Aproximação



 Hermione estava sentada em seu cama vendo algumas fotos suas com seus amigos, Harry Potter e Rony Weasley, quando ouviu a campainha tocar. Não deu muita importância, devia ser apenas uma amiga de sua mãe, mas segundos depois Jane aparece na porta de seu quarto.


 - Mione, tem alguém querendo te ver.


 A garota levantou-se intrigada, se perguntando quem poderia ser quando se depara com seu melhor amigo parado na soleira da porta.


 - Harry! - gritou e pulou em seu pescoço, fazendo-o se desequilibrar.


 - Calma Mione, me deixa respirar um pouco. - disse o garoto, com um sorriso maroto nos lábios. E ela não pode deixar de notar o quanto eles eram convidativos, nunca tinha prestado atenção nele, mas agora o garoto já tinha uma barba raspada, crescera um bocado desde a última vez que o tinha visto, e conservava um corpo atlético por conta do quadribol. Apenas os olhos continuavam os mesmos, aqueles que ela conseguia decifrar tão facilmente, os mesmos que nunca mentiam para ela. A garota afastou aqueles pensamentos e notou as pessoas atrás do moreno.


 -  Ah, Harry para com isso, eu sei que também tava com saudades. - retrucou ela com um ar indignado. - Mas, então, o que todos vocês fazem aqui?


 - Viemos apenas deixar o Harry, Mione. - respondeu Lupin, indicando que ele, Tonks e Moody já estavam de saída.


 - Deixar o Harry? Como assim?


 - Nós já conversamos com seus pais, e eles permitiram que Harry passasse uma semana aqui antes que vocês dois se juntassem aos Weasley na sede da ordem. - Tonks explicou como se tudo já estivesse planejado há muito tempo.


 - Tudo bem, vai ser ótimo ter uma companhia, vocês não querem entrar?


 - Não já estávamos de saída, até mais Granger, Potter. - se despediu Moody, indo chamar o elevador, Lupin e Tonks se despediram rapidamente, deixando-os a sós.


 - Por quê não me disse que viria Harry? Eu teria feito uma recepção melhor.


 - A intenção era mesmo fazer uma surpresa. - respondeu o garoto lançando-lhe um sorriso estonteante.


 - Ok, agora eu vou te mostrar a casa e onde você vai dormir.


 Ele a seguiu pela sala, carregando o malão. Subiram as escadas e entraram num corredor comprido. O apartamento era enorme, já que a garota vivia numa cobertura.


 - Seu quarto é o segundo à direita, do lado do meu. No fundo do corredor tem um banheiro e a porta à esquerda é do quarto dos meus pais.


 Harry rapidamente se instalara no quarto e bateu no quarto de Hermione.


 - Pode entrar.


 Ele entrou devagar, e se deparou com um quarto do mesmo tamanho que o seu, porém cheio de livros, pergaminhos, penas e tinteiros espalhados pela cama.


 - Não acredito que você tá fazendo os deveres enquanto eu estou aqui.


 - E por que não deveria estar fazendo?


 - Achei que eu fosse mais importante para você do que os deveres, e ainda falta muito tempo para começar as aulas, terá tempo de sobra pra isso.


 Hermione se levantou da cama e pegou sua mão, o arrastando para dentro do quarto, e sentando-se na cama, acompanhada por ele.


 - Qual é Harry, você sabe que é muito importante pra mim, mas eu pensei que demoraria mais para se instalar, e resolvi aproveitar o tempo livre. - a morena se justificou.


- É mas agora que eu já me instalei, não vou deixar que os deveres tomem conta de você. Vamos até lá fora, eu preciso te contar uma coisa importante. - Harry assumiu um tom sério e triste. Hermione ficou preocupada e seguiu o amigo.


 Eles se sentaram na beirada da piscina e passaram a contemplar a água. Hermione percebeu que era difícil para ele falar o que quer que tivesse para falar,e  segurou sua mão, transmitindo força para o amigo. Ele a encarou, agradecendo pela paciência para com ele, e começou a falar.


 - Você se lembra da profecia que se quebrou? - começou, incerto.


 - Como poderia me esquecer?


 - Na verdade aquele não era o único registro dela. A profecia foi feita na presença de Dumbledore, e assim que voltamos do ministério ele me contou sobre ela. - o moreno fez uma pausa, um bolo em sua garganta se formava, pra ele ainda era difícil falar sobre a morte de Sirius e sobre a profecia. Tudo acontecera tão rápido. - Na verdade, ele me contou tudo, o porque de ele ter me evitado o ano inteiro, o porque de eu ter que morar com os Dursley, e o porque de Voldemort ter matado meus pais e ter tentado me matar.


 Mione o olhou com compreensão, ainda segurava sua mão, e naquele momento a apertou mais forte, os olhos já se enchendo de lágrimas que ela insistiu em segurar.


 - A profecia dizia " Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar do sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer pela mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar... " - mais uma pausa, e Mione o observava chocada. - Ele disse que quando meus pais morreram, ele fez um feitiço que me manteria seguro enquanto eu puder chamar a casa dos Dursley de lar. - outra pausa, o bolo em sua garganta aumentava, ele fitava a água sem realmente vê-la, como se revivesse as cenas que se passavam em sua cabeça. - Ele se afastou de mim no último ano com medo de que Voldemort entrasse em minha mente e descobrisse algo sobre a Ordem.


