Floresta Proibida
O antigo estudo da alquimia relaciona-se com a construção da pedra filosofal, uma substância lendária com poderes fabulosos. A pedra transforma qualquer metal em ouro puro. Produz, também, o elixir da vida que tornará imortal aquele que o beber.
Tem havido muitas referências à pedra filosofal ao longo dos séculos, mas a única que de facto existe pertence ao senhor Nicolas Flamel que festejou o ano passado o seu 665º aniversário, e que leva uma vida tranquila em Devon, com a sua mulher Perenelle, de 658 anos.
- Achamos que é isto que o BTA está a guardar. – Daphne concluiu, sentada sobre uma mesa da área reservada.
- Sabes que isto é tudo altamente improvável, não sabes? – Draco perguntou, cínico. – O Dumbledore tem centenas de segredos e de amigos, nós começámos a pesquisar o Flamel por causa do que lemos nos Cromos dos Sapos de Chocolate…
- Acho que podemos fazer uma visita ao Hagrid. – Harry sorriu. – Aposto que ele está relacionado com o BTA, logo deve ter alguma ideia do que o cão está a guardar…
- Tu ignoraste a carta dele, e não lhe falas desde a Diagon-Al, acho que ele não vai simplesmente abrir-te a porta. – Daphne afirmou céptica.
- Mas não perdemos nada em tentar. – Sorriu Draco. – A não ser que tenhas alguma ideia melhor…
Os Slytherin tiveram jogo contra os Ravenclaw. Para espanto da escola, Dumbledore foi assistir. Snape parecia satisfeito com a presença do Director. Os Slytherin ganharam, com Harry a realizar uma das capturas mais rápidas da História de Hogwarts.
Na Quinta-Feira, foram visitar Hagrid. Caminhavam debaixo do manto de invisibilidade pelos Terrenos da Escola, e viram três outros alunos sentados no interior da cabana: Longbottom, Granger e Weasley. E estava um dragão em cima da mesa, um pequeno dragão da Roménia.
- Nós voltamos no sábado à meia-noite para o virmos buscar. – Dizia o Weasley, quando os três Slytherin se aproximaram o suficiente para ouvir. – E vamos encontrar-nos com os amigos do Charlie na Torre de Astronomia. Eles vão levá-lo para a Roménia.
- Pobre, Nobert. – Hagrid soluçava. – Só espero que os outros dragões gostem dele.
- Tenho a certeza de que vão gostar…- Hermione deu uma palmadinha no ombro do gigante.
Longbottom limitou-se a acenar, incapaz de retirar os olhos do Dragão. Os três Slytherin esperaram até que os Gryffindor se afastassem, para baterem à porta.
- Esqueceram-se de alguma coisa, foi? – Hagrid abriu a porta, claramente, esperando encontrar o trio que acabara de sair. – Ah…Olá, Harry.
- Olá, Hagrid. – Disse Malfoy no seu tom mais cínico. – Como está o Dragão?
Hagrid empalideceu.
- Pára com isso, Malfoy. – Harry pôs a mão no ombro do amigo. Hagrid sorriu. – Vimo-lo da janela por acidente. O melhor é esquecermos o assunto.
- Como quiseres, Potter. – Draco encolheu os ombros, parecendo amuado.
- Podemos entrar, Hagrid? – Harry perguntou. – Eu não sei a quem mais poderia perguntar isto… Desculpa não te ter dito nada sobre aquele chá, mas estava tão entusiasmado contudo à minha volta que me esqueci completamente.
- Não tem problema nenhum, Harry. – Hagrid falou. – Entrem lá.
E abriu-lhes a porta. Daphne piscou o olho a Draco. Harry dissera que Hagrid gostaria de si, se ele o defendesse de Malfoy, já que Hagrid detestava os Malfoy, então, ele e Draco tinham combinado os papéis.
- Então, Harry, o que se passa? – Perguntou o gigante, enquanto lhes dava chá.
- Nós estávamos a fugir do Filch e fomos parar ao terceiro andar…e deparámo-nos com aquele cão de três cabeças, e percebemos que ele está a guardar qualquer coisa. Achamos que quem quer que tenha deixado o Troll entrar no Halloween, está a tentar roubar…o que o cão está a guardar. – Harry explicou, sem mencionar a forte suspeita que Daphne tinha sobre Snape, não ia dar o nome do Chefe de Slytherin para Hagrid tão levianamente.
- Passar pelo Fluffy? Ninguém sabe como sem ser eu e o Dumbledore. – Hagrid afirmou orgulhoso. Harry tinha razão, o cão pertencia a Hagrid.
- Hagrid…- Harry perguntou devagar – É a Pedra Filosofal que o cão está a guardar, não é?
O empalidecer ligeiro de Hagrid foi denúncia suficiente. Ele não queria falar, mas, também, não queria afastar Harry, de quem parecia gostar muito.
- Não posso dizer. – Hagrid murmurou. – Mas o que é que vos levou a pensar isso?
- Um palpite. – Harry encolheu os ombros. E era meio verdade, fora quase sorte que os levara a investigar Flamel. – Estou cheio de fome.
Hagrid não insistiu, e ofereceu-lhes um terrível bolo duro. Daphne conseguiu que Fang, o cão de Hagrid, comesse o seu. Depois, voltaram para o castelo.
- Fluffy? – Draco ria-se. – Ele chamou mesmo a um cão de três cabeças Fluffy?
- A mesma pessoa que chama Nobert a um Dragão. – Daphne encolheu os ombros.
