A poção Polissuco



Nota: Amei escrever esse cap.
Capítulo 12 - A poção Polissuco


No alto da escada eles desceram, a Profª. McGonagall bateu a uma porta que se abriu silenciosamente, e eles entraram. A professora disse a Harry que esperasse e o deixou ali, sozinho.


- Ótimo apoio, tia Minnie.


Harry olhou à volta. Uma coisa era certa: de todas as salas de professores que visitara até aquele dia, a de Dumbledore era de longe a mais interessante.


- Nenhuma surpresa - disse Gina.


Se não estivesse apavorado com a iminência de ser expulso da escola,


- Eu só vou para lá para coisas muitos importantes - falou Harry pensativo.


- Pessoas comuns nem conhecem a sala do diretor - falou Alice.


- Eu nunca fui comum.


ele teria ficado muito feliz com a oportunidade de examiná-la.


Era uma sala bonita e circular, cheia de ruídos engraçados. Havia vários instrumentos de prata curiosos sobre mesas de pernas finas, que giravam e soltavam pequenas baforadas de fumaça. As paredes estavam cobertas de retratos de antigos diretores e diretoras, todos eles cochilavam tranquilamente em suas molduras.


Sirius fez uma careta, lembrando de Fineus Nigellus. Ele já tinha discutido algumas vezes com Fineus quando Dumbledore chamava os Marotos para reclamar do comportamento deles ou de tal ou tal brincadeira.


Havia também uma enorme escrivaninha de pés de garra, e, pousado sobre uma prateleira atrás dela, um chapéu de bruxo surrado e roto — o Chapéu Seletor.
Harry hesitou. Lançou um olhar desconfiado às bruxas e bruxos que dormiam nas paredes. Certamente não faria mal se ele apanhasse o chapéu e o experimentasse outra vez?


Todo mundo encarou Harry, que corou.


Só para ver... Só para se certificar de que ele o pusera na casa certa.


- Se ele não tivesse colocado, você não poderia fazer nada mesmo - disse Josh.
Sem fazer barulho, deu a volta à escrivaninha, tirou o chapéu da prateleira e colocou-o devagarinho na cabeça. Era largo demais e lhe cobriu os olhos, exatamente como acontecera da primeira vez em que o experimentara. Harry ficou olhando a escuridão dentro do chapéu, à espera. Então uma vozinha disse em seu ouvido "Caraminholas na cabeça, Harry Potter?"
— Ah, é — murmurou Harry. — Ah, desculpe incomodá-lo, eu queria perguntar...
— Você anda se perguntando se o coloquei na casa certa — disse o chapéu inteligente. — Sei... Você foi particularmente difícil de classificar.


- Até nisso os Potters são complicados - brincou Lene.


Mas mantenho o que disse antes — o coração de Harry deu um salto —, você teria se dado bem na Sonserina...


Era difícil acreditar que Harry poderia estar na Sonserina. Sim, existiam pessoas muito boas naquela casa, mas Harry não demonstrava as características daquela casa: astúcia e ambição. Era mais fácil pensar nele como um lufano, por causa da sua lealdade, do que a Sonserina.


- Fico feliz que você tenha ido a Grifinória, Harry - disse Neville.


Harry sorriu para ele. O olhar de Harry encontrou o de Regulus, que ainda estava desapontando por não ter ido para a mesma casa que ele, mas, vendo como ele fez bons amigos lá...


O estômago de Harry afundou. Agarrou a ponta do chapéu e o tirou. Ele pendeu inerte em sua mão, encardido e desbotado.


-Assim ele até parece um chapéu normal - observou Alex.


Harry o devolveu à prateleira, sentindo-se mal.
— Você está enganado — disse em voz alta para o chapéu imóvel e silencioso que não se mexeu.


- O chapéu nunca está enganado - falou Snape - Se ele disse isso, é porque é verdade.


Harry deu de ombro. Isso não o incomodava mais. Ele agora sabia que tinha feito uma escolha e não podia nem queria voltar atrás.


Harry recuou, observando-o. Então, um ruído estranho e sufocado atrás dele o fez virar.
Afinal não estava sozinho. Encarapitado em um poleiro dourado, atrás da porta, achava-se um pássaro de aparência decrépita que lembrava um peru meio depenado.


- Lindo - ironizou Fred.
Harry o encarou, e o pássaro sustentou funestamente o seu olhar, tornando a fazer o mesmo ruído sufocado. Harry achou que ele parecia muito doente. Seus olhos estavam opacos e, mesmo enquanto Harry o observava, caíram mais algumas penas de sua cauda.


Alice fez uma careta.
Harry estava pensando que só o que lhe faltava era o pássaro de estimação de Dumbledore morrer, enquanto estavam sozinhos ali na sala,


Regulus e Snape riram.


quando o pássaro pegou fogo.


A sala encarou Josh, que estava lendo, assustados.


- É isso que dá pensar nessas coisas, Harry Potter - provocou Gina, que sabia que o pássaro era uma fênix.


Harry gritou chocado e se afastou da mesa. Olhou ansioso em volta para ver se encontrava um copo de água em algum lugar, mas não viu nenhum;


- Conjura água! - gritou Lily desesperada.


o pássaro, entrementes, transformara-se numa bola de fogo; o pássaro deu um grito alto e no segundo seguinte não restava nada dele, exceto um monte de cinzas fumegantes no chão.


Alice olhou para o chão, incapaz de ouvir sobre esse pobre animal, assim como Dorcas.


A porta da sala se abriu. Dumbledore entrou com o ar muito grave.
— Professor — ofegou Harry. — Seu pássaro, eu não pude fazer nada, ele simplesmente pegou fogo...
Para surpresa de Harry, Dumbledore sorriu.


- EU VOU MATAR DUMBLEDORE! - gritaram Alice e Dorcas juntas.


- Como ele pode sorrir? O pássaro dele acabou de morrer! Ele não tem coração? - gritou Alice, exaltada, e Dorcas e Lene concordaram com a cabeça.


— Já não era sem tempo. Ele tem andado com uma aparência medonha há dias; e venho dizendo a ele para se apressar.


- É assim, Dumby? Ficou feio, troca? - murmurou Remus, incrédulo.
E deu uma risadinha ao ver a cara de espanto de Harry.


- Alguém tá bêbado.
— Fawkes é uma fênix,


Todos entenderam porque Dumbledore estava agindo assim, agora. Afinal, quem não sabe o que uma fênix faz?


Alice suspirou. Fênix eram animais tão simbólicos.


Harry. As fênix pegam fogo quando chega a hora de morrer e tornar a renascer das cinzas.


- Eu sempre achei o conto da fênix lindo... Toda essa história sempre superar qualquer dificuldade... E descobrir que a fênix era real - disse Lily - Foi emocionante.


Olhe ele...


Harry olhou em tempo de ver um pássaro minúsculo, amarrotado, recém-nascido botar a cabeça para fora das cinzas. Era tão feio quanto o anterior.


