Capítulo 22
22. Capítulo 22
Hermione Malfoy
Tinha consciência de que estava acordada, mas ainda não queria abrir os olhos. Sentia o corpo pesado de uma noite de sono mal aproveitada. Ela sabia que se não fizesse esforço nenhum não abriria os olhos, ficaria ali, parada, escutando o som de sua própria respiração até cair novamente em seu sono. Dormir a fazia esquecer. Tomava poções para não ter sonhos nem pesadelos e havia se prendido a esse ciclo. Ficar inconsciente, acordar e tornar a ficar inconsciente o mais rápido possível antes que toda a dor que havia em seu peito molhasse seus olhos novamente.
Mas sabia que precisava reagir. Os dias passavam e ela sabia que não poderia se dar por vencida por mais que quisesse, por mais que tudo em seu corpo, sua mente, seu espírito e sua alma implorassem para que ela se desse por vencido. Havia tanta raiva dentro de si, tanto ódio e rancor. Ela queria colocar tudo aquilo nas costas de Draco, mas ele havia implorado para que ela não fizesse isso e o modo com havia implorado fizera com que ela recolhesse tudo aquilo novamente e guardasse dentro de si. Ele havia sido tão verdadeiro, aqueles olhos, ela nunca havia o visto tão vulnerável. Não poderia colocar tudo que sentia sobre ele porque ela percebera que ele já carregava também dor o suficiente assim como ela e o fato dele ter mostrado isso fez com que ela não conseguisse mais o reconhecer. Ele tinha outro lado. Havia outro alguém que ela não conhecia por trás da máscara que ele usava sempre. Ela duvidava que ele já tivesse mostrado isso a alguém. Talvez Pansy? Será? Astoria? Quem sabe. Narcisa com certeza.
Abriu os olhos. O lado que ele ocupava na cama estava vazio, mas ela já havia notado a falta da presença dele mesmo com os olhos fechados. Havia uma leve luz entrando para dentro do quarto o que a fez presumir que horas eram. Ela já não acordava aquela hora fazia dias. Talvez o efeito de todas as poções do sono que havia tomado estivessem agora sendo drenados para longe de seu sangue.
Estendeu a mão e tocou o travesseiro dele alisando a fronha amassada e acabando com o formato onde a cabeça dele estivera antes de levantar. Ela puxou o ar e lutou para não fechar os olhos novamente. Se tornasse a fechar os olhos não voltaria a abri-los tão cedo e deixaria as horas passar, o dia passar e então aquela seria mais 24 horas perdidas em sua vida.
Havia se acostumado a dormir com Draco. Já não achava mais ruim acordar no meio da noite e sentir o calor do corpo dele perto do seu. Não se importava mais com a respiração dele nem com a forma como ele gostava de ocupar quase a cama inteira. Não podia dizer que gostava, mas simplesmente não a incomodava mais. Havia várias coisas em Draco que já não lhe incomodava mais. O que realmente lhe chamava atenção agora era tudo que ele havia lhe dito faziam exatamente duas semanas. Ela havia guardado aquilo e pensado por horas e dias em muita coisa.
Tentou achar motivação e moveu-se deitando de costas para encarar o teto decorado. Não podia fechar os olhos. Aproveitou mais uma onde de motivação conseguiu se colocar de pé. Embrulhou-se em seu roupão e seguiu para o lavatório. Precisava viver aquele dia. Não podia mais adiar para amanhã. Sempre adiava para o dia seguinte e assim deixava com que as horas passassem e o dia acabasse e seu estado improdutivo dentro daquele quarto diria para si mesma “amanhã”.
Molhou o rosto e se olhou no espelho. Se lembrou de Harry, Rony, Gina, Neville e todos da ordem. Se lembrou das sopas da Sra. Weasley, das geniosas invenções dos gêmeos, da cozinha sempre cheia na mansão dos Black. Aquilo tudo estava tão distante agora. Se lembrava de todos eles como se estivesse se lembrando de sua infância com seus pais, como se não tivesse mais nada o que fazer por eles. Se perguntou quando fora que sua vida em Brampton Fort havia se tornado tão parte de sua realidade.
Decidiu por não seguir sua antiga rotina, não queria e não se forçaria a nada, ainda mais quando tudo nela clamava para voltar para cama, fechar os olhos e ficar quieta ali o resto do dia. Ela ainda estava tomando o controle das coisas aos poucos. Voltou para o quarto, pegou a pilha de notificações enviadas diretamente de Theodoro e seguiu para a mesa de desjejum na sala de jantar.
Draco sentava em seu lugar vestido em sua farda e tomando seu café em silêncio enquanto lia o Diário do Imperador. Ele ergueu os olhos para ela assim que notou sua presença e se manteve debaixo de sua mascara inexpressiva enquanto trocaram um rápido olhar. Ela se perguntou o Draco que ele havia mostrado para há algumas semanas atrás estivesse por trás daquela máscara se surpreendendo por vê-la ali e se questionando se deveria ou não dizer algo.
Hermione sentiu apenas o olhar longe de reprovação dele por vê-la em sua roupa de dormir na sala de jantar durante uma refeição importante. Ela não se importava, sabia que ele não iria abrir a boca para criticar. Ela havia saído do quarto e isso era já um bom avanço. Deveria ser.
Puxou sua cadeira e se sentou colocando sobre a mesa ao seu lado as notificações seladas de Theodoro. Encarou por um momento sem saber o que fazer toda a elegância que aquela mesa sempre era posta. Mais pratos do que precisava, mais talheres do que iria usar, mais comida do que iria ingerir. Encheu sua porcelana com chá preto tentando se lembrar mais o que costumava comer durante o desjejum, pegou um dos pães colocados logo a sua frente e o deixou descansar em seu prato. Bebeu do chão e provou um pedaço do pão. Sem sabor. Ou talvez ela apenas não quisesse comer. Respirou fundo. Deveria se esforçar. Quando seus olhos desviaram para Draco na cabeceira da mesa ele a encarava com seus olhos profundamente cinzas. Trocaram olhares em silêncio mais uma vez e ele se fez ouvir:
- Como se sente? – perguntou.
Hermione quase sentiu uma onda de satisfação querer levantar um sorriso em seu rosto. Talvez o Draco que ele mostrara para ela estivesse segurando aquela pergunta desde que a vira passar para o lado de dentro do sala. Ela ponderou sobre a pergunta para poder respondê-la verdadeiramente e depois de alguns segunda ela disse:
- Diferente. – parecia a resposta mais sincera que conseguira tirar de si. Eles ficaram ali mais alguns segundos em silêncio até que ela percebeu que havia um certo ar incomodo entre eles. Hermione puxou o ar e decidiu se pronunciar em algo. – Posso ter a primeira página? – perguntou quando viu que ele já estava avançado com o jornal.
Draco não se importou e passou para ela a primeira folha do Diário do Imperador. Hermione a pegou e eles finalmente cortaram a troca de olhares. Tornou a encarar toda aquela mesa pomposa a sua frente. Seu coração pesou ao se lembrar de como ela costumava tomar café da manhã com seus pais. Sua mãe sempre se preocupava em assar bolinhos nos finais de semana para torná-los mais especiais. Hermione ficava encarregada de preparar a mesa enquanto seu pai fervia água para preparar um bom chá matinal. Quando tudo estava pronto eles se sentavam a mesa, comiam e ficavam conversando por horas, mesmo que todos já tivessem terminado sua devida refeição. Não havia taças de cristal, porcelana cara e importada, opções de sucos ou chás, talheres que brilhavam como se tivessem acabado de sair da fábrica, nem guardanapos do mais fino algodão de toda a Inglaterra.
Aquilo tudo a incomodou ao ponto de arrastar tudo para o lado trazer apenas sua xícara para perto onde conseguia sentir o calor do líquido mais próximo de seu rosto. Passou uma perna por baixo da outra em sua cadeira e não se importou em colocar o cotovelo na mesa para poder apoiar sua têmpora contra o pulso. Começou a ler a matéria da primeira página esperando pelo tom repreensivo de Draco sobre seu comportamento, mas ele não veio. Aquela era sua casa também, não era? Qual era a razão daquela ser sua casa se não poderia nem mesmo se sentir confortável ali. Estava cansada de ser quem não era. De agir como se depreciasse qualquer tipo de ação contra as etiquetas da realeza.
O Diário do Imperador não estampava nenhuma imagem na primeira página. Havia apenas uma palavra em negrito grande o suficiente para chamar mais atenção do que qualquer imagem: GUERRA.
Hermione se mexeu incomoda em sua cadeira tentando se fazer mais confortável ali. Há quanto tempo ela não se envolvia com a guerra? Dedicara muito de seu tempo para o cargo que ocupava na Sessão da Cidade e se irritara o suficiente com as reuniões do Conselho para frequentá-la como deveria. Finalmente percebeu que o que Voldemort queria ele havia conseguido. Afastá-la da guerra por completo. Hermione não tinha nem ideia do que se passava ultimamente naquele mundo. Não sabia dos últimos ataques, das últimas perdas e ganhos, dos planos de Draco nem poderia presumir os planos da Ordem. Ela havia imergido tão profundamente no mundo do filho que gerava que simplesmente dera as costas a guerra. Tudo havia se tornado secundário.
A reportagem era extensa e pontuava todas as ultimas perdas de Draco, entretanto o defendia com uma frieza bem realista baseado em seus anos como general e o último discurso que dera durante uma audiência aberta algumas semanas atrás. Algumas estratégias foram liberadas ao público e Hermione as leu com atenção, mas soube que aquilo era ralo demais e havia sido liberado apenas para acalmar a preocupação alheia.
- Hei. – a voz de Draco. Céus, aquela voz. Parecia fazer vibrar até mesmo as porcelanas. Hermione o encarou. – Deveria ler isso. – ele disse folheando o jornal e tirando do meio dele uma página que estendeu para ela.
