hermione. – ela estava com todos os músculos tensionados desde o começo daquele casamento, porém não o obedeceu. – Relaxe os músculos. – Draco pediu mais uma vez e sua mulher continuou a não obedecê-lo. Não que ela não quisesse. Talvez apenas não estivesse conseguindo. Ele a apertou mais contra seu corpo, deixando suas mãos tocarem a pele exposta das costas dela e colou a boca próxima a seu ouvido. – Concentre-se. – sussurrou.
O corpo dela tremeu contra o seu e, no mesmo segundo, Hermione encheu os pulmões. Precisou de um ou dois segundos para segurar o ar e quando o soltou, seus músculos tensionados relaxaram aos poucos.
Eles começaram a se mover no ritmo calmo da música de fundo. A respiração de Hermione em seu pescoço era cruel e o fazia querer sentir o hálito dela conta sua boca. Desceu sua mão pelas costas dela para poder atualizar sua memória sobre a textura e a temperatura da pele macia.
No segundo em que Draco debatia consigo mesmo se a vontade de beijá-la era consequência da proximidade ou da falta que tinha em sentir o gosto dela, seus músculos travaram e sua primeira reação foi afastar-se dela, mesmo que o mais discretamente possível, quando sentiu um estranho e rápido movimento do pequeno volume em sua barriga.
- Oh. – Hermione alisou sua barriga sobre o tecido fino do vestido. – Sentiu isso?
Draco sorriu. Foi involuntário e incapaz de ser contido.
- Sim. – ainda a segurava pela cintura e quando a encarou, viu-a sorrir. O dela pareceu sair tão inevitavelmente quanto o dele. Draco não via o sorriso verdadeiro de sua esposa fazia tanto tempo que, de repente, seu coração pareceu grande demais para o espaço que ocupava. – Isso foi...
- Sim. – a reação de Hermione foi quase que uma mensagem para ele. Será que ele deveria demonstrar mais que se importava com os filhos? Sentia que dava tanto de si para garantir o futuro deles, seria mesmo possível que ele estava sendo exatamente como seu pai era? Será que ele estava se dedicando mais ao nome Malfoy do que propriamente a sua família? Talvez Draco devesse perguntar à Hermione sobre eles, sobre o desenvolvimento deles. Talvez devesse tocar a barriga dela como tantas pessoas estranhas faziam. – Eu não achava que conseguiria senti-los. Não agora. Na verdade, eles não costumam se mexer assim.
- Eles se mexem muito? – de repente ele se viu absurdamente curioso.
- Não. – sua mulher respondeu e ele tornou a abraçá-la. – Quero dizer... – ela descansou a cabeça em seu ombro e os dois voltaram a se mover ao som da música. – Acredito que eles se mexem bastante, apenas estou começando a senti-los com mais frequência agora.
- Talvez devêssemos começar a pensar em nomes.
- Você tem alguma ideia? – a leveza do tom dela o fez sentir-se realmente próximo a ela depois de tanto tempo.
- Não. Na verdade, nunca pensei que realmente fosse me importar com meus próprios filhos. Sempre soube que deveria trazer um herdeiro para carregar meu sobrenome, mas nunca pensei que fosse me importar com ele da forma como me importo agora. Nunca pensei que fosse ser algo tão importante. – mais uma vez Draco estava os levando de volta ao que costumavam ser não fazia muito tempo. Suspirou. – Queria que pudéssemos ser uma família, Hermione. Mas eu não sei o que é uma família e nós, eu e você, também jamais poderíamos ser uma.
Ela não disse nada de imediato, mas eventualmente acabou comentando algo:
- Ficaria satisfeita se pelo menos pudéssemos, quem sabe um dia, resolver o ódio que carregamos um pelo outro.
Ah, sim. O ódio, os preconceitos, os fatos do passado. Aquilo seria uma tarefa difícil. Talvez impossível. Mas eles tinham uma vida inteira juntos. Será que um dia os dois seriam capazes de curar todo o ódio? Quem sabe se eles chegassem a esse estágio um dia, ele poderia tê-la por inteiro, sem sentir o receio de que em alguma hora uma lembrança fosse trazer aquela vontade de fazê-la sofrer, aquela vontade de exigir vingança.
Suspirou.
- Talvez eu também ficasse apenas satisfeito se pudéssemos. – mas não queria mexer nas lembranças que o fazia ter razões para odiá-la. Não era o momento para trazer aqueles sentimentos à tona. Ela estava grávida, eles estavam em público e Draco sabia que já podia ser bastante ignorante mesmo sem pensar naquilo que traria seu ódio por ela.
Eles continuaram em silêncio e Draco avaliou o quanto havia sido arriscado ter iniciado aquela conversa. Os dois não deveriam voltar jamais para aquele estágio de estarem tão próximos, por mais que ele quisesse, por mais que ele sentisse falta. Era arriscado devido ao número de problemas que carregavam e ao receio que ele tinha de pisar naquele território sabendo que os dois eram incompatíveis.
Percebeu o mais novo casal Carrow deixar a mesa de príncipe e princesa que haviam toscamente preparado para os dois e para os familiares. Eles foram em direção à pista de dança e Draco notou que Hermione percebera o mesmo que ele quando seus músculos tencionaram novamente.
- Relaxe, Hermione. – disse mais uma vez. - Tente fingir que somos somente eu e você.
- Por que eles nos convidaram? – a voz dela foi baixa, abafada e vulnerável. Ela estava se permitindo ficar daquela maneira ali porque sentia culpa e ele temia que as pessoas pudessem ver isso.
- Somos a única chance de garantir que eles estarão nos jornais amanhã. – Draco respondeu.
Ela soltou o ar, cansada.
- Os Carrow me olham como se a única coisa que eles fossem capaz de ver é meu sangue trouxa.
- Metade dos Carrow são mestiços, Hermione. Está se deixando ficar vulnerável demais.
- Eles me acusam com todos esses olhares e essas indiretas... – ela suspirou. - Por que infernos eles não casaram Theodoro? Será que eles não têm a mínima noção de crueldade? A pobre garota ainda nem completou vinte anos! Ela me olha como se eu fosse a culpada por estar estragando todos os sonhos dela, por estragar todo o restante da vida dela, por estragar todos os anos que ela ainda poderia desfrutar estando livre, e eu sei que eu tenho essa parcela de culpa...
- Pare, Hermione. Se eles fossem casar Theodoro, teriam o casado com Pansy e os Parkinson têm uma aliança muito mais forte conosco do que com os Nott. Nenhum Parkinson arriscaria fragilizar uma aliança com Malfoys por um casamento com uma família que está perdendo influência.
- Esse não é o ponto...
- Esse é o ponto principal. – ele a cortou. Hermione havia abaixado a guarda quando relaxou os músculos. Talvez tenha encontrado algum tipo de conforto nele, ou estava desesperadamente procurando por um, para estar simplesmente colocando para fora aquilo que a afligia como se eles nunca tivessem concordado em voltar a ser o que eram quando se casaram. Draco não iria confortá-la. Primeiro porque não era esse tipo de pessoa, segundo porque sequer sabia como confortar alguém. O grande conflito que se passava era que se via incapaz de tratá-la com indiferença ali, quando sua mulher estava tão prontamente exibindo seu coração inteiro junto com suas aflições. Ela estava gerando seus filhos. Estava passando por toda aquela mudança de corpo e hormonal para trazer ao mundo as vidas que haviam criado juntos. – Você sabe que ninguém aqui se importa com crueldade. – ele suspirou e a apertou mais contra seu corpo. Não podia ser indiferente. Não com sua esposa tão próximo, não enquanto a tocava. Sempre soube que se um dia a tocasse novamente, minimamente que fosse, cederia. E foi exatamente o que fez. Cedeu. – Mas eu sei que você se importa. – Draco sabia que até mesmo seu tom de voz mudou. Até tentou não se entregar tanto quando enterrou seu rosto brevemente por entre os cabelos dela para poder sentir seu cheiro. – Podemos ir embora se você quiser.
A primeira reação de Hermione ao escutar aquilo foi erguer os olhos e a cabeça para ele. Draco pôde ver a surpresa dela por um segundo antes de ser substituída por um brilho quase imperceptível de esperança e o indício de um sorriso verdadeiro beirar seus lindos lábios. Mas como se um filtro de realidade tivesse sido colocado à sua frente, tudo aquilo foi embora muito antes de parecer ter chegado e Hermione apenas puxou o ar.
- Não. – foi séria e ele percebeu os músculos dela tencionarem novamente. – Temos um papel para cumprir aqui. – e ela escondeu tudo atrás de uma expressão neutra como a vira fazer muitas outras vezes. Aquilo o lembrava sua mãe. Tudo bem que sua mulher muitas vezes acabava mostrando sua vulnerabilidade, mas o número de vezes que a via se esforçar para esconder isso era muito maior.
Tocou o rosto dela.
- Está se tornando uma boa Malfoy. – ele sabia que ela se tornaria exatamente como sua mãe. Hermione esconderia tudo que era atrás de sua máscara Malfoy. Talvez Draco também fosse o mesmo. Só que era apenas natural para ele. – Isso tem te feito mal.
Ela suspirou e tornou a acomodar a cabeça em seu ombro.
- Você não se importa com isso.
Por que Hermione estava sempre o julgando? Inferno! Ele sentia falta da mulher que não o julgava quando eles apenas conversavam no escuro da noite.
- Você parece ter pouco conhecimento das coisas das quais me importo, Hermione. Não faz nem uma semana que me condenava por passar cada segundo livre do meu dia com uma mulher diferente, como se eu não tivesse prioridades. – Soltou o ar frustrado no mesmo segundo que se calou, arrependendo-se de suas palavras. Eles sempre entravam no campo da discussão com uma facilidade tão grande. Isso era o que o preocupava. Isso era o que o fazia ter certeza de que realmente deveriam se manter no nível da indiferença. Naquele nível, eles eram incapazes de afetar um ao outro daquela forma.
- Deveríamos apenas ficar calados, Draco. – ela soltou.
Sim, como sempre. Era sempre melhor ficarem calados. Por que agora, sempre que abriam a boca, os dois acabavam entrando no campo da discussão uma hora ou outra, como quando se casaram, e ele sempre acabava odiando Hermione mais ainda pelo silêncio e frieza com a qual ela sempre escolheria tratá-lo.
Então eles ficaram em silêncio.
Mas era uma tortura. A respiração dela em seu pescoço, o calor do corpo dela contra o seu, o cheiro dela... era tudo exatamente como quando costumavam ficar antes de dormir, não fazia muito tempo. Eles conversavam antes. Sabiam conversar sem discutir. Deus! Draco sentia falta. E por mais que ele estivesse convencido de que deveriam se manter no nível da indiferença, não conseguia deixar de sentir falta.
- Acabei de conversar com Isaac. Vou colocá-lo no lugar de Theodoro. – tentou novamente. Dessa vez seria mais cuidadoso e talvez até desse certo.
Hermione não disse nada imediatamente.
- Você não tem esse poder. Principalmente agora que o Lorde não está muito contente com você. – foi o que ela respondeu. Seu tom não era o mesmo de quando estavam no escuro do quarto. Aquele tom o fazia lembrar de que sua mulher o odiava.
Ela estava com a guarda de pé, os músculos tensos e a muralha de proteção erguida, separando-a dele por completo por mais que estivessem colados um no outro. Draco não havia falhado quando ela abaixara a guarda. Fora compreensivo. Mas no momento que Hermione a colocou de pé novamente, ele a confrontou e, por isso, não tinha o direito de reclamar da frieza dela.
- Posso trabalhar com as circunstâncias. O departamento dele já está em pedaços. Não seria difícil. Meu pai entraria com a sugestão ao mestre. Isaac é uma boa peça para se ter no círculo interno. Ele é amigo de todo mundo e às vezes se faz de idiota para não ser percebido. Ninguém o enxerga como ameaça por ser de uma família tradicional que sempre manteve laços estáveis e bem equilibrados com todas as outras. Posso usá-lo.
- Ele quer ser usado?
- Ele tem praticamente implorado, Hermione. Por mais que Isaac esteja navegando na imparcialidade para todo o resto de Brampton Fort, ele deixou claro que a aliança que pretende manter é conosco. Ele sabe que o império do mestre não é infinito e que se existe uma família que vai estar de pé quando o Lorde cair, essa família somos nós.
- Isso é algo completamente diferente de querer trabalhar para derrubar Voldemort.
- Eu disse que vou usá-lo, não que vou fazê-lo ficar de acordo com uma conspiração. – Draco já sabia que talvez ela estivesse o julgando naquele exato momento, simplesmente porque sabia que todo esse jogo de interesses para grifinórios era algo deplorável. Grifinórios e o patético espírito de lealdade que tinham. Ao menos sabia que Hermione não abriria a boca para condená-lo porque ela já tinha aprendido que não havia lugar para heróis em Brampton Fort. Heróis eram engolidos ali. Ela sabia que precisava ser esperta e sorrateira. Esse era o lema.
- Creio que devo continuar fingindo minha boa amizade com Astoria, então. – jogou ela.
- Sim. – ele respondeu. – Os Bennett estão nos usando para influência, nós vamos usá-los para nossos interesses. A troca está sendo bem feita. Eles ficam satisfeitos e nós também.
Hermione suspirou
- Acaso existe alguma amizade que eu poderia ter aqui à parte dos negócios?
Não. Era a resposta para a pergunta dela. Mas sua mulher já sabia a resposta e Draco mais uma vez seria compreensivo:
- Sei que isso pode ser cruel para você, Hermione, mas isso aqui não é o salão comunal da Grifinória. Sabe disso.
- Fico satisfeita que ao menos tenha consciência de que é cruel para mim. – foi tudo que ela disse. Baixo, mas no tom certo para que ele pudesse escutar.
E ali estava Hermione novamente, prestes a abaixar a guarda. Em sua mente, tentava entender a dela. Não tentava julgá-la, embora fosse difícil. Grifinórios tinham um coração voraz, feroz e corajoso. Isso fazia com que tivessem uma mente impulsiva e consequentemente estúpida. Talvez isso que a deixasse tão confusa, tão perdida e tão infeliz, porque ali ela precisava ser esperta, sagaz e sorrateira e isso matava o coração tão ativo e grifinório que tinha. Draco não conseguia compreender como isso a afetava tanto. Ter um cérebro esperto e em constante alerta era tão melhor do que um coração que a guiasse a decisões estúpidas e impulsivas. Será que Hermione entendia isso? Ele sabia que ela entendia. Sua esposa era boa em ser esperta e atenta a detalhes. Ela conseguia ser uma boa sonserina. Na verdade, ela era todas as casas. Tinha o coração de um grifinório, o cérebro de um corvinal, a educação de um Lufa-lufa e o ego de um sonserino. Hermione era um pouco de cada casa. Mas ser obrigada a ser somente uma sonserina ali, fazia-lhe mal. Draco não entendia.
Era possível que ela estivesse saturada de tentar administrar ser uma sonserina sem matar seu coração grifinório. Talvez ela estivesse perdida em si mesma, tentando entender aquilo que perdera e aquilo que ganhara de quem pensava ser desde que se tornara uma Comensal. Quem sabe, Hermione mesma estivesse se julgando duramente. Ele não sabia. Não saberia. Ela não diria a ele. Talvez se eles conversassem mais vezes sem discutir, Draco poderia alcançar novamente a mulher que costumava ser um livro aberto para ele não fazia muito tempo.
Quem sabe, ainda fosse melhor que os pensamentos dela mantivessem-se um enigma. Talvez o certo fosse mesmo que os dois não se compreendessem e que continuassem insistindo naquela incompatibilidade. Desta maneira, Draco possivelmente conseguisse manter-se a odiando como sempre odiara, por mais que tudo parecesse tão confuso agora. Em algum momento, inevitavelmente, tudo teria que voltar ao normal. Não era possível que não fosse voltar. Eles eram opostos. Fazia todo o sentido que voltasse. Quando pensava assim, sempre se martirizava por ter sido descuidado com Hermione. Quando perderam a filha, ele só queria que ela não ficasse trancada no quarto o dia inteiro, porque isso era o que ele próprio queria também, mas não era o certo. Queria ser um suporte para sua esposa, assim como ela também seria para ele, mas acabara que se permitira demais com Hermione.