Lily bateu no filho.
— É uma pena que você a tenha visto no dia em que queimou — disse Dumbledore, sentando-se na escrivaninha. — Na realidade ela é muito bonita quase o tempo todo, tem uma plumagem vermelha e dourada.


- Bem grifinória - observou Regulus.


Criaturas fascinantes, as fênix. São capazes de sustentar cargas pesadíssimas, suas lágrimas têm poderes curativos


Rony se inclinou curioso, de repente, sobre o processo curativo das lágrimas de fênix.


e são animais de estimação muitíssimo fiéis.


Frank tinha que concordar: era realmente fascinante.
No choque de ver Fawkes pegando fogo, Harry se esquecera por que estava ali, mas tudo voltou à lembrança quando Dumbledore se acomodou no cadeirão à mesa e o encarou com aqueles seus olhos azul-claros e penetrantes.


Lendo a minha mente?, se questionou Harry.
Mas antes que Dumbledore pudesse dizer outra palavra, a porta da sala se escancarou com estrondo, e Hagrid entrou, um olhar selvagem nos olhos, o gorro encarrapitado no alto da cabeça desgrenhada e o galo morto ainda balançando em uma das mãos.
— Não foi Harry Profº. Dumbledore! — disse Hagrid pressuroso. — Eu estava falando com ele segundos antes daquele garoto ser encontrado, ele nunca teria tido tempo, meu senhor...


Os Marotos sorriram, felizes pelo apoio de Hagrid para Harry.
Dumbledore tentou dizer alguma coisa, mas Hagrid continuou falando, sacudindo o galo, agitado, fazendo voar penas para todo o lado.
—... Não pode ter sido ele, eu juro até na frente do Ministro da Magia se precisar...
— Hagrid, eu...
—... O senhor pegou o garoto errado, meu senhor, eu sei que Harry jamais...
— Hagrid. — disse Dumbledore em voz alta. — Eu não acho que Harry tenha atacado essas pessoas.


Quase todos deram um sorriso aliviado.
— Ah — acalmou-se Hagrid, o galo pendurado imóvel a um lado. — Certo. Então vou esperar lá fora, diretor.
E saiu num repelão, parecendo constrangido.
— O senhor não acha que fui eu, professor? — repetiu Harry esperançoso enquanto Dumbledore espanava as penas de galo de cima de sua escrivaninha.
— Não, Harry, não acho. — seu rosto novamente grave. — Mas ainda assim quero falar com você.


Regulus ficou desconfiado.
Harry esperou nervoso enquanto Dumbledore o estudava, as pontas dos seus longos dedos juntas.
— Preciso lhe perguntar, Harry, se tem alguma coisa que você gostaria de me perguntar — disse gentilmente.


- Isso é uma pergunta incomum - observou Sirius.


— Qualquer coisa.
Harry não soube o que dizer. Pensou em Draco gritando:
"Vocês vão ser os primeiros, seus sangues-ruins!" e na Poção de Polissuco que estava cozinhando no banheiro da Murta Que Geme. Depois pensou na voz sem corpo que ouvira duas vezes e se lembrou do que Rony comentara: "Ouvir vozes que ninguém mais ouve não é bom sinal, nem mesmo no mundo dos bruxos." Pensou ainda no que todos andavam dizendo dele, e seu pavor crescente era que estivesse de alguma forma ligado a Salazar Slytherin...


Todos encararam Harry com pena, só agora tendo noção de como tantas coisas estavam afetando o moreno.
— Não — disse Harry. — Não tem nada, não, professor...
O ataque duplo a Justino e a Nick Quase Sem Cabeça transformou o que até ali fora nervosismo em verdadeiro pânico. Curiosamente, era o destino do fantasma que mais parecia preocupar as pessoas.


- Bem observado - falou Lyssi.


O que poderia fazer aquilo a um fantasma? Elas perguntavam umas às outras; que poder terrível poderia fazer mal a alguém que já estava morto?


Josh fez uma pausa um segundo e um silêncio tenso se estabeleceu na sala.


Houve quase uma corrida para reservar lugares no Expresso de Hogwarts que iria levar os alunos para casa no Natal.
— Nesse ritmo, seremos os únicos a ficar para trás — disse Rony a Harry e Hermione. — Nós, Draco, Crabbe e Goyle. Que beleza de férias vamos ter!
Crabbe e Goyle, que sempre acompanhavam o que Draco fazia,


- Cachorrinhos - bufou Josh.


- Ei - disse Sirius ofendido - Mais respeito.


tinham se inscrito para permanecer na escola durante as férias também. Mas Harry ficou contente de que a maioria das pessoas estivesse partindo.


- Por quê? - Sirius perguntou.


Estava cansado de ser evitado nos corredores, como se achassem que lhe fossem crescer presas e pudesse cuspir veneno a qualquer momento; cansado de ser comentado, de ser apontado, de levar vaias ao passar.


Lily baixou os olhos, triste. Não queria que seu filho sofresse isso e principalmente por algo que nem era culpa dele.


- As pessoas desse ano exageram muito em Hogwarts - falou Lene.


Fred e Jorge, porém, achavam muita graça em tudo. Saiam do caminho para andar à frente de Harry nos corredores, gritando: "Abram caminho para o herdeiro de Slytherin, um bruxo realmente maligno vai passar..."


- Desculpa, Harry. Só estávamos tentando te animar - disseram juntos.


- Não, era realmente engraçado - tranquilizou Harry.


Percy desaprovava inteiramente esse comportamento.
— Não é motivo para graças — disse friamente.
— Ah, sai do caminho, Percy. Harry está com pressa.
— E, ele está indo para a Câmara Secreta tomar uma xícara de chá com seu criado de caninos afiados — disse Jorge, dando uma risadinha debochada.


- Essa foi boa - disse Sirius, rindo. 
Gina também não achou graça nenhuma.
— Ah, não façam isso — choramingava todas as vezes que Fred perguntava a Harry em voz alta quem ele pretendia atacar a seguir,


Isso não era uma boa brincadeira, pensou Frank.


ou quando Jorge, ao encontrar Harry fingia afugentá-lo com um grande dente de alho.
Harry não se importava; sentia-se melhor que ao menos Fred e Jorge achassem a ideia de ele ser herdeiro de Slytherin muito ridícula.


- Viu? Eu disse.


Os gêmeos sorriram.


Mas as brincadeiras dos gêmeos pareciam estar irritando Draco, que amarrava cada vez mais a cara sempre que os via aprontando.
— É porque está morrendo de vontade de dizer que o herdeiro é ele — disse Rony com ar de quem sabe das coisas. — Vocês sabem que Draco detesta quando alguém o supera em alguma coisa, e você está recebendo todo o crédito pelo trabalho sujo que ele fez.


- Ou não - murmurou Lene.
— Não será por muito tempo — anunciou Hermione com um tom de satisfação. — A Poção Polissuco está quase pronta.


Snape e Lily lançaram um olhar impressionado para o trio, mas principalmente para Hermione.


