Capítulo 14



A neve parecia ter dado uma trégua, sorri ao perceber que já conseguia enxergar algo e comecei a diminuir a altitude, mas meu sorriso desapareceu na mesma hora em que vi que o carro descia direto para uma floresta de pinheiros. Me desesperei e tentei fazer com que o carro subisse de novo mas ele demorou de mais, a ponta de um pinehiro acertou em cheio a frente do carro me fazendo bater a cabeça no volante e perder o controle do automóvel, não demorei a sentir o liquido quente escorrer pela minha cabeça, abri os olhos e vi que o carro descia em alta velocidade em direção ao chão, recobrei os sentindo o mais rápido possivel e antes que o veiculo batesse no chão consegui recuperar a altitude. Com a respiração pesada e uma dor de cabeça insuportável consegui avistar um beco escuro não muito longe dali, ativei o botão de invisibilidade do carro e desci o mesmo estacionando no pequeno beco.


-Droga - murmurei passando a mão pelos cabelos e percebendo o sangue que se acumulava ali. - Você está bem? - Abaixei a cabeça olhando em direção a minha barriga e arregalei os olhos ao perceber que minha cabeça não era a unica coisa que sangrava.


-Até mais senhor Sttanford. - Virei a cabeça rapidamente e vi uma luz fraca saindo de um tipo de porta um pouco a frente, um senhor caminhava em minha direção enquanto outro acenava da porta, ergui o olhar e com a ajuda da pequena luzinha consegui reparar o letreiro que dizia "Caldeirão furado". Sorri nervosa enquanto calculava as possibilidades do que estava prestes a fazer, abri a porta do carro com força fazendo o velho bruxo que caminhava se assustar.


-Santo Merlim menina. - disse ele levando a mão ao peito. - Quase me mata de susto! - Balançou a cabeça e resmungou algo que não consegui entender. -Tenha um bom dia.


Ergui o olhar para o céu e percebi que o sol já estava para nascer, assim que me virei para o porta-malas na esperança de pegar minha bagagem senti uma pontada forte em minha barriga e cai ao chão gritando de dor.


-Senhorita!? - o homem que estava parado na porta se apressou e correu até mim. -Senhorita Potter? - O dono do bar me encarava procupado. - O que faz aqui a uma hora dessas?


-Flu. - sussurrei assim que a dor cessou. -Preciso viajar por sua rede de flu.


-Mas senhorita, você está sangrando, está passando mal eu não posso..


-Agora! -disse antes de sentir outra pontada forte e afundar minhas unhas nas costas do homem. -É o unico jeito de salva-lo. -As lágrimas invadiram meus olhos e eu encarei minha barriga e percebi que o homem fez o mesmo.


-É mais perigoso ainda, a senhorita está grávida.


-É a minha única chance. -Solucei enquanto as lágrimas escorriam. -Por favor.


Ele me encarou por um momento como se refletisse sobre o que estava prestes a fazer e balançou a cabeça.


-Fique de pé. - Ele disse me dando apoio. -Tenho quase certeza de que vou me arrepender disso. -Suspirou e me guiou para dentro do bar espantando os clientes curiosos e me levando até a lareira. -Tem certeza de que quer fazer isso? - Perguntou enquanto me estendia o pote com flu.


-Tenho, obrigada. - Sorri estendendo a mão para pegar um pouco. - Não conte a ninguém que me viu aqui, é a ultima coisa que peço. -Antes de resceberr uma resposta do homem senti outra pontada forte e antes que pudesse pensar soltei o pó em minhas mãos e disse. -Casa de Fleur e Gui Weasley.


-//-


O despertador tocou como fazia todos dias as 7:00am, Fleur -delicada como sempre- obrigou o mesmo a se calar e se levantou enquanto se espreguiçava, calçou seus sapatos, vestiu seu hobbie e saiu do quarto descendo as escadas. Fez uma pequena pausa no hall de entrada para pegar o 'Profeta Diário' que se encontrava perto da porta e seguiu para a cozinha colocando o jornal sobre a mesa e pegando a chaleira enchendo-a de água.


Havia acabado de ligar o fogo quando escutou um barulho vindo da janela e se virou rapidamente para ver o que era.


