Casulo Parti I
A vida é realmente irônica e agora ele sabia exatamente o quanto isso é verdadeiro.Mesmo vivendo onze infernais anos com aquela família quem diria que um dia iria pensar “eu era feliz e não sabia”.Não que tenha sido feliz mas ele adquiriu com o passar dos anos uma conformidade até que suportável, mas desde que completou onze anos sua vida mudou completamente começando pelo fato dele ser um bruxo prestes a cursar seu sexto ano numa escola onde em vez de aprender matemática, física ou qualquer matéria do tipo ele era instruído a transformar objetos em outros a cozinhar ingredientes bizarros num caldeirão.Não que reclamasse afinal de contas, uma das raras felicidades da sua vida foi descobrir que é um bruxo e que não pertencia ao mundo desses trouxas insuportáveis que ele tinha como parentes.Mas Harry Potter agora está ferido por dentro e a única coisa que sua mente egoísta conseguia processar é que daria tudo pra não ta sentindo esse vazio desagradável no peito, daria tudo pra não ter entrado nessa loucura que se meteu desde os onze anos, daria tudo pra ter ficado encalhado na rua dos Alfeneiros até terminar o Ginásio e finalmente ingressar numa faculdade e se livrar dos Dursley, mas acima de tudo daria tudo pra não ter sido tão estúpido e ter caído numa armadilha tão baixa e ter perdido a única pessoa mais próxima de um verdadeiro pai que a vida lhe ofereceu.
Porem, quem disse que essa tal vida se apieda de nós quando estamos no fundo do poço?Não ela não para pra podermos derramar todas nossas lagrimas e nós lastimar pelas nossas perdas.Pensando nisso ele decidiu que não importa o que aconteça dali pra frente jamais iria deixar seu ego de “super-heroi” sobrepor sua razão novamente e pra isso resolveu se fechar em seus pensamentos e pensar unicamente que nasceu destinado e absolutamente nada mudaria essa realidade.Hoje se completa 3 semanas da morte de seu padrinho.Jurou pra si mesmo que não derramaria mais uma única lagrima ate porque todas já foram derramadas durante essas três semanas enclausurado no seu quarto na rua dos Alfeneiros, dali em diante ocuparia sua mente com seus estudos e o novo hobby que descobriu nessas férias.Quem diria que no quarto onde seu primo entulhava seus brinquedos velhos ele encontraria uma guitarra semi-nova.Faltava-lhe duas cordas e uma boa limpeza, mas depois de destrocar alguns dos seus galeos no banco de Gringotes por moeda “trouxa” ele comprou o necessário pra deixa-la nova e algumas revistas cifradas.Nunca foi dado a desenvolver talentos musicais, bom se for considerar que vez ou outra arriscava cantar algumas musicas no chuveiro, mas sempre se interessou por instrumentos musicais trouxas principalmente um chamado guitarra.Sempre que Duda estava fora andando com os amiguinhos vândalos ele aproveitava a tv só pra ele e gostou muito de um programa chamado MTV onde podia se ver inúmeros clipes de bandas que estavam fazendo sucesso no mundo trouxa.Uma em particular lhe agradou muito e movido pelo momento depressivo que estava passando e a necessidade de urgentemente ocupar a mente ele resolveu testar suas habilidades.Para sua surpresa ate que não se saiu mal, no inicio começou lendo as revistas e acompanhando as cifras mas com o passar de alguns dias já estava memorizando as variadas cifras e não mais olhava pras revistas.O seu ouvido lhe dizia que a sonoridade das cordas não estavam muito boa ou pelo menos não parecida com a da banda que ele se tornou fã.Mas isso não importava, no momento só o fato de estar se distraindo, pois seus pensamentos estavam se concentrando totalmente na musica e esse refugio encontrado num talento desconhecido foi a chave pra aliviar sua dor.Na musica ele poderei desabafar todas suas frustrações.
E nesse ritmo as semanas foram se passando e logo chegou o dia de seu 16º aniversario.Acordou com batidas na sua janela ao abrir os olhos deparou-se com o quarto banhado pelos raios do sol, pois havia esquecido as cortinas abertas na noite passada, e sua coruja alva tentando entrar trazendo uma carta nas patas.
- Bom dia sumida!Sai não me avisa e ainda some por dois dias que comportamento digno de um bicho de estimação hein.- fingiu esta zangado e acariciou a pelagem de sua coruja.
Em seguida retirou a carta enquanto seguia na direção da cabeceira da cômoda buscar seu óculos Edwings rumou para sua gaiola.Sentou na ponta da cama e abriu a carta logo reconhecendo a letra do melhor amigo.