Por que havia sido tão diferente com ela? Draco tinha se permitido tão igualmente com outras mulheres, principalmente Astoria, em outros momentos de sua vida e não havia sido como fora com Hermione. Por que logo com Hermione? Existiam tantas mulheres no mundo! Por que logo ela?!
A música chegou ao fim, mas ele não a soltou. Ela também não fez menção de se afastar. A sorte que tiveram foi que outra começou logo em seguida. Aquilo estava se saindo melhor do que Draco esperava. Ficar ali com ela o distraía dos indiscretos olhares da família Nott, principalmente os de Theodoro. Naquele momento, ele não precisava se mostrar contente e feliz, não necessitava exibir uma falsa educação sempre que alguém tentasse puxar assunto com o Malfoy presente em um casamento qualquer, não tinha que se preocupar se estava ou não mostrando seu perfeito relacionamento com Hermione como deveria, nem precisava se atentar em desvendar se sua esposa estava ou não prestes a sair correndo. Ali, Draco podia apenas aproveitar que a tinha tão próximo dele e estava a tocando. Era assustador ver o quanto seu corpo ainda a queria, mas apenas de todos aqueles pontos positivos, o mais assustador era perceber que sentia mais falta de Hermione do que só do corpo dela. O silêncio e a distância que ele podia enxergar entre suas almas era tão claro que o mostrava, mais uma vez, o quanto ele sentia falta de sua mulher.
Mais uma vez, porque era cada vez mais nítido, conforme os dias se passavam e eles se afundavam naquele estado de indiferença, o quanto ele a queria. Não o corpo dela, mas ela em si. Sexo ele tinha. Qualquer mulher que Draco se esforçasse em olhar por mais de três segundos certamente o daria sem hesitar. Ele não precisava de sexo, mesmo que seu corpo respondesse à presença do de sua esposa até quando ele não precisava. Ele a queria. Hermione. A voz dela, a companhia dela, os pensamentos dela, a sinceridade, honestidade, a inteligência, a cumplicidade. Draco queria tudo de volta. Sentia que podia ter muito mais do pouco que tivera dela no curto tempo em que a relação deles alcançara um estranho nível de harmonia. Quanto mais os dias se passavam, mais ele percebia e era capaz de enxergar claramente que precisavam voltar para aquele estado, porque ele a queria. Todas as vezes que era obrigado a tocá-la, todas as vezes que estavam em público e precisavam agir como se fossem o casal mais perfeito da humanidade, Draco percebia que a queria de volta porque podia sentir a proximidade de seus corpos, mas ainda mais evidente a distância de suas almas. A troca de sorrisos falsos que sumiriam assim que ninguém estivesse olhando para eles, as mãos atadas que deslizariam para longe uma da outra assim que saíssem de frente as câmeras, os olhares vazios que sempre continuariam vazios, tudo como se fosse um trabalho que deveriam cumprir, um negócio, um plano esquemático e bem calculado. E todos acreditavam na performance deles. Simplesmente porque aquele lugar já estava acostumado com falsidades. E assim ele a tinha por perto, sempre, mas não provava dela. Isso só piorava sua vontade de tê-la.
Por que eles faziam tudo aquilo, afinal? Questionava-se de vez enquanto. Toda aquela confusão de estarem afastados, como se fosse a melhor decisão que haviam tomado, quando claramente eles estavam num estágio muito pior agora do que quando se casaram. No inicio do casamento era puro ódio. Desejo também, claro, mas apenas porque eram homem e mulher e a atração era inevitável. Mas agora não era só ódio. O ódio ainda existia porque não era muito difícil para Draco sentir a vontade de colocá-la na forca de Voldemort, quando se lembrava das vezes em que tivera que se humilhar diante de todo o círculo interno, no salão principal da Catedral, para explicar que havia desperdiçado o tempo e o dinheiro de seu mestre numa missão onde perdera metade de seus homens por causa de uma maldita Sangue-Ruim que conseguira ser mais inteligente. Porém, a diferença é que mesmo que ainda sentisse esse ódio e essa vontade de entregá-la nas mãos de Voldemort quando se lembrava dessas coisas, agora Draco hesitava. Hesitava porque há tempos essa Sangue-Ruim morava em sua casa, dormia em sua cama, carregava seus filhos, usava seu sobrenome e fazia sua cabeça enlouquecer.
O que seria do futuro deles? Lutavam para salvar os filhos e acabar com Voldemort pelas sombras. Se eles conseguissem isso, o que seria do mundo quando o Lorde caísse? O que seria deles? Morariam juntos? Continuariam aquela farsa de casal perfeito? Certamente não. Mas como poderiam seguir suas vidas, estando eles ligados um ao outro. Não somente estariam casados como estariam com dois filhos. Será que eles poderiam se separar? Divórcio era uma palavra inexistente nos casamentos de sua família, mas nascidos-trouxas também. Seu pai sempre havia o alertado de que nenhum Nascido-Trouxa podia assinar um contrato de casamento com a pena dos Malfoy, mas na noite de seu casamento, Hermione pegou a caneta e assinou seu nome naquele papel sem nenhum problema. Ainda assim, Draco havia mantido o pensamento de que, se ela era uma exceção na linhagem de toda a sua família, certamente o casamento deles também poderia ser uma exceção no perfeito histórico de todos os casais felizes para sempre dos Malfoy. Mas com crianças...
Deveria haver um jeito. Eles poderiam seguir vidas separadas dentro de uma casa. Claro que poderiam. Só não queria que Hermione fosse como sua mãe. Ela não seria. Ela não o amava. Mas então porque sua mulher havia se tornado tão igualmente à Narcisa, ultimamente? Não falhava com o jantar, mantinha a casa em ordem, cuidava da organização de suas roupas e inclusive as separava para ele quando tinham eventos importantes a comparecer. Ela também ficava sempre em silêncio durante o jantar e em todo o momento em que não era obrigada a dizer algo. Até havia voltado a organizar a mesa como ele ordenava que fosse organizada antes deles se casarem e ela mudar tudo.
Hermione precisava estar bem consigo mesma para que os dois pudessem viver em paz debaixo do mesmo teto, mesmo que fossem viver vidas separadas. Draco, talvez, pudesse intervir nisso sem acabar se aproximando como da última vez. Talvez. Bem, quem sabe se ele tentasse entender o coração grifinório dela, se ele fosse mais atento ao que importava para sua esposa, ao invés de tentar mostrar que uma mente esperta e pretensiosa era muito melhor do que um coração dominador e que somente assim Hermione poderia sobreviver ao mundo em que viviam. Ele precisava cuidar disso, sempre pensava à frente. Precisava fazer isso pela paz em sua casa e pelos seus filhos. E... por ela?
- O que vai fazer amanhã, Hermione? – cortou o silêncio entre eles.
- Trabalhar com a Comissão em cima dos feitiços que vai precisar para o ato final em York e tentar progredir nos estudos para violação do sistema de segurança da Ordem. – ela respondeu.
Ele poderia rir daquela resposta facilmente.
- Sabemos que você não está trabalhando em nada disso. – o ato final de York já havia sido discutido e Hermione enrolava a Comissão com a quebra da segurança da Ordem porque, provavelmente, estava confusa se queria ou não fazer aquilo. Ela havia desenvolvido o sistema de segurança da Ordem e sabia exatamente como derrubá-lo. Aqueles estudos com a Comissão eram uma grande besteira que Draco só não discutia porque sabia que ela ficaria naquele irritante silêncio, concordaria com ele no final e faria coisas completamente diferentes do acordado.
- Por que perguntou então?
- Porque quero que faça algo comigo amanhã.
- O que irá fazer amanhã?
- Vou para York e quero que vá comigo.
Hermione ficou em silêncio alguns segundos.
- Vai sair de Brampton Fort? – ela indagou aquilo porque Voldemort sempre encontrava desculpas para detê-lo ali. Ou talvez fosse porque eles conversavam tão pouco, que até mesmo informações importantes como aquela acabavam não sendo trocadas. – Posso mesmo ir com você? O que quer que eu faça em York? O grupo da Comissão que destinei para lá pode muito bem fazer o trabalho sem mim.
- Não quer ir?
- Não.
Foi a vez de Draco ficar em silêncio. Ele não entendia mais nada do que acontecia com sua mulher. Que infernos se passava na cabeça dela?
- Por quê? – perguntou.
- Porque não sinto vontade.
Não sentia vontade?
- Do que sente vontade, Hermione?
Ela não respondeu. Na verdade, ele pensou que ela não fosse responder por que a pergunta ficou no ar por quase um minuto inteiro.
- Desaparecer... talvez... – ela sussurrou tão baixo que Draco mal pôde escutar.
Desaparecer? Para onde? Aquilo não fazia sentido. Mas o tom que Hermione usara o fazia querer abaixar o dele também. Fazia-o querer sussurrar em seu ouvido o que havia de errado, mas talvez isso fosse só aquela constante urgência em saber o que se passava na cabeça dela incomodando-o novamente.
- Isso é impossível. – acabou por dizer. Draco não era não iria confortá-la. Não era esse tipo de pessoa. Ela sabia. – De qualquer forma, você não tem escolha. Irá comigo.
Hermione suspirou com muita calma, soltando o ar, como se esperasse que pudesse ficar fazendo aquilo por muito mais tempo.
- Que horas devo ficar pronta?
**
Draco havia a visto. Mais cedo. Antes de ficar pronta para sair de casa e ir atender a mais um evento aquele dia.
Hermione estava exausta, ele sabia. Haviam deixado o casamento e seguido direto para a Catedral. Na volta para casa era notável que ela estava exausta, pois sempre tinha dores de cabeça devido à gravidez quando se sentia cansada. E era notável. Sua esposa fechava os olhos de uma forma diferente e franzia o cenho discretamente quando era incomodada por àquela dor. Quando ele entrou no quarto após o jantar, ao invés de seguir para seu escritório, decidiu que preferia tomar seu banho para, possivelmente, ir dormir mais cedo já que sabia que ela não teria a chance e eles sempre procuravam ir para a cama em horários diferentes agora. Mas no momento que se aproximou do closet, Draco parou para vê-la deslizar um espetacular vestido verde por seu corpo já mudado. Hermione era magnífica, grávida chegava a ficar quase gloriosa, mas então ela se apoiou em sua penteadeira curvando o tronco e soltou o ar ao fechar os olhos. Seu rosto se contorceu e sua mulher o cobriu com as mãos quando seu corpo sofreu os espasmos do choro aparente.
Ela estava chorando e no momento em que essa informação bateu contra ele, Hermione descobriu o rosto, apoiou-se novamente na penteadeira, olhou-se no espelho, encheu o pulmão e ficou se encarando até que conseguisse colocar novamente em sua expressão, a máscara da neutralidade.
Draco ficou confuso se deveria ir embora, ou continuar o que tinha em mente com indiferença. Se deveria ir até ela, mencionar ou perguntar algo. Mas ele ficou parado a observando restabelecer seu controle, fechar o zíper do vestido e procurar por suas jóias. Só quando viu que sua mulher finalmente havia retomado o controle foi que Draco entrou. Seguiu direto para o seu lado do closet tentando ignorar a presença dela. Despiu-se calmamente, enquanto Hermione finalizava sua produção. Quando tudo ficou pronto, ela sumiu também, ignorando a presença dele, exatamente como ele havia feito com ela.
Agora que Draco estava no sofá, ao lado da lareira do quarto com uma das taças de um vinho que buscara na adega, ele repassava aquela cena em sua cabeça, repetidas vezes. Sua mente não parava de bombardeá-lo com todas as vezes que vira sua mãe naquele mesmo estado. Será que ele estava mesmo sendo exatamente como seu pai? Por que Hermione e ele estavam andando por um caminho tão parecido com o de seus pais, quando sabia que ela não o amava como sua mãe amava Lúcio? Não fazia sentido. Não fazia o menor sentido.
Deixou a taça de lado, saiu do quarto e avançou o corredor para a ala oposta de onde estava. Bateu à porta do quarto que Hermione preparara para sua mãe e por um minuto longo ele não teve nenhuma resposta, até que escutou a voz fina e baixa de Narcisa responder que a porta estava aberta.
Draco entrou. Ela já estava pronta para dormir. A longa camisola, os cabelos escovados e lisos até abaixo do ombro, o rosto limpo, mas vermelho. Seus olhos brilhavam. Sua mãe tinha um livro na mão. Parecia um álbum. Ele se aproximou e encostou-se no dossel da cama em que Narcisa dormia para poder encará-la de frente. Vê-la naquele estado sempre o assustava. Ela era tão forte. Draco se lembrava que ela era tão forte.
- Já disse que irá pegar um resfriado se continuar dormindo sem camisa. Principalmente se ficar andando por aí descalço. – Narcisa sabia que ele não pegaria, mas talvez precisasse apenas sentir um pouco do coração materno que tinha.
- O que significa aquilo? – Draco apontou para o malão fechado de sua mãe parado ao lado da porta. – Hermione disse que você havia desfeito sua mala. – e ele podia ver as gavetas abertas e vazias do armário próximo à janela.
Sua mãe abaixou os olhos para o álbum em seu colo. Draco pôde ver as imagens se movendo da distância em que estava. Ela passou a página com calma, mas sem prestar realmente atenção em sua ação.
- Tive um momento... – Narcisa engoliu as palavras. – Pensei em talvez... – hesitou. – Quase voltei para casa mais cedo.
Ele soltou o ar e cruzou os braços.
- Aquele lugar não é mais sua casa, tire isso da sua cabeça.
- Então que lugar é minha casa, Draco? – ela ergueu os olhos para ele. Sua mãe sofria. – Eu preciso pertencer há algum lugar.
- Eu sou sua casa, o que significa que essa é sua casa. Você não precisa sair daqui.
- Sim, eu preciso. – Narcisa estava convicta. – Eu não quero ficar aqui. Me faz mal ver você e Hermione se afundando na vida que seu pai e eu tivemos. Vou para alguma hospedaria no centro amanhã. Talvez eu consiga um quarto da Catedral. Bella entenderia se eu pedisse, mesmo que isso acabe tornando as coisas públicas. Quem sabe eu precise que o mundo saiba que sempre fomos uma farsa. Possivelmente assim eu consiga entender o peso do que realmente fiz. Talvez eu consiga enxergar melhor a realidade.
Seu pai ficaria absolutamente furioso se sua mãe destruísse a imagem do nome Malfoy daquela forma. Seria um grande escândalo. Em outros tempos, Draco teria apoiado Narcisa com muita vontade, mas agora...
- Isso poderia nos colocar numa posição realmente ruim, mãe. Principalmente agora que Hermione está grávida e estamos tentando manipular o público.
- Sim. Agora que vocês estão construindo a farsa de vocês. – ela suspirou e fechou o álbum em seu colo. – Não vale à pena, Draco. Veja isso. – ergueu o álbum. – Fotos lindas de uma família que nunca existiu. – largou o livro sobre a mesa ao seu lado. – Eu me cansei dessa família. Estou farta. Não me importo mais. Não me importo mais com o sobrenome Malfoy, com a droga do legado que temos, com a infernal imagem a qual temos que manter.
Draco suspirou.
- Por que o deixou, mãe? Todos esses anos você o suportou com essa justificativa de amor, de o coração quer o que quer, de não ter outra escolha e agora, quando ninguém esperava, você simplesmente o deixa. O que aconteceu?
Narcisa cobriu o rosto, cansada. Suspirou e alisou os cabelos.