-Melth?! - exclamou surpresa caminhando até lá e abrindo a janela para que a ave entrasse. -O que é isso hum? -Disse enquanto desamarrava a carta das patas da ave. -É de Lily..Aconteceu alguma coisa? -Ela encarou a ave que lhe deu uma leve bicada na mão. -Ah claro, me desculpe. -Fleur caminhou até a mesa onde um bolo se encontrava e pegou um pedaço entregando para a ave e se sentando para ler a carta.


"Tia Fleur ou Tio Gui,


Olá! Quanto tempo não é? Não vou ficar enrolando porque o que vou falar é bem simples, estou indo para sua casa, quando chegar explico a vocês o motivo, se não me quiserem ai vou entender e procuro outro lugar para ficar mas por hora é o unico lugar que tenho para ir.


Até logo, Lily."


-O que Lily aprontou dessa vez hum? -Fleur encarou a coruja mas seus pensamentos logo foram interrompidos pelo grito da chaleira. Assim que ela desligou o fogo e a chaleira se calou, um barulho estranho e alto veio da sala de estar e Fleur correu para lá ver o que era. -Lily?!


-\\-


As chamas verdes logo me consumiram e a dor rapidamente cessou, imaginei nitidamente a sala de estar da casa em Paris e em poucos segundos a imagem se tornou real. Cambaleei para fora da lareira e logo vi tia Fleur aparecer ali correndo.


-Lily?! -Ela perguntou surpresa e confusa ao mesmo tempo.


Sorri fraco e estava prestes a responder quando outra pontada -dessa vez forte de mais -me derrubou no chão, e logo tudo ficou escuro.


-//-


-Lily!! -Fleur correu em direção a garota que havia caido no chão e apoiou a cabeça da mesma em seu colo. -Lily, abra os olhos querida, fale comigo. -A loira dava leves tapas no rosto da garota em tentativas frustadas de acorda-la. -Gui! Dominique! Louis! -Ela olhou para a ponta da escada enquanto esperava alguém responder a seu chamado e ao perceber que a cabeça da garota sangrava se desesperou ainda mais.


-Mãe? - A voz sonolenta de Louis surgiu e Fleur se sentiu por um segundo mais aliviada.


-Louis querido, acorde seu pai e sua irmã, dê um jeito de falar com seu tio Harry e precisamos ir para um hospital. Agora.


-Mãe o que ta acontecendo? - Agora era a voz de Dominique que soava pelo cômodo e logo a mesma apareceu na escada. -Isso dai é sangue? -A voz de sono fora substituida por uma de pavor e os olhos da ruiva estavam arregalados.


-Sangue onde? -A voz de Louis mil vezes mais apavorada que a de Dominique voltou a falar.


-Fique onde está Lou. -Fleur disse sabendo da certa fobia que o filho tinha em relação ao sangue. -Ou melhor, vá chamar seu pai! -Disse se descontrolando enquanto olhava Lily novamente. -E Nique ligue para seu tio!


-----


-Hermione é brilhante e perfeita. -Ronald sussurrava enquanto se levantava da cama. -Mas a pior ideia que ela já teve foi instalar um telefone aqui. -Resmungou enquanto descia as escadas indo ao encontro do aparelho berrante. -Alô?


-Tio Ronald?


-Sou eu.


-Tio Ron, é a Dominique. Bem, é que a Lily chegou aqui, mas ela tava machucada e sangrando, ela desmaiou assim que chegou e mamãe foi com ela para o hospital e pediu para que eu falasse com o tio Harry então, você pode passar o recado?


-Espera, Lily o que? Ela esta dormindo Nique, tem certeza do que está falando?


-Tio! Você realmente acha que eu ligaria praí às 7:00 da manhã para falar mentira? -A garota resmungou ofendida.


-Certo eu, eu aviso ao Harry, Tchau Domi. -Ronald pronunciou as palavras, desligou o telefone logo em seguida e subiu as escadas correndo em direção ao quarto de Lily parando na porta do mesmo e dando três leves batidas. -Lily? Lily você está ai? -O ruivo esperou cinco segundos por uma resposta e como não recebeu a mesma, girou a maçaneta e entrou no quarto. -Lily? -Ele olhou em volta na esperança de que a ruiva estivesse escondida em algum canto mas encerrou a busca ao perceber um pedaço de pergaminho na cama. Ronald pegou o bilhete e correu os olhos pelo mesmo e depois correu até o quarto de Harry escancarando a porta e acordando o mesmo.


-Ron, mas o que..? -Ele disse enquanto colocava os óculos.


-Lily fugiu de casa.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.