Vamos extrair a verdade dele a qualquer momento.
Enfim o período letivo terminou, e um silêncio profundo como a neve desceu sobre o castelo. Harry achou que o lugar ficara tranquilo, em vez de sombrio, e gostou do fato de que ele, Hermione e os Weasley tivessem a Torre da Grifinória só para eles, assim podiam brincar de snap explosivo à vontade sem incomodar ninguém e praticar duelos sozinhos.


Eles sorriram. Aquele foi um bom dia.


Fred, Jorge e Gina tinham preferido ficar na escola à visitar Gui no Egito com o Sr. e a Sra. Weasley. Percy, que desaprovava o que chamava de comportamento infantil dos gêmeos,


Fred e Jorge reviraram os olhos.


não passava muito tempo na sala comunal da Grifinória. Tinha declarado pomposamente que ele só ficara para o Natal porque era seu dever, como monitor, ajudar os professores em tempos tão tempestuosos.


- Os professores provavelmente nem sabiam que ele estava lá - falou Rony.
A manhã de Natal despontou fria e branca.


- Que poético - murmurou Hermione.


Harry e Rony, os únicos que tinham restado no dormitório, foram acordados muito cedo por Hermione,


Sirius fez uma cara maliciosa. O trio jogou travesseiros nele.


que entrou de repente, completamente vestida,


- E de que outro jeito seria? - perguntou Lene.


trazendo presentes para os dois.


Todos sorriram. Era bom saber que Harry teve alguns momentos felizes e simples.
— Acordem — disse em voz alta, afastando as cortinas da janela.
— Mione, você não podia estar aqui...


- Tecnicamente, ela pode - falou Dorcas.


— disse Rony, protegendo os olhos da claridade.
— Feliz Natal para você também — disse a garota lhe atirando um presente. — Estou de pé há quase uma hora, acrescentando hemeróbios à poção. Está pronta.


Sussurros excitados surgiram na sala. Claro que eles sabiam que Malfoy não era o responsável pelos ataques, mas... Talvez eles ainda conseguissem descobrir algumas coisas. E o trio tinha conseguido completar uma poção muito complicada.


Harry se sentou, de repente muito acordado.


A sala riu.
— Tem certeza?
— Positivo — disse Hermione, empurrando Perebas, o rato, para poder se sentar na beirada da cama de Rony.


Sirius fez uma cara maliciosa e Hermione bateu nele.


— Se vamos usá-la, eu diria que deve ser hoje à noite.


Naquele momento, Edwiges entrou voando no quarto, trazendo um pequeno pacote no bico.
— Olá — disse Harry alegremente quando a coruja pousou na cama dele. — Você voltou a falar comigo?


Alice sorriu.
Edwiges deu umas bicadinhas carinhosas na orelha dele, o que foi um presente muito melhor do que o que lhe trouxera, e que ele descobriu ser uma encomenda dos Dursley.


Rosnados. E a lista voltou.


Eles tinham enviado a Harry um palito


- EU VOU MATAR AQUELES DESGRAÇADOS - Lily gritou e teve total apoio da sala, menos Harry, que suspirou.


e um bilhete pedindo a ele que verificasse se não poderia ficar em Hogwarts durante as férias de verão também.o


- Acredite em mim quando eu digo que, se pudesse, ficaria em Hogwarts - resmungou Harry.
Os outros presentes que ganhara de Natal foram bem melhores.
Hagrid lhe mandou uma grande lata de bolinhos de chocolate, que Harry decidiu deixar amolecer junto à lareira antes de comer;


-Perfeito - Lyssi falou. Harry sorriu.


Rony lhe deu um livro


Olhares chocados.


chamado Voando com os Campeões,


Suspiros aliviados. Tudo estava normal de novo.


um livro de fatos interessantes sobre o seu time de Quadribol favorito, e Hermione lhe comprou uma caneta de luxo de pena de águia.


Hermione fez uma careta. Onde estava com a cabeça?


Harry abriu o último presente e encontrou um suéter tricotado pela Sra. Weasley e um grande bolo de Natal.


Os Weasleys sorriram.


Leu o cartão dela com uma nova onda de remorsos, pensando no carro do Sr. Weasley (que não era visto desde a colisão com o Salgueiro Lutador), e a nova série de indisciplinas que ele e Rony estavam planejando.


- Mas vocês fizeram isso para salvar pessoas - disse Gina.


- E isso não foi nada demais - falou Sirius -Já enlouquecemos muito Dorea - James e Remus assentiram, Remus corando.
Ninguém, nem mesmo alguém morto de medo de tomar a Poção Polissuco,


Snape revirou os olhos. Era um bom plano, por que se preocupar tanto?


dali a pouco, poderia deixar de se alegrar com o almoço de Natal em Hogwarts.


Todos sorriram com carinho, lembrando da comida de Hogwarts.
O Salão Principal estava magnífico. Não só tinha uma dúzia de árvores de Natal cobertas de cristais de gelo e largas guirlandas de visco e azevinho que cruzavam o teto, como também caía uma neve encantada, morna e seca. Dumbledore puxou o coro de algumas de suas músicas de Natal preferidas.


- Isso foi esquisito - falou Neville.
Hagrid cantava cada vez mais alto a cada taça de gemada de vinho quente que consumia.


Fred fingiu desaprovar.


- Olha o exemplo, Hagrid - a sala riu.


Percy, que não reparou que Fred havia enfeitiçado o seu distintivo de monitor — agora com os dizeres "Cabeça de Alfinete" — não parava de perguntar aos garotos por que ficavam dando risadinhas.


- Coitado - falou Dorcas sinceramente.
Harry nem ligou que Draco Malfoy, sentado à mesa da Sonserina, estivesse fazendo comentários altos e debochados sobre seu novo suéter.


- Inveja mata - falou Sirius e Regulus revirou os olhos. Isso era tão... Sirius.


Com um pouco de sorte, ele receberia o troco dentro de algumas horas.


Jorge balançou a cabeça.


- Sorte e Harry Potter? Não se misturam - Harry fez uma careta.
Harry e Rony mal tinham acabado de comer o terceiro prato de pudim


- Vocês comem muito - reclamou Hermione.


de Natal quando Hermione os levou para fora do Salão para finalizar os planos para aquela noite.


- Alguém precisa fazer isso.
— Ainda precisamos de uns pedacinhos das pessoas em que queremos nos transformar


- Isso soou estranho.


- Muito.


— disse Hermione num tom trivial, como se estivesse mandando os garotos ao supermercado comprar detergente.


- Ir comprar detergente? - Josh teve uma crise de riso - Você tem pensamentos muito estranhos.


— E é claro que será melhor se pudermos conseguir alguma coisa de Crabbe e Goyle; eles são os melhores amigos de Malfoy, que contará aos dois qualquer coisa.


- Sonserinos não contam tudo - falou Snape - E se Draco falasse disso seria com alguém inteligente e depois nunca mais mencionaria abertamente o assunto.


Regulus assentiu, confirmando.