- Isso ainda não é um problema para você carregar, Draco.
- Tenho o direito de saber.
- Talvez tenha, mas eu não estou pronta para entregar os segredos do seu pai. Não ainda.
- Não ainda?
- Não ainda. Entenda, Draco, eu sou a única pessoa que o seu pai confia. Mesmo que eu tenha o deixado, não significa que deixei de amá-lo. Preciso de tempo para destruir todos os laços que me unem a ele. Ainda não sei se sou capaz de destruir a confiança que temos um no outro. Significa muito para mim.
Ele tinha suas dúvidas de que sua mãe fosse abrir mão daquela confiança. Eles entraram num silêncio que durou um longo minuto. Draco apenas tomou aquele tempo para pensar sobre Narcisa ter finalmente deixado seu pai.
- Como ele reagiu? – perguntou. – Sei que ele estava em casa quando o deixou.
Ela puxou o ar como se tivesse sido bombardeada com as cenas que ele gostaria tanto de ter visto.
- Lúcio não acreditou que eu fosse realmente ir embora. – ela desviou o olhar, como se não encarar Draco tornasse aquelas palavras mais fáceis. – Juntei minhas coisas e simplesmente fui. Não sei se ele ainda acredita que eu realmente o deixei. É provável que seu pai esteja esperando que eu vá voltar porque ele sabe que eu quero voltar.
Draco suspirou.
- Ele deixou a cidade faz dois dias.
Narcisa ergueu o olhar para ele.
- Deixou? – indagou como se não esperasse que Lúcio fosse ter aquela reação. – Quando ele vai voltar?
- Não sei. Ele sempre abre pedidos...
- De última hora. – sua mãe completou. – Eu sei. – suspirou e tomou um tempo para pensar. – Quem sabe ele espere que eu vá estar de volta em casa o esperando, como sempre fiz, quando ele decidir voltar.
- Mãe, você sabe que meu pai realmente não se importa. – não iria consolar sua mãe. Draco não era esse tipo de pessoa. Qualquer palavra de esperança, para o estado em que Narcisa estava, poderia colocá-la de pé novamente de cara com o precipício do qual havia caído e a última coisa que ele queria, era que sua mãe caísse novamente.
- Ele se importa sim, Draco. Eu realmente acredito que ele se importa. – Narcisa soltou o ar, se levantou e aproximou-se dele. – Preciso ficar sozinha, filho. Não me entenda mal. – o tocou no rosto, ficou na ponta dos pés e estalou um beijo casto em sua bochecha.
- Tem precisado ficar sozinha desde que chegou. Vou acabar me cansando de te dar esse tempo. Sabe que quero saber o que aconteceu, pois me importo com você.
Sua mãe sorriu. O olhar ainda estava triste, mas era um sorriso verdadeiro. Ela o segurou pelos ombros e o analisou calmamente. Havia certo orgulho no olhar dela sempre que fazia isso. Como se estivesse abrindo os olhos finalmente para enxergar que seu bebê era um homem agora.
- Por que veio até aqui, Draco? Sei que quer saber o que aconteceu, mas sabia que eu não ia te contar. Não agora.
Ele soltou o ar e desviou o olhar. Enfiou as mãos nos bolsos da calça de seu pijama.
- Eu a vi chorar hoje mais cedo. Hermione. Exatamente como vi você outras vezes.
Narcisa se afastou.
- E por que veio até aqui me dizer isso?
Draco deu de ombros.
- Eu não a entendo. – encarou sua mãe. – Ela não me ama como você ama meu pai. Sei que Hermione estava cansada. Até pensei que talvez devesse ter dito a ela que não precisava ir para aquele desfile patético só para estar presente na mídia, mas eu sei que mesmo se eu tivesse dito que ela não precisaria ir, ela iria.
- Ela está fazendo isso pelos filhos, Draco. Jamais se perdoaria se um deles fosse tirado dela porque não compareceu a um jantar ou a um evento qualquer, onde pudesse ter se esforçado para fazer com que o mundo amasse um pouco mais sua família.
- Então por que ela estava chorando? – ele balançou a cabeça. – Quero dizer... Não é como se Hermione estivesse se derramando em lágrimas, mas ela... – Draco não sabia encontrar a palavra. – Ela... – soltou o ar. – Ela não chegou a chorar o que parecia querer, na verdade. Mas não é isso que importa. O que importa é por que! Por quê? Ela está tão... tão... – moveu-se impaciente. – Inferno! Por que é tão difícil falar dela?
- Por que não pergunta a ela o que está havendo, se é o “por que” que o incomoda tanto?
- Não vou perguntar a ela! Nós não conversamos. Não somos amigos. Não temos nada em incomum além de incompatibilidade.
- Então por que você se importa?
Abriu a boca para continuar a rebatê-la, mas calou-se quando percebeu que não tinha nenhuma resposta. Pensou e logo soltou o ar.
- Quer saber. Você está certa. Por que eu me importaria? – havia sido um erro ir até ali. – Sei que quer ficar sozinha. – aproximou-se e lhe estalou um rápido beijo na testa. – Boa noite e não ouse sair da minha casa. Vai nos colocar num grande problema se fizer isso. Não ao meu pai, porém a mim e Hermione
Narcisa apenas assentiu, parecendo um tanto frustrada com a resposta que tivera. Draco não entendeu, mas a deixou. Seguiu de volta para seu quarto, desfez-se do vinho e deitou. Não pegou no sono fácil, mas acabou dormindo eventualmente.
Tinha o sono leve e acabou por escutar quando Hermione chegou. Ele esperou que ela fosse fazer muito mais barulho e acender muito mais luzes, mas ou ele estava cansado o suficiente para cair novamente no mundo dos sonhos ou ela realmente fizera muito pouco barulho.
Draco pôde entender assim que acordou na manhã seguinte e a encontrou vestida apenas com sua roupa de baixo, um frasco de poção vazio nas mãos, a maquiagem borrada no rosto e no travesseiro em que ela dormia, os grampos que prendiam seu penteado ainda no cabelo e o vestido que usara na noite anterior no chão do seu lado da cama. Seu primeiro instinto, ainda deitado, foi pegar o frasco de poção que havia na mão dela para checar o que era. Confirmou ser apenas mais uma das poções que sua mulher tomava para dores de cabeça. Julgou-se idiota por notar a respiração calma e lenta dela apenas depois. Hermione estava tão cansada que somente caíra na cama assim que havia chegado.
- Hermione. – a chamou com cuidado. Eles tinham horário para pegar as chaves de portal no portão sul e Draco não via nela nenhum sinal de que acordaria logo. – Hermione. – tornou a chamar quando ela não respondeu, porém continuou sem resposta. Soltou o ar com calma, estendeu a mão e tocou seu rosto. – Hermione. – chamou mais uma vez.
Ela moveu-se preguiçosamente.
- Vou tirar meu vestido, me deixe fechar os olhos só por alguns minutos. – sussurrou tão baixo, ainda dormindo, que ele quase não foi capaz de identificar as palavras dela.
Hermione não tinha sequer noção de que a noite havia passado e já era dia. Draco não teve coragem de chamá-la novamente. Ela já negligenciava tanto seus descansos extras para dar conta de atender a todos os eventos que tinha que atender e ainda ser a cabeça da Comissão que ele não poderia ser tão egoísta com a mulher que gerava seus filhos.
Ele levantou, cobriu-a com o edredom, recolheu os grampos no travesseiro que haviam caído de sua cabeça, ajeitou as mexas que lhe cobriam o rosto permitindo-se deixar que as pontas de seus dedos fizessem o desenho de sua têmpora e buscou para ela os frascos de poções que sempre tomava assim que acordava. Eram somente vitaminas, mas sabia que a ajudava durante o dia. Deixou-os alinhados na cabeceira ao lado dela. Entrou em contato com Tina enquanto tomava seu café e pediu o adiamento das chaves de portal para a parte da tarde e foi à Catedral tentar adiantar seu trabalho já que não poderia estar fazendo sua vistoria em York.
Para sua surpresa, Voldemort apareceu algumas horas depois. Aquilo tencionou todos os seus músculos. O Lorde das Trevas nunca ia ao departamento de ninguém. Na verdade, ele nunca saía de sua torre ao menos que fosse extremamente necessário.
- Sua visita faz com que eu me sinta especial. – Draco assinou o último pergaminho que precisava assim que Voldemort entrou e levantou-se para mostrar seu respeito.
- Pensei que fosse estar em York a essa altura. – o mestre parou exatamente no meio de sua sala.
- Hermione estava cansada. Preferi deixar que ela descansasse. Vamos à tarde.
- Isso não iria atrapalhar o que tem para fazer lá? Ou vai usar o adiamento de sua chave de portal como justificativa para pedir mais tempo fora do meu forte?
- Estarei de volta amanhã pela manhã. Como o combinado. Hermione vai estar comigo em York, tenho absoluta certeza de que irá me ajudar com a vistoria, o que certamente adiantará meu trabalho.
Voldemort passou os olhos por seu escritório, analisando-o metodicamente.
- Você sabe que estar querendo deixar Brampton Fort na companhia de Hermione me faz pensar que talvez esteja planejando algo relacionado a um destino diferente do acordado com relação aos seus filhos, não sabe?
Draco soltou o ar, impaciente.
- Você sabe que sou um homem de acordos. O filho que Hermione está esperando será seu, sabe disso porque foi o que acordamos e isso não irá mudar. – precisava ser o mais convicto possível.
- Você me confrontou, Draco!
- Por que não havíamos acordado em nada com relação a sair matando meus filhos. – lutou para não cruzar os braços. Seria algo que o Lorde tomaria como uma afronta. - Entenda, sei que quer fazer Hermione sofrer. Concordo, foi para isso que eu a capturei. Mas você a casou comigo e me ordenou que fizesse um filho com ela para que pudesse ter um herdeiro. Eu não me importo que tenha meus filhos, mas me importo que os mate. São meus também, não somente dela. Encontre outras formas de fazê-la sofrer. Sei que sabe recompensar aqueles que o servem bem e não creio que matar meus filhos seja uma boa forma de recompensar todo o trabalho que faço e que ainda farei em seu nome. Sei que posso ser arrogante e um tanto rebelde, mas todos esses anos eu provei quem eu verdadeiramente sirvo.
Voldemort ainda pareceu insatisfeito.
- Você sabe como usar as palavras, Draco. Isso é o que me preocupa. – ele suspirou. – De qualquer forma, é fraco por deixar que algo como filhos tenha tanta importância assim para você. Não pensei que fosse sentimental a esse ponto. Sempre se provou ser ambicioso.
Draco deu de ombros e mostrou as mãos.
- E sempre se preocupou com o tamanho do meu ego ambicioso. Pensei que fosse ficar feliz por finalmente encontrar meu ponto fraco. Tenho sim meu sentimentalismo. Por isso que quem carrega o posto de imperador não sou eu e sim você. Você é quem não tem pontos fracos.
- Muito bem colocado. – Voldemort uniu suas mãos. – Estarei de olho em você e Hermione. E saiba que já o adianto meu “não” caso sequer pense em justificar um pedido de adiamento para retorno.
Draco apenas assentiu e o observou deixar sua sala. Soltou o ar e relaxou os músculos assim que o bruxo ofídico saiu. Tornou a sentar-se em sua cadeira e suspirou. Voldemort nunca se convenceria dele. Isso era um péssimo sinal. Mas precisava continuar trabalhando nisso.
Voltou para casa já passada a hora do almoço. Chamou por Tryn e perguntou se Hermione já estava pronta. A elfa respondeu que ela não havia acordado para que pudesse receber o recado que deveria se aprontar. Draco achou difícil de acreditar que Hermione ainda estivesse dormindo e quando chegou a seu quarto, viu que sua mulher estava exatamente como ele havia a deixado.
Não podia mais esperar. Abriu as cortinas, cruzou os braços de frente para a cama e a chamou usando um tom firme. Ela respondeu imediatamente, mas ainda preguiçosamente rolando sobre as cobertas. Fez uma careta e gemeu tampando os olhos com o braço, assim que tentou abri-los.
- Céus. Que horas são? – a voz dela veio rouca e fraca.
- Uma da tarde. – Draco respondeu prontamente.
- O quê!? – o tom dela foi surpreso. Hermione esfregou os olhos, o que não ajudou muito com a maquiagem já borrada e sentou-se passando as mãos pelo cabelo, praguejando por seu estado. – Ainda vamos para York?
- Sim. Precisamos sair em meia hora. Esteja pronta. Peça para Tryn ajudá-la. Estarei esperando do lado de fora. – deu as costas.
- Draco. – ela o chamou e ele parou. – Por que não me acordou?
Ele a encarou. Hermione estava se colocando de pé. Usava apenas suas peças íntimas e ele não a via daquela forma fazia tempo. Moravam na mesma casa, mas se evitavam. A barriga dela era muito mais evidente daquela forma.
- Eu tentei.
- Deveria ter insistido. Sabe que eu acordaria.
- Você merecia descansar. – deu à sua esposa o que ela queria ouvir. O que talvez ela quisesse ouvir. Deu as costas novamente para continuar seu caminho.
- É interessante ver que se preocupa de alguma forma. – Hermione lhe chamou a atenção outra vez. – Você me faz ficar tão confusa. – ela estava extremamente séria quando Draco tornou a encará-la. – Aquela Veela, com quem esteve ontem pela manhã, no quarto de hotel dela, que lhe fez atrasar-se para nosso compromisso, ficou com bastante raiva que eu roubei toda a atenção dela ontem à noite. Ela estava pretendendo me humilhar, Draco. Se eu não tivesse percebido antes, ela teria sido muito bem sucedida.
Draco sentiu seu sangue esquentar. Maldita mulher aquela. Veelas nunca haviam sido confiáveis, ele sabia disso. Não deveria correr riscos como aquele. Não era mais um homem solteiro.
- Disse a você ontem que me atrasei por uma escolha estúpida.
- É bom saber que pelo menos tem essa consciên...
- Não, Hermione! Não me condene! Nem ouse! Não finja que sou idiota o suficiente para não ter visto os olhares entre você e Theodoro ontem. Nós não discutimos esse tipo de coisa e é melhor pararmos por aqui.
Ela puxou o ar como se estivesse engolindo mil palavras, apertou os olhos e soltou o ar.
- Estarei pronta em meia hora. – disse e deu as costas em direção ao lavatório.
Hermione estava fazendo aquilo novamente. Evitando a discussão mesmo que tivesse um milhão de palavras para proferir em sua defesa. Ele estava cansado daquilo.
- Hermione! – a chamou antes que ela sumisse pelo arco do lavatório. Ela parou e o encarou. – Eu realmente sinto muito. Aquela Veela foi uma decisão estúpida. – Draco nunca se desculpava e sempre que se aproximava daquele campo sentia-se humilhado, mas não dessa vez.
Ela conseguiu captar a exclusividade daquele momento e ficou em silêncio por alguns segundos, antes de desviar o olhar. Soltou o ar, fechou os olhos e passou as mãos pelo cabelo.
- É. – Hermione concordou. - Theodoro também. – proferiu, deu as costas e sumiu pelo arco do lavatório.
**
Draco a colocou para revistar todo o perímetro da cidade bruxa de York durante a tarde, enquanto ele revisava os turnos de seus homens e a segurança da área que já haviam retomado. Ele achou que sua mulher fosse preferir estar ao ar livre, mesmo que fosse mais cansativo. Porém, o olhar que recebera assim que a ordenara para sua tarefa, mostrou que havia sido um erro pensar que Hermione gostaria de passear pela cidade onde morrera e foram presos tantos de seus antigos companheiros.
Ela não queria ter estado ali. Não queria ter sido obrigada a ir. Draco não entendia. Quando ela voltou para o acampamento, a hospedaria que haviam tomado no início das ações em York, ele pôde ver que Hermione estava completamente infeliz. Não por nenhuma postura ou expressão, mas pelo olhar frio e pelo silêncio que sempre a acompanhava. Ele não entendia. Por que ela preferia estar na prisão que era Brampton Fort?