Hermione a pegou, tomou um gole de seu chá esperando que o calor lhe trouxesse algum conforto e começou a ler a matéria. Eram sobre a má eficiência das Casas de Justiça. Parecia que sua reforma estava sendo esquecida. Hermione não gostou de saber daquilo. Aquelas velhas cabeças que a contradiziam deveriam estar encontrando caminho pelas brechas que sua ausência estava causando. Encarou as notificações enviadas por Theodoro e soube que estava ignorando aquilo por mais tempo que realmente poderia. Estendeu a mão e abriu a primeira delas. Naquele momento Draco levantou deixando o jornal de lado, alisou sua roupa e tomou a direção da saída.
- Vai estar em casa para o jantar? – ela o interrompeu e ele parou para voltar-se para ela.
Draco parecia ter sido pego de surpresa e pela hesitação que havia em seus olhos Hermione percebeu que ele já tinha outros planos. Não se importava que ele não estivesse em casa para o jantar visto que nos últimos dias ela nem havia se dado ao trabalho de cuidar das ordens daquela refeição em sua casa, mas ao contrário do que ela achou que ele responderia ele apenas disse:
- Sim. – e deu as costas. – Mesmo horário de sempre. – disse e sumiu.
Hermione suspirou. Ele deveria estar enfrentando muita coisa naquele departamento. Deveria estar encarando rostos amedrontados, palavras ofensivas, discursos acusadores. Ele deveria ter recebido chamados de Voldemort mais de uma vez e mesmo assim, aquela expressão fria se mantinha intacta em seu rosto. Ela se perguntava como ele conseguia fazer aquilo? Como ele havia conseguido levantar da cama no dia seguinte em que ela perdera a filha deles? Como ele conseguia?
Foi quando se lembrou do Draco adolescente que ela via pelos corredores durante seu sexto ano em Hogwarts. Arrogante como sempre, mas diferente, ela se lembrava de como ele havia estado diferente aquele ano. Se lembrou de Harry confessando que antes de atacar Draco havia o visto em um péssimo estado desabafando com ninguém menos que um fantasma. Ele não havia sido sempre forte como era agora. Ele também havia sido fraco, havia sido fraco como ela, havia se deixado ser pisado debaixo do jogo de Voldemort. Todos aqueles anos ele criara resistência ao mundo que vivia, a realidade que estava sujeito e que agora ela também estava. Precisava ser forte como ele, precisava criar sua resistência. Queria ser forte como ele.
Levantou-se. Iria a Catedral.
Precisou chamar Tryn para ajustar sua roupa quando percebeu que perdera peso. Uma saia lápis justa de cor escura que saia de sua cintura e lhe desenhava até depois dos joelhos, uma blusa solta, fina e listrada em branco para contrapor o justo de sua saia, um salto alto no tom mais neutro que tinha e joias caras. Ela se sentia em sua forma novamente, havia se acostumado tanto ao modo como se vestia que mal conseguia saber se poderia tornar a vestir um jeans novamente.
A elfa a ajudou a terminar o restante quando Hermione pediu. Antes de sair do quarto novamente evitou abrir a pasta que a tragaria de volta para cama e a trancou em uma gaveta em sua cabeceira. Aquilo foi quase como ir contra a força de todos os seus músculos, mas era preciso.
Desceu e tomou a carruagem primeiro para o centro onde desceu no grande edifício da extensão de Gringotes em Brampton Fort. Assinou todos os papéis necessários para mover seu ouro que havia colocado em uma casa separada dentro do cofre dos Malfoy para dentro da casa de Draco. Quando visitou seu cofre percebeu que havia feito em um ano mais do que imaginara que um dia faria em uma vida inteira e quando colocara os olhos no de Draco soube que de fato todos aqueles anos como general do exército de Voldemort foram um ótimo investimento para a fortuna dos Malfoy. Hermione sabia que tinha que assumir aquilo. Deveria parar de brincar de ingênua ao ser uma Malfoy porque haviam a obrigado a ser, precisava finalmente ser uma porque agora seu sangue era.
Quando desceu na Catedral e fez seu caminho em direção a Sessão da Cidade já passara do meio dia e tratou de ignorar todos os olhares que se voltaram para ela com a agitação do horário. Sabia que aquilo seria a notícia do Diário do Imperador no dia seguinte. Hermione Malfoy torna a aparecer. Chamou por Theodoro quando alcançou sua torre dentro do departamento. Fora informada de que ele não estava lá mas pediram para que esperasse já que ele mesmo havia declarado que se ela aparecesse ele deveria ser tirado de qualquer outra atividade para atendê-la.
Hermione esperou do lado de dentro da grandiosa sala do governador de Brampton Fort. A sala dele era bem mais iluminada que a de Draco, mas os ornamentos era mais simplórios. Hermione sabia que haviam coisas na sala de Draco que pertenciam ao museu que eles tinham dentro do cofre da família e ninguém ali poderia competir com isso.
Ela tocava os dedos bem polidos de uma das compridas estátuas de cristal que haviam ao longo de uma das paredes quando Theodoro passou para o lado de dentro. Ela verificou se sua postura estava intacta enquanto se virava para ele e era recebida por um sorriso largo e caloroso.
- Então quer dizer que você ainda está viva? – Theodoro era um homem alto, tinha o rosto fino, os olhos verdes, as sobrancelhas escuras e marcantes e quando sorria afundava em sua bochechas covinhas que o fazia parecer alguém receptivo, charmoso e amoroso. – Mal posso acreditar que realmente estou te vendo. – ele deu a volta e se sentou em sua cadeira do outro lado da mesa. – Vejo que decidiu vir trazer suas justificativas pessoalmente. – ele deitou confortavelmente em sua cadeira cruzando os dedos sobre a mesa e ainda carregando aquele sorriso nos lábios. – É sempre bom te ver. Havia até mesmo me esquecido do quanto é linda. Foi bom me lembrar.
- Li a matéria sobre as Casas de Justiça no Diário do Imperador hoje. – ela disse não tendo interesse nos comentários galanteadores que Theodoro soltava com facilidade para qualquer mulher com um pouco mais de retoque.
- E quanto as minhas notificações? – ele ergueu uma sobrancelha.
Ela puxou o ar.
- Devo confessar que não.
- Nenhuma? Então deve ser por isso que ficou surpresa pela matéria no Diário do Imperador.
- Essa não é a questão. – ela logo cortou quando percebeu que ele estava prestes a entrar num tom acusador. – Quando fui acusada pela fuga de Luna e o mestre tratou de me isolar em casa, tudo estava correndo em perfeita ordem. Você disse que Jodie estava em perfeitas condições de cobrir minha ausência.
- Contanto que você continuasse por dentro do controle e isso eu sei que fazia quando resolvíamos nossas questões por cartas e se comunicava diariamente com Jodie. Mas de repente e simplesmente você parou de existir, Hermione. – ele estava sério e ali ela escutava seu chefe - Estou tentando te contatar há semanas. Jodie tem reportado problemas que eu não posso me envolver. Sou o governador, tenho milhões de departamentos para administrar. Nomeio pessoas para que façam seus devidos trabalhos e me ajudem a segurar essa cidade de uma forma organizada. Você não pode sumir sem dar nenhuma explicação como fez. Você é uma peça muito importante dentro desse Sessão. Há muita coisa em suas mãos que eu não posso segurar se deixar tudo cair.
Ela soltou o ar, fechou os olhos por um segundo mais longo e os abriu encarando os de Theodoro. Deveria ser firme, mas ele tinha razão no que dizia e ela. Simplesmente não poderia agir de forma ignorante.
- Eu fiquei doente. – mentiu ela.
Hermione pode jurar que enxergou um brilho de preocupação passar pelos olhos verdes de Theodoro.
- Não poderia ter me avisado isso? – ele decidiu perguntar depois de alguns segundos.
- Não. – ela respondeu.
- Por que? – suas sobrancelhas se uniram em uma expressão intrigada.
Hermione se viu contra a parede. Precisava contornar aquilo.
- Eu não estava em condições de pensar sobre nada. – resolveu dizer.
Eles ficaram em silêncio ali. Theodoro não tirava os olhos dela, como se finalmente tivesse percebido que ela tinha os olhos fundos e havia perdido peso. O sorriso com o qual ele havia a recebido fora esquecido há um bom tempo já.
- E como você está se sentindo agora? – havia um ar sincero em suas palavras, como se ele estivesse realmente preocupado.
Hermione se sentiu incomodada com aquilo, mas ao mesmo tempo era confortante ter alguém que parecia no mínimo interessado em saber como ela estava. Não que Draco não estivesse também, ele havia até mesmo perguntado, o que já era uma grande surpresa, mas aquela inexpressão que sempre habitava em seu rosto era mais intimidadora do que confortante.
- Estou me recuperando. – sua resposta saiu baixa e o simples sorriso que Theodoro abriu com aquelas palavras fazendo suas covinhas surgirem foram suficientes para fazer Hermione sentiu um calor abraçá-la. Ela precisava de conforto, sabia que precisava, e ninguém naquele lugar jamais a daria conforto, mas o que quer que Theodoro estivesse fazendo a trazia esperança.
Ele se levantou de sua cadeira, deu a volta novamente e sentou em sua própria mesa bem a frente dela enfiando as mãos no bolso. Hermione sentia que a proximidade que ele chamou ali era íntima, mas não estranha.
- Posso ver agora que realmente não está em seu perfeito estado de saúde. Peço desculpas se fui muito duro, mas sabe que é o meu dever como...
- Eu entendo. – Hermione o cortou antes que ele pudesse ser gentil demais e saísse da normalidade ao qual ela havia se acostumado naquela cidade. – Você tem uma cidade para administrar e confiou a mim um papel importante. Reconheço minha falta de compromisso.
Ele abriu um sorriso amigável em seu rosto.
- Hermione, - ele começou com uma voz suave. – se precisar de mais tempo posso forçar Jodie a continuar segurando seu departamento por mais algumas semanas. Mas irá precisar me dizer quando acha que poderá voltar as suas atividades, porque as coisas não andam muito bem e acho que conseguiu perceber isso pela matéria que leu hoje. – ele estava tentando a persuadir. Theodoro tinha a arte de saber usar as palavras e parecer sempre amigável enquanto escondia seu verdadeiro interesse por trás delas.
Hermione puxou o ar tentando manter em mente esse pensamento enquanto encarava os olhos solidários de Theodoro.