E também temos que garantir que os verdadeiros Goyle e Crabbe não apareçam de repente enquanto interrogamos Draco.
— Já tenho tudo resolvido —, continuou ela calmamente, não dando atenção às caras espantadas de Harry e Rony.


A sala riu.


- Essa é a minha namorada - falou Rony e beijou Hermione.


mostrou dois pedaços de bolo de chocolate. — Recheei estes dois com uma simples Poção do Sono.


- Inteligente, Granger - falou Regulus.


- Obrigada, Black.


Vocês só precisam se certificar de que Crabbe e Goyle encontrem os bolos.


- Zero dificuldade - bufou Harry;


Sabem como são esganados, com certeza vão querer comê-los.


- Porcos - Gina resmungou.


Depois que caírem no sono, arranquem uns fios de cabelo deles e escondam os dois num armário de vassouras.


Josh continuou a ler, ignorando a cara maliciosa de alguns.
Harry e Rony se entreolharam, incrédulos.
— Mione, acho que isso não...
— Poderia dar tudo errado...


- Sempre pode - sorriu Fred.
Mas Hermione tinha um brilho de aço nos olhos, muito semelhante ao que a Profª. McGonagall às vezes exibia.


- Tia Minnie em miniatura - falou Sirius.
— A poção será inútil sem os fios de cabelo de Crabbe e Goyle — disse a garota com severidade. — Vocês querem investigar Malfoy, não é?
— Ah, está bem, está bem — disse Harry. — Mas, e você? Vai arrancar o cabelo de quem?
— Já tenho o meu!


Hermione fez uma careta, lembrando do que aconteceu.


— disse Hermione, animada, tirando um frasquinho do bolso e mostrando aos dois um único fio de cabelo dentro. — Lembram que a Emilia Bulstrode lutou comigo no Clube do Duelo? Ela deixou o fio de cabelo nas minhas vestes quando estava tentando me estrangular!


Alice se encolheu.


E como foi passar o Natal em casa... Então só preciso dizer ao pessoal da Sonserina que resolvi voltar.


- Ahn... Não acho que é possível fazer isso em Hogwarts - disse Frank pensativo.
Quando Hermione saiu apressada para verificar outra vez a Poção Polissuco, Rony se virou para Harry com uma expressão de fim de mundo no rosto.
— Você já ouviu falar de um plano em que tantas coisas pudessem dar errado?


- Muitas vezes -disse Lily, encarando os Marotos que ficaram ofendidos.
Mas para completa surpresa de Harry e Rony, a primeira etapa da operação transcorreu suavemente, conforme Hermione previra. Eles ficaram rondando o saguão deserto depois do chá de Natal, esperando Crabbe e Goyle que tinham sido deixados sozinhos à mesa da Sonserina, devorando o quarto prato de pão-de-ló com calda de vinho.


- Nojento - falou Lene.
Harry equilibrara os bolos de chocolate na ponta do corrimão. Quando viram Crabbe e Goyle saindo do Salão Principal, ele e Rony se esconderam depressa atrás de uma armadura próxima à porta de entrada.
— Como se pode ser tão tapado? — Rony cochichou


- E para logo Rony dizer isso... - brincou Harry.


em êxtase quando Crabbe apontou alegremente os bolos para Goyle e os pegou. Sorrindo, idiotamente, enfiaram os bolos inteiros nas bocas enormes. Por um momento, os dois mastigaram vorazes, com expressões de triunfo no rosto. Depois, sem a menor mudança de expressão, desmontaram de costas no chão.
De longe, a parte mais difícil foi escondê-los no armário do outro lado do saguão.


- Imagino.
Quando estavam guardados em segurança entre baldes e esfregões, Harry arrancou uns fios do cabelo curto e duro que cobria a testa de Goyle, e Rony arrancou vários fios do cabelo de Crabbe. Roubaram também os sapatos, porque os seus eram, em comparação, demasiado pequenos. Depois, ainda aturdidos com o que tinham acabado de fazer,


Os Marotos sorriram para o trio.


correram escada acima para o banheiro da Murta Que Geme.


Gina se remexeu, incomodada.


Mal conseguiam enxergar devido à fumaça que saia do boxe em que Hermione mexia o caldeirão. Puxando as vestes para proteger o rosto, Harry e Rony bateram de leve na porta.
— Mione?
Ouviram um barulho de chave e Hermione apareceu, o rosto brilhando, cheia de ansiedade. Atrás dela ouvia-se o glube-glube da poção viscosa que borbulhava.
Havia três cálices preparados sobre a tampa do vaso sanitário.
— Vocês conseguiram?


- Claro. Ainda pergunta?


— perguntou Hermione sem fôlego. Harry mostrou os fios de cabelo de Goyle.
— Ótimo. E eu tirei escondido estas vestes da lavanderia — disse Hermione, mostrando um pequeno saco. — Vocês precisarão de números maiores porque vão ser Crabbe e Goyle.
Os três espiaram dentro do caldeirão. De perto, a poção parecia uma lama escura e espessa que borbulhava devagar.


- E o gosto era pior do que a aparência - acrescentou Rony
— Tenho certeza de que fiz tudo direito — disse Hermione, nervosa, relendo a página manchada de Pociones Muy Potentes. — Parece que o livro diz que deve... Depois que bebermos a poção, teremos exatamente uma hora antes de voltarmos a ser nós mesmos.


- Você leva um mês para preparar uma poção que só dura uma hora - reclamou Sirius - É por isso que eu não gosto de poções.
— E agora? — sussurrou Rony.
— Separamos a poção nos três cálices e acrescentamos os cabelos.
Hermione serviu grandes conchas da poção em cada cálice.
Depois, com a mão trêmula, sacudiu o fio de cabelo de Emilia Bulstrode do frasco para dentro do primeiro cálice.


- É nojento quando você pensa que bebeu isso - disse Hermione, fazendo uma careta.
A poção assobiou alto como uma chaleira fervendo e espumou feito louca. Um segundo depois, mudou de cor para um amarelo doentio.


- Dizem que essa poção revela a alma da pessoa pela cor - falou Lily, e todos de 1997 imediatamente olharam para Harry, lembrando do dourado dele. Ele corou.


- O que foi? - Lene perguntou.


- Nada.


— Grrr, essência de Emilia Bulstrode — disse Rony, olhando-a com nojo. — Aposto que tem um gosto horrível.
— Ponha os fios na sua, então — disse Hermione.
Harry deixou cair os fios de cabelo de Goyle no cálice do meio, e Rony pôs os de Crabbe no último. Os dois cálices assobiaram e espumaram: o de Goyle mudou para um cáqui cor de piolho, e o de Crabbe para um castanho encardido e escuro.


- Lindo - inorizaram.
— Calma aí — disse Harry quando Rony e Hermione estenderam a mão para os cálices. — É melhor não bebermos tudo aqui... Quando nos transformarmos em Crabbe e Goyle não vamos caber no boxe.


- Bem pensado - falou Regulus.