Observou-a com atenção durante o jantar. Estavam em um dos quartos do último andar. Era o maior e o principal, mas mesmo assim ainda não dava o dobro do tamanho da suíte que tinham em casa. Era desconfortável saber que eles estavam confinados a um espaço tão pequeno. Não era como se Draco pudesse ir para seu escritório e Hermione para a casa de poções, como faziam em casa para se evitarem. Ali, os dois tinham uma lareira com uma pequena sala, uma cama, uma varanda e não muito distante, um banheiro.
- Espero que não esteja cansada. – ele decidiu dizer, enquanto ela mastigava uma de suas garfadas.
Hermione ergueu os olhos e o encarou. Pareceu analisar o que ele havia dito com neutralidade, embora seus olhos fossem aquela constante frieza.
- Não fazemos mais sexo, Draco. Já estou grávida. – rebateu ela.
Não era por causa daquilo que haviam parado de fazer sexo.
- Não me referi a sexo. – ele tentou manter o foco. – Acredita que eu a trouxe porque precisava que alguém tomasse conta de um dos deveres que eu tinha para fazer hoje aqui?
- É o que tem parecido até agora.
- Bem, não foi só para isso.
- Se você contasse de uma vez, nós pularíamos todo esse mistério e, em consequência, essa conversa completamente desnecessária. – Hermione foi seca.
Ele travou a mandíbula por um segundo, depreciando completamente a atitude ignorante dela. Draco sabia que sua esposa podia ser amável e doce. Respirou fundo e tentou se lembrar de que não poderia esperar dela nenhuma resposta calorosa quando estivessem trocando palavras. Enfiou a mão no bolso, tirou uma moeda e a colocou ao lado do prato dela.
Hermione parou com o garfo a meio caminho da boca. Encarou a moeda ao seu lado. Ele já sabia que ela tinha conhecimento sobre que moeda era aquela. Era uma das moedas da Liga dos Alquimistas.
- Por que está me mostrando isso? – Hermione perguntou abaixando o talher.
- Sei que teve interesse nas moedas da Liga dos Alquimistas, há um tempo. Minha mãe me contou.
- Sim. Curiosidade, nada mais.
- Você as procurou por um período.
- Sim, mas não as encontrei. Acabei tento coisas mais importantes para me preocupar.
- Eu as escondi.
Hermione parou por um segundo, como se um clique tivesse ativado seu cérebro.
- Você as escondeu? – foi a primeira indagação dela. – Escondeu porque sabia que eu estava as procurando?
- Por que tinha interesse nelas, Hermione?
- Curiosidade, já disse. Por que as escondeu sabendo que eu estava atrás delas? O que há de errado com elas?
- Me diga o motivo de uma vez, Hermione. Sei que ele existe.
Ela soltou o ar, cansada.
- Harry tem uma delas. Dumbledore deu uma a ele. – Draco sabia que sua mulher evitava o máximo de discussão possível entre eles, óbvio que ela cederia.
- Dumbledore?
- Dumbledore.
- Potter te disse isso?
- Não. Narcisa disse que Dumbledore tinha mais de uma. Não sou idiota. Apenas liguei os pontos.
- Os pontos mais óbvios. – acrescentou ele.
- Sim.
Draco poderia rir da confiança que ela teve no óbvio.
- Bem, não deveria confiar tão bem assim em obviedades. - ele se levantou e Hermione apenas o observou com aquele grande ponto de interrogação em sua expressão. – Levante-se. Temos que ir.
- Estamos jantando. – ela soltou confusa.
- Sei disso, mas... – ele tirou o relógio de seu bolso para analisá-lo. – Vamos nos atrasar. Precisamos ir.
- Precisamos ir para onde?
- Canadá.
Ela abriu os olhos.
- Canad... O quê? – Hermione largou os talheres. – Qual é o seu problema? Como espera chegar lá? Estou grávida, não posso aparatar e não podemos deixar York! Temos que estar de volta em Brampton Fort amanhã de manhã.
- E estaremos.
- Eu disse que não posso aparatar, Draco.
- E não iremos. Vamos por chave de portal.
Ela puxou o ar e calou-se. Fechou os olhos, balançou a cabeça e se levantou.
- Eu não tenho paciência para isso. Me explique o que tem que explicar de uma vez, pois estou me cansando de parecer a idiota confusa.
Draco suspirou. Ele não tinha a intenção de colocá-la naquele estado.
- A moeda abrirá um portal para podemos usá-la como chave daqui a alguns minutos. Ninguém saberá que deixamos York, para todos aqui, apenas ficamos jantando no quarto.
- Quanto tempo isso vai durar? Seus líderes te chamam toda hora e nenhum jantar dura mais de...
- Hermione, eu tenho feito isso por muito tempo. – foi tudo que Draco se prestou a dizer. – Pegue seu casaco. Um longo e grosso, de preferência. Não quero que notem sua barriga e ainda está frio por lá.
Ela não se moveu. Ele podia ver pelo olhar dela que não havia nem mesmo um pingo de curiosidade. Hermione não queria ir. Viu-a hesitar e querer protestar em defesa de sua vontade, duas ou três vezes, quando sua mulher abriu e fechou a boca, mas acabou por permanecer em silêncio. Fechou os olhos, soltou o ar, ajeitou os cabelos e deu as costas para buscar o casaco pendurado atrás da cadeira.
- Vamos demorar muito? – Hermione vestiu o casaco, atando o cinto em sua cintura. Ele analisou o novo formato que a peça dava a ela e ficou satisfeito pela curvatura em sua cintura. Um perfeito disfarce para a ainda pouca barriga que tinha.
- Não.
- Ótimo. Estou exausta. – ela cruzou os braços e esperou.
Draco a observou. Ela realmente aparentava estar cansada. Talvez tudo que precisasse era de um dia inteiro só para si. Quem sabe uma pausa daquela agitação pudesse suprir toda a exaustão acumulada a qual Hermione era obrigada a ignorar. Mas não era isso que realmente o incomodava.
- Por que está fazendo isso, Hermione? – acabou por finalmente perguntar.
- Isso o que? – ela perguntou, mas não parecia curiosa.
- Você não questiona mais nada. Finge não se importar com nada.
- Eu não finjo, Draco. Realmente não me importo. A única coisa que realmente me importa agora é o fato de eu estar esperando dois filhos.
- Sei que se importa, sim. Se há algo que aprendi sobre você todo esse tempo que estivemos juntos é que tem a tendência de se importar demais, até mesmo com coisas desnecessárias.
- Talvez eu finalmente tenha percebido que são desnecessárias. – ela retrucou, mas Draco ainda não acreditou nas palavras dela. Havia a visto contendo seu choro quando estava sozinha. Claramente sua mulher se importava. Hermione suspirou e focou-se em algo que não fosse ele. – Eu me lembro de ter dito a você que não conseguiria ser forte por muito tempo. Estou apenas tentando me livrar daquilo que me faz ter que ser forte.
- Fingir que não se importa não vai te tornar insensível, Hermione, vai apenas te ensinar a um fingimento cada vez melhor. – ele sabia disso melhor do que ninguém.
- Ao menos serei uma autentica Malfoy. – ela o encarou - Não é isso que você e Narcisa também fazem? Você me parece insensível o suficiente, se eu chegar a ser metade do que é, ficarei satisfeita. – e calou-se.
Draco continuou a encará-la, esperando que ela fosse retirar aquelas palavras, mas não retirou. Aquela era Hermione se entregando por completo ao mundo ao qual era obrigada a viver agora. Todo esse tempo ele a vira tentar se encaixar de sua maneira única, sem perder a Hermione firme e determinada sempre a mostrar um ponto de vista diferente, enquanto tentava se encontrar naquele novo mundo. Mas ali sua esposa tinha acabado de dizer que já havia se entregado e que percebera ser uma perda de tempo toda a luta que havia levantado entre quem era e quem deveria ser.
Ele decidiu-se por não tocar mais naquela área. Hermione era quem se responsabilizaria pelas próprias decisões, embora ele lamentasse que ela estivesse se entregando. Draco gostava da Hermione questionadora, de forte opinião, sempre pronta para confrontá-lo. Ali ela estava se tornando sua mãe. A dedicada esposa Malfoy que se calava quando o marido ordenava, que organizava a mesa com tudo ao alcance dele, que cuidava de suas roupas e ajudava a manter os laços de interesses familiares comparecendo sempre a eventos e festividades na companhia das esposas dos amigos de seu marido. Ele não se sentia nem minimamente interessado por aquela vida.
Pegou a moeda que havia deixado sobre a mesa, analisou o desenho do brasão num dos lados do artefato. O portal estava se abrindo, ele notava pelo desaparecimento do relevo. Encarou Hermione e estendeu a mão para ela. Conseguia vê-la não querer se importar, mas o ar do receio a cercava e isso ela não era capaz de esconder. Mas apesar disso, sua mulher estendeu a mão e uniu a sua na dele. Novamente Draco sentiu o toque físico dela, pele com pele e, ainda assim, a distância de suas almas era gritante.
Concentrou-se na moeda, girando-a entre os dedos e não se passou muitos segundos até que ele a sentisse lisa. Levantou os olhos para Hermione mais uma vez. Ela o encarava. Sorriu discretamente e no segundo que pediu para que ela segurasse a respiração, eles viajaram quebrando a barreira do espaço e tempo, pelo portal que chamava sua moeda.
Quando o chão pressionou contra seus pés novamente, seu primeiro instinto foi puxar o ar e encontrar seu equilíbrio, o que não foi difícil, visto o costume que tinha em usar chaves de portal. Hermione ainda cambaleou enquanto buscava por ar e somente quando ela conseguiu se estabilizar e perceber que havia chegado ao destino foi que soltou a mão dele, como se estivesse esperando por esse momento desde quando ataram suas mãos.
Era pôr-do-sol, mas eles estavam debaixo de um aglomerado de pinheiros, o que adiantava a noite. O vento soprava gelado e ele viu Hermione se encolher e abraçar o próprio corpo. A primavera já havia começado ali, mas talvez só fizesse calor no verão. Olhou ao redor para tentar encontrar uma pista e não foi muito difícil de achá-la quando, por entre os caules, viu uma edificação simples de madeira do outro lado do que parecia ser uma estrada. Chamou por Hermione e eles começaram a andar.
Ela parou parecendo um tanto assustada quando um carro passou em alta velocidade. Hermione não devia ver carros fazia um bom tempo, visto que em Brampton Fort eles não eram permitidos. Também deveria estar desacostumada com o mundo trouxa.
- Que diabos nós estamos fazendo aqui? – a pergunta pareceu soar mais para ela do que para ele quando cruzaram a estrada.
- Me impressiona que ainda não tenha descoberto. – Draco disse enquanto avançava para a pequena edificação, esta que começava a se parecer bastante com um café de estrada.
- Acaso eu deveria estar me esforçando para descobrir? – Hermione questionou, desacelerando sobre alguns cascalhos que entraram em conflito com seu salto.
- Você é quem sempre pensa na velocidade da luz, Hermione. – ele esperou até que sua esposa o alcançasse e estendeu a moeda a ela, tornando a avançar. Hermione a pegou sempre o acompanhando. – Talvez só precise se esforçar um pouco mais. - Ela girou a moeda entre os dedos e franziu o cenho, como se pela primeira vez estivesse tentando realmente desvendar o enigma. – Vamos, Hermione. Não temos muito tempo. – Draco a apressou quando ela começou a desacelerar novamente, mas dessa vez porque parecia inerte em seus pensamentos.
Ela o ignorou e continuou a avançar mais lentamente. Draco acompanhou o passo dela e juntos passaram para debaixo da marquise da entrada do café. Ele empurrou a porta para ela, mas Hermione parou com os olhos na moeda em sua mão.
- Espere. – ela travou completamente. Sussurrou algumas coisas desconexas para si mesma. Soltou o ar e o puxou. Ergueu os olhos para Draco e ele enxergou desespero naquela íris âmbar. – Não. – sussurrou e seus olhos se lançaram no interior do café, onde havia apenas um homem sentado num dos bancos do balcão vazio, este que ergueu o olhar para colocá-lo diretamente sobre Hermione. – Harry? – o nome saiu por baixo de uma respiração fraca e assustada.
Harry Potter desceu do banco tão em transe, que a única coisa que ele parecia ser capaz de enxergar ali era ela.
- Hermione? – ele não parecia inteiramente convencido.
Draco avaliou rapidamente o café vazio e o único atendente detrás do balcão, ocupado com alguma cruzadinha, antes de se concentrar em Hermione que estava tendo uma reação que ele não havia esperado. Ficou definitivamente confuso quando sua esposa simplesmente deu as costas e começou a fazer o caminho de volta, com pressa.
- Hermione! – Draco foi atrás dela.
- Me leve de volta agora, Draco! – o tom dela foi severo e seus passos continuavam a ser firmes.
- O quê?! – aquilo era a última coisa que ele pensava que pudesse escutar dela naquela situação.
- Hermione! – a voz de Harry Potter cortou o vento chamando-a. Ela parou de costas quase que por instinto e ofegou, como se o oxigênio que a cercava não fosse suficiente para seu pulmão. Draco parou logo após ela, tentando entender o porquê Hermione estava tendo aquela reação. Ela pareceu encher o peito uma ou duas vezes com vontade, e então, virou-se para encarar Potter que apertava o passo para alcançá-la. O homem passou por Draco como se ele fosse um fantasma. Como se sequer notasse que Draco estava ali. – O que há de errado? – Harry perguntou desacelerando quando percebeu que ela recuava sutilmente. – Hermione, qual o problema?
- Acredite, Harry, você não quer me ver. – a voz dela estava fraca e aquelas palavras foram o suficiente para que Draco entendesse a reação de sua mulher. Hermione não queria que Potter conhecesse em quem ela havia se transformado. Não queria que ele soubesse que ela já havia pensado em entregá-lo a Voldemort pelo egoísmo de querer seus filhos. Então Draco finalmente enxergou que talvez tivesse cometido um terrível erro ao trazê-la até ali.
- Sim, eu quero. – Potter foi cuidadoso. – Sim, eu quero, Hermione. – Draco notou os músculos dela completamente tensos, mas o olhar focado de sua esposa no homem era de sofrimento. – Nunca quis nada assim tão forte em minha vida. – Harry estendeu uma mão e foi se aproximando. Ela parou de recuar. Potter conseguiu tocá-la na cintura com muito cuidado. Draco receou que ele notasse a diferença das formas dela, mas ele sequer pareceu prestar atenção. A respiração de Hermione estava rápida, como se estivesse travando uma batalha consigo mesma em sua cabeça. Potter tocou seu rosto e ela não recuou. – Senti sua falta, Hermione. – ele aproximou seu corpo do dela. – Ainda sinto. – colou seu corpo no dela. – Você não tem ideia do quão difícil tem sido a vida sem você. – aquelas palavras a fizeram soltar um ar trêmulo, e então, seus olhos encheram-se de água tão rapidamente, que Draco esperou pelo momento que sua mulher fosse soluçar.
- Harry... – ela sussurrou displicentemente, como se tivesse feito aquilo milhões de vezes antes, enquanto o encarava nos olhos.
E provavelmente aquilo tivesse sido suficiente para Potter, pois ele enterrou a mão pela nuca de Hermione até alcançar seus cabelos, e então a beijou. Os músculos dela abandonaram toda a tensão de antes em segundos, e sem conter, ela ergueu os braços para tocar os cabelos negros dele, fazendo com que Draco enxergasse o anel de sua família gritar no anelar dela.
Imediatamente, Draco sentiu o gosto do deserto em sua boca. Não havia nem mesmo saliva para que ele pudesse engolir. Foi quando finalmente entendeu o que Theodoro uma vez havia lhe dito. Que por mais que Hermione fosse dele, jamais realmente a teria.
