Estranhos



Draco acordou muito mal no dia seguinte. Não tinha conseguido dormir direito. Aquelas pessoas que ele chamava de amigos não serviram para anda, nem pra falar de algo que ele se distraísse eles prestavam. Pela primeira vez, Draco sentiu vontade de ter alguém pra poder conversar de verdade. A pessoa mais próxima disso era sua mãe, talvez ele falasse com ela no Natal, talvez...


Finalmente levantou-se, sentindo dores nas costas. Olhou o aposento e percebeu que fora o último a acordar. Aprontou-se depressa e desceu para a Sala Comunal onde encontrou Zabini e Pansy, com os quais foi tomar café.


Draco ainda estava meio desligado e só conseguiu ir à direção certa porque Pansy estava agarrada nele e o conduzia. Ele já estava cansado dela viver pulando em cima dele, abraçando-o e beijando-o, era muito desagradável. Se ele pelo menos gostasse dela, não seria ruim, mas esse não era o caso. Draco se arrependia amargamente de ter se enrolado com ela há uns dois anos. Nunca imaginara que ela ficaria grudada que nem um carrapato nele desde então.


Amanda desceu para tomar café só com Gina dessa vez. Foi uma luta pra Gina conseguir convencê-la de sair da torre da Grifinória, mas por fim, Amanda cedeu. Ao chegarem ao Salão Principal, Amanda começou a ficar nervosa de pensar que Draco estaria ali. Mas, elas sentaram-se à mesa da Grifinória, e nem sinal dele. Foi um alívio para ela.


- Demoraram pra descer hoje, heim. – comentou Erick, quando as duas chegaram.


- Pois é. – Gina respondeu.


- Porque demoraram? – Erick perguntou, levando uma torrada à boca.


- Não é da sua conta. – Gina respondeu curta e grossa.


- Grossa.


Amanda resolveu que já era hora de voltar ao normal, e tentou manter o pensamento de ontem longe e começou a conversar com os outros normalmente. Mesmo assim, não conseguiu evitar e deu uma olhada na mesa da Sonserina que estava à sua frente. Amanda sentiu um frio na barriga. Draco estava ali, com sua turma de amigos. Nem sequer olhava para os lados, apenas para seu prato, enquanto Crabbe e Goyle comiam e Pansy, Zabini e outra garota que Amanda não conhecia conversavam. Sem mais nem menos, Draco levantou a cabeça e olhou diretamente na direção dela. Amanda desviou o olhar rapidamente e se concentrou (tentou se concentrar) na conversa dos amigos. Não conseguiu evitar se lembrar do dia anterior e da revelação, e fechou os olhos fazendo cara de dor.


- Amanda, está tudo bem? Você está vermelha. – estranhou Hermione.


- Não, ta tudo bem. Acho que meu café está com muita pimenta. – Amanda respondeu, com a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Gina a olhou.


- Pimenta no café da manhã? – perguntou Hermione, olhando-a cética.


- É... o seu não está? – perguntou Amanda, fingindo estar espantada.


- Não.


Gina começou a rir silenciosamente.


- Bom, sei lá. O meu está. Acho que nem vou mais comer.


- Por que você está rindo, Gina? – Rony perguntou, entrando no meio da conversa.


- Por nada. – respondeu ela, ficando séria.


- Ninguém ri por nada. Fala o que foi. – pediu Harry.


- Eu me lembrei de uma piada, só isso...


Harry, Rony e Hermione se entreolharam.


- Vocês estão estranhas hoje. – disse Hermione.


- Ah, não é só de hoje! – Erick disse, começando a rir.


- Fica na sua, Erick! Vai comer sua Toqueca. – Gina mandou impaciente.


Cinco minutos depois, os seis se levantaram e foram para suas aulas. Amanda ainda estava meio desligada, por isso a Profª. McGonagall lhe deu uma bronca, o que lhe custou cinco pontos para a Grifinória por sua falta de atenção.


Draco não estava muito melhor do que ela. O Profº Flitwick lhe deu um dever de casa extra por ele ficar olhando para o nada durante a aula inteira. Com certeza, aquele não era um de seus melhores dias.


