O Herdeiro de Slytherin
Nota Biaa: Postei rápido né?
LilyLuppin2~~> Eu estava sentindo falta de vocês também já :) Muito obrigada! Bjs
Marinamadson~~> Desistir? Nunca! Se eu parasse de escrever na fic (o que eu não vou), eu deixaria nas mão de outra pessoa para continuar! Obrigada :D
Izabella Bella Black~~> Seja bem vinda! Obrigada! Confesso que Reg é o meu personagem preferido daqui, apesar de eu amar Alex (ainda estou triste por causa de uma coisa que aconteceu com ele que vocês ainda vão descobrir... Ok, parei de dar spoiler), ninguém é melhor que Reg para mim, já quis escrever uma fic dele criando Harry, mas nem tive tempo... Obrigada! Beijos!
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Capítulo 17 - O herdeiro de Slytherin
Harry se viu parado no fim de uma câmara muito comprida e mal iluminada. Altas colunas de pedra entrelaçadas com cobras em relevo sustentavam um teto que se perdia na escuridão, projetando longas sombras negras na luz estranha e esverdeada que iluminava o lugar.
- Sinistro – falou Josh.
O coração batendo muito depressa, Harry ficou escutando o silêncio hostil. Será que o basilisco estaria à espreita num canto sombrio, atrás de uma coluna? E onde estaria Gina?
A ruiva baixou os olhos, pálidas. As lembranças daquele dia eram as piores da vida dela.
Ele puxou a varinha e avançou por entre as colunas serpentinas. Cada passo cauteloso ecoava alto nas paredes sombreadas. Manteve os olhos semicerrados, pronto para fechá-los depressa ao menor sinal de movimento.
- Boa ideia – falou Regulus, nervoso. Ele sabia que Harry iria ficar bem, mas...
As órbitas ocas das cobras de pedra pareciam segui-lo. Mais de uma vez, com um aperto no estômago, ele pensou ter surpreendido uma delas se mexendo.
- Era só impressão – tentou tranquilizar Harry, mas não funcionou muito.
Então, quando emparelhou com o último par de colunas, uma estátua alta como a própria Câmara apareceu contra a parede do fundo.
Harry teve que esticar o pescoço para ver o rosto gigantesco lá no alto.
- Mas por que olhar para isso? – perguntou Sirius.
Era antigo e simiesco, com uma barba longa e rala que caía quase até a barra das vestes esvoaçantes de um bruxo de pedra, onde havia dois pés cinzentos enormes apoiados no chão liso da Câmara. E entre os pés, de bruços, jazia um pequeno vulto de cabelos flamejantes vestido de negro.
- Parece que já sabia o que aconteceria – murmurou Lene.
— Gina! — murmurou Harry, correndo para ela e se ajoelhando. — Gina... Não esteja morta... Por favor, não esteja morta...
- Eu não estou morta – falou baixinho, para tentar acalmar a todos que a olhavam.
— Ele largou a varinha de lado, segurou Gina pelos ombros e virou-a. Seu rosto estava branco e frio como o mármore, mas tinha os olhos fechados, portanto não estava petrificada. Então devia estar...
Harry fiou pálido, só de pensa em uma vida sem Gina... Era horrível.
— Gina, por favor, acorde — murmurou Harry desesperado, sacudindo-a. A cabeça de Gina balançou desamparada de um lado para o outro.
— Ela não vai acordar — disse uma voz indulgente.
- De onde esse ser saiu? – perguntou Remus, desconfiado.
Harry se sobressaltou e se virou ainda de joelhos.
Um garoto alto, de cabelos negros, o observava encostado à coluna mais próxima.
- Será que é Riddle? – sussurrou Dorcas, quando ela deu sobre o rapaz soube na hora que tinha algo errado com ele.
Tinha os contornos estranhamente borrados, como se Harry o estivesse vendo através de uma janela embaçada.
- Por quê? – perguntou Frank.
Mas não havia como se enganar...
— Tom, Tom Riddle?
Riddle confirmou com a cabeça, sem tirar os olhos do rosto de Harry.
— Que é que você quer dizer com "ela não vai acordar"? — perguntou desesperado. — Ela não está... Não está...?
— Ainda está viva
- Então, ainda existe esperança – falou Lyssi.
— disse Riddle. — Mas por um fio.
Harry arregalou os olhos para ele. Tom Riddle estivera em Hogwarts cinquenta anos atrás, contudo achava-se ali parado,
- Eu não voltaria para uma escola mais nunca – resmungou Sirius.
envolto por uma luz estranha e enevoada, com os seus exatos dezesseis anos.
- Provavelmente, é uma magia negra – falou Frank, incerto.
— Você é um fantasma? — perguntou Harry incerto.
— Uma lembrança — disse Riddle com suavidade. — Conservada em um diário durante cinquenta anos.
- Mas não é possível que uma memória ande – falou Neville.
- E apontou para o chão perto dos enormes pés da estátua.
Caído ali encontrava-se o pequeno livro preto que Harry encontrara no banheiro da Murta Que Geme.
- Eu sempre te avisei sobre o diário – murmurou Hermione. Harry deu de ombros.
Por um segundo, ele se perguntou como aquilo chegara ali — mas havia assuntos mais urgentes a tratar.
— Você tem que me ajudar, Tom
- Não creio que ele vá – falou Regulus, firme.
— disse Harry, levantando a cabeça de Gina outra vez. — Temos que tirá-la daqui. Tem um basilisco... Não sei onde está, mas pode chegar a qualquer momento... Por favor, me ajude...
Riddle não se mexeu. Harry, suando, conseguiu levantar metade do corpo de Gina do chão e se curvou para apanhar de novo sua varinha.
Mas a varinha desaparecera.
- Riddle – resmungou Snape.
— Você viu?
Ele ergueu a cabeça. Riddle continuava a observá-lo — girava a varinha de Harry entre os dedos compridos.
— Obrigado — disse Harry, estendendo a mão para a varinha. Um sorriso encrespou os cantos da boca de Riddle. Continuava a encarar Harry, girando distraidamente a varinha.
James teria revirado os olhos da estupidez do filho se a situação não fosse tão importante.
— Escute aqui — disse Harry com urgência, seus joelhos cedendo sob o peso morto de Gina. — Temos que ir embora! Se o basilisco chegar...
— Ele não virá até ser chamado — disse Riddle calmamente. Harry depositou Gina outra vez no chão, incapaz de continuar a sustentá-la.