- Theodoro, eu não vim aqui para te entregar nenhuma justificava sobre o meu desaparecimento embora eu realmente tenha a dado. – ela começou com cuidado. – Vim dizer que estou abrindo mão do meu cargo.
O sorriso dele desapareceu. O silêncio preencheu o espaço entre eles e Hermione soube que a frustração lhe batia apena pelo brilho que seus olhos assumiram.
- Por que? – foi tudo que ele perguntou. Ela sabia também que ele não começaria dizendo que ela não podia fazer aquilo. Estava pronta para enfrentar as palavras persuasivas de Theodoro.
- Tenho minhas razões pessoais e acredito que poderia ser compreensivo em aceitar apenas isso. – tinha que se manter firme naquela palavra. Era uma Malfoy, não precisava se submeter a soltar nada plausível a Theodoro se não quisesse, mesmo ele sendo seu chefe.
Ele ergueu as sobrancelhas surpreso pelo desafio no tom dela, mas Hermione sabia que ele não a colocaria contra a parede nem desceria para um tom rude ou insistiria em todos os argumentos que poderia jogar contra ela.
- Hermione, - ele começou sério – eu. preciso. de. você. – disse pausadamente fazendo cada palavra sua sair muito clara.
- Não, sua Sessão não precisa mais de mim. – ela esclareceu que era o departamento e não ele. – Fiz meu trabalho, coloquei em ordem o que deveria colocar e se as coisas estiverem andando pelo caminho errado, foi porque as devidas punições não foram feitas quando deveriam. Eu gerei um novo caderno de leis, tem o selo da Catedral nele, se as velhas cabeças que comandam as Casas de Justiça não quiserem o seguir por apenas acharem que estão acima da lei, quem terá que lidar com eles será você. Eu me fiz ser bem clara quando disse que todos seriam punidos se a nova ordem não fosse seguida e não sei conseguiu entender com isso que a essência de todo os seus problemas, Theodoro, são as cabeças corruptas e facilmente compráveis que martelam a sentença final nas Casas de Justiça!
- E você é a única pessoa aqui com poder o suficiente para fazer com que essas punições sejam devidamente feitas, Hermione! Você não é apenas uma Malfoy, é também a joia do mestre e as pessoas pensam duas vezes antes de tentar te comprar, você pode arruinar a vida de quem quiser, quando quiser, a hora que quiser e faz parte de uma família que tem se provado ser bem eficiente nesse ponto por anos.
Hermione não havia gostado o tom que a voz dele havia mudado para dizer aquilo. Como se tivesse inveja ou algo do tipo. Percebeu que ele estava usando o poder de distorcer palavras para convencê-la de que ela, e apenas ela, era valiosa ali. Ele queria mantê-la presa ao cargo que tinha e ela desconfiava que Voldemort mesmo poderia estar por trás disso.
- Como pode querer passar esse poder para as minhas costas, Theodoro? – ela controlou para deixar sua voz o mais estável possível. – Você é o governador dessa cidade, o mestre por ele mesmo te deu esse cargo. Como pode, por qualquer razão, se achar incapaz de punir seus próprios subordinados?
Ele soltou uma risada fraca ainda surpreso por como ela estava se impondo naquela discussão.
- Me parece que depois de todo esse tempo você ainda não entendeu como as coisas funcionam desse lado da guer...
- Eu estou bem consciente de como as coisas funcionam aqui! – ela o cortou jamais imaginando que sua voz pudesse tomar aquele tom de severidade. Estava farta das pessoas dizendo que ela não sabia como as coisas funcionavam em Brampton Fort. Ela já havia vivenciado mais do que o suficiente, muito ainda além do que esperava, para saber bem sobre esse lado da guerra. – Se não consegue punir quem deve ser punido é porque é tão facilmente comprável quanto todas as cabeças que batem os martelos nas Casas de Justiça. Quer me manter aqui porque acha que tenho a firmeza para manter a ordem? Precisa de mim para fazer isso? Realmente precisa de mim para fazer isso? Se precisa mesmo, que tipo de governador é você? Que tipo de poder e influência tem?
- Seu eu fosse você pararia por aí, Hermione... – um brilho passou pelos olhos dele. Hermione não tinha medo, já havia sido boa o suficiente em sua vida.
- Não, eu não deveria. Eu deveria estar acima de você se é assim que acredita que as coisas funcionam! – ela estava bem consciente de sua postura e Theodoro deixou a mesa para se colocar a frente dela com a expressão mais séria que já havia o visto carregar. – Escute bem, Theodoro. Eu fiz pelo seu departamento o que você mesmo poderia ter feito se não estivesse ocupado demais sendo comprado pelos influentes dessa cidade. Então não diga que precisa de mim aqui porque faz soar como se quisesse que eu fizesse algo que quem deveria fazer é você! Aquele caderno de leis já está feito! Está selado pela Catedral. Vai seguir a ordem, punir quem deve punir e conter quem deve conter porque esse é o seu papel, não o meu! Meu trabalho era gerir as Casas de Justiça, eu apenas passaria para você o nome daqueles que não faziam seu trabalho de maneira adequada e tenho certeza de que Jodie é bastante qualificada para isso.
Hermione sabia que havia ido bastante longe ao acusá-lo. O olhar de Theodoro, fixo nela, era tão frio que por um segundo ela pensou que ele fosse sacar a varinha e mata-la ali mesmo. Mas um longo minuto de silêncio bastou para que ele trocasse sua expressão assassina por uma séria e controlada o suficiente com muita dificuldade.
- Certo, Hermione. Talvez eu seja o culpado. – ele disse e ela não esperava que ele fosse ceder. Talvez ele não fosse acostumado a ser contestado. – Talvez eu seja mesmo negligente. Talvez eu viva fundo demais no mundo sujo de Brampton Fort e talvez seja por isso que eu preciso de você.
Ela não imaginava que ele fosse tão bom naquele jogo. Haviam retornado a estaca zero e ela esperava realmente ir fundo em uma discussão ali com ele. Não queria que ele tivesse cedido, mas ele havia porque ela sabia que ele precisava dela ali. Queria saber se aquele desejo era apenas uma ordem vinda de Voldemort. Mantê-la ocupada. Longe da guerra. Soltou o ar e fechou os olhos frustrada.
- Estou abandonando o meu cargo, Theodoro. Isso é tudo. – o encarou e esperou mais um longo minuto.
Theodoro venceu a distância que havia entre eles. O olhar que queria acabar com sua vida a segundos atrás por ter sido desafiado e acusado agora se resignava a um cheio de desapontamento.
- Não vou forçá-la a nada. – ele disse com a voz baixa e perto o suficiente para fazê-la querer recuar, mas ela ficaria exatamente ali, com sua postura intacta e o olhar firme sobre sua decisão. – Você mesma sabe que não é permitida a fazer isso, mas vou te dar tempo...
- Eu não preciso de tempo...
- Mas eu vou te dá-lo. – ele a cortou fazendo aquilo soar em um tom decisivo. – Vai pensar isso com cuidado.
- Eu não vou mudar de ideia.
- Você não precisa mudar nada. Eu sei que gosta do que faz, Hermione. Vi seu empenho sobre o trabalho que fizemos. Fizemos isso juntos. Não consegue se lembrar do quanto gastamos nosso tempo em cima de tudo que fizemos? Os projetos. O novo caderno de leis. Fizemos juntos e gastamos bastante suor nele.– ele estava tentando manipulá-la. Ela sabia. – Eu me lembro de como se sentiu gratificada quando apresentou aquele discurso, de quando apresentou o novas leis e de como tudo seria gerido a partir de agora. – ele segurou o rosto dela. - Você estava tão orgulhosa por ter concertado algo que estava errado. Sei que gosta de concertar as coisas, tem essa essência em você. – Os olhos dele ficaram cada vez mais próximos e somente quando Hermione conseguiu sentir a respiração dele bater contra seu rosto foi que tomou consciência da verdadeira intenção de Theodoro.
Afastou-se quase que imediatamente cortando a mão dele para longe de seu rosto, não de maneira agressiva, mas também não havia sido delicada.
- Por favor, Theodoro, nós temos sido profissionais até agora. – ela não queria ter soado severa. Esperava não ter soado mesmo afinal de contas. Ela não sabia qual era o nível de atuação dele, mas Theodoro parecia ter ficado ainda mais decepcionado depois que ela o afastara.
Ele ergueu as mãos em sinal de paz.
- Desculpe por ter cruzado a linha. – ele se afastou também. – Mas também não haja como se não soubesse que qualquer homem que se aproxima de você precisa se segurar para não tocá-la, Hermione. Todo esse tempo que esteve longe... Eu havia me esquecido do quanto tudo em você emana beleza.
Hermione não estava gostando nem um pouco desse novo jogo dele. O que quer que fosse, ela não queria entrar.
- O que eu tinha para fazer aqui está feito. – ela disse ainda com um olhar desconfiado sobre ele. Preferiria ignorar aqueles últimos minutos do que ter que lidar com eles. Quanto menos palavras trocasse com Theodoro melhor, ele sabia manipulá-las bem. – Quero deixar claro que se não tomar uma posição e seguir a risca o novo caderno de leis eu o liberarei para o conhecimento do povo para que eles possam saber de quem exatamente é a culpa. – aquele brilho mortal passou novamente pelos olhos de Theodoro. Hermione ignorou. Deu as costas e deixou a sala dele.
Ele não desistiria fácil. Não deixaria que ela saísse de seu departamento, principalmente se Voldemort tivesse algum dedo ali. Ela não sabia se estava disposta a lutar, principalmente também porque tudo em seu corpo ainda pedia para que ela simplesmente voltasse para casa, abraçasse a pasta com as informações de sua filha e chorasse até cair novamente no sono. Mas talvez aquilo passasse e ela conseguisse forças, conseguisse ser como Draco, conseguisse construir barreiras e se esconder nelas. Toda a experiência de sair de casa já estava até sendo uma boa distração até agora.
Desceu até o subsolo do Q.G. sem ter problemas com a segurança. As pessoas já haviam se acostumado com sua figura e ela até gostava quando nenhum guarda perdia seu tempo tentando barra-la. Os Malfoy podiam ter todos os problemas do mundo, mas ela confessava que tinha também privilégios que ela não sabia se conseguiria viver sem agora.