E Emilia Bulstrode não é nenhuma fadinha.
— Bem pensado — disse Rony,


Todos encaram ele e Regulus, que deu de ombros. Apesar de terem falado a mesma coisa, ele não era nenhum pouco parecido com Rony.


destrancando a porta. — Ficaremos em boxes separados.
Tomando cuidado para não derramar nem uma gota de Poção Polissuco, Harry entrou no boxe do meio.
— Pronto? — perguntou.
— Pronto — responderam as vozes de Rony e Mione.
— Um... Dois... Três...
Apertando o nariz, Harry bebeu a poção em dois grandes goles. Tinha gosto de repolho passado do ponto de cozimento.
Imediatamente seu estômago começou a revirar como se ele tivesse acabado de engolir duas cobras


Careta.


— dobrado ao meio, ele se perguntou se ia enjoar


- Provavelmente.


— depois uma sensação de queimação se espalhou rapidamente da barriga até as pontinhas dos dedos dos pés e das mãos — em seguida, ele caiu de quatro, sem ar e teve a sensação de que estava se derretendo,


Regulus encolheu o corpo, de maneira quase imperceptível. Ele tinha medo de fogo.


quando a pele de todo o seu corpo borbulhou como cera quente — e, antes que seus olhos e mãos começassem a crescer, os dedos engrossaram, as unhas alargaram, os nós dos dedos se estufaram como parafusos de cabeça de lentilha — os ombros se esticaram dolorosamente


- Lembrete: Nunca tomar poção Polissuco.


e um formigamento na testa lhe informou que seus cabelos estavam crescendo em direção às sobrancelhas — as vestes se rasgaram quando o peito se alargou como uma barrica rompendo os aros — os pés se tornaram um suplicio dentro dos sapatos quatro números menor...


-Ai.
Tão de repente quanto começara, tudo cessou.


Suspiros aliviados.


- Bem, o pior já passou - falou Lyssi, feliz.


Harry estava deitado de borco no piso frio como pedra, ouvindo Murta gargarejar mal-humorada


- Como sempre.


no boxe da ponta.
Com dificuldade, sacudiu fora os sapatos e ficou em pé. Então era assim que a pessoa se sentia, na pele de Goyle.


- Hum... Eu não acho que Goyle se senta assim - murmurou Dorcas.


Com a mão enorme tremendo, ele despiu as vestes antigas, que estavam agora no meio das canelas, vestiu as novas e amarrou os sapatos abotinados de Goyle. Ergueu a mão para afastar os cabelos dos olhos e só encontrou fios duros e curtos, que vinham até o meio da testa. Então percebeu que os óculos estavam anuviando sua visão porque Goyle obviamente não precisava deles,


- Uma coisa boa esse menino tinha que ter - resmungou Lene.


tirou-os e perguntou:
— Vocês dois estão bem? — a voz baixa e irritante de Goyle saiu de sua boca.


- Deve ser uma bosta quando a sua própria voz é irritante.
— Estou — veio o rosnado profundo de Crabbe da sua direita. Harry destrancou a porta e foi até o espelho rachado.
Goyle o encarou com aqueles olhos opacos e fundos. Harry coçou a orelha. Goyle também.
A porta de Rony se abriu. Eles se entreolharam. Exceto que parecia pálido e chocado, Rony era indistinguível de Crabbe,


- Mesmo assim, ele continua sendo Crabbe - murmurou Frank.


do corte de cabelo em cuia até os braços compridos de gorila.
— Isso é incrível — disse Rony, aproximando-se do espelho e cutucando o nariz chato de Crabbe. — Incrível.
— É melhor irmos andando — disse Harry, afrouxando o relógio que ficara apertadíssimo no pulso grosso de Goyle. — Ainda temos que descobrir onde fica a sala comunal da Sonserina.


- Isso é fácil - falaram todos os Marotos juntos.


- Vocês sempre parecem saber onde tudo fica e onde as pessoas estão - murmurou Lily, desconfiada.


Harry encarou o pai.


- Você não contou a ela?


- Não, é uma coisa dos Marotos - reclamou.


- Não me contou o quê? - gritou Lily, irritada.


- É segredo dos Marotos - interrompeu Sirius.


Só espero que a gente encontre alguém para seguir...


- Vocês não vão realmente invadir a Sonserina, vão? - perguntou Regulus, irritado. Lá era única área mais calma do colégio.
Rony, que estivera observando Harry, disse:
— Você não sabe como é esquisito ver o Goyle pensando.


A sala riu.


— Bateu então na porta de Hermione. — Vamos, precisamos ir...
Uma voz aguda respondeu.
— Eu... Eu acho que afinal não vou. Vão indo sem mim.
— Mione, nós sabemos que a Emilia Bulstrode é feia, ninguém vai saber que é você...
— Não... Verdade... Acho que não vou.


- Mas o quê? Depois de todo esse trabalho? - perguntou Lene e foi ignorada.


Vocês andem de pressa, estão perdendo tempo...
Harry olhou para Rony intrigado.
— Assim você está mais parecido com o Goyle. É assim que ele fica toda vez que um professor faz uma pergunta.


Todos riram.


- Quem diria que você ainda tem salvação? - falou Jorge, orgulhoso.


Rony revirou os olhos.
— Mione, você está bem? — perguntou Harry através da porta.
— Muito bem... Muito bem... Vão andando...
Harry consultou o relógio. Cinco dos preciosos sessenta minutos já se tinham passado.
— Na volta nos encontramos aqui, está bem? — falou ele.
Os dois garotos abriram a porta do banheiro com cautela, verificaram se a barra estava limpa


- Iria ser engraçado se alguém encontrasse Crabbe e Goyle saindo de um banheiro feminino - reclamou Gina.


e saíram.
— Não balance os braços desse jeito — murmurou Harry para o amigo.
— Hein?
— Crabbe mantém os braços meio duros...


- Harry observador está de volta.
— Que tal assim?
— É, assim está melhor...
Os dois desceram a escada de mármore. Só precisavam agora que aparecesse um aluno da Sonserina para o seguirem até o salão comunal da casa, mas não havia ninguém por perto.


Regulus lançou um olhar incrédulo para Harry, que, de repente, começou a observar o chão.
— Alguma ideia? — murmurou Harry.
— Os alunos da Sonserina sempre vêm daquela direção para tomar café da manhã — disse Rony


- Rony observador sendo criado.


- Ah, calem a boca. Irmãos idiotas.


indicando com a cabeça a entrada para as masmorras. Mal as palavras saíram de sua boca e uma menina de cabelos longos e crespos saiu pela entrada.
— Desculpe — disse Rony, correndo para ela. — Esquecemos qual é o caminho para o nosso salão comunal.
— Como? — perguntou a garota empertigada. — Nosso salão comunal? Eu sou da Corvinal.


Todos encararam Rony e Harry, como se perguntassem se eles eram idiotas.


- Vocês não conseguem nem olhar o símbolo da casa no uniforme da pessoa? - murmurou Frank, incrédulo.