— Que quer dizer? Olhe me dê a minha varinha, posso precisar dela...
- Acho que ele já percebeu isso – falou Fred, irritado. Sua irmã estava quase morrendo e Harry estava sendo lerdo.
O sorriso de Riddle se alargou.
— Você não vai precisar dela.
Harry encarou-o.
— Que é que você quer dizer, não vou...?
— Esperei muito tempo por isto, Harry Potter. Por uma chance de vê-lo. De lhe falar.
- Ok, isso foi muito estranho – falou James, levantando uma sobrancelha.
- Cale a boca! – gritou Lily, nervosa.
— Olhe — disse Harry perdendo a paciência. — Acho que você não está entendendo. Estamos na Câmara Secreta. Podemos conversar depois...
— Vamos conversar agora — disse Riddle, ainda sorrindo, e guardando a varinha no bolso.
- Psicopata.
Harry encarou-o. Havia alguma coisa muito estranha acontecendo ali...
— Como foi que Gina ficou assim? — perguntou com a voz lenta.
- Desculpe pela demora, amor – falou Harry. Gina assentiu, dispensando as desculpas.
— Bom, essa é uma pergunta interessante — disse Riddle em tom agradável. — É uma história bastante comprida. Suponho que a razão de Gina Weasley estar assim é porque abriu o coração e contou todos os seus segredos para um estranho invisível.
- Porque ela estava frágil – falou Hermione, fechando os olhos. Não queria ouvir tudo isso, passar por esse segundo ano de novo.
— Do que é que você está falando?
— Do diário. Do meu diário. A pequena Gina anda escrevendo nele há meses, me contou suas tristes preocupações e mágoas, como os irmãos implicavam com ela,
- Desculpa – pediram Fred, Jorge e Rony.
- Tudo bem – falou Gina, mas não estava tudo bem.
- É que nós já estávamos acostumados a conversas só com algumas pessoas em Hogwarts e você sempre foi muito social, nunca achei que precisaria de nós – explicou Rony.
- Eu precisava – falou Gina, triste – Mas já passou.
como teve que vir para a escola com vestes e livros de segunda mão, como... — os olhos de Riddle brilharam —, como achava que o bom, o famoso, o importante Harry Potter jamais iria gostar dela...
- Ainda bem que não é verdade – sussurrou Gina para Harry, abraçando ele.
Todo o tempo que falava, os olhos de Riddle não desgrudavam do rosto de Harry. Havia neles uma expressão quase faminta.
— É muito chato ter que ouvir os probleminhas bobos de uma garota de onze anos. Mas fui paciente.
- Porque não tinha mais nada para fazer – rosnou Neville.
Respondi. Fui simpático, gentil. Gina simplesmente me adorou. "Ninguém nunca me compreendeu como você; Tom... É uma alegria ter este diário para fazer confidências... É como ter um amigo portátil que se leva para todo lado no bolso..."
Gina estava com uma expressão fria no rosto, não acreditava que ela tinha dito essas coisas para aquele monstro. Fora tão idiota de confiar nesse filho da puta.
Riddle deu uma risada aguda e fria que não combinava com ele. Fez os cabelos na nuca de Harry se arrepiarem.
— Ainda que seja eu a dizer, Harry, sempre fui capaz de encantar as pessoas de quem precisei.
- Isso ele foi – rosnou Harry, pensando em todas as pessoas que tinham sido enganadas por Voldemort.
Então Gina me revelou sua alma, e por acaso essa alma era exatamente o que eu queria...
Os Weasleys precisaram se acalmar para não explodir, como assim esse desgraçado falava da alma da sua irmã como se fosse a droga de um brinquedo?
Fui ficando cada vez mais forte com a dieta dos seus medos mais arraigados e segredos mais íntimos. Fiquei poderoso, muito mais poderoso do que a pequena Srta. Weasley. Suficientemente poderoso para começar a alimentá-la com alguns dos meus segredos, e começar a instilar nela um pouco da minha alma...
- Não entendi – falou Dorcas, e foi ignorada.
— Do que é que você está falando? — perguntou Harry, que sentia boca muito seca.
— Você ainda não adivinhou, Harry Potter? — disse Riddle baixinho. — Gina Weasley abriu a Câmara Secreta. Ela estrangulou os galos da escola e escreveu mensagens ameaçadoras nas paredes. Ela açulou a serpente de Slytherin contra quatro sangues-ruins e a gata daquela aberração do Filch.
Por instinto todos olharam para Gina, que se escondeu atrás do namorado.
- Não foi culpa sua – falou, de um jeito supreendentemente gentil, Lene.
- Obrigada.
— Não — sussurrou Harry.
— Sim — confirmou Riddle calmamente. — É claro que ela não sabia o que estava fazendo no início. Era muito divertido. Eu gostaria que você tivesse visto as anotações que a garota fez no diário depois... Ficaram muito mais interessantes... "Querido Tom" — recitou ele, observando a expressão horrorizada de Harry — "Acho que estou perdendo a memória. Tem penas de galos nas minhas vestes e não sei como foram parar lá. Querido Tom, não me lembro do que fiz na noite das Bruxas, mas um gato foi atacado e a frente da minha roupa está suja de tinta. Querido Tom, Percy me diz o tempo todo que estou pálida e que estou diferente do que era. Acho que ele suspeita de mim... Houve outro ataque hoje e não sei onde é que eu estava. Tom, que é que eu vou fazer? Acho que estou ficando maluca... Acho que sou a pessoa que está atacando todo mundo, Tom!"
A sala ficou quieta por um momento.
- Você deve ter enlouquecido – falou solidariamente Dorcas.
- Sabe... – falou Lily – Acho que depois desse capítulo ou do próximo, a gente devia fazer uma noite de garotas para nos animarmos – sugeriu.
As meninas sorriram com a ideia, menos Lyssi que não tinha muito certeza se estava incluída nisso. Os meninos fizeram caretas, sabendo que provavelmente falariam deles.
- Você também, Lyssi – falou Lene, notando a expressão da garota.
Ela ficou feliz, mas tentou não exagerar.
Os punhos de Harry se fecharam, as unhas se enterraram nas palmas das mãos.
— Levou muito tempo para a burrinha da Gina parar de confiar no diário
Gina se irritou com o insulto, se pudesse jogaria um feitiço em Riddle agora, sem ligar para o fato que ele era Voldemort.