O subsolo era completamente destinado a zona sete, a zona mais alta do exército de Voldemort. Ser um comensal da zona sete demandava um esforço que muitos dentro do ciclo de comensais gostariam de ter. Era necessário passar pelos anos de treinamento no Q.G., ter experiência em campo de batalha e ser de extrema confiança. Draco os escolhia a dedo e era a única zona que ele mantinha contato frequente e direto. Eram os melhores.
Hermione sempre havia admirado o quanto o exército de Voldemort havia crescido em organização com o passar dos anos na guerra. Ela podia dizer que no começo, quando era ainda apenas uma adolescente, eles eram poucos em número e mal organizados e quem exercia o poder de dominação eram o nome assustador de Voldemort que renascia das cinzas para o topo com uma rapidez surpreendente. Agora o exército era uma força poderosa que mantinha Voldemort no conforto de seu império. Durante esse período a Ordem da Fênix havia apenas passado da esperança do povo para um grupo de rebeldes tentando sobreviver uma vida contra o sistema.
Ela avançou pelos corredores do subsolo seguindo as direções que conhecia. Hermione já havia mapeado aquele lugar diversas vezes. Draco havia lhe feito alguns chamados enquanto estava enfurnado em atividades ali, mas ela mesmo gostava de descer até ali para esperar por ele quando sabia que estariam voltando para casa no mesmo horário. Chegou a porta de um dos ginásios e os guardas que a guardavam deram espaço para que ela passasse.
- Eles estão em simulação, Sra. Malfoy. – Informou um dos guardas enquanto abria a porta para ela.
Hermione apenas assentiu e passou para dentro de um mezanino fechado por vidros. A luzes estavam baixas e alguns bruxos trabalhavam na reprodução de um modelo reduzido de vila bem próximo a vista que dava para o andar de baixo onde a mesma vila se erguia em escala humana e a zona sete agia contra o que parecia um ataque da resistência. Draco discutia com um dos bruxos sobre como mover as peças no modelo reduzido e ergueu os olhos para ela assim que ela se aproximou enquanto ainda falava. Seus olhos se encontraram por alguns segundos e ele os desviou continuando em sua discussão como se a ignorasse.
- ...mova os rebeldes para o centro e deixe alguns em becos aleatórios. Tente fazer com que percamos a formação. – Draco continuava dizendo e Hermione parou movendo sua atenção para o andar de baixo onde tinha uma ampla visão dos acontecimentos.
Pousou ambas as mãos sobre um parapeito baixo que impedia que avançasse mais para tocar o vidro e observou a ação. O exército de Voldemort havia desenvolvido a habilidade de luta física quando a Ordem começou a usar magias tão poderosas que superavam a magia negra muito usada por comensais. Hermione sentia-se orgulhosa por estar por trás de todas essas magias e ter conseguido ensina-las aos rebeldes. Por isso a primeira tentativa do exército era sempre desarmar. Contar com magia involuntária durante uma luta física era uma aposta perdida ainda mais porque o exército era muito bem treinado e os rebeldes pouco tinham noção e pobremente conseguiam agir por reflexo nessas situações. A Ordem logo trabalhou em invocar feitiços sem a necessidade da varinha, apenas com o poder do sangue mágico que corriam em suas veias quando o exército começou a ganhar a maioria de sua batalhas no punho, mas isso ainda estava em processo e era difícil, demandava profissionalismo, muito conhecimento, concentração e força de vontade. Mas Hermione se lembrava que poucos na Ordem, junto com ela, estavam começando a dominar a coisa quando ela foi capturada.
O fato de Draco estar no mezanino e não com a zona sete em campo no andar de baixo era um indício de que muito provavelmente aquela era a primeira tentativa de simulação e ele queria ver a reação de sua zona para montar um plano específico. Ela finalmente percebeu que eles estavam montando um planejamento de ataque e não resistindo a um.
Sentiu a presença de Draco as suas costas, o perfume familiar dele invadiu o oxigênio a sua volta. O reflexo no vidro mostrava pouco da cabeça dele acima de seus ombros encarando a vista com tanta atenção quanto ela e a silhueta espaçosa de seu corpo atrás do dela.
- O que faz aqui? – as vezes a voz dele soava como um trovão por mais baixa e calma que fosse.
- Na catedral ou no seu departamento? – ela perguntou e percebeu pelo pobre reflexo que ele puxou o ar e cruzou os braços atrás de si.
- Bem, considerando que nessas últimas semanas você pouco administrou uma saída do nosso quarto me sinto no direito de confessar que mais me interessa saber o que faz na Catedral do que no meu departamento. – ele esclareceu, mas como se esperasse que ela mesmo tivesse chegado a essa conclusão sozinha.
Ela deixou que o silêncio acontecesse entre eles por alguns segundos enquanto observava um corpo perdido do exército lidar com uma magia muito comumente usada pela Ordem para ganhar tempo.
- Vim dizer a Theodoro que estou abrindo mão do meu cargo como líder das Casas de Justiça. – informou ela.
Ele pareceu tomar um tempo para processar aquilo.
- Você não precisa fazer isso, Hermione. – foi o ele disse depois de um tempo. – Seu trabalho pode ser uma boa distração para você agora.
- Por isso mesmo preciso deixá-lo. – ela disse. – Quero que outras coisas me sirvam de distração.
- Senhor... – um dos bruxos debruçados sobre o modelo reduzido o chamou e Draco o cortou já sabendo exatamente o que dizer.
- Mantenha-os nas laterais. – foi a ordem de Draco.
- Não muito inteligente para seu exército. – comentou Hermione para ele sobre a ordem que havia lançado
- Eu sei. – ele respondeu – Apenas assista.
E Hermione assistiu enquanto toda a zona sete conseguia domar o ponto mais alto de dominação dos rebeldes e tornar o que Draco havia dado como cartada final para a vitória deles em uma reviravolta que ela não esperava que o exército fosse capaz. Ele era inteligente. Ele era muito inteligente. E isso era bem afrodisíaco, ela tinha que confessar.
- Vejo que tem trabalhado na linha de formação do seu exército. – disse depois de limpar a garganta tentando soar o mais neutra possível.
- Já estava na hora, não acha? – ele disse e deu as costas. Ela quase pode ver o sorriso discreto que brincava nos lábios dele pelo reflexo. – Luzes! – estalou os dedos lançando sua ordem para um dos bruxos e tudo se acendeu fazendo sumir a projeção da vila dando lugar a um enorme ginásio de paredes e piso branco. – Abra a linha para eles. – pediu enquanto levava sua varinha para a garganta. Recebeu o aceno de um bruxo e começou: - Não muito perfeito para a primeira tentativa. – Hermione escutou a voz dele soar ampla do outro lado do vidro. O grupo disperso pelo ginásio começou a se juntar e erguer a cabeça para o mezanino. – É preciso que segurem a suposta vitória deles por mais alguns minutos. O grupo que irá derrubar os postos de vigilância e trabalhar nas fronteiras precisará de no mínimo trinta minutos, portanto recuem mais antes de força os rebeldes para as laterais e os segurem o máximo de tempo possível, eles não iriam dispersar, seria estúpido. – ele pausou por alguns segundos deixando o grupo discutir entre eles no andar de baixo o que havia sido acabado de ser dito. - Forjar um ataque e deixar que eles beirem a vitória por muito tempo é bastante arriscado. – Draco chamou atenção mais uma vez. – Temos que ser o mais discretos possível para não aparentar que na verdade quem tem o controle da situação somos nós. E de uma vez por todas, nós não vencemos a Ordem usando magia! Eles são muito bons nessa área. Desarmem, usem suas habilidades, será mais fácil controlá-los assim. Lincoln. – Draco chamou o comensal pelo sobrenome e não pelo status dentro do departamento o que mostrava a relação próxima que ele mantinha entre general e soldado ali.
- Sim, senhor. – a voz do homem soou no mezanino como se ele estivesse próximo e não um andar abaixo. Hermione notou um comensal de cabelos loiros e cortados bem rentes a raiz prestar uma respeitosa continência.
- Seu ato quase custou nosso domínio sobre a operação inteira, me diga qual foi seu erro. – disse Draco.
- Deixar minha posição, senhor? – o homem pareceu incerto.
Não. Hermione pensou. Errou seu calculo de distância. Agora que ela entendia todo o plano tudo fez sentindo quando se lembrou daquele mesmo homem saindo da posição que estava na esquina da avenida principal.
- Não. – disse Draco. – Você errou o cálculo de ação. – Hermione sentiu seus lábios quererem abrir um sorriso discreto de satisfação por perceber que ainda era boa. Aquele homem fora impulsivo. Se lembrava exatamente de quando ele deixou a posição. Vinte e três metros aproximados de distância para se percorrer há um passo de um metro e meio vencido por segundo em um tempo de quinze segundos era querer clamar por um milagre. Hermione se lembrava do quanto todos da Ordem cometiam erros como aquele com frequência, principalmente Harry e Rony que adoravam ser impulsivos. – Se algum dos rebeldes tivesse visto Newcastle cobrir sua falha teriam percebido que estávamos deixando com que ganhassem. – continuou Draco. - Isso seria nossa ruína. Informei que forjar um ataque é extremamente arriscado, não podemos nos dar ao luxo de erros cometidos por comensais da zona três. Não há plano B que nos faça tomar o controle se a Ordem perceber que estamos servindo de distração! Essa é uma lição para todos.
- Sim, senhor. Peço perdão. Estarei mais atento aos detalhes. – prometeu o homem de forma muito profissional e Draco apenas acenou em concordância.