Pelo resto da semana, Amanda e Draco não se cruzaram mais. Os dois já estavam voltando ao normal, o que era bom. Ninguém havia zoado a garota ou cochichado perto dela. Pelo jeito, Malfoy não havia contado a ninguém sobre o incidente no corujal, o que deixou Amanda extremamente aliviada.


No último fim de semana em Hogwarts, antes das férias de Natal, Amanda estava andando por um corredor com Gina, conversando alegre e distraidamente, quando trombou em alguém.


- Ah, desculpa, eu estava... – começou ela, mas parou ao ver quem era: Draco Malfoy.


- Olha por onde... – começou ele, mas também parou ao ver em quem tinha trombado.


Amanda sentiu uma coisa estranha invadi-la novamente. Começou a ficar nervosa e seu coração se acelerou.


Draco congelou. Não conseguia se mover e, por incrível que pareça, também ficou nervoso.


Os dois ficaram se olhando por pouco tempo, pois Gina, sendo a amiga que é, percebeu logo o desconforto dos dois e puxou Amanda. Nesse momento, Draco teve o impulso de falar com Amanda, mas se segurou, não por causa de Gina, com certeza ela já sabia de tudo, mas por causa de Crabbe e Goyle, que estavam com ele.


- Ai, que vergonha! – Amanda disse, ao virarem o corredor. – Parece que eu sempre fico com cara de idiota quando eu o vejo.


- Sem problemas, ele também fica com cara de idiota quando te vê. – Gina a consolou.


- Sério? – Amanda perguntou duvidosa.


- Sério. Ou você não percebeu?


- Você acha mesmo que eu estava em condições de perceber alguma coisa? – Amanda perguntou olhando Gina.


- É verdade. Mas eu percebi e você dois estavam com a mesma cara de imbecis.


- Obrigada, Gina. Estou me sentindo muito melhor agora! – ela disse feliz.


- É pra isso que eu to aqui. – Gina falou, sorrindo. – Mas vocês não ficaram piores do que aqueles dois que estavam com Draco.


- Tinha alguém com ele?!


- Tinha... dois gorilas. Nossa você realmente estava em outro mundo, heim?!


- Draco, o que foi que aconteceu? – perguntou Goyle, quando continuaram a caminhada.


- Nada. Por que você está perguntando isso?


- Porque você não xingou aquela garota por ter trombado em você e ficou olhando pra ela sem falar anda. – respondeu Crabbe.


- Às vezes fui eu que trombei nela. – Draco disse, sem pensar.


Crabbe e Goyle se entreolharam.


- Quem é você e o que você fez com o Draco Malfoy? – perguntou Crabbe.


- Calem a boca, vocês dois. Não devo dar satisfação a vocês. – disse Draco e acelerou o passo, deixando os dois para trás.


O que estava acontecendo com ele? Ele nunca havia feito isso antes. Que mancada perder uma ótima oportunidade de reclamar com alguém sem um motivo plausível. Draco voltara a ficar confuso. Essa última semana sem vê-la tinha sido ótima, pois ele tinha voltado a ser o Draco de sempre, mas depois dessa, pareceu que essa semana não tinha ocorrido. Por sorte, o Natal estava chegando, ele iria para casa e ficaria um tempo sem ver aquela garota, e poderia melhorar sua situação.


Chegou à masmorra da Sonserina, e deu de cara com quem ele realmente estava desejando não encontrar: Pansy Parkinson. "Essa menina sempre me encontra quando eu não quero. Ou seja, sempre." Pensou ele.


- Oi, Draquinho! – cumprimentou Pansy, abrindo os braços para abraçá-lo.


- Agora não, Pansy. – disse Draco, desviando-se dela, fazendo-a abraçar o ar.


- Está de mau-humor? – perguntou ela, olhando-o de braços cruzados.


- Não, só quero ficar sozinho. – Draco respondeu e foi para seu dormitório.


- Por que você anda tão grosso comigo? – perguntou Pansy, indo atrás dele.