— continuou Riddle. — Mas ela finalmente desconfiou e tentou jogá-lo fora. E foi aí que você entrou, Harry. Você o encontrou e eu não poderia ter me sentido mais satisfeito.
Sirius levantou uma sobrancelha e Marlene bateu nele.
- Agora não – falou encarando ele.
Ele a encarou de volta, e Marlene quase não podia segurar a vontade de beijá-lo, mesmo com tudo acontecendo. Mas se parou a tempo.
De todas as pessoas que podiam tê-lo apanhado, foi você, exatamente a pessoa que eu estava mais ansioso para conhecer...
— E para que você queria me conhecer? — perguntou Harry. A raiva corria pelas veias dele, e precisou de muito esforço para manter a voz firme.
— Bem, veja, Gina me contou tudo sobre você, Harry. Toda a sua história fascinante.
- Desculpe – falou a ruiva. Harry não ligou.
— Os olhos de Riddle percorreram a cicatriz em forma de raio na testa de Harry e sua expressão se tornou mais voraz. — Senti que precisava descobrir mais a seu respeito, conversar com você, conhecer você, se pudesse. Então, decidi lhe mostrar a minha famosa captura daquele bobalhão do Hagrid para ganhar sua confiança...
— Hagrid é meu amigo — disse Harry, a voz trêmula. — E foi você que o incriminou, não foi? Pensei que você tivesse se enganado, mas...
Riddle deu aquela risada aguda outra vez.
— Foi a minha palavra contra a de Hagrid, Harry.
Os marotos estavam com muita raiva de Riddle. Esse cara arruinou a vida de alguém inocente e nem se importava com isso.
Bem, você pode imaginar o que pareceu ao velho Armando Dippet. De um lado, Tom Riddle, pobre, mas brilhante, órfão, mas muito corajoso, monitor, aluno modelo...
- E humilde – Lene revirou os olhos.
Do outro lado, o trapalhão do Hagrid, que vivia se metendo em encrencas, tentava criar filhotes de lobisomens debaixo da cama, fugia para a Floresta Proibida para brigar com trasgos...
- Hagrid brigava com um animal? – Lily levantou uma sobrancelha, incrédula. Mas admito que até eu mesmo fiquei surpreso que o plano tivesse funcionado tão bem. Achei que alguém devia perceber que Hagrid não poderia ser o herdeiro de Slytherin.
- Isso é verdade – falou Regulus. Povo burro, não conseguiam ver que Hagrid não era nenhum pouco Slytherin?
Eu gastara cinco anos inteiros para descobrir tudo que podia sobre a Câmara Secreta e encontrar a entrada...
- Cinco anos só para o mal – falou Neville, triste.
Como se Hagrid tivesse cabeça, ou poder para tanto! Só o professor de Transfiguração, Dumbledore, pareceu pensar que Hagrid era inocente.
Será porque ele conhecia Hagrid ou porque ele leu a mente de Riddle? Se perguntou Hermione.
E convenceu Dippet a conservar Hagrid aqui e treiná-lo para guarda-caça. E, acho que ele talvez tivesse adivinhado... Dumbledore nunca pareceu gostar de mim tanto quanto os outros professores...
- Acontece com os melhores, quem dirá com os piores – resmungou Sirius.
— Aposto que Dumbledore não se deixou enganar por você — disse Harry com os dentes cerrados.
— Bem, não há dúvida de que ele ficou me vigiando de maneira incômoda depois que Hagrid foi expulso — disse Riddle indiferente. — Percebi que não seria seguro tornar a abrir a Câmara enquanto ainda estivesse na escola. Mas não ia desperdiçar os longos anos que passei procurando por ela.
- Mas a vida de outras pessoas sim – rosnou Neville.
Resolvi deixar aqui um diário,
- Isso é coisa de menina – brincou Sirius.
preservando o meu eu de dezesseis anos em suas páginas, de modo que um dia, com sorte, eu pudesse conduzir alguém pelas minhas pegadas e terminar a nobre tarefa de Salazar Slytherin.
- Não acho assassinato nobre – Lily falou friamente.
— Bem, você não a terminou — disse Harry em tom de vitória. — Desta vez ninguém morreu, nem mesmo a gata. Dentro de algumas horas a Poção de Mandrágoras estará pronta e todos que foram petrificados voltarão à normalidade outra vez...
- Acho que normalidade não existe em Hogwarts – replicou Hermione.
— Acho que ainda não lhe disse — falou Riddle em voz baixa — que matar sangues ruins não me interessa mais.
- Mas... Han?
Há muitos meses agora, meu novo alvo tem sido... Você.
- Ok, isso está sinistro – falou Lene.
- Por que é sempre você – perguntou Lily, irritada.
Harry encarou-o.
— Imagine a raiva que tive quando na vez seguinte que alguém abriu o meu diário, era a Gina que estava me escrevendo e não você.
- Obsessão.
Ela o viu com o diário, sabe, e entrou em pânico. E se você descobrisse como usá-lo, e eu repetisse todos os segredos dela para você? E se, o que seria pior, eu contasse a você quem tinha andado estrangulando os galos?
- Eu entendo – falou Harry para Gina, a confortando.
Então a boba da pirralha esperou o seu dormitório ficar deserto e roubou o diário.
- Você tem talento – elogiou Fred.
Mas eu sabia o que precisava fazer. Tinha ficado claro para mim que você estava na pista do herdeiro de Slytherin. Por tudo que Gina tinha me contado, eu sabia que você não mediria esforços para solucionar o mistério, principalmente se um dos seus melhores amigos fosse atacado.
- É claro – falou Harry – Nunca ficaria parado.
E Gina tinha me contado que a escola inteira estava alvoroçada porque você sabia falar a língua das cobras... Enfim, fiz Gina escrever o bilhete de adeus na parede e descer aqui para esperar. Ela resistiu, chorou e ficou muito chateada.
- E você queria que ela ficasse feliz? – Dorcas resmungou.
Mas não resta nela muita vida... Ela transferiu muita força para o diário, para mim. O suficiente para eu poder finalmente deixar aquelas páginas... Estive esperando você aparecer desde que chegamos aqui. Sabia que você viria.
- Virou profeta agora – resmungou Lene.
Tenho muitas perguntas a lhe fazer, Harry Potter.
— Por exemplo? — disse Harry com rispidez, os punhos ainda fechados.