- Terá tempo para treinar nas nossas próximas simulações. É um bom soldado. Não estaria aqui se não fosse. – o tom de Draco fora calmo embora ainda houvesse um ar de punição ali, mas Hermione notou que o comensal parecia se sentir bem por ter sido alertado de sua falha e surpreendentemente devoto a Draco mesmo aparentando ser mais velho. – Preparem-se para mais uma simulação em sessenta segundos. Sei que estão todos cansados, mas temos um horário apertado hoje. Sei que conseguirão administrar isso sem tempo para descanso em suas melhores formas, afinal são todos soldados da zona sete. – ele finalizou, tirou a varinha da garganta e voltou-se para o bruxo ao seu lado. – Prepare a próxima simulação e corte as linhas. – ordenou e o bruxo tratou de adiantar os preparativos enquanto Draco engajou em uma discussão sobre a mesa do modelo reduzido com mais um grupo de outros bruxos. No andar de baixo uma contagem regressiva de sessenta segundos começou em um painel gigantesco em uma das paredes. O grupo ali correu para suas posições.
Hermione tinha que admitir que sem dúvidas Draco era uma figura muito tentadora exercendo seu poder de general. Ele era sério e soava mais velho do que realmente aparentava. Só ali ela havia percebido o quanto ela era tudo que ele não gostava. Draco era acostumado a pessoas que lhe prestavam continência, seguiam duas ordens e abriam o caminho para ele passasse. Hermione o desafiava até mesmo na hora de montar a mesa do jantar diferente da forma como ele gostava. Por um segundo ela se sentiu mal. Não era apenas o seu sangue odiável, era tudo que ela era, era quem ela era, desde de Hogwarts, durante toda aquela guerra e até mesmo agora estando casados. Sempre seria odiada por Draco Malfoy por mais familiarizados que estivessem um com o outro. Ele havia a odiado desde de a primeira vez que a vira e a odiaria até a última.
O que estava fazendo com casada com Draco Malfoy, mesmo? Suspirou e voltou sua atenção para o pedaço da vila que havia se materializado novamente no andar de baixo. Ela não queria ter que pensar em sua relação com Draco. Já haviam administrado para que a convivência entre eles beirasse o tolerável. Sexo havia sido uma chave importante para isso. Portanto até o presente momento ainda não haviam se matado nem levantado a varinha um para o outro embora em muitos momentos ela se lembrava de que haviam chegado bem perto.
Moveu seu interesse do andar de baixo para o modelo reduzido onde um grupo de bruxos controlava o movimento rebelde em uma determinada área. Ela notou que ali era o povoado inteiro e que no andar de baixo apenas uma pequena parte era reproduzida em volume real. Seus olhos mapearam todo o espaço e ela sentiu uma remota lembrança aflorar em seu cérebro. Ela conhecia aquele lugar, aquele povoado. Por que os comensais estavam forjando um ataque contra um povoado que eles já dominavam?
- Use aquela magia nova a favor dos rebeldes. – Draco disse a um dos bruxos que movia algumas figuras rebeldes com sua varinha no modelo sobre a mesa. – Quero ver como eles vão reagir. – e assim ele se virou para o andar de baixo, cruzou os braços e apenas observou.
Hermione moveu-se para perto dele.
- Pensei que o povoado de York já fosse parte do império do mestre. – comentou ela numa voz baixa.
- A Ordem o tomou há pouco tempo. – Draco respondeu. Hermione se surpreendeu. York? Como poderiam ter tomado York? Era um dos povoados bruxos mais expressivos da Inglaterra e seu raio de influência cobria quase todo o norte e noroeste do país. Havia sido um dos primeiros povoados que o exército de Voldemort colocara as mãos em cima. – A reação dos civis tem sido a nosso favor, então é apenas uma questão de tempo e estratégia para agir na hora certa e tomar o povoado novamente.
Dominação de território nunca havia sido o interesse da Ordem, mas claramente expandir seu poder de dominação sempre havia sido o interesse de Voldemort, portanto a Ordem também tivera que entrar de cabeça nisso, além do mais, o apoio do povo era algo de muito valor e a Ordem por muito tempo acreditou que as pessoas queriam fugir do domínio de comensais, o problema é que com a força e o poder que Voldemort tinha, era muito mais seguro poder andar nas ruas de um povoado que era protegido pelo Lorde das Trevas do que ter que se esquivar pelas esquina em um povoado que a Ordem segurava a duras penas com medo de qualquer ataque surpresa da força massiva do exército de comensais. Com essa realidade muita gente se rendeu ao Lorde, muitos se tornaram comensais e muitos juraram apoio ao Império.
Mas o que realmente a incomodava era o como. Como a Ordem conseguira tomar algo como York? Aquele território estava sobre o domínio de Voldemort desde o início da guerra!
- Como? – foi tudo que ela precisou perguntar.
- Assista mais um pouco. – ele disse mostrando que ela poderia tirar as próprias conclusões se continuasse assistindo.
Nos minutos seguintes nada de muito esclarecedor aconteceu, mas então, enquanto um grupo da zona sete atrasava alguns rebeldes correndo para um campo longe da praça onde a concentração da suposta vitória dos rebeldes acontecia, um dos rebeldes projetados que acabara de ser desarmado, estendeu as mãos como se estivesse se preparando para uma magia involuntário e lançou um raio de reconhecimento por toda a área com uma potencia o suficiente para derrubar qualquer alma viva pelo caminho, mas todos se seguraram para manter o equilíbrio. No segundo seguinte o mesmo rebelde fechou o punho, o girou e jogou para o ar uma espécie de círculo azul neon que pairou ali, acima da cabeça de todos, um espaço de tempo curto o suficiente até começar a lançar contra os comensais raios em jatos cor de fogo que funcionavam quase como uma bomba. Não os atingia fisicamente, mas atingia muito próximo e fazia um estrago o suficiente para lançá-los longe, quebrar equipamentos urbanos, destruir calçadas, desfazer as pedras justapostas da pavimentação das ruas. Hermione deu um passo a frente extasiada segurando o parapeito que a impedia de inclinar-se contra o vidro.
- Merlin. O que é isso? – sua voz saiu quase que num sussurro.
- Observe mais. – foi tudo que ele pronunciou e ela continuou observando.
Os comensais que eram atingidos levantavam confusos como se não soubessem exatamente o que fazer ou onde estavam. Os que conseguiam escapar do raio de influência do ataque do círculo neon que ainda continuava no ar lançando suas bombas e aqueles que não haviam sido reconhecidos pelo escudo de reconhecimento gritavam ordens para os comensais que se levantavam desnorteados. Hermione encarou Draco surpresa. Ele apenas piscou os olhos desviando-os do caos no andar debaixo para os olhos dela carregando aquela expressão neutra e séria em seu rosto.
- O que é isso? – ela tornou a perguntar. Nunca havia visto nenhuma magia como aquela.
Draco puxou o ar e o soltou cansado. Voltou a encarar o ataque e deu um passo a frente para tornar a ficar ao lado dela.
- Essa é uma magia que ninguém nunca viu antes. – ele começou, a voz tão semelhantemente cansada quanto o semblante que ele deixou tomar conta de sua expressão quando começou a falar. – O escudo de reconhecimento percorre a área e aponta os inimigos para que os raios sejam lançadas nas direções corretas. Eles não tem poder destrutivo para matar ou qualquer coisa do tipo embora façam bastante estrago, mas o comensal dentro do campo de influência desse raio perde a memória curta por alguns segundos. Parece inofensivo dizer que são apenas alguns segundos, mas você sabe que em um campo de batalha um segundo pode custar sua vida. – ele observou mais a loucura lá embaixo - Tudo isso é o suficiente para trazer o caos, principalmente quando mais de um rebelde consegue externar essa magia.
Hermione balançou a cabeça confusa.
- Eu nunca ouvi falar em nada parecido. – ela tentava pensar em alguém da Ordem que conseguisse surgir com algo daquele tipo, mas não conseguia.
- Temos um grupo estudando toda a magia, mas... – ele parecia mesmo cansado – Hermione, você não tem nem ideia do quanto ela é complexa. Não segue a estrutura de nada que somos acostumados a ver.
Ela o encarou.
- Posso olhar? – ela pediu.
- Nós não temos a versão inteira aqui, mas se quiser se distrair com o que temos. – ele apontou para alguns pergaminhos sobre uma mesa de estudo numa das extremidades do lugar. – Eu vou ter que concertar isso. – disse se referindo ao caos na simulação e se afastou lançando ordens aos bruxos. – Parem tudo. Acendam as luzes e abram as linhas.
Hermione o deixou seguindo para a mesa com os pergaminhos que Draco havia indicado. Dois bruxos estavam ali trabalhando no que parecia ser toda a papelada da dissecação da magia. Ela se aproximou tentando não parecer muito invasiva mas logo quando foi notada, os dois bruxos que pareciam estar em uma discussão intensa se calaram e deram espaço para que ela fizesse o que quisesse. Mesmo sabendo que tinha autoridade para realmente fazer o que quisesse, foi educada.
- Será que poderiam me mostrar os estudos dessa nova magia? – apontou para o vidro que dava vista ao ginásio. Um dos bruxos assentiu e começou uma busca entre os milhões de pergaminhos que pareciam estar amontoados ali. Demorou um longo minuto até que ele estendesse um rolo grosso para ela. Hermione o pegou. – Isso é tudo que tem?
- Sim, senhora. Os outros estudos relacionados que temos aqui são caminhos para conseguir incluí-lo na simulação. – informou o bruxo em um sotaque carregado. Ele não era inglês definitivamente.
Hermione assentiu.
- Obrigada. – agradeceu e afastou-se apenas alguns passos para deixar que os dois continuassem trabalhando.
Usou a varinha para fazer o rolo ficar aberto a sua frente. Era grosso, mas sabia que não era o suficiente para uma magia que aparentava ser complexa como aquela. Seus olhos percorreram todo o pergaminho uma vez e aquilo foi o suficiente para que ela concluísse que era diferente de tudo que já havia visto.
Em seu quinto ano, quando Harry começou a ter aulas de oclumência e legilimencia com Snape, Dumbledore havia a feito tomar aulas de feitiços avançados com McGonagall. Até o início da guerra Hermione tinha aulas extras com a professora. Quando se mudaram para a sede da Ordem, Hermione continuou tendo aulas com especialistas de lugares diferentes do mundo que haviam se juntado a resistência e McGonagall se tornara sua tutora ainda mais próxima. Quando Hermione atingira seu nível de conhecimento as duas começaram a crescer muito mais juntos, até que Minerva fosse assassinada em um dos ataques que custara a Ordem a perca de Godric’s Hollow.