- Por nada. Eu sempre fui assim.


- Não foi não. O que há? É uma garota?


Draco virou-se para ela de olhos arregalados.


- Ahn?!


- É uma garota. – dessa vez, foi uma afirmação. – Quem é ela?


- Não é nenhuma garota, Pansy, deixa de ser paranoica. Eu nunca gostei que você ficasse me abraçando, se é que você ainda não percebeu. – finalizou Draco e entrou no quarto.


Deitou-se na cama e passou um tempo refletindo. Na verdade, ele já estava cansado de refletir sobre isso. Já havia se decidido, mas não tinha coragem de admitir, era orgulhoso demais para isso. O que teria que fazer, era agüentar mais um ano e meio e depois nunca mais a veria. Era isso que ele faria.


A porta do quarto abriu-se e Zabini entrou. Fechou a porta e sentou-se na cama ao lado da de Draco.


- E aí, Draco. O que há contigo?


- Desde quando você se importa?


- A Pansy veio falar comigo toda tristonha porque você tinha sido estúpido com ela. E ela não pararia se eu não viesse falar com você, então cá estou. Agora, desembucha.


- Não é nada que seja da conta de vocês. – respondeu Draco, virando-se e ficando de costas para Zabini.


- É uma garota? – perguntou Zabini, tranquilamente.


Draco espantou-se. Virou o rosto para ele.


- O que você disse?


- Ah, então é uma garota! – concluiu ele, satisfeito.


- Não! Eu não falei nada! – Draco falou, tentando consertar o que tinha feito.


- Sei... ta bom então. Mas inventa qualquer coisa pra eu fazer a Pansy largar do meu pé, ela está me irritando! – reclamou Zabini.


- Ela também está me irritando. – Draco disse, fazendo careta. – Eu vou pensar em algo e falo pra ela, aí ficaremos livres.


- Ta bom. – Zabini disse e saiu do quarto.


Draco continuou ali por mais um tempo. Pansy e Zabini tinham percebido que era uma garota. "Estava tão na cara assim?" Ele precisava aprender a esconder melhor suas poucas emoções.


Cada dia que se aproximava mais do Natal, a temperatura abaixava-se mais. Felizmente, isso não era motivo de tristeza para os estudantes. Durante as horas livres das aulas, alguns deles saíam do castelo e faziam guerras de bolas de neve. Amanda, Gina e Erick sempre estavam entre elas. Já Harry, Rony e Hermione, sempre isolados fazendo sabe-se-lá-o-quê. Bem que Gina dissera que eles não eram de ficar juntos com todo mundo.


Ao contrário da semana anterior, nessa última Amanda e Draco se viam sempre. Os dias em que eles não se viram, parecem que foram descarregados nesses últimos. Isso estava começando a irritar Amanda, era melhor quando eles não se viam, ela se sentia menos constrangida e controlava seus sentimentos e emoções.


Na terça de manhã, Amanda recebeu uma carta do Ministério da Magia dizendo que a chave de portal que ela usaria para ir para a Austrália estaria pronta às 20h. Ela havia feito o pedido logo no início do ano letivo para não haver nenhum enrosco na hora de partir. Amanda imediatamente pegou dois pergaminhos e escreveu para seus pais e Jade, avisando o horário em que sairia de Londres. Mais tarde ela passaria no corujal e enviaria as cartas.


- Amanda, a última reunião do clube será na quinta-feira, você irá não é? – Perguntou Erick, mais cedo naquela semana.


- Vou sim, o Harry e o Rony também irão?


- Sim, já falei com eles.


- Ai, Amanda, não acredito que você ainda faz parte desse "clube" – Gina falou, inconformada.


- Ah, é divertido até. Você devia ir na quinta, pra ver como é. – Amanda sugeriu.


- De jeito nenhum, não irei me rebaixar a isso.


- Entendi, você está com medo de gostar! – Erick disse, zoando Gina.


- Claro que não! Jamais gostaria! – espantou-se Gina.


- Você está com medo! Você está com medo! – cantarolou Erick.


- Não estou não! – Gina estava ficando brava.