Alguém já a tinha, e estava longe de ser ele.
NA: Ufa! Consegui! Aiai! Doce ilusão pensar que seria tranquilo postar o capítulo 4 de julho. To tentando postar para vocês desde a madrugada que já seria dia 4 pra vcs. Daí todos acordariam e veriam capítulo novo tipo "supresa!!!". Mas vários imprevistos aconteceram. To respondendo o comentário de vocês desde o começo da semana, mas era dois-três por noite no máximo. Estavam faltando alguns e eu tinha deixado para fazer isso ontem que aí eu terminava de responder e postava na madrugada, mas daí, como 4 de julho aqui é um super feriado, decidimos acampar de ultima hora. Tínhamos outros planos completamente diferentes, mas daí a bonita aqui teve que sair correndo pra supermercado pra comprar o que precisava na loucura do pré-feriado e ficar até tarde preparando comidinha, arrumando mala, cuidando de cachorro, piriquito e papagaio enquanto o namorado passa uns minutinhos na fila do posto para pegar gasolina e acha que já fez muita coisa! hahaha Depois percebei que acabei perdendo a capinha do capítulo e tive que refazer no meio do caminho. Comecei a passar mal no carro por ficar respondendo os comentários de quem faltava no caminho. HAHAHA AIAI! Isso que dá fazer as coisas em cima da hora! Detesto fazer coisa correndo porque sempre fica alguma coisa mal feita! Tinha todo um plano de postagem e ele foi por água abaixo! haha Peço desculpas que o capítulo esteja saindo um pouco tarde. Vi que muitas de vcs estavam esperando desde de manhã na expectativa! :(
Enfim, ao capítulo! Harry está entrando em cena e já deu pra ver que o Draco ficou abaladíssimo! Capítulo que vem vamos entender mais sobre as reações da Hermione, pq vamos combinar que ela tava meio off esse capítulo. Tbm vamos saber mais sobre Narcisa/Lúcio capítulo que vem! :) Se quiser saber mais, leia as respostas aos comentários. Vai que eu soltei algum spoiler pra alguém! who knows?! hahaha Mas já vou avisando que algumas das respostas devem estar meio estranhas e com algumas frases mal colocadas devido a correria e meu momento "passa mal na estrada" hahaha.
Tenho um favor para pedir a vocês, peço que sejam compreensivos e me ajudem. :) Vou colocar uma imagem na página do facebook pedindo para que vcs copiem e colem nos comentários uma frase/parte/diálogo que mais gostou, mais tocou, mais significou alguma coisa pra vc nesse capítulo 32. Isso vai me ajudar muito a escolher as frases pra colocar nas capinhas, os trechos pra soltar antes do dia 04 e essas coisas. Vou saber mais aquilo que interessa ou não vocês.
Link:
https://www.facebook.com/pages/Fran-Apple-Fanfics/1418910178418165
No mais é isso! Espero que tenham gostado do capítulo e deixem seus comentários, considerações e expectativas sobre esse capítulo 32! E me ajudem lá na página do facebook copiando e colando seu trechinho favorito! :)
Jakelinealvesleal: Fiquei imaginando vc tentando fugir da leitura durante a parte da descoberta do sexo dos bebês! Hahaha É tipo eu quando vejo um comentário grande e não quero que ele acabe nunca! Haha Fico parando pra fazer outras coisas só pra prolongar o tempo de leitura! Haha
E você não é a única que tem pavor da Hermione com o Theo! Pode ficar tranquila. Haha Muitos comentários do pessoal aliviado que a Hermione não foi fundo com ele.
Ah, sim. Gina bitch. Não tão bitch quanto a Pansy, mas com sérios probleminhas de paixonite cega com certeza. Haha. Ela ainda vai ter um papel importante na história. Quanto a Pansy, não posso prometer muita coisa! J Muito obrigada pelo comentário!
Byanca: Uau! Que coragem reler tudo e fico muito feliz que mesmo sendo pela segunda vez, você sentiu como se fosse pela primeira. Fico muito muito muito alegre de saber disso. Sério. Uma coragem e tanto. Eu não sei se é pq estou escrevendo essa fic faz mais de dois anos ou se é pq quando comparo o número de palavras por capítulo de outras fic eu fico abismada com o tanto que eu escrevo, mas acredito que ela realmente está ficando gigantesca. O que é bom, pq essa era minha intenção inicial.
De qualquer forma, é ótimo que vc tenham reparado nessa das mudanças do Draco. Eu realmente não quero que ele perca esse ar sério e arrogante que ele tem desde o começo da fanfic pq esse é quem ele é. Claro que agora a gente tem mais acesso a “alma” dele. Agora a gente tem acesso e consegue ver que ele tem sim um coração, mas que ele está sempre empenhado em escondê-lo. É interessante ver que ele está aberto as mudanças que a Hermione trouxe. Ele gosta disso, ele gosta de ver o quanto ela é diferente e o quanto ela tem visões totalmente opostas as que ele tem. Tanto que nesse capítulo agora deu pra perceber o quanto ele ta achando enjoativo essa da Hermione de ceder ao que os outros querem que ela seja e não ao que ela realmente é.
Quanto a Narcisa ter seguido os conselhos da Hermione, eu até “comentei” no capítulo, pq vc não foi a única que deu os créditos a Hermione do fato da Narcisa ter deixado o Lúcio, o que não é errado, até pq no capítulo passado, logo no início, a gente teve uma conversa entre as duas em que a Hermione insistiu mais uma vez que ela deixasse ele. Mas mesmo assim, o crédito não é só da Hermione, o Draco tbm já vinha insistindo faz tempo pra mãe deixar o pai. Acho que o crédito é mais todo da Narcisa. Ela quem finalmente tomou a decisão de sair de casa, mesmo depois de anos em que vinha ouvindo para que ela fizesse isso.
E juro que cada vez que lia um comentário onde eu via que a pessoa ficou aflita com o momento da “revelação” dos sexos eu dava pulinhos de alegria com a sensação de alívio. Sabe aquela de “ufa. Dever cumprido.” Haha. Na hora que falou que era menina, muita gente já apostava que o outro era menino. Acho que só quem realmente sabe que gêmeos idênticos não vem em sexos diferentes deve ter pensado “vixi fudeu”. Hahahaha Não que eles não venham em sexos diferentes, é só que é rarississississississimo de acontecer. Mas não sei, acho que até gente que sabia já deve ter pensado que o outro era menino pq não acreditava que Hermione fosse perder mais filho. De qualquer forma, pelo menos agora temos um menino. Então por enquanto estão a salvo. Haha Obrigada pelo comentário e espero que tenha gostado desse capítulo! J
Rafa S.Sales: Eu acredito que a Hermione tenha sido impulsionada pela vingança para ir até o Nott, mas ela foi capaz de perceber que estar querendo se vingar de Draco daquela forma estava a rebaixando para um nível que não condizia nem batia com quem ela é. Acho que isso a colocou em um estado de choque tão crítico que a gente pode perceber todo o aftermath nas reações dela nesse capítulo
Gostei de você ter compreendido a Gina. Mta gente detestando a Gina fortemente pela raiva que ela tem da Hermione. Ok, o que ela sente pelo Harry é meio “certo, querida. Todo mundo já entendeu. Cool down!”, mas mesmo assim, a Hermione furou o olho dela feio. Isso não dá o direito dela ser bitch total, mas pelo menos tem uma justificativa. Haha
E morri de rir quando vc falou que pensou que a Hermione fosse tocar o piano. Eu imaginei mesmo que muitos de vocês fossem pensar isso, e até julguei que fosse legal se ela tocasse, mas iria ficar desnecessário na cena toda.
Enfim, muito obrigada pelo comentário, pelo apoio e por todos os elogios! J
Gabean: Mãos pro alto pra quem foi a loucura com o Draco going wild com o Voldemort! “Trisca nos meus filhos que eu deixo seu exército, bitch!” hahaha Olha, só de vc se manifestar e não ser uma leitora fantasma eu já fico SUPEEERRR FELIZ! Vc não precisa me dar um puta review e filosofar total com o rumo da fic, mas se me deixasse saber pelo menos quais foram suas partes favoritas como fez capítulo passado eu já fico MEGA satisfeita e SUPER agradecida! Muito obrigada mesmo pelo apoio e espero que tenha gostado desse capítulo! J
Danielle17: Ai, eu fico muito feliz que vc tenha concordado comigo sobre o Harry ser capaz de abalar as bases do Draco. Theodoro não teria essa capacidade, pq ele não significa nada pra Hermione. Agora o Harry... o Harry era o melhor amigo dela. Draco passou todos os seus anos de escola vendo a Hermione ao lado do Draco e toda aquela guerra sabendo que ela lutava por ele. A ficha do medo caiu pra ele nesse final de capítulo, quando ele viu o poder do Harry sobre ela. Quero só ver capítulo que vem quando ele ficar se policiando para desdenhar da Hermione, pra não deixar mostrar que a relação Harry/Hermione super afeta ele. Hahaha Draco vai sim usar o Harry como ferramente, ou pelo menos tentar, mas acho que com o tempo, ele vai acabar tendo que recorrer ao Harry ou a alguém próximo a Hermione, pra tentar entender como ela funciona, pra conseguir uma ajuda ou algo, pq a gente pode ver nesse capítulo ele tentando entender a cabeça dela, mas a cabeça dela é muito diferente da dele e ele ta sofrendo todo tentando entender... bixinho... coitado. Hahaha
Agora a Gina vai ter o papel dela. Não sei se ela vai ser realmente um calo no sapato da Hermione, mas ela vai ter uma parcela de participação. Desagradável talvez. Principalmente pq a gente sabe que o Draco já se aproveitou dela uma época em Hogwarts e concordo com vc no sentimento invejoso que ela vai ter para com a Hermione se um dia ficar sabendo que agora Hermione Granger é Hermione Malfoy. A Gina cresceu no mundo bruxo, ela é sangue-puro e ela tem plena consciência do poder do sobrenome Malfoy.
Quero só ver! Hahaha Espero que tenha gostado do capítulo e obrigada pelo comentário! J
Talita .o: Relaxa, essa montanha russa de sentimentos uma hora vai estabilizar. Esse momento agora pede por esses altos e baixos porque a gente está lidando com um Draco e uma Hermione que estão tentando negligenciar algo completamente não negligenciável. E quanto ao sexo dos bebês, eu não poderia fazer a Hermione passar por tudo aquilo de novo. Ela ia desistir da vida COM CERTEZA! Haha
E não se sinta mal por comentários intermináveis. Adoro-os! Hahaha Muito obrigada pelo comentário! J
Landa MS: Não enfarta, não, por favor! Eu jamais me perdoaria se fosse a culpada pela sua morte! Hahaha Como disse na resposta para a Talita .o essa montanha russa de sobe e desce será passageira. Amém! Haha E não importa que seja pequenininho, fico muito feliz e agradecida pelo comentário! J
Sra.T: Yes! Obrigada por ter comentado sobre o peso de quando a Hermione sonhou com o Draco falando “vem, vamos para casa.” É super importante que ela agora tenha essa visão de onde verdadeiramente pertence. E sobre os dois estarem voltando a raciocinar, sim, talvez eles estejam, mas mesmo que estejam, ainda estão sendo teimosos. Principalmente o Draco por não aceitar a Hermione, e por consequência a Hermione vem junto por não aceitar também o Draco.
É tudo realmente muito confuso. E gostei quando vc falou que a Narcisa não se importou em não parecer uma Malfoy quando recorreu a Hermione capítulo passado. Acho até que esse foi um dos motivos pelo qual ela falou com a Hermione em específico que havia deixado o Lúcio, pq a Hermione enxergaria o lado humano dela. O Draco a julgaria imediatamente. Tipo “Pq vc ta toda vulnerável assim?”. Hermione não, ela sabia que a Hermione olharia o lado humano dela tipo “opa! Ela ta vulnerável! Deixa eu socorrer!”. Acho até importante que a Hermione consiga enxergar o lado humano da Narcisa completamente exposto. Ajuda ela a perceber que os Malfoy são uma fachada até para eles mesmos e que eles não são robôs insensíveis, eles só escondem e guardam num lugar escuro e privado toda a dor e todo, todo o sentimento e toda a humanidade que tem. É até algo que o Draco fala pra ela nesse capítulo “Fingir que não se importa não vai te tornar insensível, Hermione, vai apenas te ensinar a fingir cada vez melhor.” Que é basicamente o “esconder aquilo que sente não vai te fazer superar suas dores, vai apenas te ensinar a como esconder cada vez melhor.” O que o Draco sabe bastante porque a gente já sabe que ele é cheio de probleminhas e os esconde láááá no fundo pq todos esses anos eles foi aprendendo a esconder cada vez melhor.
Enfim! Obrigada pelo comentário e pelo apoio sempre! J
Taysi: Yes! Comentário grandeee!! Juro que quando vi o tamanho do seu comentário eu saí dando pulinhos pela casa toda feliz, estourei uma pipoca, bati um smoothie, peguei meu óculos 3D, sentei na cadeira, coloquei os pés na mesa e comecei a ler no maior estilo e com um sorriso no rosto – mastigando a pipoca de boca aberta - Hahaha Mentira! Hahaha
Mas vamos logo para os finalmente. Sim, o Draco enfrentando o Volde é sem dúvida uma largada para a reta final. Talvez não tenha dado muito para perceber nesse capítulo, mas vamos chegar lá nos próximos sem dúvida! E todo mundo bateu palma pra essa atitude dele, o que foi um pouco inesperado pra mim. Achei que o pessoal ia reclamar mais por ele não ter sido inteligente. Mas todo mundo apreciou a atitude humana do Draco, o que vamos combinar que é lindo. Toda vez que o Draco decide expor seu coração humano ele arrasa! Haha
E yeeeeessss pra todo mundo que comentou sobre a tensão da parte da descoberta dos sexos do bebê. Muita gente apoiando a escolha do casal também e eu tenho majors pensamentos futuros para a aparição deles. Quem sabe deles mais velhos. OPA spoiler... talvez não. Ainda são especulações da minha mente. To soltando pra causar mesmo! Haha Se acontecer talvez só num prólogo ou sei lá. Não dá pra mudar a história da fic inteira só pq eu queria que eles influenciassem na história diretamente mais velhos. Enfim... Acho que todo mundo, assim como vc, sabia que o Draco apareceria na consulta. É importante para ele aparecer, ele se culpa muito pela perda da primeira filha, ele sabe que teve uma parcela muito grande de culpa por negligenciar bastante a primeira gravidez da Hermione só pq queria se convencer de que não se importava. Ele não iria cometer o mesmo erro duas vezes.