Hermione havia aprendido que a estrutura de feitiços eram mais simples que os de magias mais profundas. Feitiços normalmente consistiam na combinação do poder e significado do som da pronúncia da língua que o originara. A maioria deles vinha do latim por ser uma língua mais limpa e de bastante influência, mas poderiam vir de diversas outras línguas primárias, línguas de povos que nunca nem haviam desenvolvido a escrita. Magia era algo muito mais complexo. Magia era a combinação de feitiços, cálculos, runas, línguas e demandavam um poder de conhecimento, concentração e treinamento muito grande para serem externadas por uma varinha ou elaboradas por uma mente geniosa. Ela havia aprendido a ler magia e estudos de magia quando ainda estava em Hogwarts em suas aulas extras com Minerva e todas elas seguiam um padrão, das mais simples as mais complexas. Primeiro o estudo de línguas e significados de pronúncia de cada feitiço que o envolvia, a conclusão desse estudo era automaticamente ligado as variáveis dos cálculos que consistiam no corpo da magia e todo o seu processo de execução, isso se somava automaticamente as runas ou ligação histórica que a essência da magia deveria carregar, geralmente associada a povos primitivos ou comunidades de criaturas mágicas.
Enquanto ela tentava encontrar esses elementos naquele imenso rolo de pergaminho, tudo que ela conseguia identificar era uma imensa bagunça. Não havia um corpo inteiro de cálculo e ele não estava ligado aos estudos de feitiços. Inclusive, não havia estudo de feitiços e se houvesse ela não estava conseguindo identificar. Cálculos se espalhavam em diferentes áreas o que excluía todo o sentido de unificação e ligação da essência da magia, mas Hermione, ainda assim, se enfiou naquele mundo tentando descobrir um sentido para tudo aquilo.
Ela não teve consciência do tempo passando, mas quando seu subconsciente captou um ordem lançada pela voz de Draco sobre a última simulação ela levantou os olhos para ver as luzes se apagando e o painel de contagem regressiva começar dos sessenta segundos. Ela perdera as outras simulações e percebeu também que havia conjurado um caderno de notas e uma pena onde rabiscara já cinco páginas de cálculo. Olhou ao redor e encontrou os olhos de Draco sobre ela há uma distância razoável. Eles se encararam por alguns segundos e então Draco piscou e voltou-se para um dos bruxos para lançar algumas ordens. Hermione voltou a cair os olhos novamente para o seu trabalho e suspirou percebendo que ainda estava longe de chegar a algo plausível, mas podia já dizer que aquele não era um caso perdido. Alguns minutos avançaram e Draco apareceu ao seu lado.
- Você me parece bem entretida. – ele apontou para o caderno que ela tinha nas mãos.
- Isso aqui é um trabalho bem complicado. – ela se referiu a magia. Ele murmurou algo em concordância. – Parece algo sem lógica, mas se realmente fosse ele não poderia ser externado ou conjurado. – ela apontou para o centro do pergaminho. – Vê isso? – perguntou – Sequência de runas. Cada uma delas tem um cálculo. Nunca tinha visto tirarem cálculo de runas antes, nunca havia pensado que isso era possível, mas isso parece tornar a essência bem manipulável. É isso que monta o corpo físico da magia.
- Sim, nós chegamos a essa parte. – ele disse. – É assim que conseguimos reproduzi-la. Podemos usá-la contra a Ordem agora. Alguns soldados das zonas cinco, seis e sete tiveram treinamento para conjurá-la.
Hermione assentiu. Sabia daquilo. Era o mais óbvio depois de longas horas de estudo e era o que mais parecia fazer sentido ali naquele mar de surrealismo. Mas ela acreditava ter chegado a um ponto que não acreditava que eles tivessem.
- Tem um ponto fraco na magia. – ela disse e quase que imediatamente Draco moveu os olhos para ela como se estivesse se perguntando o porque ela não dissera aquilo antes. – Está vendo esses feitiços em latim sem nenhum estudo de caso? – ela apontou para as palavras soltas em latim nas laterais. Draco estalou os dedos as suas costas sem tirar os olhos do pergaminho e no segundo seguinte os dois bruxos que trabalhavam na mesa de estudo estavam ao seu lado escutando tudo que dizia. – São de um latim bem primitivo e parecem conversar muito bem com as runas. Se pegar cada calculo de cada runa e associar com a ordem dos feitiços vai conseguir enxergar passo a passo a montagem do corpo da magia.
- Os feitiços são para o momento da conjuração. – um dos bruxos a corrigiu educadamente.
- Sim, esse seria o mais lógico. – Hermione retrucou – Mas não pode ignorar que eles conversam melhor com as runas. Faça as associações. Irá conseguir enxergar.
Os dois bruxos pareceram tomar um tempo para absorverem a informação e analisar aquilo de uma nova perspectiva. Draco a encarou confuso.
- Como pode saber de tudo isso? – ele perguntou numa voz baixa.
- Tive aulas extras com Minerva. – disse. – Por muitos anos. – acrescentou.
- Minerva McGonagall? – um dos bruxos, o do sotaque pesado, murmurou enquanto seus olhos percorriam o pergaminho – Ela é a melhor. – pareceu tomar consciência do que falou e pigarreou. – Ela era. – corrigiu.
Hermione podia até dizer que ele se sentia mal por aquilo.
- Se analisar mais os cálculos tomando cuidado para não perder essas associações, vai conseguir chegar a conclusão de que há muitas variáveis bem aqui. – ela apontou para uma das primeira runas da sequência. – Esse é o momento exato em que o aquele círculo se fecha. Aquele azul que lança os raios. Ele tem alguns segundos de instabilidade, apenas alguns. Se colocar qualquer feitiço de efeito reverso nessa equação irá desestabilizar as outras, ele não terá força para fazer as demais associações e então a magia se quebrará.
Draco puxou o ar.
- Me parece bem simples. - ele parecia incerto.
- Mas faz bastante sentido enxergando por essa perspectiva. – acrescentou um dos bruxos levantando o olhar para Draco.
- Eu não acho que essa é uma magia complexa. – Hermione disse. – Está apenas fora do padrão que usamos.
O silêncio percorreu eles. Draco pareceu tomar seu tempo para pensar no que quer que as engrenagens de sua cabeça estivesse trabalhando. Ele deu as costas subitamente e começou a caminhar em direção aos bruxos que trabalhavam no modelo reduzido.
- Quero testar isso. – ele informou a ela. Hermione o acompanhava. – Parem novamente. – ele ordenou as bruxos. – Acenda as luzes e abra as linhas. – ele levou a varinha a garganta e quando recebeu um aceno do bruxo e voz de Draco ecoou do outro lado do vidro. – Vamos usar a magia novamente. Dessa vez os rebeldes irão usá-la contra vocês e preciso que prestem atenção no momento em que o círculo for lançado. Vocês terão muito poucos segundos para usar qualquer magia de fonte reversa contra ele. Precisarão pensar muito rápido, agir quase que por reflexo, portanto quando o escudo de reconhecimento for lançado, já deixem suas varinhas preparadas. – ele tirou a varinha da garganta e os comensais que haviam desviado seu olhar para o mezanino voltaram as suas posições. – Feche as linhas. – Draco ordenou aos bruxos. As luzes se apagaram novamente e a pausa feita voltou a ação. Hermione se preparou para pedir que o tempo fosse desacelerado já que muito provavelmente a primeira tentativa poderia ser frustrada devido ao tempo curto que eles tinham para atingir o circulo ainda com uma magia instável, mas Draco já parecia ter pensado nisso quando disse antes dela: - faça com que o tempo corra devagar na hora do lançamento. Não para a zona sete, assim eles terão tempo para se recompor e atacar. E vamos ter mais chances de saber se estamos perdendo tempo com isso ou não. – seus olhos cinzas caíram sobre os dela – Espero que esteja certa. – ele foi sério.
Hermione engoliu a própria saliva percebendo que estava tão ansiosa tanto quanto qualquer outro ali. Se aproximou do vidro e esperou. Não demorou muito para que novamente, um rebelde que havia acabado de ser desarmado repetisse o processo que ela havia visto antes. O tempo desacelerou para os rebeldes quando o escudo de reconhecimento percorria a área e dessa forma os comensais tiveram mais tempo de preparar as varinhas.
O circulo neon foi lançado e mais de um feitiço reverso voou contra ele. O primeiro passou rente, o segundo atingiu o circulo e o desestabilizou, o terceiro o atingiu novamente e foi suficiente para fazer com que o círculo se dissolvesse no ar e desaparecesse. Hermione se viu soltar um ar que não notara ter prendido e deixou que um sorriso de satisfação se esticasse em seus lábios. Uma exclamação de surpresa e vitória correu a boca dos bruxos ali. Os comensais no andar de baixo apenas continuaram concentrados na missão que tinha.
- Estamos trabalhando nessa magia a semanas! – um dos bruxos exclamou voltando-se para Hermione. – Como conseguiu chegar a isso em apenas algumas horas?
Hermione sorria satisfeita.
- Sou boa. – foi tudo que precisou dizer com perfeita consciência de sua postura. Seus olhos se cruzaram com os de Draco e ele tinha um sorriso discreto e tão igual ao dela nos lábios.
Quando a simulação acabou com a vitória dos comensais Draco pediu para que ela o acompanhasse até o andar de baixo. Seu salto ecoou pelo ginásio inteiro enquanto ela avançava as costas dele. Os soltados se alinharam todos ajeitando a postura para receber seu general e muitos desviaram discretamente o olhar para ela sem entender o que fazia ali.