E se afastou olhando desconfiada para os dois.
Harry e Rony desceram os degraus de pedra mergulhando na escuridão, seus passos ecoando particularmente altos a medida que os enormes pés de Crabbe e Goyle batiam no chão, sentindo que a coisa não ia ser tão fácil quanto tinham esperanças que fosse.


- Nunca é.
Os corredores que lembravam labirintos estavam desertos. Eles foram se internando cada vez mais fundo por baixo da escola, verificando constantemente os relógios para ver quanto tempo ainda lhes sobrava. Passados quinze minutos, quando iam começando a se desesperar, ouviram um movimento repentino no alto.
— Arre! — gritou Rony excitado. — Aí vem um deles agora!


- Finalmente - murmurou Neville.
O vulto vinha saindo de um aposento lateral. Ao se aproximarem, porém, sentiram um aperto no coração. Não era um aluno da Sonserina, era Percy.


- O quê...?
— Que é que você está fazendo aqui em baixo? — perguntou Rony surpreso.
Percy fez cara de afrontado.
— Isto — disse se empertigando — não é da sua conta.


- Isso que dá se transformar em outra pessoa e encontrar o seu irmão.


É o Crabbe, não é?
— Que, ah, sim — disse Rony.
— Muito bem, já para os seus dormitórios — disse Percy com severidade. — Não é seguro ficar andando por corredores escuros hoje em dia.
— Mas como é que você está andando? — lembrou Rony.
— Eu — disse Percy empertigando-se — sou monitor, nada vai me atacar.


- Vai nessa, amigo- murmurou Frank, lembrando do que já tinha acontecido a vários monitores na sua época. Os Comensais da Morte adoravam dar "recados" por eles, inclusive ele mesmo já tinha sofrido.
De repente ecoou uma voz atrás de Harry e Rony. Draco Malfoy vinha em direção ao grupo e, pela primeira vez na vida, Harry teve prazer em vê-lo.


- Pra você ter noção do desespero - resmungou Harry.
— Aí, até que enfim — disse ele com voz arrastada, olhando para os dois. — Estiveram se empapuçando no Salão Principal esse tempo todo? Andei procurando vocês; quero que vejam uma coisa realmente engraçada.


- Duvido.
Malfoy lançou um olhar mortífero a Percy.
— E o que é que você está fazendo aqui em baixo, Weasley? — perguntou com desdém.
Percy parecia indignado.
— Vocês precisam mostrar um pouco mais de respeito por um monitor da escola!


- Não acho que isso vá acontecer - falou Snape.


— disse. — Não gosto de sua atitude!


Malfoy riu debochado e fez sinal para Harry e Rony o seguirem.
Harry quase pediu desculpas a Percy, mas se conteve bem em tempo.


- Não era culpa sua de qualquer jeito.


Ele e Rony correram atrás de Draco, que disse assim que viraram o corredor:
— Esse Peter Weasley...


- Um bom novo nome para o nosso irmão - disse Fred, sorrindo.
— Percy — Rony corrigiu-o automaticamente.
— O que seja. Tenho visto ele rondando por aqui um bocado ultimamente. E aposto como sei o que está aprontando. Acha que vai pegar o herdeiro de Slytherin sozinho.
Draco deu uma risada curta e debochada. Harry e Rony se entreolharam animados.
O garoto parou junto a um trecho da parede de pedra, liso e úmido.
— Como é mesmo a senha? — perguntou a Harry.


- Lascou.


— Ah... — hesitou Harry.


— Ah, já sei... Puro-sangue!


- Melhor senha de segurança - ironizou Lene - Nem um pouco previsível.


- As da nossa época são melhores - se defendeu Regulus. Snape concordou.


— disse Draco, sem parar para ouvir, e uma porta de pedra escondida na parede deslizou.


- Não acredito que vocês fizeram isso - falou Snape, irritado.


Draco entrou e Harry e Rony o seguiram.
A sala comunal da Sonserina era um aposento comprido e subterrâneo com paredes de pedra rústica, de cujo teto pendiam correntes com luzes redondas e esverdeadas.
Um fogo ardia na lareira encimada por um console de madeira esculpida e ao seu redor viam-se as silhuetas de vários alunos da Sonserina em cadeiras de espaldar alto.


Regulus fez uma careta triste. Estava com saudades de lá.
— Esperem aqui — disse Draco a Harry e Rony, indicando duas cadeiras vazias mais afastadas da lareira. — Vou buscar, meu pai acabou de me mandar...
Imaginando o que Draco iria lhes mostrar, Harry e Rony se sentaram, fazendo o possível para parecer à vontade.


- Duvido que vocês tenham conseguido.
Draco voltou um minuto depois trazendo um papel que parecia ser um recorte de jornal. Enfiou-o na cara de Rony.
— Isso vai fazer vocês darem uma boa gargalhada.
Harry viu os olhos de Rony se arregalarem de choque. Ele leu o recorte depressa, deu uma risada forçada e o entregou a Harry. A notícia fora recortada do Profeta Diário e dizia:


INQUÉRITO NO MINISTÉRIO DA MAGIA
Arthur Weasley, Chefe da Seção de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas foi multado hoje em cinquenta galeões,


Caras chocadas pela sala, o que Arthur poderia ter feito para um multa dessas?


por enfeitiçar um carro dos trouxas.


- Isso foi muito exagerado - falou Snape.


- Nunca vi uma multa dessas para algo tão simples.


O Sr. Lúcio Malfoy, membro da diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde o carro enfeitiçado bateu no início deste ano, pediu hoje a demissão do Sr. Weasley.


- Claro que Lucius iria fazer isso - murmurou Snape com um sorriso triste.
"Weasley desmoralizou o Ministério" — declarou o Sr. Malfoy ao nosso repórter. "Ficou claro que ele não está qualificado para legislar, e o seu projeto de lei para proteger os trouxas deveria ser imediatamente esquecido."


- Uma coisa não devia interferir a outra.
O Sr. Weasley não foi encontrado para comentar essas declarações, embora sua mulher tenha dito aos repórteres para se afastarem da casa e ameaçado mandar o vampiro da família atacá-los.


- Isso é a cara da mamãe - falou Rony.


— E aí? — perguntou Draco impaciente quando Harry devolveu o recorte. — Vocês não acham engraçado?


- Muito. To rindo até agora.
— Ah, ah, ah, ah — riu Harry desanimado.
— Arthur Weasley gosta tanto de trouxas que devia partir a varinha e ir se juntar a eles — disse Draco desdenhoso. — Pela maneira como se comportam, nem dá para dizer que os Weasley são puros-sangues.


Os puros-sangues da sala ficaram em silêncio, porque convivendo com os Weasleys e lendo sobre eles, sabiam que Draco estava em parte certo. Os Weasleys não tinham alguns costumes de puros-sangues. Mas isso não importava. Era só coisas bestas.
A cara de Rony — ou melhor, de Crabbe se contorceu de fúria — Qual é o problema, Crabbe? — perguntou Draco com rispidez.
— Dor de estômago — grunhiu Rony.
— Então vá para a ala hospitalar e dê um chute naqueles sangues-ruins por mim — disse Draco sufocando o riso.