E Narcisa deixando o Lúcio! Acho que foi um dos momentos mais especiais da história. É importante lembrar que a Narcisa não deixou o Lúcio pq a Hermione convenceu ela. Narcisa já deve escutar do Draco e de outras pessoas, quem sabe, que ela deveria abandoná-lo há muito tempo. A decisão de finalmente levantar e ir embora foi inteiramente dela e o que levou ela a fazer isso será cena para os próximos capítulos! Haha
Agora, preciso comentar sobre seus sentimentos com relação ao Harry e espero que concorde comigo. Não querendo arruinar o trabalho da maravilhosa J.K Rowling, mas vamos combinar aqui entre nós o Harry dela é cheio de mimimi e originalmente ele é um personagem carente. Carente de atenção, carente de carinho/amor, carente estabilidade e felicidade. Isso tudo por culpa da forma como ele cresceu, por causa dos Dursley e tudo mais. Eu sempre tento pescar a essência da personalidade de cada personagem do original e tento encaixá-lo na fic da melhor forma possível considerando tudo que já aconteceu nesse gap entre Hogwarts e o momento em que Hermione foi capturada e feita comensal. E trabalhar com o Harry nessa fanfic foi muito engraçado pq durante esses anos de guerra eu imagino ele se afogando na frustração da perda da guerra, na frustração de se sentir despreparado para Voldemort, na frustração de ver sua vingança cada vez mais longe, e cada vez que isso foi se tornando pior com o passar dos anos, ele foi se escorando na Hermione pra conseguir anestesiar um pouco da frustração. E por ter essa essência de carência na personalidade dele, nada mais justo do que ele inconscientemente criar uma relação de dependência com a Hermione. Quando ela foi capturada, a última “luz” que ele via apagou. Eu fico imaginando como ele deve ter se sentido, como se estivesse de volta no armário debaixo da escada dos Dursley, sem ninguém para confortar sua vida miserável. Como se depois de tudo que ele passou quando soube que era bruxo, como se toda a aventura e esperança que cresceu nele tivesse tido aquele fim, o fim da sensação de estar de volta na solidão dos Dursley. Não que agora ele não tenha ninguém! Ele tem toda a Ordem a disposição dele e gente que o ama ao redor dele tbm, mas essa bolha que ele criou em torno da Hermione por vê-la como uma espécie de anestesia durante esses anos fez com que ele só consiga enxerga-la. Meio bad, mas esse é o Harry que eu vejo se a guerra tivesse continuado. Um Harry afundando e procurando algo pra se escorar. Se não fosse a Hermione, teria sido outra pessoa ou outra coisa.
Enfim, quanto a Gina. Eu a vejo como a coisa mais desnecessária que a J.K criou em Harry Potter. Sério. Na câmara secreta, que é o único livro que ela faz um papel importante, ela poderia ter sido substituída por qualquer outra garota insignificante em hogwarts que não faria diferença nenhuma. Portanto pra mim, Gina sempre será o meu motivo para revirar os olhos. Por mim o Harry terminava sozinho que eu ficava feliz. Porque é inconcebível pra mim que a J.K tenha construído uma relação mais significativa entre personagens secundários (Ron/Hermione) do que para o personagem principal. Sério. Eu leio muito e quando peguei Harry Potter, de cara eu já vi Harry/Hermione como um casal pq faz todo sentido em termo de desenvolvimento de personagens e história. Ok, Harry Potter não é um livro de romance, certo, então não faça casais at all. Eu teria aceitado Rony e Hermione se a J.K tivesse me convencido com um par decente e de grande relevância para o Harry pq primeiro vem o principal, querida, depois vc arruma a vida dos secundários. Que fosse o Draco! Sério! Faz mais sentido que Gina! Não shipo Draco/Harry, mas a relação dos dois na série tem muito mais significado, peso e construção do que Harry e Gina.
Hahaha Isso tudo para justificar meu olho torto para a Gina. Mas é pq eu não consigo ver personagem sendo criado dessa forma por uma rainha como a J.K. Gina foi literalmente uma massinha pra tampar buraco. E so sorry a J.K. se essa não foi a intenção com a Gina, mas foi bem o que deu a entender. J.K pensou em Rony e Hermione primeiro e isso pra mim é inconcebível pq no exato segundo em que ela priorizou Rony e Hermione, ela trocou o Harry de plano e isso é algo inaceitável para se fazer com o personagem principal. Vc não troca o principal principal de plano. NUNCA! Ai meu Deus! Ta! Calei a boca. Hahaha Aguarde o drama Harry/Hermione e Draco/Gina. Odeio Draco e Gina por sinal, mas os dois tem história na fanfic para o bem do drama. Pq por mim, a Gina não existia. Não iria fazer falta nenhuma. Igual nos livros. Se o “romance” Harry/Gina não existisse, a Gina poderia ser retirada seu prejuízo sendo substituída por qualquer garota ou pessoa aleatória. Na verdade não gosto da Gina com ninguém! TAAAAA! PAREI! Hahaha
Voltando a fanfic, acho que a parte da Hermione querer fugir reflete um pouco nesse capítulo quando ela encontra o Harry. Ela está confusa, ela não sabe onde pertence mais. Ela sabe que não pertence mais a Ordem por causa da nova cabeça que ela tem, mas também ainda não se vê totalmente no mundo do Draco. Principalmente porque ele fechou o mundo dele pra ela completamente. Ela estava até indo bem quando ele a aceitava, mas de repente ele a fechou por completo e ela está totalmente confusa. Não sei, mas acho que a sua dificuldade de interpretação da fic, essa passada despercebida por detalhes e tal, é muito mais culpa minha do que sua. Meu trabalho é fazer com que tudo seja o mais compreensivo possível. As vezes não tenho essa capacidade e muita coisa acabe sendo perdida. Um pessoal mais atento consegue pegar, mas quem está no “fogo do momento” (haha) da leitura, nem sempre consegue.
Ah, e muita gente também comentou essa parte em que o Draco dá uma comentada sobre a mulher que a Hermione viu trancada no escritório dele capítulo passado. O que aconteceu lá vai ficar uma incógnita. A intenção dele falar isso para a Hermione foi para que ela não o julgasse por algo que não viu, mesmo que isso tenha dado a entender que. A mulher trancada na sala com ele não tem nenhum papel muito grande, não vai ser um super mistério nem nada. Ele apenas quis jogar aquela carta para ela comentando sobre o assunto. Eu sei que muitas de vcs estão torcendo para que ela saiba então que não foi nada, que ele não fez nada com ela, mesmo ela estando trancada com ele. Eu não tenho nenhuma pretensão de solucionar isso ou de fazer a Hermione saber o que aconteceu ou o que não aconteceu. Aquele momento foi importante para ela se lembrar de que eles são “livres” e que não precisam dar satisfação nenhuma um para o outro porque até agora, mesmo que eles sintam o que sentem um pelo outro, nenhum dos dois falou “eu quero vc só pra mim e fim”. A partir de quando esse quadro mudar, aí tudo terá que ser muito diferente.
E quanto aos seus questionamentos, aqueles que mais tem te intrigado, não vou responde-los porque são questionamentos muito importantes para a história e não pretendo vazar nenhum deles por agora. Hahaha Mas de qualquer forma, muito obrigada a você pelo apoio, pela sua dedicação em betar a fic pra mim, em organizar tudo direitinho, até mesmo os pensamentos que acabam saindo um tanto mal colocados vc vai lá e arruma direitinho, meus erros e tal. Obrigada mesmo. Obrigada pelo apoio com a fic, pelo apoio sobre eu escrever um livro haha, pelo apoio com a betagem e tudo! Obrigada mesmo! J
M R C: Pois é! Ninguém esperava a reação louca do Draco de enfrentar o Volde no capítulo passado! Ele foi com força e na cara e na coragem. Eu achei que muitas de vocês fossem reclamar falando não era bem do feitio do Draco agir por impulso daquela forma e que ele podia ter encontrado uma solução muito melhor antes já que ele sabia que havia a possibilidade de serem meninas, mas eu queria que ele batesse o pé com o Voldemort. Ele precisava. É como a parte que tem aqui nesse capítulo entre ele e o Voldemort. Draco sofreu vários testes todo esse tempo com o Volde, ele fez vários sacrifícios já pra conseguir a confiança do cara, luta a guerra do cara, faz mil e uma coisas pelo cara enquanto ele fica sentado no trono dele matando um aqui e ali por diversão e mesmo assim o cara vai lá e fica matando os filhos dele. Eu queria que o Draco mostrasse um pouco de raiva e indignação com isso e não tratasse como “mais um teste”. Pelo amor de Deus né cara! Tudo bem, pela meus filhos! Mas chega de ficar matando eles! Eu já to vencendo uma guerra, aprenda a me recompensar pelos meus serviços. Draco não é um escravo e o Volde entende que precisa ser político.
Enfim, tbm fico meio mal quando vejo a F&B esvaziando assim. Gosto muito do site e lembro bem dos anos de ouro e da movimentação maluca que era isso aqui. É meio triste quando vejo que uma das únicas fanfics ativas aqui é a minha e que muito leitor já sumiu. É legal ver vc comentando isso de que já teria ido embora se não fosse Cidade das Pedras. Pelo menos ainda tem uma fanfic não deixando o pessoal dispersar. Haha
Obrigada pelo comentário e espero que tenha gostado do capítulo 32! J
S.M.B: Nossa, ninguém nunca disse isso antes! Realmente, a cada capítulo os sentimentos pelos personagens sofre uma mudança radical de desconstrução e reconstrução. Acho que isso acontece pq cada capítulo tem que ser único dentro da história. Ele tem que ter seu nível de importância e relevância. E como só é um capítulo por mês, eu nunca quero só colocar um capítulo para “bater o ponto”, só pra ter uma atualização no dia quatro. Passo o mês inteiro construindo o capítulo e muita gente pode achar que é tempo demais sem atualização, mas é pq não quero colocar um capítulo mais ou menos. Acho que isso super contribui pra isso que vc disse! Obrigada pelo comentário e espero que tenha gostado do capítulo 32! J
Nana: Nossa! Muito obrigada pelos elogios! Eu realmente fico de boca aberta cada vez que recebo um! Vocês sabem fazer ótimos elogios e adorei a forma como vocês disse detalhes sobre a mídia, sobre não ser uma fanfic somente de romance e tal. Fico muito feliz por isso e não pretendo parar a fic no meio. Meu sonho é terminar essa fic, por mais que tudo esteja conspirando contra na minha vida nos últimos meses. Mas acredito que isso tenha me feito ser ainda mais dedicada. Criei a página no facebook e tudo mais só pra justamente me sentir cada vez mais comprometida com esse projeto. Por mais que seja só um passatempo e passe longe de ser uma prioridade na minha vida, eu me sinto na responsabilidade com vocês cada vez que vejo o número de leitores aumentar, cada vez que vejo um comentário positivo, cada vez que vejo vcs discutindo sobre a fic entre vcs. Isso me traz um senso de responsabilidade além de toda a positividade que me deixa muito feliz.
Adorei sua crítica! É extremamente positiva e realmente me fez pensar, eu gostaria que mais leitores me deixassem saber esse tipo de pensamento com relação aos personagens. O Harry sendo chato é proposital desde o inicio da fic, isso veio da construção que eu pensei para ele, o mundo em que eu vi ele se imergindo depois de Hogwarts. Comentei mais sobre essa parte do Harry respondendo a Taysi ali em cima, se quiser ler esse pedaço seria interessante. A Gina chata também é proposital, não porque eu naturalmente não gosto dela, mas porque eu desenhei esse traço de personalidade nela porque vai influenciar na história da fic. Ela se tornou alguém amarga depois que a Hermione furou o olho dela. Hahaha Não pretendo fazer com que a Gina e o Harry se acertem. A Gina desagrada o Harry por ter se tornado rancorosa, primeiro porque ele não foi capaz de suprir a necessidade que ela tem por ele, segundo porque ela não é capaz de perdoar a Hermione por ter “roubado” o Harry dela. Outra que o Harry é incapaz de enxergar qualquer outra mulher com a obsessão que ele desenvolveu pela Hermione e não vejo a Gina envolta em todo o rancor dela ser capaz de fazer o Harry tirar as escamas dos olhos. Os dois estão estragados. A relação dos dois está estragada. E eu acho muito legal que a Hermione tenha sido uma chave fundamental na merda toda entre Harry e Gina, no estrago do relacionamento e do desenvolvimento da personalidade de cada um. É proposital e acho que gosto tanto que não pretendo concertar não. Hahahaha Que horror! Mas é sério. Sei que soa meio maquiavélico, mas é porque eu gosto que as coisas do lado da Ordem seja um pouco caótico, não só na estrutura da equipe da resistência, mas na personalidade e nos relacionamentos. Isso me ajuda a deixar claro para o leitor o contraste entre o lado de Voldemort, toda a organização e apoio e o lado da Ordem, meio bagunçadinho. Agora o que realmente me preocupou foi vc ter ficado profundamente incomodada com o fato da Hermione como Mary Sue. Tive que pensar bastante sobre isso e inclusive, quando eu terminei a visão do Harry no capítulo 31, eu pensei comigo mesma que realmente ela tinha ficado Mary Sue pela visão do Harry, o que é difícil de contornar ou suavizar porque ele tem toda essa obsessão por ela, que se agravou quando ela foi tirada da vida dele, que querendo ou não é inevitável que Hermione não seja Mary Sue. Por isso que eu achei fundamental colocar um ponto de vista dela logo depois, pra tentar fazer com que o leitor tivesse um pouco de desconforto ao ver que ela não foi totalmente sensível com o fato do Draco ter desafiado Voldemort pelos filhos, com o fato dela ter esperado que ele fizesse mais do que aquilo quando eles estavam na sala antes dela trocar de roupa, com o fato disso ter feito com que ela fosse atrás do Theo mesmo depois de saber dos filhos e de ver o Draco agir completamente “não-draco” por algo que ela ama tbm e tudo mais. Fiz questão de pontuar coisas não fazem dela a mulher de ouro, que inclusive foi o que a fez parar com o Theo, como o fato dos dois melhores amigos terem se tornado seus amante, com o fato dela ter ido atrás do krum várias vezes pra fazer ciúmes no ron, o fato dela ter furado o olho de uma das suas melhores amigas com o Harry, o fato de inclusive estar grávida de um homem e se pegando com outro. Eu quis colocar essas coisas no capítulo para que o leitor tivesse uma visão de como a Hermione não é tão perfeitinha assim. Depois com a visão do Draco isso tudo acabou sendo desconstruído porque apesar de ele detestar várias coisas na Hermione, ele está no estágio em que esta sentindo muita falta da Hermione então tudo que ele vai lembrar e pontuar são as coisas boas que ele aprendeu a gostar e que faz falta. O que por sinal tbm intensifica o Mary Sue na Hermione.
Mas o que me fez pensar e me preocupou foi, mesmo depois de ter incluído um pouco do desconforto com relação a Hermione no ponto de vista da Hermione, a visão da Hermione como Mary Sue é o que persiste. E eu acabei tendo que concordar com isso. Eu tentei procurar a raiz do problema e acho que achei. Depois me diga o que vc acha. Todo mundo em Cidade das Pedras tem probleminhas de personalidade. Tipo o Harry obcecado pela Hermione, a Gina rancorosa, Pansy obcecada pelo Draco, Narcisa obcecada pelo marido, Draco com toda a carga de problemas familiares que acabou afetando na personalidade dele, Voldemort obcecado por poder, Theodoro na sorrateira rivalidade com Draco. A Hermione é a única centrada do negócio todo. Ela teve uma família estável que não causou nenhum major distúrbio de personalidade, não sofreu nenhum super trauma, é super inteligente, racional e poderosa. E a parte do poderosa não tem modéstia nenhuma, vamos combinar né. haha A intensão não foi Mary Sue com o poderosa, foi mais por causa da linhagem dela que vamos saber mais pra frente. Mas mesmo assim, ela é uma personagem Mary Sue inserida no meio de tanta gente problemática. O estado se agrava ainda mais sempre que a gente ve ela pela ponto de vista do Harry que é obcecado. E agora pelo Draco tbm que está começando a valorizar todo o lado positivo dela nos pontos de vista dele.
Ufa, vai ser um desafio e tanto desconstruir isso. Mas já pensei em várias saídas. Espero que consiga. Não vou mexer com Harry nem com o Draco por agora. É importante que o Draco seja mais incomodado por esse lado perfeito dela agora, é inevitável, ele sente falta dela e a coisa vai ficar meio melosa mesmo porque ele precisa chegar a conclusão de que gosta dela. O Harry é obcecado, tbm não dá pra contar com ele vendo defeito nela por agora. Algo major e mto significativo teria que acontecer e o que eu pretendo que aconteça nesse nível ainda não está tão perto assim. Mas eu vou encontrando as saídas com o tempo.