— Bem — disse Riddle, dando um sorriso agradável — como foi que você um garoto magricela, sem nenhum talento mágico excepcional, conseguiu derrotar o maior bruxo de todos os tempos?
- Porque ele é o meu filho, dã – falou James e eles riram.
Como foi que você escapou apenas com uma cicatriz, enquanto os poderes do Lord Voldemort foram destruídos?
- Porque ele é melhor que Voldemort – falou Neville e Harry sorriu para o amigo.
Surgia agora em seus olhos vorazes um brilho estranho e avermelhado.
Avermelhado? Não pode ser... pensou Jorge.
— Que lhe interessa como escapei? — perguntou Harry lentamente. — Voldemort foi depois do seu tempo...
— Voldemort — disse Riddle com indulgência — é o meu passado, presente e futuro, Harry Potter...
- O que isso quer dizer? – perguntou Frank.
E, tirando a varinha de Harry do bolso, ele escreveu no ar três palavras cintilantes:
TOM SERVOLO RIDDLE
Em seguida, agitou a varinha uma vez e as letras do seu nome se rearrumaram:
EIS LORD VOLDEMORT
- Esse tempo todo, o verdadeiro nome de Voldemort estava ali – falou Regulus, chocado.
- Ele foi bonito jovem? – perguntou Dorcas, chocada.
- Voldemort está junto de você – falou Sirius, pálido. Imediatamente, todos ficaram mais preocupados.
— Entendeu? Era um nome que eu já estava usando em Hogwarts, só para os meus amigos mais íntimos, é claro. Você acha que eu ia usar o nome nojento do meu pai trouxa para sempre?
- Espera, VOLDEMORT É MESTIÇO? – gritou Lily.
- Todo esse tempo matando que não era sangue-puro e ele próprio não era um – falou Alice, chocada.
- Podemos usar isso no nosso favor, se conseguirmos espalhar a verdade, nenhum sangue-puro cederia a Voldemort - falou James, a mente trabalhando rápido.
- Não vai adiantar, porque ali ainda tem Horcruxes – falou Harry tristemente.
Eu, em cujas veias corre o sangue do próprio Salazar Slytherin, pelo lado de minha mãe? Eu, conservar o nome de um trouxa sujo e comum, que me abandonou mesmo antes de eu nascer, só porque descobriu que minha mãe era bruxa?
- Então... ele fez tudo isso só porque o pai o abandonou? – Snape perguntou incrédulo. Houve um guerra porque um menino não foi feliz o suficiente na infância.
Não, Harry, criei para mim um nome novo, um nome que eu sabia que os bruxos de todo o mundo um dia teriam medo de pronunciar, quando eu me tornasse o maior bruxo do mundo.
O cérebro de Harry parecia ter enguiçado. Chocado, ele fixava Riddle, o garoto órfão que crescera para assassinar seus pais e tantos outros... Finalmente forçou-se a falar.
— Não é — sua voz baixa cheia de ódio.
- Concordo, ele não é... mas você está falando de que especificamente? – perguntou Rony.
— Não é o quê? — perguntou Riddle com rispidez.
— Não é o maior bruxo do mundo — disse Harry, respirando depressa. — Desculpe desapontá-lo, e tudo o mais, mas o maior bruxo do mundo é Alvo Dumbledore.
- Na cara – falou Lene, orgulhosa.
Todos dizem isso. Mesmo quando você era poderoso, você não se atreveu a tentar dominar Hogwarts. Dumbledore viu através de você quando frequentou a escola e ainda o amedronta hoje, onde quer que você se esconda...
O sorriso desaparecera da cara de Riddle, substituído por um olhar muito sinistro.
— Dumbledore foi afastado do castelo meramente pela minha lembrança — sibilou.
- Ou não.
— Ele não está tão afastado quanto você poderia pensar! — retorquiu Harry. Falava sem pensar, querendo apavorar Riddle, desejando mais, do que acreditando que o que dizia fosse verdade...
Riddle abriu a boca, mas congelou.
Ouviram uma música vinda de algum lugar.
- Uma música?
Riddle se virou para percorrer com os olhos a câmara vazia. A música se tornava cada vez mais alta.
Era misteriosa, de dar arrepios, sobrenatural; fez os cabelos de Harry ficarem em pé e o seu coração parecer inchar até dobrar de tamanho. Então a música atingiu tal volume que Harry a sentiu vibrar dentro do peito, e chamas irromperam no alto da coluna mais próxima.
- Será uma fênix? – perguntou Alice, ansiosa.
Um pássaro vermelho do tamanho de um cisne apareceu, cantando aquela música esquisita para a abóbada do teto. Tinha uma cauda dourada e faiscante, comprida como a de um pavio e garras douradas e reluzentes que seguravam um embrulho esfarrapado.
- Lindo – falou Lyssi.
Um segundo depois, o pássaro voava direto para Harry. Deixou cair a seus pés o embrulho que carregava, depois pousou pesadamente em seu ombro. Quando fechou as asas enormes, Harry ergueu os olhos e viu que tinha um bico dourado, longo e afiado e olhos redondos e escuros.
O pássaro parou de cantar. Sentou-se imóvel e cálido junto à bochecha de Harry, olhando com firmeza para Riddle.
— É uma fênix... — disse Riddle, encarando-o de volta com um olhar astuto.
- Não me diga – Josh revirou os olhos.
— Fawkes? — sussurrou Harry, e sentiu as garras douradas do pássaro apertarem gentilmente seu ombro.
— E isso — disse Riddle, agora examinando o embrulho esfarrapado que Fawkes deixara cair — seria o velho Chapéu Seletor...
- O que o chapéu seletor está fazendo aí? – perguntou Alex, confuso.
E era. Remendado, esfiapado, sujo, o chapéu jazia imóvel aos pés de Harry.
Riddle começou a rir outra vez. Riu tanto que a Câmara ecoou com o seu riso, como se dez Riddles estivessem rindo ao mesmo tempo...
- Ok, ficou ainda mais sinistro.
— Isto é o que Dumbledore manda ao seu defensor! Um pássaro canoro e um velho chapéu! Você se sente cheio de coragem, Harry Potter? Sente-se seguro agora?
- Não – admitiu o moreno.
Harry não respondeu. Talvez não entendesse qual era a utilidade de Fawkes ou do Chapéu Seletor, mas já não estava sozinho e esperou com crescente coragem Riddle parar de rir.
