Ciúmes?



Agora os dias pareciam passar mais rápido do que o normal. As aulas, os deveres, a AD, as aulas com Dumbledore, as reuniões da Ordem e o quadribol impediam Harry de aproveitar nem que fosse um curto espaço de tempo com Hermione. Mas a garota não ficava pra trás, além de tudo isso tinha seus deveres como monitora, já que Rony não ajudava muito.


 Meio que sem perceber chegaram ao final do ano, e consequentemente ao baile de despedida do sétimo ano, ao qual todos do sexto ano foram convidados, e no qual alunos mais novos poderiam ir acompanhados de mais velhos.


 Os pares era óbvios. Harry e Hermione, Rony e Luna e Gina e Draco. Rony quase explodira quando ficou sabendo do namoro de Gina e Draco, porém com a insistência de Harry acabou concordando em não contar nada aos pais, por sorte o ruivo não desconfiava de Harry e Hermione, ele até agradecia por ser Harry o acompanhante da garota.


 Aquele baile estava sendo o maior show de vestidos que Harry já tinha visto em sua vida inteira. Cada garota estava mais bonita do que a outra, mas nenhuma estava acima de Hermione, novamente a morena estava perfeita. O vestido era vermelho com alças finas, justo até a cintura, valorizando suas curvas.


 Harry e Hermione dançavam em meio à multidão de gente que se encontrava no salão principal.


 - Eu vou pegar alguma coisa pra beber, você quer alguma coisa? - perguntou Harry, quase tendo que gritar para a namorada ouvir.


 - Um drinque de morango sem álcool. - respondeu ela, próximo ao seu ouvido.


 - Ok, já volto. - disse ele, saindo em direção ao bar.


 Assim que saiu de perto da garota Dino e Simas se juntaram a ele.


 - E aí Harry, se deu bem hoje, hein? - disse Simas.


 - Por quê? - perguntou desinteressado, encostando-se no balcão para pedir as bebidas.


 - Cara, você tá com a garota mais gostosa da festa. E então como é que ela é? - Dino disse, curioso com a resposta do amigo. Ao ouvir aquilo Harry teve vontade de socar o garoto, ninguém tinha o direito de falar daquele jeito de Hermione na sua frente. Rapidamente tentou acalmar-se, controlando a respiração.


 - Como assim, a Hermione é só uma amiga.


 - Ahã, sei. E não rolou nada entre vocês? - o tom malicioso de Simas o irritava a cada palavra dita pelo garoto. - E logo você que não entrou na aposta.


 - Aposta? Que aposta?


 - Não te contaram? Tá rolando uma aposta de quem vai ser o sortudo que vai conseguir sair com a Hermione primeiro.


 - O QUÊ? Vocês acham que ela é o que? Uma qualquer? - exclamou Harry, que naquela hora já estava borbulhando de raiva. - Não, a Hermione merece respeito, principalmente daqueles que ela ajuda desde sempre como vocês. Acabem logo com esta aposta!


 O moreno pegou os drinques e saiu pisando forte. Quem eles pensavam que eram pra falar de Hermione daquele jeito? Ah, se ele soubesse de mais alguma coisa a respeito daquela aposta idiota eles iriam se ver com ele. E ninguém pararia Harry Potter até que todos os garotos pedissem desculpas de joelhos para Hermione.


 Harry andava de cabeça baixa, mas assim que a levantou se arrependeu de tê-lo feito. Ele pôde ver um bando de garotos rodeando Hermione, por sorte ela ainda não tinha percebido. Ainda tinha uma chance dele tirá-la dali sem que parecesse que a estava protegendo.


 Aproximou-se e lhe entregou o copo cheio.


 - Obrigada. - disse Hermione, provando um pouco da bebida e voltando a dançar, mesmo com o copo na mão.


 Logo começou uma música lenta e Harry aproveitou para ter Hermione mais perto de si. As palavras dos amigos ainda borbulhavam em sua cabeça. Estava longe quando Hermione tentava chamá-lo.


 - Harry, o que foi?


 - Nada. Por quê?


 - Tô te achando meio tenso, aconteceu alguma coisa?


 Suspirou. Teria de contar.


 - Só algumas coisas que o Simas e o Dino falaram que não saem da minha cabeça. Nada de mais.


 - Então eles te falaram algo bem sério pra te deixar assim. Conta, Harry. Me deixou curiosa. - implorou a garota.