Sábado à noite, Hermione, Neville e Ron levavam um Dragão pelos corredores do castelo de Hogwarts, quando foram interceptados pela Professora McGonagall. Alguém (leia-se Malfoy) lhe deixara um bilhete, informando-a do que estava decorrer. A Professora empalidecera e retirara cento e cinquenta pontos aos Gryffindor, o que levou os restantes Gryffindor a não falarem com o Trio durante várias semanas. Por outro lado, Malfoy tornou-se o herói dos Slytherin.
- Bom trabalho, Malfoy.- A Prefeita do Sétimo Ano, Eleanor Klein, sorriu-lhe. – Cento e cinquenta pontos perdidos é excelente.
O castigo dos três aconteceu na mesma noite que o de Harry, quando os quartos foram guiados por Hagrid para a Floresta Proibida para encontrarem um unicórnio ferido. Era isso ou serem expulsos.
Harry ficou com Neville enquanto andaram pela floresta, a pedido de Hagrid.
- Então, Longbottom, assustado? – Harry perguntou com um sorrisinho.
- Não gozes comigo, Harry. – Neville murmurou.- Eu quero ser corajoso.
- És um Gryffindor, não é isso que vocês são, supostamente? – Harry perguntou, sarcástico.
Neville corou. Ouviram um Lobisomem uivar à distância, e o Gryffindor tremeu, enquanto o Slytherin continuava a deslocar-se confiante pela floresta, iluminado pela luz da sua varinha.
- Todos ficaram surpreendidos. Foi quase tão estranho como tu ires para os Slytherin…- Neville disse.
- As pessoas esperavam que eu fosse um eterno defensor dos muggles e dos pobres, como o Dumbledore ou assim, como os meus pais. – Harry murmurou. – Mas eu cresci com dois tios que me trataram mal, só porque sabiam que eu era feiticeiro. Sei que se os muggles soubessem do nosso poder, ficariam tão assustados que nos tentariam matar. Eu não odeio muggles, nem acho que os devamos submeter ao nosso poder, mas não vou ser eu a defendê-los, não vou ser eu a dar a minha vida por eles. O mundo mágico precisa de outro herói.
Neville gritou, de repente. O unicórnio estava morto num canto da clareira. E por detrás dele, uma silhueta negra movia-se. E a mesma silhueta negra aproximou-se dos rapazes, de repente. A cicatriz de Harry parecia que ia explodir. Estranhamente, Neville apontou a sua varinha a criatura, quando Harry estava agarrado à testa, e impediu-o de o avançar, usando um simples Lumus.
Mas Neville tremia e tropeçou. Foi quando Harry se levantou, e começou a mandar feitiços contra a silhueta, jactos de luz, e bolas de fogo. A criatura desapareceu nas sombras da floresta.
- Salvaste-me, Potter. - Neville suspirou. - Pela segunda vez.
- O teu Lumus salvou-nos a ambos, Longbottom. - Harry afirmou, cordialmente.
- Ele...aquela coisa...matou o unicórnio...- Neville sussurrou.
- Mas quem mata algo tão puro como um unicórnio fica preso a uma meia-vida, uma vida amaldiçoada. - Disse Harry.
- Quem é que quereria uma vida assim? - Neville perguntou. - Quer dizer...haverá alguém tão fraco que escolha uma mísera meia vida...?
O Gryffindor pareceu confuso, mas Harry soube a resposta, apesar de não a ter dito em voz alta. Havia. Havia um feiticeiro que escolheria uma meia vida, um feiticeiro sem nada a perder. Era o feiticeiro a que ele sobrevivera onze anos antes. Lord Voldemort.
- É, por isso, que alguém tentou roubar a Pedra agora. - Harry acrescentou, quando, mais tarde, segredava para Draco e Daph o que acontecera na Floresta. - Alguém está a tentar dá-la ao Voldemort para que ele recupere o seu poder.
- O meu pai adoraria essa notícia. - Draco fez um sorriso sarcástico.
- Acho que o teu pai gosta bastante da sua vida de momento. - Daph encolheu os ombros. - Eu sou a favor de pararmos o Senhor das Trevas.
- Ah. Então, é uma votação? - Draco perguntou, irónico.
- Malfoy...- Harry suspirou friamente. - Ele matou os meus pais, e tentou matar-me. Eu não o posso deixar viver.
- Eu não quero que ele volte, Harry. - Draco passou as mãos pelo cabelo e suspirou. - Ele reprimia todos, até os que lhe eram mais fiéis. Eu temo-o. E gosto bastante da minha vida de momento. E não te quero morto, Harry, e algo me diz que ele tentaria matar-te, se voltasse.
- O resultado da votação é unânime. - Daphne sentenciou no seu tom mais sério, levando Harry a esboçar um sorriso.
- Mas enquanto o Dumbledore estiver no Castelo, o Senhor das Trevas não avançará. Eu não adoro o velho, mas todos sabemos que ele é o único que o Quem-Nós-Sabemos sempre temeu. - Draco disse. - Não precisamos de fazer nada, enquanto o Dumbledore estiver por perto.
- Faz sentido se for o Snape. - Daphne disse, após um breve silêncio. - Ele era um Devorador da Morte, faz sentido se estiver a ajudar o seu antigo mestre.
- Talvez. - Harry concordou. - Mas o Dumbledore confia no Snape. Se confiamos no Dumbledore para me manter seguro, acho que devíamos confiar no seu julgamento.
- Não devíamos era confiar em ninguém. - Draco disse, soturnamente.
Comentários (3)
Hahahahahahaha O peça dos Slytherins foi demais! Harry é um genio! Voce tbm, não sei de onde tira tanta imaginação hahahaha
2013-03-10Nota 5
2013-03-09Boa, muito bom o início de interação do Harry com o Neville. Mas quero aguardar um pouco para ver essa interação fluir. Nas é muito bom ver o lado Sonserino se dando bem.
2013-03-09