— Aos negócios, Harry — falou Riddle, ainda com um largo sorriso. — Duas vezes, no seu passado, ou no meu futuro, nós nos encontramos. E duas vezes não consegui matá-lo. Como foi que você sobreviveu? Conte-me tudo. Quanto mais tempo falar — acrescentou brandamente — mais tempo continuará vivo.
- Um ótimo negócio – ironizou Rony.
Harry começou a pensar depressa, avaliando suas chances. Riddle tinha a varinha. Ele, Harry, tinha Fawkes e o Chapéu Seletor, nenhum dos quais adiantaria muito em um duelo. A situação parecia ruim, não havia dúvida... Mas quanto mais tempo Riddle ficasse ali, mais depressa a vida de Gina se esgotava...
- Como você conseguiu sobreviver? – perguntou Regulus.
- Tive sorte – respondeu Harry.
Entrementes, Harry reparou de repente que os contornos de Riddle estavam ficando mais nítidos, mais sólidos... Se tinha que haver uma luta entre ele e Riddle, quanto mais cedo melhor.
— Ninguém sabe por que você perdeu seus poderes ao me atacar — disse Harry abruptamente. — Nem mesmo eu sei. Mas sei por que você não pôde me matar. Foi porque minha mãe morreu para me salvar. Minha mãe nascida trouxa e comum — acrescentou, sacudindo-se de raiva reprimida. — Ela impediu você de me matar. E eu vi o seu eu verdadeiro. Vi no ano passado. Você está uma ruína. Mal se mantém vivo. Foi isso que você ganhou com todo o seu poder. Você vive escondido. Você é feio, você é nojento...
O rosto de Riddle se contorceu. Então ele deu um horrível sorriso amarelo.
- Já treinando para o futuro?
— Então, sua mãe morreu para salvar você. É, isso é um contra-feitiço poderoso.
- Então, porque todo mundo não usa? – perguntou Gina, era uma coisa que estava na cabeça dela faz tempo. Tinha certeza que muitas pessoas morreriam por outras, então por que o feitiço só funcionou com Lily?
Estou entendendo agora... Afinal de contas você não tem nada especial. Há uma estranha semelhança entre nós.
- Meu filho não tem semelhança com você – rosnou James – Meu filho não mata ninguém por prazer.
Até você deve ter notado. Nós dois somos órfãos, criados por trouxas. Provavelmente, desde o grande Slytherin, somos os dois falantes da língua das cobras a frequentar Hogwarts. E até nos parecemos fisicamente...
Harry fechou os olhos, não quero se lembrar disso, como se olharia no espelho?
Mas no final, foi um simples acaso que salvou você de mim.
- A morte de Lily não foi um acaso – falou Fred.
Era só o que eu queria saber.
Harry esperou tenso que Riddle erguesse a varinha. Mas o sorriso enviesado de Riddle voltou a se alargar.
— Agora, Harry, vou lhe dar uma liçãozinha. Vamos medir os poderes do Lord Voldemort, herdeiro de Slytherin, com os do famoso Harry Potter, e as melhores armas que Dumbledore pôde lhe dar...
Ele lançou um olhar divertido a Fawkes e ao Chapéu Seletor, em seguida se afastou.
Harry, o medo se espalhando pelas pernas dormentes, observou Riddle parar entre as altas colunas e olhar para o rosto de pedra de Slytherin, muito acima dele na obscuridade.
Riddle abriu bem a boca e sibilou — mas Harry entendeu o que ele estava dizendo...
— Fale comigo, Slytherin, o maior dos Quatro de Hogwarts.
- Humildade tá difícil ai – resmungou Hermione.
Harry se virou para olhar a estátua, Fawkes balançava em seu ombro.
O gigantesco rosto de pedra de Slytherin se mexeu. Aterrorizado, Harry viu sua boca abrir, cada vez mais, e formar um enorme buraco negro.
- Como assim um buraco negro? – perguntou Dorcas e Remus lhe explicou.
E alguma coisa estava se mexendo dentro da boca da estátua. Alguma coisa começava a escorregar para fora de suas profundezas.
Harry recuou até bater na escura parede da Câmara e, ao fechar os olhos com força, sentiu a asa de Fawkes roçar sua bochecha
Alice sorriu.
quando o pássaro levantou vôo. Harry queria gritar "Não me deixe!", mas que chance tinha uma fênix contera o rei das serpentes?
- Muitas – sorriu Harry, se lembrando com carinho da fênix.
Algo descomunal bateu no piso de pedra da Câmara. Harry sentiu-o trepidar, ele sabia o que estava acontecendo, sentia, podia quase ver a cobra gigantesca se desenrolar para fora da boca de Slytherin.
Alice se encolheu e Frank a abraçou.
Então ouviu a voz sibilante de Riddle:
— Mate ele.
O basilisco estava vindo em sua direção; ele ouviu aquele corpo gigantesco deslizar pesadamente pelo chão empoeirado.
Com os olhos ainda fechados, Harry começou a correr as cegas para os lados, as mãos estendidas à frente, tateando o caminho, Voldemort dava risadas...
- Psicopata imbecil – Lily xingou, irritada.
Harry tropeçou. Caiu com força no chão e sentiu gosto de sangue
- O mais assustador é que você já sabe o gosto – Lene falou baixo.
— a cobra estava a uma pequena distância, ele a ouviu se aproximar...
Logo acima dele houve um som alto, explosivo e aquoso e então alguma coisa pesada bateu em Harry com tanto ímpeto que o esmagou contra a parede. Esperando ter o corpo atravessado por presas ele ouviu mais sibilos raivosos, alguma coisa irrompendo por entre os pilares...
- Que coisa? – perguntou Sirius, fechando os olhos.
Ele não aguentou — abriu os olhos o suficiente para espreitar o que estava acontecendo.
- Não faça isso – pediu Regulus.
Harry deu um sorriso se desculpando.
A enorme cobra, de um verde luzidio e venenoso, grossa como um tronco de carvalho,
- Essa comparação foi ridícula – falou Remus, tentando aliviar o clima.
erguia-se no ar e sua enorme cabeça chanfrada balançava bêbeda entre as colunas. Trêmulo e pronto a fechar os olhos se a cobra se virasse,
- Acho melhor você já fechar os olhos – falou Neville.
Harry viu o que distraíra a cobra.