É importante que essas coisas sejam expostas pra mim. Eu sempre me preocupei com a Hermione acabar ficando Mary Sue demais, mas ao mesmo tempo que me preocupei, não dei tanta importância porque sempre desenvolvi mais os problemas do Draco. Tanto que o ponto de vista dele é sempre mais interessante que os da Hermione. Fanfic a gente não tem editor, revisor e toda a parafernalha e burocracia dos livros, por isso estamos sujeitos a muitos deslizes e é importante que esses toques sejam comentados pra que sejam revistos! Agradeço muito!! J
Anne Lizzy Bastos: Lucio e Narcisa são cenas para os próximos capítulos! Draco e Hermione vão sim continuar trabalhando juntos mesmo com todo esse clima estranho entre eles e vc está totalmente certa ao pressentir o poder dessas crianças. Hahaha
Eu entendo que vc está bastante ocupada ultimamente, por isso só o fato de ter vindo comentar e não ter esquecido, mesmo depois de mto tempo após ter lido o capítulo, me faz muito feliz! Obrigada pelo apoio! J
Annistorm: A reação do Draco foi realmente fundamental pra colocar em contradição o lado egoísta dele. Esse inclusive é um dos fatores que o fez ficar todo confuso final do capítulo passado e se “abrir” com a Hermione. Draco sabe que é egoísta e ver ele mesmo não sendo um e com tanta vontade, com certeza fez um nó na cabeça dele.
Agora o que realmente me surpreendeu no seu comentário, foi ter percebido a impressão proposital do egoísmo da Hermione ao não dar o devido valor a reação do Draco. Ela realmente tem deixado que o ciúme a lembre de todo o ódio que tem pelo Draco e isso tem norteado o tratamento que ela tem dado a ele, mas como agora as coisas são diferentes, porque ela gosta dele de alguma forma, ela tem ficado toda confusa porque trata-lo mal deveria estar fazendo com que ela se sentisse bem, mas ela definitivamente não está se sentindo bem com a situação em que eles estão.
Agora sobre a mulher trancada na sala do Draco, não pretendo esclarecer mais isso. Vai ficar realmente em aberto. Expliquei melhor para a Taysi sobre isso no final da resposta ao comentário dela, se quiser ler lá pode ser interessante.
Achei muito perfeito também como vc expôs os motivos pelo qual o Harry pode não ser compreensivo com o a Hermione passou. Eu concordo plenamente com tudo o que disse. Ele não estava lá, ele não viu todo o sofrimento da Hermione. Mas tbm temos que levar em consideração que ele é um tanto quanto obcecado por ela, não que isso seja um fator determinante, mas contribui um pouco para que ele não saia jogando maldições nela quando ele se decepcionar. Mas por agora, a gente precisa que o Harry faça o papel dele de causador de ciúmes. Hahaha Vamos deixar que ele se decepcione com a Hermione mais pra frente.
Narcisa e Lucio serão cenas para os próximos capítulos e o jeito agora é torcer para que Draco e Hermione desçam do salto e parem de ser teimosos. Gostei de ver que vc quer que seja o Draco que abra mão do orgulho dele quando isso acontecer. Quem sabe. Temos vários planos. Hahaha Obrigada pelo apoio e pelos comentários. Tanto aqui quanto no Nyah! Espero que tenha gostado desse capítulo! J
dann: É muito legal ver como vcs se sentiram mexidos ao ler o capítulo. Muita gente disse que teve que esperar um tempo pra comentar. Organizar as ideias, acalmar os ânimos. Hahaha Fico com uma ótima sensação de dever cumprido. Haha
Adorei seu comentário sobre a visão que teve da Ordem. Muita gente só reclamou da relação Harry/Gina e vc me deu sua visão do quão patético a Ordem tem sido. Acho que o fato da Hermione ter conseguido tirar a Luna de Brampton Fort fez com que eles criassem uma expectativa em cima dela que ela não pode suprir. Isso tem deixado até mesmo a pobre Luninha confusa. A Gina tbm muito rancorosa e o fato dela não perdoar a Hermione, não conseguir seguir a vida e superar isso mostra o quão superficial ela é. O Draco já tinha comentado isso até mesmo com a Hermione quando contou que eles já tiveram algo em Hogwarts. (E observação para a Hermione fura olho viu! Haha mesmo Harry e Gina não estando juntos, a lista de ex da sua amiga é a mesma coisa que “proibido se relacionar com:” pra vc, principalmente quando a Hermione sabia que a Gina ainda era apaixonada por ele) Hermione não é tão boa moça assim como parece.
Sobre a reação do Draco, eu expliquei pra uma das leitoras como é importante que o Draco tenha sido espontâneo ao confrontar o Voldemort. É algo totalmente não dele. Ele poderia ter pensado numa saída antes porque ele sabia que havia a possibilidade de ser meninos, mas não, esse confronto impulsivo marcou a quebra do egoísmo do Draco. Marcou que ele estava disposto a abrir mão de tudo que já tinha trabalhado a anos, para salvar algo que é mais importante que ele mesmo agora. A Hermione não conseguiu enxergar a dimensão disso, o que é meio frustrante, mas eles estão em níveis tão diferentes agora um com o outro. Essa confusão deles tem feito com que eles estejam totalmente dessincronizados. Ela está tão cega de raiva/ciúmes/frustração por estar sendo afetada pelo Draco de uma forma muito sentimental, que acabou correndo para o Theodoro. Ainda bem que ela colocou a cabeça no lugar antes de completar a besteira, mas mesmo assim, é realmente triste ver toda a confusão dela. Sem dúvidas ela está tão tão tão confusa que isso que tem norteado todo o comportamento e as decisões estranhas dela, principalmente nesse capítulo de agora que deu pra perceber mais ou menos que ela está toda sem rumo.
Eu queria muito poder terminar a fic esse ano. Esse segundo semestre agora de 2015 vai ser uma loucura pra mim. Eu queria muito ter terminado a fic antes dele porque sei que vai ser uma luta para não acabar abandonando a fic por causa de outras prioridades, mas mesmo assim eu não quero correr com os capítulo e deixar de colocar detalhes importantes só pra acabar logo. Perderia muito a qualidade da história. Ainda tem muita coisa pra acontecer. Quanto mais eu avalio tudo que tem q acontecer, mais eu percebo que não vai dar pra terminar a fic esse ano. E quanto ao final da fic, se o Draco e a Hermione vão ou não ficar juntos, tente ficar em paz. Hahaha Sério, ainda tem muito chão até lá. Haha
Muito obrigada pelo comentário e espero que tenha gostado desse capítulo. J
Mimi Potter: O que o Lúcio fez?? Vai ter que ser uma resposta para os próximos capítulos e eu já posso afirmar que não é nada de leve não. E talvez tbm não seja algo que ele fez, talvez seja algo que ele fará. A conversa do Draco com o Harry tbm será cena para o próximo capítulo e vai mudar muiiiitaaa coisa no cenário guerra. Como o Draco disse para o Isaac nesse capítulo, todo mundo é uma peça no jogo dele. A diferença é que nem todo mundo sabe que é uma peça. Haha Obrigada pelo comentário e espero que tenha gostado desse capítulo! J
juliana vieira: eu tive leitoras que abandonaram a fic porque não gostaram das atitudes do Draco nem da apatia dele com relação a Hermione tbm nos primeiros capítulos. Realmente é um risco, mas eu penso, a J.K sempre reclamou das meninas que ficam melando o Draco pq ele não era um personagem digno de ser melado. Ele era um personagem com péssimas qualidades e sérios problemas e eu quis trabalhar na fic em cima disso. Ser realista com o Draco que ela criou desenvolvendo ele do garoto mimado e medroso para o general do exército de Voldemort. Eu não poderia fazer ele sendo um cavalheiro gentil e de bom coração. Draco é um personagem influenciado pelo meio. A Hermione é uma personagem tbm influenciada pelo meio, mas por um meio completamente oposto ao dele e quando eles se juntam a gente tem as máscaras caindo, o Draco sendo tratado, a Hermione sendo mudada, e toda essa ladainha pra chegar ao equilíbrio. A beleza Dramione. Haha Draco parece o vilão, mas quando a gente consegue realmente conhece-lo, a gente percebe que ele tem um coração de mocinho que ta sempre escondido ali. Haha Fico feliz que tenha insistido na fic e tenha conseguido passar aqueles primeiros capítulos para conhecer o verdadeiro coração do Draquito. J Obrigada pelo comentário e espero que tenha gostado do capítulo!
the: hahahaha muito obrigada pelo comentário e espero que esse capítulo tenha sido tão chocante quanto o anterior. Nada de Draco batendo de frente com o Voldemort, mas mesmo assim temos ele no final vendo a cena do ano! Haha
shammy: obrigada por divulgar o recado que pedi na página!
Elizabeth L. Malfoy: Ebbaaaaa!!! Mais uma leitora fantasma se revelando!! Agradeço todos os elogios e pode ter certeza que seu comentário é um super apoio para que eu me comprometa ainda mais com a fanfic! Vc não precisa comentar coisas enormes nem filosofar sobre os personagens como eu costumo fazer, hahaha, mas se pelo menos me deixasse saber qual foi sua parte favorita do capítulo, frase, diálogo, ctrl+c ctrl+v, já ia me fazer muitoooo feliz! Haha Espero que tenha gostado desse capítulo e muito muito muito obrigada mesmo por ter deixado seu comentário! J
Aluada Black: Nossa! Meu Deus! Eu + vc = várias coisas em comum! Eu tbm sofri esse processo seu no passado. Me mudei, faculdade, mundo novo e acabei me distanciando das fics. Shippava H/H aquela época tbm. Inclusive tenho algumas fics H/H daquela época. Não que eu tenha deixado de shippar HHr. Pra mim eles sempre serão a melhor e mais saudável opção de casal da saga original. Mas tbm não tenho dúvida de que DHr será sempre mais emocionante. Hahaha As fics da Serena Sly que me fizeram voltar para o mundo das fics. Tbm já li as da Artemis. Confesso que não leio tantas fanfics assim. Na adolescência era direto, mas hj que a gente vira adulto e as preocupação são em dar conta de pagar as contas sem passar fome no final do mês, tem mta coisa que começo a ler que é acaba sendo superficial demais para o meu gosto. Difícil encontrar fic boa. Haha
Fico muito feliz que você tenha tirado uns minutinhos do seu dia para deixar um comentário aqui e me passar esse super apoio! Obrigada mesmo e espero que tenha gostado do capítulo! Espero te ver outras vezes. J
Dark Moon: Te mandei um email de desculpas! Eu achei que tinha te respondido mas essa vida corrida bagunçou minha cabeça toda! Desculpa se pensou que eu estava brava! Não tenho motivo para estar, nunca tive! J
Comentários (25)
As pessoas tem diversos motivos para esperar o início do mês, aniversários de parentes, casamentos, namoros, afilhados e afins, mas ultimamente, minha ansiedade é pelo próximo capítulo dessa história sensacional. Quase morro do coração no fim desse capítulo, tive que reler para ver se eu tinha entendido direito.Mais uma vez surpreendente e com a capacidade de deixar a ansiedade a mil!!Que venha o próximo capítulo para esclarecer ou não, esse capítulo marcante. E que a Hermione se entenda com seus próprios sentimentos e o Draco sinta o que é o ciúme para entender, admitir e demonstrar o que sente.
2015-07-30Fraaanzinha ! QUE DELÍCIA de capítulo. Nossa é tanto entretenimento numa mesma história que eu nem sei muito o que comentar pq vou parecer idiota. hahaha eu gosto dessa coisa de draco e hermione de vez em quando soltarem umas verdades um para o outro pq isso humaniza a relação. Parece as vezes que tudo é mecanico entre eles, mas em momentos como esses em que o Draco assume que a traição com a veela foi burrice e ela tb assume isso com o theodore, faz tudo muito mais empolgante. a parte mais TCHAN foi realmente esse final com a aparição do Harry. Pra falar a verdade o lado da Ordem da fenix é tão sem graça perto do lado do Voldy que eu nao espereva mesmo que a Hermione fosse ver o Harry agora. e a reação dela foi a SACADA MASTER desse capitulo. Jamais imaginaria esse momento como foi descrito, e vou te falar: vc superou minhas expectations...hahahahhahaha love it ! aguardo o proximo beijos mari castellani
2015-07-27MEU DEUS FRAAAAAN NEM SEI POR ONDE COMEÇAR! Primeiro queria dizer que amei o momento amorzinho do Draco com o chute dos bebês e do momento sincero deles. Quero muito muito muito que eles voltem a realmente a ser um casal, óbvio que na parte romântica da coisa, mas principalmente no companheirismo que eles haviam construído. Draco e Hermione são pessoas tão inteligentes NÃO É POSSÍVEL que eles não percebam os sentimentos que possuem um pelo outro. Sério. Isso me faz ficar irritadíssima com os dois! Hermione chorando pelos cantos, beirando a depressão por conta da infidelidade do Draco ( Sério, ela estava tão down nesses capítulo, tão depressiva. Fiquei até mal por ela). Ele, por sua vez, insistindo em ficar com outras mulheres pra tentar esquecer a Herms. CARALHO, VOCÊS SÃO ADULTOS! Sério, não vou aguentar esses dois assim por muito tempo, é auto destrutivo! Outra coisa, quero muito saber o que passou pela cabeça do Draco ao levá-la direto pra HARRY POTTER. Sério, quero muito saber o que que ele planejava com isso. Tenho certeza absoluta que agora ele vai morrer de ciúmes e estou louca por isso. Mas pra falar a verdade, Hermione não ama o Harry. Sério, dá pra contar nos dedos as vezes que a Herms fez menção ao testa rachada hahahaaha No começo, antes do casamento, ela até pensava nele e uma única vez falou sobre ele com a Luna. Depois do casamento, que eu me lembre, ela só lembrava dele em momentos de culpa por estar se envolvendo com Draco ou como o amigo que ele foi, jamais como o amor de sua vida, ou como o homem por quem era apaixonada. Desse modo, seria completamente estranho se a Hermione de repente voltasse a ser louca pelo Harry (acho que ela pode sim se sentir confusa por que o término do seu relacionamento com ele foi forçado, mas eu tenho a impressão que ela jamais amou Harry como homem, mas sim como amigo). Querendo ou não ela está envolvida demais com Draco por todos os motivos que citei naquele meu último review. Enfim, quero muito saber como você vai desenrolar essa história dos três. Outra coisa, Draco fica irritado com a forma com a qual a Hermione vem tratando ele, mas se esquece de que ele começou tudo isso. Ele se afastou e nada mais justo que ele busque a reaproximação, que ele diga como se sente, que ele se dispa do orgulho e mostre o que está sentindo pra ela. Foi assim da vez em que perderam a filha, ele se abriu e a Hermione acabou lhe dando espaço. Espero que aconteça o mesmo agora. Eles não merecem continuar do jeito que estão, está deixando Hermione cada vez mais depressiva, ela não vai aguentar por muito tempo. Quando ela disse que queria desaparecer meu coração se partiu em mil pedaços :( Ainda estou curiosa sobre Narcisa e Lúcio e tô achando que Hermione vem da linhagem de Morgana vamos veeerr Não sei mais o que dizer, amo tanto essa fanfic, estou ansiosa demais ❤
2015-07-27Sua fic é encantadora e altamente surpreendente, sempre. É isso que me deixa com um aperto no coração, pois sinto que ela está rumando ao fim. Sou esperançosa e amaria ver mais o Draco não sendo babaca. Haha Acho que sou a única leitora que prefere o ponto de vista da Hermione, acho que por costume, apesar de amar saber o que se passa na cabeça do nosso sonserino. Sempre desconfiei que a Mione era descendente de Morgana, e agora tudo fica mais forte, até porque o Lorde V. com toda a sua loucura de purificar a raça bruxa, não iria querer um herdeiro filho de uma nascida trouxa. Esse final aí foi de partir o coração, mas estou amando.Parabéns por essa história fascinante. Espero ansiosamente o próximo.