- Tenho orgulho do trabalho que fizeram hoje. – Draco começou, mas longe do tom amigável ou simpático. Ele era um general. – Sei que trabalharam o seu máximo. – e todos ali pareciam realmente exausto. – As tentativas de hoje foram muito informativas. Iremos polir o que se deve ser polido e nas próximas simulações estarei com vocês em campo. – Draco falou enquanto passeava entre eles com os braços para trás. – Mas aposto que estão bastante satisfeitos de terem conseguido eliminar aquela magia nova que a Ordem tem usado contra nós durante a última simulação. – Uma onda de satisfação cruzou a expressão de todos ali. Hermione notou que Draco se aproximava de um dos soltados na ponta que a olhava como se pudesse ter a chance de tocá-la. Hermione sentiu suas bochechas corarem e desviou o olhar. – Infelizmente aquela foi uma única tentativa portanto vamos usar os minutos que ainda temos para treinar o máximo possível. – ele parou bem de frente ao comensal que desviara o olhar de Hermione quase que imediatamente ao notar Draco. – Se eu o pegar olhando para minha mulher mais uma vez vou arruinar sua vida sem pensar duas vezes. – seu tom foi altamente severo e nem um pouco particular para com o homem, o que fez Hermione notar uma série de outros comensais desviarem o olhar dela para qualquer outro lugar imediatamente. Uma das mulheres do grupo apenas revirou os olhos.
- Perdão, senhor. – foi tudo que o homem disse.
Draco deu as costas e continuou:
- Hermione encontrou um ponto fraco na magia. Ela explicará melhor a todos, assim poderemos avançar com um treinamento inicial por agora e nas próximas semanas estaremos separando sessões de treino específicos. Precisamos ter isso sob domínio. Todos puderam perceber o quão comprometedora se torna a nossa situação quando somos atacados por essa magia. – ele se virou para Hermione que entendeu ser sua vez de se pronunciar.
Por um segundo ela sentiu toda a tensão reter seus músculos. Sua cabeça girou em um discurso muito metodológico sobre a explicação de magia estrutural para introduzir a diferença e os desafios que enfrentara com essa em específico, mas logo percebeu que aqueles ali a sua frente eram soldados, não alunos. Ela se lembrou de como costumava estar na pele de Draco Malfoy, só que na Ordem, quando ela passava todos os comandos de uma missão para aqueles que considerava amigos próximos na úmida e abafada cozinha da mansão Black. Ela sabia fazer aquilo.
- Vocês todos podem olhar para mim. Ninguém irá cortar suas cabeça ou arruinar suas vidas. – escolheu começar assim e logo recebeu um olhar sério e desaprovador de seu amado marido. Os olhares da sala se desviaram receosos para sua figura. – Diferente das outras magias, o corpo físico dessa em específico é ainda bastante desconhecido, portanto apenas um ponto fraco foi encontrado até agora. – olhar aqueles rostos a sua frente a fazia se lembrar de quando era costumada a encontra-los em campo de batalha - Como conseguiram perceber, na última simulação, Draco tratou de desacelerar o tempo do grupo da resistência no momento ideal para que todos vocês tivessem maior chance de alvo e assim pudéssemos ver se o ponto fraco que enxerguei não era na verdade apenas um ponto enganoso. No tempo real vocês vão ter que administrar a ação no que gira em torno de cinco-seis segundos no máximo, o que parece razoável, mas considerando o tempo de recuperação que será necessário devido ao impacto do campo de reconhecimento lançado antes, temos que reduzir o tempo de ação para três-quatro segundos, contando com uma margem de segurança, o que é bastante apertado. Vocês tem apenas uma tentativa para destruir a magia. No momento em que o conjurador da magia estiver se preparando para lançar o círculo, vocês já devem estar preparados com sua varinha. Tem que ser rápido, é sua única chance e única tentativa, pode parecer um tanto impossível, mas me lembro de todos vocês e sei o quanto são bons. Treinamento os farão atingir seus objetivos com facilidade. – e finalizou.
- Nós vamos montar uma base de treinamento improvisada para vencermos os minutos que nos falta. – Draco tomou a fala quase de imediato. – Hermione irá auxiliá-los em qualquer dúvida que tenham por agora. – disse e começou a lançar uma série de ordens e regras para o treinamento.
Um espaço fora limitado onde os comensais da zona sete foram colocados. Ondas do campo de reconhecimento iriam atingi-los e eles precisavam acertar um alvo que pairava acima de suas cabeças no menor espaço de tempo possível.
Hermione respondeu perguntas sobre o momento exato em que o círculo detinha seu ponto fraco e passou uma lista de feitiços reversos que possuíam tempo de viagem bem curtos. Ela pensou que três segundos pudesse ser muito pouco para eles, mas percebeu que muitos conseguiam concretizar a tarefa no espaço de um segundo e meio, o que de fato a surpreendia.
Cruzou os braços e observou enquanto o grupo praticava incansavelmente. Se estivesse na Ordem Rony já teria resmungado e reclamado no mínimo um milhão de vezes sobre “pegar-muito-pesado”. Não havia dúvida sobre o porque Voldemort estava ganhando aquela guerra.
Draco estava bem as suas costas conversando com um dos bruxos que fazia anotações frenéticas em uma prancheta. Logo quando a conversa deles acabou sentiu o corpo de Draco aproximar-se do seu. Uma respiração quente confortou seu lado direito e ela escurou a voz dele contra seu ouvido num tom baixo e grave o suficiente para fazê-la se arrepiar:
- Gostaria de saber o que a fez de repente estar do nosso lado, Hermione.
Ela puxou o ar tentando se estabilizar, abriu a boca para retrucar, mas sentiu o braço dele cercar sua cintura e puxá-la para si. Por um segundo ela não entendeu a atitude, mas então viu o jato de um feitiço ricocheteado passar a centímetros de se corpo. Olhou para o chão e viu que estivera além da linha que delimitava o campo de ação do grupo e Draco havia a puxado de volta.
- Gostaria mais de saber o porque me deixou participar. – foi o que ela administrou falar tentando não se mostrar abalada, principalmente porque ele ainda a segurava contra ele. Eles se tocavam apenas quando faziam sexo, era quase uma regra. Virou-se para ele forçando o fim daquela proximidade incomum. – Amanhã faremos um ano de casados. – ela começou séria.
Ele ergueu as sobrancelhas e assim que a ideia pareceu lhe cair um sorriso brincou em seus lábios.
- Espero que não fique brava comigo por não me lembrar, querida. – disse em seu tom irônico. – Acha que deveríamos preparar algo especial para a data?
Hermione puxou o ar sem paciência.
- Farei um jantar para você se estiver nos seus planos comer em casa.
- Para mim? – ele ergueu uma das sobrancelhas intrigado.
- Para você. – ela repetiu muito certa de suas palavras. – Tenho um trato a lhe propor.
Ele trocou o peso de perna e cruzou os braços.
- Um trato? – quis ter certeza de que ouvira certo.
- Um trato. – confirmou Hermione.
Draco continuo com aquela expressão desconfiada.
- E por que não poderia me propor esse trato no jantar de hoje?
- Porque tratos especiais devem ser fechados em datas especiais. – ela respondeu. Malfoys sabiam tratar apenas de negócios, não era? Ela usaria a língua deles então.
Ele absorveu aquela informação e um sorriso voltou a se abrir em seus lábios.
- Bem interessante esse seu cérebro, Hermione. – ele comentou – Sabe qual o meu prato favorito, não sabe?
- Peixe. – ela respondeu sem mudar sua expressão neutra por um segundo.
Ele soltou um riso fraco.
- Não é uma esposa assim tão ruim. – fez seu último comentário, a tocou no queixo rapidamente e voltou-se para os comensais da zona sete que ainda continuavam empenhados em suas tarefas como se não fossem nem mesmo humanos. Hermione apenas revirou os olhos e puxou um ar. Não esperou por aquilo mas um fino e discreto sorriso trabalhou para se abrir em seus lábios antes de deixar o ginásio.
Tomou a carruagem para casa. Já era fim de tarde e ela precisava lançar as ordens do jantar para Tryn. O caminho era conhecido, mas ela sentia que parecia estar o fazendo pelo primeira vez depois de anos. Desceu em sua casa minutos depois e tratou de arrumar o que tinha que arrumar para o jantar.
Quando subiu para o quarto e viu todo aquele ambiente novamente seu coração pesou, a realidade lhe bateu quase que com um soco. Ela precisou respirar fundo para conseguir desviar seu caminho para o lavatório. Tirou sua roupa com calma e tomou um banho deixando que a satisfação de sua produtividade naquele dia superasse a tristeza que lhe invadia. Enquanto estivera na Catedral havia conseguido empurrar todos aqueles sentimentos, mas agora que voltara a bolha onde havia vivido as ultimas semanas sentia que tudo aquilo estava de volta a superfície e era quase impossível empurrá-la novamente para o fundo de sua alma. Não havia distração ali, não havia nada que pudesse chamar sua atenção a não ser a dor que vivenciara todas aquelas semanas.
Enrolou-se em seu roupão de banho e voltou para o quarto. Destrancou a gaveta onde havia colocado a pasta, a abriu em seu colo e puxou uma das imagens que mais lhe fizera companhia nas semanas anteriores. Seus olhos embaçaram instantaneamente ao ver a imagem desfocada das mãozinhas se movimentando vagarosamente dentro de sua barriga. Ela cobria os olhinhos que pouco estavam formados ainda. Aquele aperto quase a tragou para o estado de dor profunda novamente. Ela precisou controlar sua respiração e ser forte. Precisava ser forte.
“Meu bebê.” seus lábios sussurraram e seus dedos correram a figura em movimento. Hermione engoliu o nó doloroso em sua garganta. Fechou os olhos e uma lágrima lhe escorreu pela bochecha. “Preciso seguir a vida.” Queria dizer a imagem, por mais que soasse como uma loucura, mas não conseguia. Tudo que ela mais queria era olhar para aquilo um dia e sentir apenas saudades. Uma saudade distância. Saudade de sentir aquela vida dentro dela lhe fazendo companhia a cada segundo do dia. Ela parecia ainda longe desse objetivo.
Escutou carruagem de Draco estacionar no pátio do lado de fora. Ela precisava se arrumar para o jantar. Limpou os olhos, devolveu a pasta a gaveta, se colocou de pé seguindo para o closet. Precisava seguir a vida. Talvez repetisse a mesma coisa no dia seguinte, mas ainda assim, precisava seguir a vida.