Fawkes sobrevoava sua cabeça e o basilisco tentava abocanhá-la, furioso, com as presas finas como sabres...
Fawkes mergulhou. Seu longo bico dourado desapareceu de vista e uma chuva repentina de sangue escuro salpicou o chão. O rabo da cobra chicoteou, errando Harry por pouco e, antes que o garoto pudesse fechar os olhos,
- Eu disse – falou Neville.
ela se virou — o garoto olhou direto para a sua cara e viu que os olhos, os dois olhos bulbosos e amarelos, tinham sido furados pela fênix;
Todos sorriram, aliviados.
o sangue escorria no chão e a cobra espumava de dor.
- Bem feito – falou Regulus.
— NÃO! — Harry ouviu Riddle gritar. — DEIXE O PÁSSARO! DEIXE O PÁSSARO! O GAROTO ESTÁ ATRÁS DE VOCÊ! VOCÊ AINDA PODE FAREJÁ-LO! MATE-O!
- Riddle não consegue fazer isso sozinho – zombou Snape.
A cobra cega balançou, confusa, ainda letal. Fawkes descrevia círculos em volta de sua cabeça, cantando aquela música estranha,
- Não era como nada que eu já tivesse ouvido.
atacando aqui e ali o nariz escamoso da cobra, enquanto o sangue jorrava dos seus olhos destruídos.
— Me ajudem, me ajudem — murmurou Harry —, alguém, qualquer um...
Lily fechou os olhos, se sentindo impotente.
O rabo da cobra voltou a chicotear o chão. Harry se abaixou. Uma coisa macia bateu em seu rosto.
O basilisco varrera o Chapéu Seletor para os braços de Harry.
- Burro – murmurou James.
O garoto agarrou-o. Era só o que lhe restava, sua única chance.
- Não fale assim – repreendeu James.
Enfiou-o na cabeça e se atirou ao comprido no chão quando o rabo do basilisco tornou a golpear passando por cima dele.
"Me ajudem, me ajudem" — pensou Harry, os olhos bem fechados sob o chapéu. – "Por favor me ajudem..."
Nenhuma voz lhe respondeu.
James olhou para o chão. Era horrível ver que o seu filho precisou tanto de ajuda, mas ninguém veio.
Em lugar disso, o chapéu encolheu, como se uma mão invisível o apertasse com força.
Uma coisa dura e pesada bateu na cabeça de Harry com força, deixando-o quase desacordado.
- De onde saiu isso?
Com estrelas piscando diante dos seus olhos, ele agarrou a ponta do chapéu com firmeza para tirá-lo e sentiu uma coisa comprida e dura em seu interior.
- O que é isso?
Uma refulgente espada de prata aparecera dentro do chapéu,
- Uma... espada?
o punho cravejado de rubis rutilantes do tamanho de ovos.
— MATE O GAROTO! DEIXE O PÁSSARO! O GAROTO ESTÁ A TRÁS DE VOCÊ! FAREJE, FAREJE!
Harry estava de pé, pronto.
- Sempre.
A cabeça do basilisco foi baixando, o corpo se enroscando, batendo nas colunas ao se torcer para atacá-lo de frente. Harry viu o corpo imenso, as órbitas ensanguentadas, a boca escancarada, grande suficiente para engoli-lo inteiro, cheia de dentes compridos como a sua espada, pontiagudos, faiscantes, venenosos...
- Já entendemos – falou Lene, enjoada.
A cobra atacou às cegas... Harry evitou-a e bateu na parede da Câmara. Ela atacou de novo, e sua língua bifurcada golpeou o lado de Harry.
- Eca.
Ele ergueu a espada com as duas mãos...
O basilisco tornou a atacar, e desta vez na direção certa... Harry pôs todo o seu peso na espada e enfiou-o até a bainha no céu da boca da cobra...
- Isso! – comemoraram.
- Você conseguiu – sorriu Lily.
Mas quando o sangue quente encharcou os braços de Harry, ele sentiu uma dor excruciante logo acima do cotovelo.
- Porque Harry Potter não pode ficar totalmente bem - falou Fred.
Uma presa comprida e venenosa estava se enterrando cada vez mais fundo em seu braço e se partiu quando o basilisco tombou para o lado e caiu, estrebuchando no chão.
- Não tem cura – falou Alice, com os olhos arregalados – Então, como está aqui?
- Tem cura, sim, só não é muito comum – falou Harry tranquilamente.
Harry escorregou pela parede. Agarrou a presa que espalhava veneno pelo seu corpo e arrancou-a do braço. Mas percebeu que era tarde demais. Uma dor terrível se irradiava do ferimento de modo lento e contínuo. Na hora em que deixou cair a presa e viu o próprio sangue empapar suas vestes, sua visão se embaçou.
Todos olharam para o moreno, preocupados.
A Câmara se dissolveu num rodamoinho de cores opacas.
Uma nesga de vermelho passou por ele, e Harry ouviu unhas baterem ao seu lado suavemente.
— Fawkes — disse com a voz engrolada. — Você foi fantástico, Fawkes... — Ele sentiu o pássaro deitar a bela cabeça no lugar em que a presa da serpente o furara.
Harry sorriu com carinho, lembrando de Fawkes.
Ouviu ecoarem passos e depois uma sombra escura passar à sua frente.
— Você está morto, Harry Potter — disse a voz de Riddle do alto. — Morto. Até o pássaro de Dumbledore sabe disso.
- Um pássaro mais inteligente que você – cuspiu Alice, irritada.
Você está vendo o que ele está fazendo, Potter? Está chorando.
Harry piscou os olhos. A cabeça de Fawkes entrava e saía de foco. Lágrimas grossas e peroladas escorriam por suas penas de cetim.
— Vou me sentar aqui e apreciar você morrer, Harry Potter. Pode demorar à vontade. Não tenho pressa.
- Filho da mãe – falou James. Lily não se importou em corrigi-lo simplesmente porque concordava com ele, Riddle estava matando o filho deles.
Harry se sentiu sonolento. Tudo à sua volta parecia estar girando.
— Assim termina o famoso Harry Potter — disse a voz distante de Riddle — Sozinho na Câmara Secreta, abandonado pelos amigos, finalmente derrotado pelo Lord das Trevas que ele tão insensatamente desafiou.
- Não é como se eu tivesse escolhido desafiá-lo – falou Harry, ofendido.