Parabéns Harry
Não enviamos seu presente, pois temos uma ótima noticia os guardas da Ordem irão passar ai no final da tarde pra apanha-lo e traze-lo pro Largo Grimauld!Não é demais?!!!Pela primeira vez nós iremos passar o seu aniversario juntos, Mione já esta aqui chegou ontem e esta louca pra te ver.Sabe ela anda muito estranha esses dias antes de vim pra cá vivia trocando correspondência com a Ginny e agora que chegou não desgruda da minha irmã.Não sei mas algo me diz que ai tem coisa.Enfim arrume suas coisas que hoje mesmo você sai do matadouro heheheheh.Estamos de esperando amigão!Ate mais.
Rony
Engraçado se fosse alguns meses atrás estaria dando pulos de felicidade por sair mais cedo da rua dos Alfeneiros e ainda por cima rever seus melhores amigos e todos aqueles que se importavam com ele, mas agora a única coisa que Harry Potter sentiu foi sua angustia aumentar...”Por que justo a Ordem da Fênix?Onde cada pedaço daquela mansão lhe lembrava..ele!!”
Não soube explicar o rompante de raiva misturada com impotência que se apossou dele no exato momento que acabou de ler a carta amigo.Ainda teria que arrumar suas coisas, mas nem ligou no momento a única coisa que poderia lhe acalmar e trazer um pouco de paz era sua guitarra.
As 17:00 horas em ponto um carro do ministério parou na frente do número 4 na rua dos Alfeneiros. Dele desceram cinco homens vestidos de ternos pretos todos a caráter trouxa, logo atrás dele surgiu um senhor com as vestes mais incomuns que já passou naquela rua.Alvo Dumbledore em pessoa estava no batente da porta dos Dursley.Mal a campainha soou e um Sr.Dursley visivelmente incomodado, pra não dizer irritado, abriu a porta.
- Suponho que vieram buscar o moleque.Ande entre não quero que a vizinhança lhe veja nesses trajes ridículos e chamativos.
- Boa tarde para o Sr.Dursley!Agradecido por convidar-me a entrar na sua residência.
O diretor de Hogwarts nem se incomodou com o modo grosseiro que foi recebido pelo patriarca da família e adentrou o hall da casa dos Dursley.Ao chegar na sala deparou-se com Petúnia Dursley e o filho Duda aguardando sua chegada ansiosos e temerosos.
- Ola Petúnia quanto tempo!
Duda viu sua mãe passar da cor pálida natural de seu rosto á uma esverdeada, amarelada e meia avermelhada numa fração de segundos.A mulher estava estática e abismada com a presença desse velho na sua casa.Claro que ela lembrava dele e principalmente do timbre da sua voz.
- O que faz aqui?
- Ora não parece claro?Vim buscar o Harry.
- Mas sempre vinham outros ate mesmo alguns amigos anormais dele.Por que dessa vez justamente você em pessoa veio apanha-lo? Não me diga que ele esta sendo mais ameaçado ainda?Por Deus como...
- Não se preocupe Sra.Dursley seu sobrinho estará seguro enquanto estiver sob minha vigilância. Dou minha palavra.
- Então agora minha escolta pessoal subiu de nível.O próprio grande Alvo Dumbledore veio me buscar.
Sem que alguém o notasse veio descendo as escadas e quando confirmou suas suspeitas que a voz que ouviu no andar de cima era mesmo do diretor de Hogwarts não conseguiu frear sua língua e acabou soando sarcástico.Essas serão férias muito longas pelo visto.
- Vejo que esta pronto para partir, traga logo seu malão, pois temos uma longa viajem ate chegarmos ao nosso destino - Disse o senhor de barba alva sem mostrar desgosto pelo comentário do aluno.
- Já estão no hall todas minhas coisas. Apenas minha guitarra esta aqui comigo.Tia explique por favor pro Duda o trato que fiz com a senhora para ter adquirido essa guitarra.Adeus.
Sem nem ao menos olhar para seus parentes atravessou a sala de estar e rumou para fora da casa.O diretor se despediu mais educadamente dos Dursley e seguiu o garoto.
A viajem ate o largo Grimauld foi feita no mais absoluto silencio. Como o diretor optou ir por meios trouxas a viajem durou bem mais do que a outra no verão passado quando ele foi escoltado pelos membros da Ordem da Fênix.No final da tarde quando a noite já engolfava as ruas desertas do pequeno vilarejo onde se encontrava a Ordem um carro preto estaciona na frente entre os números 11 e 13.Os cinco bruxos saem do carro e fazem a primeira averiguação pra atestar se estavam ou não sendo seguidos.Logo em seguido ele o diretor se dirigem pra entrada do numero 12 que apareceu magicamente após ambos memorizarem a senha.Arrastando seu malão e nas costas a guitarra e na outra mão a gaiola com sua coruja o menino – que – sobreviveu entra na casa onde tudo, cada quadro ou sala empoeirada lembrava Sirius Black o verdadeiro herdeiro da mansão Black.
A primeira sensação que teve...arrependimento.
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