 - É que... Tá rolando uma aposta em relação a você. Quase todos os garotos do sexto e do sétimo ano de todas as casas estão apostando pra ver quem vai ficar com você primeiro.


 - E?


 - E nada. É isso.


 - Tem mais, Harry. Se abre, eu quero saber o que você pensa. - insistiu Hermione, àquela hora já se esquecera de que estavam no meio do baile, com várias pessoas curiosas ao redor.


 - Eu fique com ciúme, ok? E com medo, de algum dia você me trocar por um deles. Se fosse comigo garanto que também ficaria assim. - finalmente ele admitiu, baixou a  cabeça em sinal de rendição. Hermione sorriu, finalmente o namorado se abrira com ela, e isso a deixara muito feliz. Sabia muito bem o que era estar no lugar dele.


 - Hey, Harry. - chamou, levantando o queixo dele com a mão. - Relaxa, eu sei muito bem o que é isso. Eu também já passei por isso.


 - Como assim?


 - O quê? Acha que as meninas não comentam? Você é, provavelmente, o garoto mais cobiçado de Hogwarts.


 - E por quê não me contou?


 - Não era necessário, eu confio em você, sei que não me trairia com uma delas. Você não confia em mim?


 - Claro que sim. É que eu fico imaginando o que eles poderiam fazer com você, e...


 -Pensa assim, eu não te trocaria por ninguém nesse mundo. É só ignorar, como eu faço, e se controlar. Algum dia todos vão saber que estamos juntos. - concluiu Hermione acariciando a face de Harry. Ele suspirou ante ao carinho.


 - É, se bem que você tem razão. O que acha de esquecermos isso e aproveitarmos nossa última noite neste ano em Hogwarts.


 - Proposta aceita. - responde ela, sorrindo. Seguiram dançando e só foram dormir quando os primeiros raios de sol surgiam no oeste.


*****


 A viagem de volta não foi nada animadora, passar duas semanas com os Dursley não era lá o melhor passatempo de Harry.


 Ainda no trem despediu-se de Hermione com um longo beijo. Vendo a expressão de desânimo de Harry, Hermione tentou melhorar o seu astral.


 - Pensa assim, essa é a última vez que você vai ter que voltar pra lá, Harry.


 - O que não significa algo bom, eu posso nunca mais voltar também.


 - Vira essa boca pra lá, Harry. Você sabe muito bem que pode ganhar essa batalha. Agora vamos, todos já devem estar nos esperando. - saiu arrastando-o consigo, sabia que o namorado sofria com a família, mas estava disposta a mudar a visão dele diante de uma família com ela.


 Passaram pelo muro e estavam novamente no mundo trouxa. Os Weasley estavam lá, bem como toda a Ordem da Fênix, os pais de Hermione, e ,mais escondidos, os Dursley.


 Harry cumprimentou a todos e ,antes de deixar o grupo, Hermione lhe deu um abraço apertado.


 - Eu te amo. Não se esquece disso. - sussurrou a garota em seu ouvido.


 - Eu também, te amo muito. E pode deixar, nunca vou esquecer. - respondeu ele igualmente baixo.


 Ainda antes de Harry ir embora o casal trocou um último olhar apaixonado, o qual não fariam por um longo tempo.


 Harry juntou-se aos Dursley, foi recebido com um sorriso de tia Petúnia e um aperto de mão de Duda. E o que foi ainda mais estranho, Válter também lhe estendeu a mão. Desconfiado Harry cumprimentou-os e entrou no carro.


 Passaram um tempo em silêncio na viagem de volta. Harry observava os parentes, eles pareciam diferentes, querendo falar alguma coisa mas estavam receosos. Aquele podia ser um bom começo, porém Harry deixaria que eles tentassem uma aproximação. O que não demorou muito. Ainda antes de chegarem em casa tia Petúnia começou uma conversa.


 - E então, Harry, como passou o ano?


 Mesmo estranhando a pergunta o garoto respondeu:


 - Muito bem. Na verdade esse foi o melhor ano da minha vida.


 - Ah, então quer dizer que aconteceu algo diferente? - questionou a tia, demonstrando-se curiosa com o assunto. E o pior era que por dentro ela estava mesmo, sempre gostara de ouvir Lílian falando da nova escola.


 - Não, na verdade este ano foi bem parado, o que pra mim foi ótimo. Só um ou outro acontecimento, mas estive muito ocupado, então não aproveitei muito.


 - E por quê você disse que foi ótimo se não aconteceu nada de especial? - Duda se intrometeu na conversa.