 - Ah, Harry. Eu sinto muito, eu...


 - Tudo bem, na verdade, acho que eu já sabia de algum modo que teria que matá-lo, mas ouvir isso de outra pessoa é muito pior. Naquele dia, eu quebrei quase o escritório inteiro do Dumbledore,culpando-o pela morte de Sirius, mas não me arrependo de nada, ele realmente foi o culpado.


 - Como assim?


 - Se ele tivesse me contado tudo antes, eu saberia que aquilo poderia ser uma armadilha, mas ele teve medo. - terminou num tom melancólico.


 Sem ter o que dizer para reconfortar o amigo, ela beijo seu rosto e o abraçou, apoiando a cabeça entre o ombro e o pescoço do rapaz.


 - Eu tô aqui, tá? Para o que precisar.


 - Obrigado, Mione. Mas acho melhor entrarmos, a vista aqui é linda mas já está escurecendo e o jantar já deve estar quase pronto.


 Eles se levantaram e seguiram para dentro da casa, Harry passou o braço pela sua cintura, juntando mais seus corpos.


*****


 Ele tinha acabado de sair do banho, vestia apenas um short e secava o cabelo com uma toalha que largou em cima da cama ao se dirigir para o quarto de Hermione.


 Ela estava apoiada na janela, observando o céu, parecia tão em paz, tinha os olhos fechados e um leve sorriso no rosto. Os cabelos balançavam com a brisa de verão. Vestia apenas uma camisola que batia uns dois palmos acima do joelho e nada mais. Aos olhos de Harry estava linda, parecia uma deusa, como se nada pudesse lhe atingir, mas ao mesmo tempo frágil. Ficou parado na porta, apreciando-a. Deu-se conta que não a via mais como apenas uma amiga, e sim como uma mulher, uma bela mulher. Ela desenvolvera um corpo com belas curvas, era magra, mas não esquelética como as modelos trouxas, mas na medida certa, também tinha um belo par de pernas, que a camisola que usava deixava bem à mostra. Rapidamente afastou esses pensamentos maldosos da cabeça e postou-se ao lado dela, encarando as estrelas.


 Ficaram alguns minutos em silêncio, se encarando,não eram necessárias palavras naquele momento, eles se entendiam com apenas um olhar.


 - Vim te desejar boa noite. - disse o garoto, quebrando o silêncio. Ela sorriu e o abraçou.


 - Eu tava com saudade.


 - Eu também, mas acho melhor eu ir pro meu quarto antes que seu pai me pegue aqui, não é? - falou em um tom zombeteiro e ela não pode deixar de sorrir. Sabia que o Sr. Granger gostava muito de Harry, e nem podia imaginar seu pai o expulsando de seu quarto.


 - Como se algum dia ele fosse brigar com você.


 - Não quero que pensem coisas erradas a meu respeito. Boa noite, Granger. - disse, beijando-lhe a testa demoradamente.


 - Boa noite, Potter. - respondeu ela beijando sua bochecha.


 Ele saiu do quarto, e ela foi se deitar. Momentos atrás estava morrendo de sono, mas o sono parecei ter se esvaído com a presença de Harry ali. Novamente seus pensamentos pararam em Harry, não pensava que ele tinha um corpo tão bonito, e os músculos tão definidos, como não deixara de reparar assim que o viu em seu quarto sem camisa.


 E com esses pensamentos, adormeceu com um sorriso no rosto.


*****


 Àquela tarde foi a melhor de todas as férias de Harry, ele e Hermione basicamente conversaram, mas foi uma conversa agradável, sem tocar na profecia e no nome de Sirius, faziam brincadeiras bobas e se aproximaram mais do que nunca.


 Nos próximos dias a troca de carícias, abraços e beijos no rosto já se tornara rotina, para eles era totalmente normal. Aquele dia era o último deles na casa de Hermione, no dia seguinte seguiriam para o Largo Grimmald número 12, onde mais tarde se encontrariam com os Weasley .


 Eles estavam deitados no sofá, Hermione estava recostada no peito de Harry, e o garoto mexia em seus cachos (agora mais definidos e menos lanzudos) sem realmente prestar atenção no que passava na televisão.


 - Sabe, vou sentir saudades disso. - comentou o moreno.


 - Disso o quê?


 - Ficar assim com você, sem preocupações reais, sem ninguém pra atrapalhar. - respondeu evasivamente.


 - É, com certeza no Largo Grimmald ninguém vai nos deixar em paz. - riu-se a garota, e Harry não pode deixar de rir também, imaginando a cena que Rony faria se os visse daquela maneira. - Pois é, também vou sentir falta. - ela ponderou um pouco sobre o que iria falar, e continuou. - Sabe, Harry, você mudou muito desde aquele dia no ministério. Parece mais responsável, sério, carinhoso, você não era assim, mas não estou reclamando, prefiro você desse jeito, esse novo Harry.


 - Não há um novo Harry, Mione, só há um Harry com mais responsabilidades. Parece que eu carrego o mundo inteiro nas costas. Só não consigo me imaginar sem você, que sempre me ajudou e esteve ao meu lado, acho que mudei por medo de que eu posso não estar mais aqui para você, com você.


 ( continua)...

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Comentários (1)

  • rosana franco

    Adorei o primeiro cap. os dois se aproximando aos poucos e se conhecendo cada vez melhor, esperando para ver como sera a convivencia de todos no largo.

    2013-02-15
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