2015-07-26Pelo Amor de Deus!!!!Simplesmente não consigo parar de ler!Passei 3 noites em claro lendo e agora que acabou os capitulos e vou morrer de curiosidade..Dispensando o Drama... vc está de parabéns é uma excelente escritora e sabe definitivamente como prender a atenção dos seus leitores..
2015-07-14Bah! Que capitulo. Aqueles de tirar o fôlego.Bom, e esse final! Estou sem palavras. Absorvendo bem as informações de hoje hehehehePartindo de que hoje foi apenas Draco. É possivel perceber mesmo que sutilmente tantas coisas da personalidade e do modo de pensar e ver a vida, o compreender. Cresceu em uma vida de aparências, mas nunca quiz aquilo para ele e com Hermione acabou encontrando a oportunidade de ser diferente. Entretanto com o medo do novo, sair da zona de conforto não é facil. Acabou fazendo aquilo que mais odeia, ser igual ao Pai. Acredito não conseguirá viver com essa versão de Hermione. ela nunca foi uma pessoa conformada, apagada. Hermione é o verão. O Sol que ilumina os dias. Mostrou o quanto ele se importa e tenta não se importar. Provavelmente, será dificil absorver esse encontro de Harry e Hermione. Ele detesta que toquem em algo que o pertence. E querendo ou não a esposa é dele. Precisa ter em mente que é apenas mais um degrau desta escada para o topo e para o fim da Guerra.Para Hermione deve ter sido informação demais, sem estar preparada ou esperar. Mas torço para que esse encontro seja o ponto final daquilo que ela e Harry tinham ou achavam que tinham. Um divisor de águas para a Hermione confusa, perceber que a familia dela é com Draco. Por mais dificil que seja a relação dramione. Creio que Hermione fará que nosso vilão-heroi Draco amadureça (sempre digo isso, e sou insistente nisso), porque a Guerra mudou e mudará ambos, fazendo que percebam que funcionam muito bem juntos, duas mentes implacaveis, sem limites de inteligencia e corações agitados.Gosto muito de Harry, acredito que ao ver o anel Malfoy em Hermione irá pirar, mostrar o quao temperamental e desestruturado está. Nos breves trechos que apareceu, sempre o percebi assim. Mas não acho que esse relacionamento ainda tem a mesma força de ambos os lados, é algo que se tornou de mão unica que não tem mais duas mãos. quem sabe volte a aquilo que j.K Rowling nos apresentou em seu original, uma amizade leal e conectada.Para quem estava sem palavras, acabei escrevendo muito. Sucesso!!! e Sempre ansiosa por mais.p.s.: estou acompanhando pelo Nyah tbm, mas aqui me tras uma nostalgia e deixa a história muito mais envolvente e magica.
2015-07-08Oi Fran, em primeiro lugar vou explicar pq não comentei no capítulo passado! A pessoa lê o capítulo e depois dá uma respirada básica, para o coração voltar a bater no lugar certo, ao invés da garganta e esquece de voltar pra comentar!!! Por isso me desculpe. Agora quanto a história, Meu Deus!!!!!!! Hermione grávida e provavelmente em risco de ver uma filha morrer e o outro ser entregue ao Voldemort com a própria Hermione de brinde, é demais!!! Por isso ainda bem q o Draco tá começando a mexer mais em todo esse tabuleiro q é a guerra!!! Mas se ele não fosse tão teimoso e aceitasse o que sente de uma vez pela Hermione, seria muuuuuuuuito mais fácil!!! Enfim, agora falando desse capítulo, nossa!!!!! O q é isso? Ver a Mione com o Harry, cara a cara?? Olha foi o mais tenso q eu já vi em qq história q eu já li!!!!! E o terror do Draco ao ver os dois tão cumplíces!!! Eu sei q vc é supermega capaz de conduzir sua história, mas deu uma vontade imensa de ver o próximo capítulo como continuação desse, tipo o encontro continuar no ínicio do próximo capítulo!!!! Mas enfim, vc sabe melhor do q ninguém como levar essa história incrivel pela frente!!! E pra completar meu palpite é q o Lúcio vai ser o responsável por acabar com essa ilusão de família q o Draco tem, sendo uma ordem do próprio Mestre Voldemort! Algo como matar a filha deles na frente deles, ou destruir com a Hermione na frente de todos naquele sessão macabra de inverno, acho q é essa a missão do Lúcio e a Narcisa não conseguiu aguentar e por isso largou ele!!! Enfim, sua história é demais, tanto q não tem elogios a altura pra dizer dela!!!! Parabéns e estou mais do q ansiosa pra o próximo dia 4 de agosto!!!!
2015-07-08Quando eu penso q o cap 31 foi o melhor, vc vem com esse cap, eu amei cada parte dele. Ok, eu devo ser uma das poucas q não liga p as puladas de cerca do Draco, ainda, mas eu realmente gostei dessa em particular, kkkk, não pelo fato dele ficar comparando a veela com a Hermione, pq eu acho q isso acontece desde a primeira vez q ele esteve com outra, acho q agora talvez esse sentimento tenha ficado mais forte e tbm tenha mudado, se antes eu creio q era mais por uma situação "eu estou ficando = ao meu pai", agora além disso tem os próprios sentimentos pela Hermi, então é bom ver isso. Mas o q eu realmente gostei, são dois pontos, 1 é mto bom q ele esteja ficando c varias mulheres enqnt ele não se resolveu c a Hermi, pq daí qnd ele estiver com ela e só com ela, msm q uma mulher linda, realmente incrível de em cima dele, ele vai até poder apreciar a vista, mas eu acho q ele vai pensar "opa, eu já fui por ai, o sexo pode até ser bom, mas depois vou me sentir um merda e dessa vez a Hermione não vai aceitar, mto menos perdoar, então definitivamente não vale a pena", pq convenhamos é mto dificil q na vida real um galinha deixe d ser galinha, então o Draco ter essa consciência d q no fim ele vai querer apenas a Hermione e q ela basta é algo válido. E a segunda coisa q eu mais gostei, é a parte q ele fala q o encantamento d uma veela não funciona mto bem c ele, pq ele tem sorte. P mim isso é uma parte mto importante, pq talvez o Draco não seja um completo alienado nessa questão de sangue, sim ele é preconceituoso, ponto, mas eu acho q ele pode entender q td essa questão d superioridade sanguínea é uma completa idiotice. Isso, p mim, é um dos pontos mais importantes q ele tem q resolver para q a relação dele e Hermi funcione, pq, por mais q ela não seja nascida trouxa (estou super ansiosa para saber certinho os detalhes da origem dela e se ela vai ficar mais poderosa), ela é uma pessoa q acredita e defende a igualdade entre os seres mágicos, então conviver c uma pessoa q se sente superior e q grita aos 4 cantos isso, acho q não seria fácil, eu digo isso por mim, hahaha, qnd leio eu meio q me projeto nos personagens e eu sou uma pessoa q não aceita mto questões d intolerância e me relacionar c alguém q além d ter seus preconceitos, demonstra ódio é um martírio. E eu acho q essa sempre seria uma questão em aberto p a Hermione, tipo, ele me aceita e me ama pq eu não sou trouxa? se um dia meu filho resolver se casar c uma trouxa ou nascida, ele o q?? Eu sei q vc já trabalhou isso em outras partes da fic, mas eu acho q mostrar o Draco lidando com estas questões antes d saber qm ela realmente é, é importante. A parte do baile foi um dos momentos mais fofos de toda a fic, eu sei q é mais fácil p gnt q tá vendo do p.v do Draco, mas se a Hermione não estivesse em td essa montanha russa de emoções e fosse seu p.v, eu acho q ela perceberia como ele está diferente, como, ao modo dele, ele vem se mostrando preocupado, como td hr ele pensa, eu não vou consolá-la, mas ele faz isso, rrsr, msm ele sendo mais duro no final. Eu preciso falar sobre o quão bem vc vem construindo a Narcisa, q é um personagem q vem ganhando meu coração, não foi nada específico q ela fez nesse cap, mas eu nunca falei apropriadamente dela. Eu sei q a grande maioria das leitoras sempre gostou dela, mas p mim não foi assim, ela passou da mãe/esposa fútil, sem graça e fraca para uma grande mulher. Eu acho q eu tive uma certa resistência c ela, pq como eu falei eu me coloco no lugar dos personagens e p mim, a Narcisa do começo é td o q eu não quero/vou ser na vida, sinceramente, não me vejo colocando o amor por um homem acima do meu amor-próprio e orgulho, mas eu preciso admitir q é preciso ter coragem, talvez essa não seja a palavra, p passar por td q ela passou e continuar amando e é preciso mais coragem, para sair do lugar comum do qual ela sempre esteve acostumada e abandonar esse amor. Eu realmente não quero q ela volte c Lucius e vou tentar não julgá-la se ela fizer isso, mas eu ainda vou gostar dela. Agora eu vou p a melhor parte, q eu vinha esperando a mto tempo q é o reencontro H/Hr, por duas razões, a primeira é q Draco tem concorrência (FINALMENTE!!! posso ouvir gritos de aleluia aqui, hahah), mas não é só por isso, eu preciso confessar q qnd eu li a parte do baile eu fiquei decepcionada, pq, eu sei q vc já falou 1 milhão de vezes q Theodore não é concorrente p o Draco e eu concordo, mas eu queria q ele sentisse ciuminhos, kkkk, mesmo q fosse só um pouquinho, pq eu acho mto injusto só o Draco ta se divertindo e a Hermione sofrendo, eu li o cap inteiro pensando, isso não é nem um pouquinho justo, kkkk, e então o q vc faz??? Vc traz o Harry e para melhorar a situação os coloca dando um beijão bem na frente do Draco. Eu fiquei aqui, é isso aí Fran, se é pra fazer, vamos fazer bem feito, kkkkkk, garota, vc fez meu dia mais feliz. E a segunda coisa q eu gostei desse reencontro, é q eu acho q o Harry vai fazer mto bem para a Hermione, eu acho q ele vai ajudá-la a ficar em paz com ela mesma, pelo o q eu observei a grande maioria está vendo o Harry como um chato (eu tbm to, mas como eu gosto dele eu relevo, rsrsr), q ele vai ficar louco c td essa situação, mas eu tenho fé nele, antes de qualquer coisa Harry é amigo dela, ele a conhece desde sempre, sabe o caráter q ela tem, então eu realmente acredito q qnd ela contar td o q aconteceu, ele vai apoiá-la, vamos p o principio, Hermione se deixou capturar pelo bem da Ordem, foi entregue como um objeto p o seu pior inimigo e foi obrigada a gerar uma criança q foi tirada dela brutalmente, então foi obrigada a engravidar novamente, bem, se uma das minhas melhores amigas estivesse me contando isso, eu já estaria chorando e dizendo eu te entendo, mesmo qnd ela contar q vai entregar a ordem, q entregaria ele se Voldemort pedisse, talvez de cara ele não entenda, mas eu acho q ele vai compreender o q ela ta fazendo e eu acho q ele até a ajuda, pq no fim ela tbm tem planos de acabar c Vold. Por td isso eu acho q ele vai fazer bem p ela, se o seu melhor amigo aceita td o q ela fez, então ela vai poder parar c essa briga interna q ela ta travando, pq no fim qualquer pessoa tomaria as mesmas decisões q ela. Outra coisa q eu acho q vai acontecer c a entrada do Harry, é a Hermione colocar em ordem td sentimento q ela tem por ele e pelo Draco, até então ela acha q Harry é o grande amor dela, ela nunca vai poder escolher o Draco se ela tiver esta fantasia, eu acho q se ela não tivesse essa chance, o Harry seria um peso para o relacionamento deles para sempre, algo como, se eu pudesse ficar c o Harry eu teria escolhido o Draco?. Então ela pode acabar transando c o Harry e ver, "ei, eu não sinto o q eu achei sentir", ou ela pode simplesmente não querer nada com o Harry e isso tbm vai ser uma descoberta, " eu não quero ficar c ele, então lógico q eu não o amo". Então eu estou louca para ver o desenrolar disso td. Pedido, eu sei q vc já deve ter td a estrutura do próximo cap, mas faça um p.v. do Draco tbm, por favor, eu quero ver ele com dorzinha de cotovelo (mentira, eu quero ver ele sofrendo, c raiva, td indignado e meio hipócrita sabe, hahah, já deu p ver q eu sou uma pessoa meio vingativa né), mas eu tbm quero p.v da Hermione e Harry e se der faça um cap bem longo, pq eu já to de abstinência aqui , hahaha, pedi demais né??. Qnd eu li q vc não vai terminar a fic esse ano eu fiquei toda feliz e triste, feliz pq vai ter mais caps e triste pq eu não sei o final (isso é ficar feliz e triste d um jeito bom, não é o q eu acho q vai acontecer no final da história, eu sei, eu sofro por antecedência). E como mulher, vc qr q eu não fique preocupada??? eu já to preparando o meu psicológico aqui, se terminar d um jeito ruim, eu vou t odiar por um tempo, kkkk, eu já to sofrendo demais durante os caps, se isso fosse um livro eu já tinha lido o final faz tempo. Mas o q eu queria falar aqui, é pra vc não abandonar a fic não, mesmo q demore um pouco mais de tempo p postar (nem eu to acreditando q to falando isso, kkk, por mim vc postava toda semana), eu sei q vai ficar mais difícil fazer isso a partir d agora, mas vc tem um monte d gnt q é sua fã e q ta amando td e eu sei q td mundo vai pirar se vc dar uma parada, pq eu já to louca aqui com essa possibilidade. Td o q eu posso fazer daqui é dar meu apoio moral e torcer q as coisas fiquem mais leves para vc.
2015-07-08‘‘- Acredita que ele cairá algum dia? - Sim. - Quer estar ao lado dele quando isso acontecer? - Não.‘‘ FINALMENTE, ISAAC! Hahahaha. Fran do céu! CdP cada dia mais viciante, sério mesmo. Já pensou em escrever um livro? Por favor..enriqueça ainda mais a literatura brasileira.Estava odiando essa veela com todas as minhas forças mas quando ela começou a jogar verdades na cara do Draco, a amei por um segundo ou mais HAHAHA. Não por muito tempo, é claro. Desde o momento em que os Malfoy falaram sobre a verdadeira linhagem da Mione, eu já suspeita de Merlin ou Morgana. Agora, suspeito ainda mais. Que curiosidade! Isso será revelado no último capítulo da fic ou antes? Se não puder contar, vou entender u.u Derreti de amor com a citação de Montesquieu *-* <3 Sou apaixonada por História, ainda mais Iluminismo. Draco além de tudo é inteligente. Que homeeem ushushsu. Quanta agonia estou sentido em relação a Dramione, nossa! Estão passando por um período tão conturbado e ao mesmo tempo acho até necessário, mas dá agonia e saudade do tempo em que eles estavam convivendo tão naturalmente bem...ai ai...e agora esse encontro da Mione com o Harry...até entendo ela ter retribuido o beijo dele, mas agora sei que Draco se convencerá de que ela não o ama e tudo o mais. Que ódioooo! Suhsushus. Parece que até a Ciça está percebendo os sentimentos do filho pela Mione, estou certa disso Fran? Por favor, me dê uma dica u.u Mal posso esperar, para que a Hermione admita pra sí mesmo, seus sentimentos por Draco. Ele não admitiu para ele, mas seus pensamentos dão mais a entender do que os dela. Super ansiosa aqui *-*Beijos Fran, meus parabéns e até Agosto.
2015-07-08Capitulo intrigante. Concordo com vc sempre achei a Gina um personagem sem expressão ou motivo para destaque. Realmente o Nott não abalaria o Draco como o Harry. Adorei a sua última frase me fez tremer. Detestei o início do Draco com a veela mas compreendo que faz parte do desenrolar da fic e da característica do Draco e seu interiior. Aguardo com expectativa o próximo capítulo para saber sobre a Narcisa.
2015-07-07