 - Exatamente por isso, todos os outros anos tinha alguma confusão ou problemas que se voltavam para mim. Nesse ano tudo correu bem, tenho até ajudado alguns amigos a treinarem feitiços.


 - Ah, quer dizer que você é bom nisso. - concluiu Duda, o que surpreendeu Harry, enfim Duda conseguira conversar normalmente com ele ser sair gritando com medo de feitiços. O moreno sorriu, como resposta ao primo. Sim, modéstia parte era o melhor de seu ano.


 Aquilo era muito novo para Harry, mas um novo bom. Nunca pensara em começar uma conversa séria com o primo e a tia, mas era algo novo e bom. Era algo que nunca tivera, mas que finalmente o fazia  se sentir em casa. Aquele poderia ser um novo começo para eles.


*****


  Já fazia quatro dias que estava de férias. Trocava cartas com Hermione praticamente todos os dias, sentia tanta saudade dela que chegada a doer, sabendo que poderia estar com a namorada.


 Era noite, Harry e os Dursley estavam assistindo ao noticiário quando alguém bateu na porta. Petúnia se levantou para abrir a porta, mas Harry a impediu.


 - Espera. - disse o moreno, correndo para a porta. Com certeza era um bruxo, olhou pelo "olho mágico" e contatou que era apenas Draco Malfoy, mas nada impedia de ser alguém com poção polissuco. - Draco? - perguntou ainda sem abrir a porta.


 - Sim, sou eu. Será que você pode abrir a porta logo, sabe, não é seguro ficar pra fora de casa de noite. - respondeu o loiro.


 - Antes preciso verificar se é você mesmo. Quem é a minha namorada?


 - Hermione Granger. Agora posso entrar?


 Harry abriu a porta lentamente, a varinha em mãos. Mas era apenas Draco e suas malas.


 - O que isso significa?


 - Cara preciso de ajuda. Minha tia me expulsou de casa quando encontrou uma carta de Gina. Será que eu posso passar alguns dias aqui?


 - Claro que sim, entra aí. - convidou Harry, abrindo espaço para o amigo passar. Da sala de estar os Dursley observavam a cena.


 - Harry, quem é ele? - perguntou tia Petúnia, enquanto tio Válter o encarava furioso.


 - Ah, este é Draco Malfoy, um amigo da escola. Draco esses são meus tios Petúnia e Válter e o meu primo Duda. - o loiro sorriu para a família de Harry, que só foi retribuído por tia Petúnia. Duda acenou com a cabeça, enquanto tio Válter os encarava.


 - E se eu ouvi bem esse garoto vai ficar aqui alguns dias é? - perguntou tio Válter.


 - Sim, ele pode ficar no meu quarto sem problemas. É só que ele não tem pra onde ir.


 - E a sua casa moleque?


 - Eu fui expulso de casa quando minha tia descobriu que eu estava namorando uma traidora de sangue. Eu espero que me deixem ficar, eu faço qualquer coisa pra ajudar na casa. E são só por alguns dias, logo eu e Harry iremos para a casa dos nossos amigos.


 Válter e Petúnia se entreolharam, mas não tinham escolha. Estavam fazendo de tudo para agradar Harry, depois de muitos anos perceberam o que fizeram com o garoto, e aceitar seu amigo seria um bom começo para com o sobrinho.


 - Tudo bem ele pode ficar. - foi  tia Petúnia quem respondeu.


 - Ótimo, vou levá-lo até meu quarto pra ele se instalar.


 Harry fez um sinal para Draco e eles subiram as escadas rapidamente. O quarto estava parcialmente organizado. Penas, tintas e pergaminhos estavam espalhados pela escrivaninha, e alguns livros jogados na cama reserva. Antes que Draco entrasse no quarto Harry jogou os livros na escrivaninha e juntou os pergaminhos num canto da mesma.


 Os dias passaram-se mais rápidos com Draco ali, até Duda tornara-se amigo do loiro. O garoto demonstrara-se prestativo, cada dia ajudava Harry em alguma organização e quando não tinham nada pra fazer ajudavam-se nos deveres da escola. Conversaram muito também, e ali foi surgindo um sentimento de camaradagem que em nada se parecia com a hostilidade com a qual Draco tratava Harry nos cinco primeiros anos em Hogwarts. Aquela sim, seria uma das melhores férias que Harry já tivera.


 


N/A: taí gente cap grande mas cheio de novidades. Espero que gostem, e comentem senão o proximo cap n sai né? Então...


 COMENTEM!!!!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.