Você vai voltar para a sua querida mãe de sangue-ruim em breve, Harry... Ela comprou para você mais doze anos de vida...
Lily olhou para o chão.
- Obrigado pelo que você fez – falou Harry, suavemente – Foi algo que poucos fariam. Mas não espero que faça de novo.
Lily o encarou.
- Harry Potter, eu fiz isso por você quando você nem podia falar, não tinha ideia no que você podia se tornar, então é claro que eu faria de novo se tivesse – falou.
- Eu não quero que faça de novo – Harry suspirou – Eu amo a minha vida, mas não quero que ninguém morra para eu continuar vivo.
- Ei, vamos mudar isso tudo, certo? – falou James, quietamente. Ele não queria perder nem Harry e muito menos Lily.
Os três se encaram, sem decidir nada.
Mas Lord Voldemort acabou por vencê-lo, como você sabia que ele faria...
Se isto for morrer, pensou Harry, não é tão mau assim.
- E o prêmio de pensamento mórbido vai para Harry Potter - anunciou Jorge.
Até mesmo a dor abandonou-o aos poucos...
Mas será que isto era morrer? Em vez de escurecer a Câmara parecia estar voltando a entrar em foco.
- Pouco provável que você esteja morrendo – falou Frank.
Harry fez um pequeno movimento com a cabeça e lá estava Fawkes, ainda descansando a cabeça em seu braço. Uma pocinha de lágrimas peroladas brilhava em torno do ferimento — só que não havia ferimento...
- Como assim? Você estava ferido há 3 segundos – falou Dorcas, confusa.
— Afaste-se dele, pássaro — disse a voz de Riddle inesperadamente. — Afaste-se dele, eu falei, afaste-se...
- E quem liga para o que você fala?
Harry levantou a cabeça. Riddle estava apontando a varinha de Harry para Fawkes; ouviu-se um estampido como o de um revólver e Fawkes levantou vôo outra vez num redemoinho dourado e vermelho.
- Lindo – suspirou Alice, se esquecendo da situação.
— Lágrimas de fênix... — disse Riddle baixinho, olhando o braço de Harry. — É claro... Poderes curativos... Me esqueci...
- Quem manda ser burro?
Ele olhou para o rosto de Harry.
— Mas não faz diferença. Na realidade, prefiro assim. Só você e eu, Harry Potter... Você e eu...
- Esse cara é lerdo – resmungou Sirius – Se ele preferia assim porque não fez no inicio?
- Fico feliz que não tenha feito – falou Harry, duramente. Se Voldemort tivesse feito no começo, ele estaria morto.
E ergueu a varinha...
Então num farfalhar de penas, Fawkes sobrevoou os dois e uma coisa caiu no colo de Harry — o diário.
Por uma fração de segundo, Harry e Riddle, a varinha ainda erguida, olharam para o diário.
- Estranho.
Então, sem pensar, sem raciocinar, como se tivesse pretendido
- Alguém quer se inscrever em Adivinhação – bufou Gina.
fazer isso o tempo todo, Harry agarrou a presa do basilisco no chão ao lado dele e enterrou-a direto no centro do livro.
- Eu tenho um bom instinto – ele admitiu.
Ouviu-se um grito longo e cortante. Um rio de tinta jorrou do diário, escorreu pelas mãos de Harry, inundou o chão. Riddle estrebuchava e se contorcia, gritando e se debatendo e então...
- Era para eu sentir pena? – perguntou Regulus, friamente.
Desapareceu.
- Morreu? Evaporou? – perguntou Snape, desconfiado. Afinal, era de Voldemort que eles estavam falando.
A varinha de Harry caiu no chão com estrépito e em seguida fez-se silêncio. Silêncio, exceto pelo pinga-pinga da tinta que ainda escorria do diário. O veneno do basilisco abrira a fogo um buraco no livro.
- Então, Voldemort realmente se fora? – perguntou Remus.
- Não, Tom Riddle se foi – corrigiu Harry. Infelizmente, ele ainda se encontrara muitas vezes com Voldemort.
O corpo inteiro tremendo, Harry se levantou. Sua cabeça rodava como se tivesse acabado de viajar quilômetros com o Pó de Flu. Lentamente, recolheu a varinha e o Chapéu Seletor e, com um violento puxão, retirou a espada faiscante do céu da boca do basilisco.
- Não acho muito violento considerando que ele quer te matar – avaliou Sirius.
Então chegou aos seus ouvidos um gemido fraco lá do fundo da Câmara. Gina estava se mexendo.
Todos tomaram um susto, já tinham se esquecido da garota.
Enquanto Harry corria para a garota, ela se sentou. Seus olhos espantados ziguezaguearam do enorme vulto do basilisco morto para Harry, com as vestes encharcadas de sangue, e daí para o diário em sua mão. Ela inspirou profundamente, estremecendo, e as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.
Gina olhou para o chão, odiando se sentir tão vulnerável.
— Harry, ah, Harry, eu tentei lhe contar no café, mas não pude contar na frente do Percy...
- Ela confia mais em uma pessoa que conheceu a um ano do que no irmão –falou Fred, mas não soava magoado.
Fui eu, Harry... Mas... j-juro que não tive intenção... Riddle me obrigou, ele me levou até lá...
- Nós sabemos.
E... Como foi que você matou aquele... Aquela coisa? Onde está Riddle? A última coisa que me lembro é dele saindo do diário.
— Tudo bem — disse Harry, levantando o diário e mostrando à Gina o furo feito pela presa —, o Riddle acabou.
Mas Voldemort não, acrescentou em pensamento.
— Olhe! Ele e o basilisco. Anda Gina, vamos dar o fora daqui!
— Vou ser expulsa! — choramingou Gina enquanto Harry a ajudava, desajeitado, a ficar em pé.
- Acho que isso não é o mais importante considerando onde vocês estão – falou Dorcas.
— Sonhei em vir para Hogwarts desde que G-Gui veio e ag-gora vou ter que sair e... q-que-que papai e mamãe vão dizer?
Fawkes estava à espera deles, sobrevoando a entrada da Câmara. Harry instava Gina a avançar; os dois saltaram por cima das voltas inertes do basilisco morto, atravessando a penumbra cheia de ecos e voltaram ao túnel.
- Já entendemos que foi um caminho sombrio – falou Hermione.
Harry ouviu as portas de pedra se fecharem às suas costas com um silvo fraco.