- Erick deixa pra lá, não fica insistindo. – Amanda falou.


- Obrigada. – agradeceu Gina.


- Se ela está com medo, deixe-a – Amanda concluiu com um sorriso divertido. Erick começou a rir mais ainda.


- Ah, Amanda, até tu? Está de brincadeira... – disse Gina, sem acreditar.


- Desculpa! Não podia perder essa chance! – Amanda defendeu-se, ainda sorrindo para ela. – Mas então, você vai?


Gina olhou-a com cara de derrota.


- Vou, né... depois de tudo isso se eu falar não, vocês me batem.


- Aí, Amanda! Valeu! – Erick disse, fazendo sinal de positivo para ela. Amanda piscou o olho direito para ele.


Amanda se desligou por um momento. Ficou pensando na reunião de quinta. Seria estranho participar se ela não sentia o mesmo ódio de antes por Draco. E se ela não conseguisse xingar e zoar dele como sempre fazia? Além de Gina, alguém mais desconfiaria? Isso era meio complicado.


- Amanda! Alô! Tem alguém aí?! – Amanda ouviu Erick falar alto e o viu passar a mão na sua frente várias vezes.


- Que foi? – disse ela, como seu tivesse acabado de acordar.


- Dá pra parar de ficar com o olhar no além, me incomoda... – reclamou Erick.


- Desculpa.


- Estou achando você muito desligada ultimamente. – Erick perguntou, olhando-a desconfiado.


- Por quê?! – Amanda perguntou, como se fosse absurdo ele dizer isso. Gina pigarreou ao seu lado.


- E você ainda pergunta?! – Erick espantou-se – Você está sempre com esse olhar de paisagem, nunca sabe do que estamos falando e nos ignora.


Amanda arregalou os olhos para ele. Gina não disse nada, ficou só observando.


- Nossa, que chato. – Amanda lamentou – Não sabia... vou tentar ficar mais atenta.


- Eu espero. – Erick disse, um pouco impaciente.


Amanda olhou para Gina com olhar de culpada. Esta apenas a olhou de volta como se achasse o mesmo que Erick. Amanda se sentiu péssima. Seus amigos a estavam achando uma chata por ela estar desse jeito. "Maldito Draco Malfoy, olha o que está fazendo comigo", ela reclamou mentalmente.


Mais tarde naquele dia, Amanda entrou no dormitório feminino e viu Gina deitada na cama, lendo um livro. Amanda sentou na beira da cama virada para Gina.


- Desculpa, Gina.


Gina desviou o olhar do livro e a olhou.


- Pelo que?


- Por eu ter agido dessa forma nos últimos dias... eu realmente não queria dar impressão de ser desatenta com vocês. – Amanda disse, com um tom de arrependimento na voz.


Gina fechou o livro e sentou-se na cama.


- Olha, eu também fiquei meio chateada por você estar desse jeito, mas eu sei que foi sem querer. O que te aconteceu te deixou abalada e muito pensativa. – Gina disse compreensiva.


- Isso não muda o fato de que eu fui uma nhaca com vocês.


- Relaxa, isso acontece. Só me promete que vai tentar melhorar?


- Prometo. – Amanda concordou sem hesitar.


- Ah, senti firmeza! – Gina disse, sorrindo. – Mas então, você está lidando melhor com isso?


- Não muito. – respondeu Amanda, entendendo o que Gina estava dizendo. – É meio complicado ainda. Nunca tinha passado por isso. – Amanda tirou as sapatos e cruzou as pernas em cima da cama.


- Hum, bom, eu espero que isso se ajeite logo, afinal, você ou se gruda nele ou se desgruda de vez. Há outros garotos por aí.


- Pois é, por causa disso perdi duas preciosas semanas de minha vida. – lamentou-se.


- Não é?! – concordou Gina.


- Mas e você e o Dino? Como estão?


- Terminei com ele. – Gina respondeu, sem rodeios.


- Assim do nada? – Amanda perguntou, chocada.


- Não foi do nada. O relacionamento estava frio, não gostava dele como antes, então resolvi terminar.