- Muito engraçado.


— Sabe, estou admirado que o Profeta Diário ainda não tenha noticiado todos esses ataques — continuou, pensativo.


-Isso é estranho mesmo - concordou James.


Sim, James Potter concordou com Draco Malfoy. O mundo vai acabar.


— Suponho que Dumbledore esteja tentando abafar o caso.


- Como todo mundo faria.


Ele vai ser despedido se isso não parar logo.


- Não imagino Hogwarts sem Dumbledore - falou Lily.


Meu pai diz que Dumbledore foi a pior coisa que já aconteceu a Hogwarts.


- Claro. Seu pai odeia ele.


Ele adora trouxas.


- E..? - perguntou Lily, irritada.


Um diretor decente nunca deixaria escória como o Creevey entrar.


- Um diretor decente nunca te deixaria entrar - replicou Josh.
Draco começou a tirar fotografias com uma máquina imaginária e fez uma imitação cruel, mas exata de Colin:
— Potter, posso bater uma foto sua, Potter! Pode me dar o seu autógrafo? Posso lamber os seus sapatos, por favor, Potter?


- Ele era meio obcecado não? - perguntou Alex.
Ele deixou cair as mãos e olhou para Harry e Rony.
— Que é que há com vocês dois?
Em atraso, Harry e Rony forçaram uma risada, mas Draco pareceu satisfeito; talvez Crabbe e Goyle sempre fossem lentos para entender as coisas.


- Você ainda tinha dúvidas? - perguntou Sirius.
— São Potter, o amigo dos sangues ruins — disse Draco lentamente. — Ele é outro que não tem espírito de bruxo,


Granidos.


ou não andaria por aí com aquela Granger sangue-ruim metida a besta. E tem gente que acha que ele é o herdeiro de Slytherin!


Harry e Rony esperaram com a respiração suspensa: Draco estava certamente a segundos de contar que era ele, mas então...
— Eu bem gostaria de saber quem é — disse com petulância.


- Nós falamos - falaram os puros-sangues, arrogantes.


— Até poderia ajudar.
O queixo de Rony caiu de um jeito que Crabbe pareceu ainda mais tapado do que de costume. Felizmente, Draco não reparou e Harry, pensando rápido, disse:
— Você deve ter uma ideia de quem está por trás disso tudo...
— Você sabe que não tenho, Goyle. Quantas vezes preciso lhe dizer isso? — retrucou Draco com maus modos. — E meu pai não quer me contar nada sobre a última vez que a Câmara foi aberta, tampouco.


- Isso é estranho - falou Frank.


E claro, foi há cinqüenta anos, antes do tempo dele, mas ele sabe tudo que aconteceu e diz que o caso foi abafado e que vai levantar suspeitas se eu souber de muita coisa.


- Draco já levanta suspeitas só por todo o discurso que ele faz - resmungou Harry.


Mas uma coisa eu sei, a última vez que a Câmara Secreta foi aberta, um sangue-ruim morreu. Então aposto que é uma questão de tempo até um deles ser morto... Espero que seja a Granger — disse com prazer.


Todos olharam para Hermione, que deu de ombros. Já que ela não tinha realmente morrido.
Rony crispava os punhos enormes de Crabbe. Harry, sentindo que o amigo poderia se denunciar se avançasse em Draco,


- Imagina. Malfoy ia achar super normal Crabbe batendo nele porque ele xingou a Granger - falou Alex.


lançou a Rony um olhar de alerta e disse:
— Você sabe se a pessoa que abriu a Câmara na última vez foi apanhada?
— Ah, é claro... Seja lá o que for foi expulso - disse Draco. — Com certeza ainda está em Azkaban.
— Azkaban? — perguntou Harry intrigado.


- Harry, você era muito burro - murmurou James.


- Obrigado, pai - ironizou Harry.


- Só a verdade, filho.
— Azkaban, a prisão de bruxos, Goyle — disse Draco, olhando para ele incrédulo. — Sinceramente, se você fosse mais devagar, andaria para trás.
Mexeu-se inquieto na cadeira e continuou:
— Meu pai diz para eu ficar na minha e deixar o herdeiro de Slytherin fazer o trabalho.


- Conselho bem educativo.


Diz que a escola precisa se livrar de toda a sujeira dos sangues-ruins, mas para eu não me meter. É claro que ele está com as mãos cheias nesse momento. Sabem que o Ministério da Magia revistou a nossa propriedade na semana passada?
Harry tentou botar na cara de Goyle uma expressão de preocupação.


- Goyle tem mais de uma expressão? - perguntou Neville, incrédulo.
— É... — disse Draco. — Felizmente não encontraram muita coisa. Papai tem um material para Artes das Trevas muito valioso. Mas felizmente, temos a nossa câmara secreta embaixo da sala de visitas...


- E ele fala o local exato - disse Regulus, revirando os olhos - Só sendo muito burro.
— Ho! — exclamou Rony.
Draco olhou. O mesmo fez Harry. Rony corou. Até seus cabelos começavam a ficar vermelhos. O nariz também estava crescendo — o tempo deles se esgotara e Rony começava a voltar ao normal e, pelo olhar de horror que de repente lançou a Harry, devia estar acontecendo o mesmo com o amigo.
Os dois se levantaram depressa.


- E Malfoy não nota nada - fala Gina, incrédula.
— O remédio para o meu estômago — rosnou Rony e, sem mais demora, atravessou correndo toda a extensão do salão da Sonserina, atirou-se à parede de pedra e saiu pelo corredor na esperança de que Draco não tivesse notado nada.


- Discreto - murmurou Dorcas.


Harry sentiu os pés derraparem nos enormes sapatos de Goyle e teve que levantar as vestes à medida que iam encolhendo; os dois se precipitaram pelas escadas que levavam ao saguão de entrada, onde se ouviam as batidas abafadas que vinham do armário em que haviam trancado Crabbe e Goyle. Deixando os sapatos ao lado da porta eles subiram de meias e a toda velocidade a escada de mármore em direção ao banheiro da Murta Que Geme.
— Bom, não foi uma perda total de tempo


Obviamente.


— ofegou Rony, fechando a porta do banheiro ao passarem. — Sei que não descobrimos quem é o atacante, mas vou escrever a papai amanhã e dizer para ele revistar embaixo da sala de visitas de Malfoy.


- Seu pai está mexendo com uma família muito perigosa - alertou James. Nem ele era doido de ir diretamente contra um Malfoy, Sirius era. Mas, bem, Sirius era um Black.
Harry contemplou seu rosto no espelho rachado. Voltara ao normal.


- Graças a Merlin - murmurou Gina - Eu nunca ficaria com Goyle.


Harry riu.


