Capítulo único.



Já passava da meia-noite, e todos os alunos da Sonserina já haviam ido para seus dormitórios. Todos, exceto um que, esparramado em uma poltrona de espaldar alto da Sala Comunal, se lembrava dos acontecimentos daquela maravilhosa tarde. Ele lembrava-se da pele macia e da voz graciosa de Hermione Granger, a garota que ele mais odiava - e desejava - no mundo. Ele passara a tarde inteira com Hermione, deitados na grama, conversando sobre nada e comunicando-se sobre tudo, por meio de beijos e carícias. Mas após uma idiotice, Draco viu todo o carinho entre os dois se dissolver como açúcar na água.





Sentada no carpete em frente à lareira, Hermione fitava o fogo atentamente. Harry e Rony discutiam sobre o dever de Poções sentados no sofá, e havia dez minutos que desistiram de perguntar algo à amiga, pois ela não respondia nada. Seus olhos estavam marejados de lágrimas, mas Hermione recusava-se a chorar por causa de Draco. Não depois do que ele havia dito.


 


Hermione e Draco estavam no jardim, observando o Lago Negro. Draco abraçava Hermione pela cintura, e ela encostava a cabeça no ombro do garoto.


– Não quero ter muitos filhos, Draco. Um casal está de bom tamanho. - o loiro sorriu.


– Planejar algo que ainda não sabemos se dará certo não é recomendável, Mione.


– Eu sei que dará certo. - Draco riu e encostou seus lábios finos no pescoço de Hermione.


– Não enquanto você for uma sangue ruim.




 


Draco se odiava por ter sido tão estúpido. Hermione não lhe deu a chance de pedir desculpas, pois ela levantou-se rapidamente, murmurando "Eu devia saber que você nunca irá mudar." e voltando para o castelo. Mas Draco não iria deixar tudo acabar daquele jeito. Ele levantou-se, decidido, e saiu da Sala Comunal, indo em direção as escadas.





– Não, isso não vai ficar assim. - Hermione levantou-se de um pulo, assustando Harry e Rony, que haviam quase caído no sono em cima do dever de Poções.


– Que d... - começou Rony, mas Hermione já havia passado por eles e a barra da sua capa já desaparecia pelo buraco do retrato.


– Se Malfoy acha que eu vou deixar que ele me trate desse jeito, ele não perde por esperar.





Draco subiu as escadas tão rápido quando pôde, ignorando tudo o que estava no caminho - inclusive Pirraça, que, ao ver Draco correndo sem lhe dar atenção enquanto estava colocando gomas de mascar nas fechaduras, não teve dúvidas e bombardeou o garoto com dezenas de bolas de chicletes, tiradas sabe-se lá de onde, enquanto berrava a plenos pulmões:


– ALUNO FORA DA CAMA! ALUNO FORA DA CAMA!


Draco virou-se assustado e recebeu a chuva de chicletes em cheio. O loiro levou um segundo para perceber o que estava acontecendo e voltar a correr mais rápido que antes. Ou, ao menos, ele teria corrido mais rápido, se ao virar no corredor não tivesse trombado com um par de olhos castanhos que agora o fitava do chão.





Hermione levantou-se e olhou para Draco sem se preocupar em disfarçar toda a fúria que sentia.


– O que você está fazendo aqui em cima, Malfoy?!


– Voltou a me chamar de Malfoy? O que houve com o "Draquinho querido"?


– Pegue o "Draquinho querido" e enfie no...


Antes que Hermione dissesse mais alguma coisa, Draco puxou-a pela cintura e a beijou. O loiro passou as mãos pelas costas da garota e tentou intensificar o beijo, mas Hermione empurrou-o, e um enorme silêncio invadiu o corredor, sendo quebrado apenas pelos gritos longínquos de Pirraça que agora voava por todo o castelo jogando bolas de chiclete.


– Hermione, eu...


– Não quero ouvir mais nada vindo de você, Malfoy.


Draco segurou os braços de Hermione e a empurrou direção a parede.


– Mas você vai ouvir! Eu fui um completo estúpido, e me arrependo amargamente do que lhe disse. Estou te pedindo perdão, porque não consigo imaginar a minha vida sem você ao meu lado.


Hermione olhou impressionada para Draco, e os olhos acinzentados do garoto a fitavam ansiosamente. Novamente os dois ficaram em silêncio, e eles puderam ouvir a voz de Dolores Umbridge alguns andares acima.


– Filch! Onde está o pestinha?


– Temos que sair daqui. Umbridge vai nos matar, Draco.


Draco beijou Hermione e sorriu.


– Então ainda somos namorados? - Hermione sorriu.


– Se não nos matarem agora, lhe vejo no café da manhã, Draquinho.


A garota deu um beijo rápido em Draco e saiu correndo em direção à uma escada, ao mesmo tempo que Umbridge e Filch apareciam do outro lado do corredor. Draco virou-se, com seu jeito arrogante de sempre, deixando o distintivo da Brigada Inquisitorial pregado em sua capa à vista.


– Senhor Malfoy, o que está fazendo aqui?


– O mesmo que vocês. Ouvi Pirraça gritando que havia um aluno fora da cama e vim verificar, afinal, é o meu dever.


Filch olhou desconfiado para Draco, mas Umbridge deu um largo sorriso de aprovação. O loiro passou por eles e desceu as escadas com um sorriso triunfante no rosto.





Hermione passou pelo buraco do retrato e adentrou a Sala Comunal sorrindo. Harry e Rony ainda estavam acordados, tentando terminar o dever. Ao ver a amiga, Rony levantou-se de um pulo e quase se jogou aos pés de Hermione.


– Por favor Mione, se não fizermos esse dever Snape irá fazer picadinho da gente e usar como ingrediente, nos ajude!


Hermione olhou de Rony para Harry, que limitou-se a dar de ombros antes de baixar a cabeça para voltar a fazer o dever. Ante a demora de Hermione, Rony desesperou-se e se jogou no sofá, gemendo como se Aragogue o estivesse devorando vivo, enquanto Hermione e Harry o olhavam impressionados. Por fim, a garota suspirou e sentou-se ao lado de Harry. O amigo a olhou e sussurrou:


– Você estava com ele, não estava?


– Sim.


– Você sabe que isso não dará certo... vocês são totalmente diferentes, Mione.


Hermione desviou o olhar e apenas sorriu.


– Rony, venha aqui e me diga o que precisa.

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