- Captei. E agora você vai investir no Harry? – Amanda quis saber.


- Claro que não. Já perdi muito tempo investindo nele sem nenhum retorno. Vou viver minha vida. E você devia fazer o mesmo. – aconselhou Gina.


- O que você quer dizer? – Amanda perguntou, fingindo inocência.


- Nós estávamos falando disse agora mesmo. Do Malfoy! Tente esquecê-lo e vai viver sua vida.


- Mas está difícil, Gina. Eu não estou conseguindo deixar pra lá. – disse Amanda, como se fosse chorar. – Eu nem ligo para os outros garotos, para falar a verdade.


- Já passei por isso e a melhor coisa pra desencanar de um garoto é vê-lo com outra. Pode machucar, mas é bem eficaz.


- Eu o vejo com a Parkinson, mas ele sempre parece infeliz perto dela. – Amanda comentou pensativa.


- Isso não ajuda. Ele tem que estar feliz, viver se agarrando com ela, beijando, abraçando... - Gina foi se empolgando.


- Tá, já entendi. - Amanda interrompeu, sem querer saber até onde ela iria se a deixasse terminar. - Nem gosto de imaginar ele fazendo isso com a Pansy, ela é tão... feia, chata, metida, você já viu as roupas dela? São horríveis... e aquele cabelo? Nossa, não sei o que ele viu nela. - Amanda terminou, inconformada.


- Estou sentindo cheiro de ciúmes!


- Que mané ciúmes. - Amanda disse, ficando vermelha. - Só estou falando o que todos pensam. - se defendeu.


- Amanda, Amanda... você não consegue fingir. Ficou vermelhinha quando falei que você está com ciúmes.


- Fiquei nada! - disse ela, sentindo seu rosto esquentar. Mais uma vez, Amanda odiou sua "habilidade" de transparecer as emoções tão facilmente.


Gina a olhou com aquele olhar de quem não se convenceu. Amanda olhou-a com raiva e admitiu a derrota.


- Ta, eu fico com ciúmes. Mas como você quer que eu fique? Alegre que não é...


Gina ficou olhando-a com a boca ligeiramente aberta. Então, chacoalhou a cabeça e disse:


- Desculpa, eu parei de ouvir depois que você admitiu que está com ciúmes. Sinto muito, mas não sei como isso é possível.


- Mas foi você que disse, pra começar! – Amanda exaltou-se. Gina não estava sendo coerente.


- Mas eu não achei que seria tão fácil fazer você dizer. Fala sério, é o Draco Malfoy. Dra-co Mal-foy. - Gina disse, sem acreditar.


Amanda a olhou confusa.


- Eu não estou te entendendo.


- Então nem tente. - aconselhou Gina. Deu um enorme bocejo - Acho que vou dormir. - disse, pegando o livro e colocando-o no criado-mudo.


- Eu também. Tá frio! A única coisa boa a fazer é dormir. - Amanda concordou, se levantando e colocando o pijama.


- Ou ficar abraçadinho com o namorado em frente a uma lareira acesa! - disse ela, abraçando o travesseiro com carinho.


- Fica quieta, Gina. - mandou Amanda.


- Desculpa! - Gina disse, com um sorriso travesso.


As duas terminaram de se arrumar e foram se deitar. Pelo que Amanda percebeu, Gina adormeceu rápido enquanto ela continuava acordada. Ficou olhando para as paredes do quarto enquanto pensava. Ela, então, estava gostando de Draco Malfoy. Mesmo ela prevendo isso há algum tempo e ter se certificado nesta noite, ainda era difícil admitir.


Enquanto Amanda tentava dormir, ficou pensando em como seria se ela e Malfoy ficassem juntos. Será que ele apareceria em público com ela? Afinal, ela era da Grifinória e trouxa. Então, imaginou os dois juntos, se encontrando, se abraçando, se beijando. Uma repentina onda de sono passou por Amanda enquanto tinha tal pensamento agradável e sorriu de olhos fechados.