Depois de caminharem alguns minutos pelo túnel escuro, Harry ouviu o som distante de pedras que se deslocavam lentamente.
- Esse tempo e você não desistiu – falou Hermione, sorrindo para o namorado.
— Rony! — berrou, se apressando. — Gina está bem! Está comigo!
Ouviram Rony soltar um viva sufocado e, ao virarem a curva seguinte, divisaram a sua carinha ansiosa espiando por uma brecha de bom tamanho,
- Own que fofo! – brincaram os gêmeos, rindo.
- Calados – rosnou Rony, corado.
que ele conseguira abrir entre as pedras desmoronadas.
— Gina!— Rony enfiou um braço pelo buraco para puxá-la primeiro. — Você está viva! Não acredito! Que aconteceu! Como... Que... De onde veio o pássaro?
Todos riram.
Fawkes mergulhou no buraco atrás de Gina.
— É do Dumbledore
- Esclareceu tudo.
— respondeu Harry, espremendo-se para passar.
— Onde arranjou uma espada? — disse Rony, boquiabrindose ao ver a arma na mão de Harry.
— Explico quando sairmos daqui — disse Harry com um olhar de esguelha para Gina, que agora chorava mais do que antes.
- Não foi o meu melhor dia – falou.
— Mas...
— Mais tarde — disse Harry concisamente. Não achou uma boa idéia naquele momento contar a Rony quem andara abrindo a Câmara, pelo menos não na frente de Gina. — Onde anda Lockhart?
- Aquele traste, não serve para nada – rosnou James.
— Lá atrás — disse Rony, ainda com uma expressão intrigada, mas indicando com a cabeça o túnel na direção do cano de entrada. — Está bem ruinzinho. Venha ver.
Guiados por Fawkes, cujas penas vermelhas produziam uma luminosidade dourada no escuro,
Alice olhou encantada.
eles caminharam de volta à boca do cano.
Gilderoy Lockhart estava sentado, cantarolando tranquilamente para si mesmo.
— A memória dele desapareceu — disse Rony. — O Feitiço da Memória saiu pela culatra. Atingiu ele em vez de nós.
- Tá vendo que a vida devolve? – falou Frank bem humorado.
Ele não tem a menor idéia de quem é, onde está ou de quem somos. Eu o mandei vir esperar aqui. É um perigo para ele mesmo.
Lockhart mirou os garotos, bem-humorado.
— Alô — disse ele. — Lugar esquisito, esse, não acham? Vocês moram aqui?
- Claro que sim.
— Não — respondeu Rony, erguendo as sobrancelhas para Harry.
Harry se abaixou e espiou para dentro do cano longo e escuro.
— Você já pensou como é que vamos subir por isso para voltar?
- Uma boa pergunta – admitiu Neville.
— perguntou a Rony.
Rony sacudiu a cabeça, mas Fawkes, a fênix, passara por Harry e agora esvoaçava à sua frente, seus olhos de contas brilhando no escuro. Ela acenava com as compridas penas douradas da cauda. Harry olhou-a hesitante.
— Parece que ela quer que você a agarre... — disse Rony, com um olhar perplexo. — Mas você é pesado demais para um pássaro arrastá-lo por ali...
- É uma fênix! – explicou Hermione.
— Fawkes não é um pássaro comum. — Harry se virou depressa para os outros. — Temos que nos segurar uns nos outros. Gina, agarre a mão de Rony. Profº. Lockhart...
— Ele está se referindo ao senhor — disse Rony rispidamente. — a Lockhart.
— Segure a outra mão de Gina...
- Foi seboso – falou Gina.
Harry prendeu a espada e o Chapéu Seletor no cinto, Rony segurou as costas das vestes de Harry e este esticou a mão e agarrou a cauda estranhamente quente de Fawkes.
Uma leveza extraordinária pareceu se espalhar por todo o seu corpo
- Espero que seja extraordinária no bom sentido – falou Josh.
e, no segundo seguinte, o grupo voava pelo cano em meio a um farfalhar de asas. Harry ouviu Lockhart, pendurado atrás dele, exclamar: "Espantoso! Espantoso! Isso parece mágica!" O ar frio fustigava os cabelos de Harry e, antes que ele tivesse enjoado da viagem, ela terminou. Os quatro bateram no chão molhado do banheiro da Murta Que Geme,
- O meu lugar preferido – ironizou Lyssi.
e enquanto Lockhart endireitava o chapéu, a pia que escondera o cano voltou a se encaixar suavemente no lugar.
Murta arregalou os olhos para Harry.
— Você está vivo! — exclamou desconcertada.
- Alguém está desapontada – falou Alex.
— Não precisa parecer tão desapontada — disse o garoto, sério,
Alex encarou Harry.
- Eu disse.
limpando os salpicos de sangue e o limo dos óculos.
— Ah, bem... Andei pensando... Se você tivesse morrido, seria bem-vindo a dividir o meu boxe
- Uma história romântica – falou Lene.
— disse Murta, com o rosto tingindo-se de prateado.
— Arre! — exclamou Rony ao saírem do banheiro para o corredor escuro e deserto. — Harry! Acho que Murta está gostando de você!
- Nossa, baixou o nível, filho – reclamou James.
Gina você ganhou uma concorrente!
- Por favor, né? – resmungou a ruiva, jogando o cabelo para trás.
Mas as lágrimas continuavam a escorrer silenciosamente pelo rosto de Gina.
— Onde agora? — perguntou Rony, lançando um olhar ansioso a Gina. Harry apontou.
Fawkes tomou a frente, refulgindo ouro pelo corredor. Eles o seguiram e momentos depois se encontravam à porta da sala da Profª. McGonagall.
- Tia Minne! – gritaram os marotos.
Harry bateu e empurrou a porta, abrindo-a.
- Fim do cap! – anunciou.
Comentários (2)
Heey! To amando a fic, esse cap ficou muito legal! #todoscontraotioVoldy
2014-09-29Adorei o capitulo, amei o fato de que ate mesmo Regulo e Snape ficaram contra Voldemort. Se for escrever uma fic do Regulo criando o Harry me avise, nunca pensei que diria isso mais o Regulo dessa fanfic eu estou amando, você poderia colocar mais vezes o apelido dele Reg - Reg, eu amei esse apelido.Super ansiosa para o proximo capitulo e por falar nele você irá postar o ultimo de CS junto com o primeiro de PDA? Beijos.
2014-09-28