Colocou os óculos enquanto Rony socava a porta do boxe de Hermione.
— Mione, saia daí, temos um monte de coisas para lhe contar...
— Vão embora! — disse Hermione esganiçada.


- Hermione...?
Harry e Rony se entreolharam.
— Qual é o problema? — perguntou Rony. — Você já deve ter voltado ao normal agora, nós...
Mas a Murta Que Geme atravessou de repente a porta do boxe. Harry nunca a vira com a cara tão feliz.


- Mal sinal - falou Gina.
— Aaaaaah, esperem até ver. Que horrível...
Eles ouviram o trinco se abrir e Hermione saiu, soluçando, as vestes cobrindo a cabeça.
— Que foi que houve? — perguntou Rony inseguro. — Você continua com o nariz da Emilia ou coisa assim?
Hermione deixou as vestes caírem e Rony recuou contra a pia.
O rosto da garota estava coberto de pêlos negros. Os olhos tinham virado amarelos e orelhas compridas e pontudas espetavam para fora dos cabelos.
— Era um pêlo de gato!


Todos encaram a garota com pena, que olhava o chão.


Emilia Bulstrode deve ter um gato! E a poção não deve ser usada para transformar animais!
— Uau! — exclamou Rony.
— Vão caçoar de você horrores — exclamou Murta, feliz.


Sirius deu uma dedada para uma Murta imaginá sorriu para ele.
— Tudo bem, Mione — disse Harry depressa. — Levamos você para a ala hospitalar. Madame Pomfrey nunca faz muitas perguntas...
Levou muito tempo para persuadirem Hermione a deixar o banheiro. Murta Que Geme despediu-se dos garotos com uma risada gaiata.
— Espere até todo mundo descobrir que você tem rabo!


- Vaca - xingou Lene.


- Fim do cap. Quem vai ler o próx...? - começou a perguntar Josh.


- Espera! Não aguento mais isso! - interrompeu Sirius - Eu sei que é importante lermos, mas daqui a pouco as palavras já vão se misturar na minha cabeça!


- Ok, então que você sugere? - perguntou Alex.


- Prática de duelo. Preciso de atividade física, e sei que tem gente aqui que não sabe nem ficar em cima de uma vassoura - murmurou meio debochado.


- Eu concordo - falou Lene e Sirius sorriu para ela - Sempre é bom ficarmos preparados para lutar. E podemos aprender alguns feitiços que são mais usados no futuro.


- Alguém contra? - perguntou Harry. Ninguém discutiu. O moreno se virou para James - Onde podemos praticar?


- No jardim - falou e todos se encaminharam para o imenso jardim da mansão.


O terreno era uma área regular e a, ao contrário das outras mansões Potter, não tinha muitas árvores ou flores. Avaliando o terreno, Harry achou que daria uma boa prática.


- Quem vai primeiro?


- Eu - falou Marlene.


- E eu - falou Gina.


Os outros foram para longe delas.


- Harry, você que tem mais prática com ensinar, podia olhar para ver o que elas podem melhorar - sugeriu Fred.


- Tudo bem, mas seria bom Hermione, Rony, Remus, Snape e Regulus me ajudarem - falou o moreno.


- Por que eles? - perguntou Sirius, ofendido de não ter sido chamado.


- Porque eu amo mais eles - ironizou Harry e depois explicou - Porque eles dois também sabem se defender muito bem, já estiveram em quase tantas situações perigosas quanto eu, e Remus vai ser um ótimo professor no futuro, e eu acho que ele já sabe o bastante agora para também ser ótimo. Regulus e Snape porque eles provavelmente tem um estilo mais diferente de nós. E são muito inteligentes.


Mesmo ainda ofendido, Sirius assentiu, vendo a lógica.


- Nós vamos observar onde vocês estão errando! Podem começar - falou Harry. As duas se posicionaram.


Nenhuma das duas fez a ridícula referência, não por desrespeito, mas só porque queriam treinar para a vida real, onde não se tinha educação, só uma questão de sobrevivência. Gina começou lançando um Confundos, que Marlene rapidamente bloqueou e lançou um Everte Statum, que Gina desviou. Gina lança um Immobulus na mesma hora que saí da varinha de Marlene o feitiço Incarcerous. Esse feitiço quase atinge Gina, que começa a mandar feitiços mais fortes até que Marlene é atingida com um feitiçoque a faz cair no chão mais ela rapidamente levanta, desviando das pedras arremessadas pelo Waddiwasie, e ela parece que tem uma nova determinação. Ainda no chão consegue lançar em Gina uma Azaração das Pernas Bambas, que atinge a morena. Marlene se levante e começa a andar na direção de Gina, que lança um Engorgio, que não atinge Marlene. A morena lança um Eletricus que atinge Gina com força. Com um Expelliarmus, Marlene acaba com o duelo e libera Gina.


- Você foi ótima - diz a ruiva, ofegante.


- Você também - replica Marlene.


Todos se aproximam da duas, e inesperadamente, Sirius puxa Marlene para um abraço.


- Você duelo muito bem - diz ele, sorrindo. Sem sair do abraço, ela sorri também.


- Foi um bom duelo - diz Harry, abraçando a própria namorada, orgulhoso - Mas eu acho que vocês poderiam ter usado mais um escudo, principalmente você, Gi, que tem um escudo forte.


- Eu acho que vocês deveriam usar mais a natureza - observa Regulus - Vocês tem que usar tudo a favor e contra vocês. Por exemplo, Gina você poderia ter lançado um feitiço para congelar o chão perto de Marlene.


- Gina, eu acho que você deveria tentar aumentar a sua resistência física - fala Remus. A ruiva assente.


- Eu posso ajudar. Eu te ensino a fazer os exercícios que eu sempre faço - oferece James.


- Você pode usar feitiços mais ofensivos - sugeriu Rony e os que outros que faltavam dos Harry pediu para ajudar ele a dizer falhas do duelo delas falaram com Gina e Marlene.




Feitiços:


Confundos - É um feitiço para confundir.


Everte Statum - Joga o adversário longe, enquanto dá piruetas no ar.


Immobulus - Feitiço de efeito paralisante


Incarcerous - Cria cordas que prendem no alvo.


Waddiwasie - arremessa descontroladamente e em grande velocidade pequenos objetos.


Azaração das Pernas Bambas, faz com que as pernas fiquem bambas, impedindo a pessoa de correr ou dependendo do caso, de andar.


Engorgio -  Faz com que algo cresça, aumente de tamanho.


Eletricus -Um lampejo voa da varinha do bruxo e quando toca o oponente despeja-lhe um choque.
No primeiro ano, dá um pequeno e levíssimo choque. A partir do terceiro, pode dar um poderoso choque a ponto de derrubar a pessoa.


Expelliarmus - Feitiço de Desarmamento, desarma a vítima. (dah) 

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Comentários (1)

  • MionGinnyLuna

    Elhor capitulo de todos! Ameeeei! Mas admito que simplesmente já nem lembro de metade fo que aconteceu na fic, com tanto tempo sem atualizar! XD!

    2014-06-24
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