De repente abriu os olhos e olhou para Gina na cama ao lado, que ainda dormia. Sentiu como se tivesse tido um pensamento proibido. Aliviou-se ao lembrar que ninguém poderia ler seus pensamento. Mas, espera. Aquele era o mundo mágico. Talvez leitura de mentes não fosse impossível. E se fosse algo facilmente acessível? E ainda tinham poções da verdade. O que ela diria se ela bebesse? O coração de Amanda se acelerou. Ela entrou em pânico e cobriu a cabeça com o cobertor para tentar se acalmar e enfim dormir.


Na quinta-feira à noite, então, foi à última reunião dos Encantadores de Serpentes, em um canto da Sala Comunal da Grifinória.


- Eu, Erick Rivers, como presidente do clube anti-sonserinos "Encantadores de Serpentes", tenho o prazer de informar que hoje temos uma convidada muito especial: Gina Weasley – e bateu palmas. Amanda, Rony e Harry o acompanharam com menos entusiasmo.


- Obrigada! – Gina agradeceu – Eu sei que vocês queriam que eu tivesse vindo antes, mas...


- Pode baixar a tua bola. – Erick cortou. Gina o olhou como se ele tivesse acabado com a sua graça. Amanda e Rony riram.


- E do que vamos falar hoje? - perguntou Harry.


- Do mesmo que sempre falamos: xingar sonserinos. – Rony respondeu.


- Mas nós sempre fazemos isso, não há nada mais produtivo? – reclamou Harry.


- O que você sugere? – Amanda perguntou.


- Ah, eles sempre estão nos enchendo, podíamos fazer algo para nos vingar.


- Hum, eu concordo. Até agora não fizemos nada. – Rony concordou.


- Ta certo, afinal, é para isso que estamos aqui. Mas o quê? – Erick perguntou.


- Eu acho que não adiantaria pensar nisso agora. Amanhã é último dia de aula. – comentou Gina.


- É verdade. – Amanda concordou. – Acho melhor deixarmos pra lá, e nas férias alguém pensa em alguma coisa.


- Tudo bem, mesmo porque eu não estou com criatividade hoje. – disse Erick.


- Nossa esse clube está cada dia mais xôxo... – comentou Rony, olhando a cara de animação de todos.


- Parece que os Encantadores não estão muito animados, Erick. – Gina disse, olhando para ele.


- É, acho que não. – Erick disse, ficando desanimado.


- Não fica assim. São quase férias, todo mundo está meio cansado. – consolou-o Amanda, passando a mão nas costas dele.


Erick olhou-a com um olhar triste.


- Estou precisando crescer.


- Você está quase passando o Harry! – Gina disse, sem entender.


- Não estou falando em tamanho, mas em mente.


- Ah... – Gina ficou um pouco vermelha.


- Mas se você crescer, quem irá fazer piadas? – Amanda perguntou, sorrindo.


- Pelo menos eu não irei ser tão idiota. – Erick disse, parecendo realmente aborrecido.


- Você não é idiota, você é engraçado. E nós gostamos de você assim, não é gente? – Amanda perguntou olhando para os outros.


- Claro!


- É verdade.


- Com certeza.


- Está vendo?! Agora anime-se, a vida é bela!


- É, nós que fo...


- Não termine essa frase. – Amanda e Gina disseram ao mesmo tempo.


- Desculpa! – Erick falou, e as duas riram.


A reunião de quinta, realmente não tinha sido produtiva, mas pelo menos todos estavam animados com o fim das aulas, e sábado, finalmente, eles iriam para casa.
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N/A: 


Oláá queridos e queridas :)


Queria lhes dizer só uma coisinha: eu não gosto de pedir reviews, acho muito chato, mas percebi que não é só por "ter reviews", é bom para saber se estamos agradando ou não. Então, você que está lendo, deixe o sua opinião, sua crítica, sendo ela boa ou não. Ajudará muuuuuuito! =D


Obrigadaaaaaaaaa!


Liana Ross


 

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Comentários (1)

  • Rebeca_Potter

    Eu gosto da forma como o diálogo entre eles flui de uma forma natural. Você escreve bem!Estou curtindo 

    2015-12-31
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