NA: Gente, preciso dizer isso primeiro!!! Capítulo que vem talvez seja meu favorito!! :D :D :D Ainda não sei! HAHA Tem tantos capítulos que eu simplesmente adorei escrever nessa fanfic toda, mas acho que o capítulo que vem marca muita coisa, no rumo da guerra principalmente... Na verdade essas ultima sequencia de capítulos, o 20, 21, 22 e 23 estão dividindo muitas águas, vcs não acham?!
Quanto ao capítulo:
Essa Hermione mostrando que tem um cérebro, hein! Gostei de ver! E o Draco gentil, gente!! Que amor! Ele está sendo tão legal com ela! Pelo menos pra quem ele costumava ser, ele está sendo gentil. Se essa cena tivesse sido há alguns capítulos atrás vocês vão ter que concordar comigo que ele teria expulsado ela dali facinho! Ele não quer ser culpado por machucar ela mais do que já sabe que ela está. Não é fofo? Vai dizer! Tomara que eles continuem se esforçando para não ferirem um ao outro ou se tratarem naquele profissionalismo que veio os levando até agora. Tomara que eles consigam se abrir mais agora que sabem que precisam se curar juntos da dor que sofreram. Acho que agora os dois sentem iguais que há uma conexão invisível ali entre eles que não tinha antes! Ahh!! E quanto a esse trato aí que a Hermione quer propor?? Vamos ver quem acerta o que é?? Acho que já dá pra saber!! Eu espero que a leitura tenha sido agradável a todos e façam seus comentários e me deixem saber o que acharam, suas partes favoritas... o q vcs estão odiando... o q estão amando... quais são as espectativas para o futuro... abram o coraçãozinho de vcs para mim! To implorando!!!
Bem, agora sim! AHHH, capítulo do meio do mês!!! ÊÊÊÊÊÊ!!! Mas não se acostumem! hahaha Tive muito tempo semana passada e consegui adiantar a fic, arrumar a casa e a vida, viajar e ler 8 livros em uma semana! hahaha Deu pra ver o nível de abstinência que eu estava, né? Gente, vocês não tem nem a mínima idéia do quanto eu amo livro! Fazia tanto tempo que eu não pegava um livro e conseguia terminar ele em uma sentada porque simplesmente meus compromissos não me davam esse luxo! Ter tempo livro é a coisa mais linda desse universo e a gente sabe o quanto é difícil ter essas coisas nesse século de hj, da internet, do imediatismo, da correria! Eu me sinto renovada! Até dei presentinho pra vcs!! Olha o capítulo aí!! hahaha Falando em livro vou ate comentar. Alguém aqui já leu The Legend Novel da Marie Lu? Legend, Prodigy e Champion? PELO AMOR GENTEEE!! LEIAM!!! Meu coração chega se desfaz só de pensar naqueles livros! Fiquei com uma ressaca literaria das brabas daquelas que vc fica horas sentada olhando pra fumaça saindo do seu copo de café na mesa da cozinha... tive até que pegar uma série bestinha pra dar uma amenizada na distração que meu coração tava com o fim da série Legend (peguei the selection novel! Pelo amor de Deus gente, alguém aqui que leu essa série odiou a America tanto quanto eu? Meu Deus!! Acho que foi a personagem mais indecisa e ANTA que já conheci no meu mundinho literário, tive vergonha alheia dela tantas vezes que acho que eu até corava junta e queria enfiar minha cabeça na terra pra sumir... fiquei com dó do Maxson nos três livros... such a nice guy... não merecia.)! Enfim, vi comentários no goodreads que talvez Legend terá filme lá pra 2016! Então se eu fosse vcs q ainda não leram, I HIGHLY HIGHLY HIGHLY RECOMMEND! Sabe aquele livro que além de todas as coisas épicas que estão acontecendo com o mundo... tudo falling apart... traidores... mortes... guerras... ditadores... bombas... ataques... ainda tem aquele super casal que se amam além do imaginável mas que se fazem mal toda vez que aproximam um do outro por motivos de força muito maior... Ai meu coração chega dói! Queria poder apagar minha mente para ler tudo de novo e sentir tudo de novo!! Terminei a leitura, joguei na cama e aplaudi (depois de, claro, chorar my heart out!)! Acho que ainda deu pra ver que estou no calor do momento mesmo depois de três livros da kiera kass e quase uma semana de intervalo, né? hahaha Pois é... de novo: LEIAM! Vcs não vão se arrepender... me envolvi tanto naquele mundo que não consigo mais desapegar! To naquele amor e ódio pela maldita Marie Lu (autora) daqueles que se eu encontrasse ela na rua não sei se daria um tapa na cara ou abraçaria, só tenho certeza que eu ia gritar "YOU BITCH!"
Acho que vou comentar mais sobre livro com vocês assim no geral. O que acham? Daí talvez vocês fiquem conhecendo meus gostos, minhas inspirações e essas coisas... Posso até comentar de algumas fics também, mas ultimamente eu não ando lendo nenhuma. Mas posso comentar das minhas fanfics inspiradoras também que estão na minha top list.
Capítulo que vem prometo fazer resposta aos comentários lindos que vocês me deixam! Cada comentário do capítulo passado me deixou mais e mais motivada a continuar a fic! Eu ficava de queixo caído com cada um dele e tinha vontade de sair saltitando por aí! Vocês são demais! Ter vocês para me motivar não tem preço mesmo!
E como sempreeee
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Obs: Capítulo não revisado!
Comentários (23)
Ai como eu amo Draco, eu me apaixono por ele toda vez que eu leio a sua fic, e nossa, é o Draco Lindo Gato Gostoso Malfoy sendo fofo, quem poderia imaginar, nossa se eu fosse Hermione na hora em que ele a puxou pela cintura e falou no ouvido eu ja teria me deretido ali mesmo, e feito ele me carregar pra casa. Adorei ver a Hermione sacudir a poeira e levantar e finalmente dar o pé daquele Departamento, espero que eela seja forte e saiba realmente lidar com o Theodoro. Eu ainda sofro com a Hermione que perdeu a filinha, mas fiquei aliviada por ela ter entendido a dor de Draco e também por parar de culpa-lo. Agora estou esperando ansiosamente por esse jantar, e me diz uma coisa ela esqueceu da pesquisa sobre o antidoto do venono que esta no sangue dela?
2014-10-22Já disse o quanto eu amo o seu Draco? Por que você mantem a essencia Malfoy dele, mas ainda assim ele não é um crapula maldito. Eu amo esse shipper, amo essa Hermione. CHOREI LITROS HORRORES DE LITROS COM A MORTE DO BB! PORQUE DEUS PORQUE? Mas tudo tem um motivo né? Enfins... CONTINUA PUFAVÔ <3 Sualinda
2014-10-21vou falar dos dois ultimos capitulos, tava tão desesperada que nem parei pra comentar no anterior. Nossa que humanizada vc deu no Draco fazendo ele se abrir pra Mione daqla forma, e ela ver que não era a única sofrendo com certeza vai fortalecer e muito a relação deles com já foi mostrado nesse cap. Esse tratado da Mione, será que ela vai ajudar o Draco na guerra se ele ajudar ela se vinga do lord?? Essa fic é PERFEITAA, vc escreve maravilhosamente e a sua história deixa a gnt vidrado. Vou esperar ansiosa pelo próximo cap!!bjuu
2014-10-20Acho que sua Fic não tem como ficar melhor cada capítulo surpreende e tem uma reviravolta. Faz nós leitores participarmos da cena só imaginando. Eu fiquei com muita dó da Herms principalmente te
2014-10-20Terminando o comentário... Principalmente porque estou grávida e nós mulheres mudamos muito não só fisicamente. Mas a situação serviu para aproxima-los somente algo chocante os uniria para lutar do mesmo lado. Parabéns!
2014-10-20Fic, perfeita! Amando e ansiosa pela entrega de Draco e Hermione. Estou apaixonada pela forma com que você deu vida a estes personagens. Não posso deixar de comentar sobre o capítulo anterior em que fica evidente o o tsofrimento de Draco, ficou perfeito. Dentre tudo que li e tenho visto que a Hermione será uma grande aliada de Draco nessa guerra. Então tenho só uma pergunta, será que o tio Voldi está criando uma cobra pior que a nagini dentro de seus domínios? Parabéns! Seguindo a fic, e tomara que nos privilegie de mais capítulos adiantados.Abraço! Nana
2014-10-19Amei!!! Vc postou antes do prazo.. :) Foi como receber adiantamento de décimo terceiro, só que de surpresa! rsrsrsr...Como sempre arrasando, hein Fran!! Essa sua fic merece um colar de beijos, super show <3 Claro que a minha nota é máxima pra esse capítulo! E tudo que vc falou no final bate com o que senti ao terminar de ler o 22... pensei: "caramba, aposto q o 23 vai ser marcante, um dos melhores.."UAU sincronia total!kkkkkk.. Que venha Novembro, então! :D
2014-10-19Sabe aquela coisa que vc não se cansa de ler? Sua fic é desta maneira, se vc postasse toda semana, eu ainda pediria por mais....! Adoro.Amei a Hermione ter saido do escritório, apesar de saber que teremos pessoas que não vão gostar disto. Acho que ela tem pontecial demais para ficar em quatro paredes. Isso mesmo, essa é a chance dela e o marido se aproximarem...Qual o trato? Estou curiosa. Adorando o Draco a cada dia que passa, ele me surpreende.Esperando ansiosamente por mais, gênia! Sua mente é brilhante por saber explicar a magia desta forma...bjslizy
2014-10-19amo muito tudo isso.obrigado pela postagem fora de hora. Vou torcer para que tenha mais tempo livre e nos presentear assim novamente.
2014-10-19Esse cap levanta vários questionamentos. Hermione acabou de dar munição para Vold vencer essa guerra. Espero que Draco use de maneira correta e em vez de usar nos rebeldes,use copntra vold.Ainda não esqueci o que Krum disse no dia de sua morte: que juntar os dois seria o grande erro do Lorde. Acho que a fic estácaminhando mesmo pra isso. E essa do soldado olhando pra hermione e o Draco tendo ciúmes foi realmente genial. Comecei a imaginar uma situação assim , logo que ela o seguiu pelo mesanino. Sua fic é brilhante. Me lembra Jogos Vorazes.
2014-10-19