Capítulo 11
Estava parada na plataforma me despedindo de Mel quando avistei Alvo vindo correndo em minha direção.
-Que foi?
-Nada, só queria garantir que você vai embarcar. A proposito, não vou de trem, chegarei lá antes de você, agora entre logo, no natal ou quando as aulas voltarem eu te explico o que a Maris tem haver com meu trabalho.
Abri a boca para protestar mas Alvo já tinha aparatado, bufei de raiva e entrei no trem sendo empurrada por Tiff.
-Eu acho que a garota é uma espiã secreta e Alvo é parceiro dela. - disse Tiffany quando o trem começou a andar
-Hein?
-Você sabe, como aqueles seriados trouxas, ela é uma enviada da C.I.A. para investigar sobre.....sobre sei lá, se tem animagos proibidos na escola e Alvo é seu comparsa.
-Tiffany qual é o seu problema?
-Problema nenhum, pense, é tão obvio!
-Tiff - balancei a cabeça. - Pare com as drogas ok?! - não pude deixar de rir da cara que a morena fez. - Heey Steve está com quantos meses?
-Pelas minhas contas 7. Ah Merlim, só de lembrar que vou ter que aguentar um bebê durante o natal inteiro penso em pular do trem e voltar correndo para Hogwarts.
-Olha que engraçado eu vou ter que aguentar um bebê o natal inteiro mais meus pais me expulsando de casa e estou aqui porque você me obrigou. - Ela entortou a boca e me encarou.
-Quer pular também?
-Tiffany!
-Que foi? Eu só estou imaginando, ele não para de chorar nem por um minuto a unica coisa que ele sabe fazer é chorar,dormir e comer. Mamãe não me da um minuto de paz. É torturante, eu mal consigo dormir.
-Tiff eu sei, e logo eu vou passar pelo que sua mãe está passando então pare de se lamentar e pense, pelo menos o bebê é seu irmão e não seu filho.
-Desculpe Lily. - Ela disse com um suspiro. - Quer um sapo de chocolate? - Disse se levantando rapidamente e caminhando até o carrinho de doces.
-Dois por favor.
-Por que Melyssa nunca vem no natal? - disse Hugo entrando e se sentando a minha frente.
-Você sabe, os dois pais trabalham em Hogwarts então quando eles não ficam por lá, viajam de Hogsmead mesmo.
-Ah é verdade tinha me esquecido. Obrigado. - disse enquanto pegava um sapo de chocolate oferecido por Tiffany. - falando em Melyssa. - ele virou sua embalagem para nós mostrando a foto de tia Luna.
-Como vocês se sentem quando tiram seus pais? - Perguntou Tiffany mostrando a Hugo a foto de tio Ron.
-É o máximo! - falou Hugo sorrindo.
-Eu já tirei sua mãe uma vez Tiff, e no cartão deixava bem claro que ela fora a primeira namorada de papai. - disse rindo.
-Imagine um dia nossos filhos nos tirando em um desses cartões. - os olhos do ruivo brilharam
-Hugo, volte para a realidade, o lorde das trevas morreu, comensais por todo o mundo foram presos ou mortos, bem vindo a era do tédio, o maior feito da nossa geração será se formar. - Ela fez uma cara de tédio e abriu outro sapo de chocolate.
-Quem dessa vez?
-Severo Snape. O cara era um comensal o que ele ta fazendo aqui?
-Alvo tem o nome inspirado nesse cara. Papai disse foi o homem mais corajoso que já conheceu.
-Tanto faz. Lily já sabe o que dizer para seus pais?
-Não tenho ideia.
-Se eles te expulsarem de casa, pode ir para a minha.
-Tiffany, eu não vou olhar seu irmão para você.
-Por que não? Pode servir até de curso preparatório.
-Tiffany!
-Eu só queria ajudar. E só para constar não seria nada bonito um auror ir para askaban por matar a filha adolescente. - Hugo encarou a morena que deu de ombros e abriu um pacote de feijõenzinhos de todos os sabores. - Estou só comentando, que saco vocês dois.
O trem havia parado. Hugo se levantou e saiu acompanhado de Tiff. Encarei Melth que brincava com algum tipo de bicho em sua gaiola.
-Para você as coisas são tão mais simples não é?
Levantei e vi meu reflexo na janela,arrumei o casaco disfarçando minha barriga,ela estava demasiada grande para quatro meses. Agarrei a gaiola da coruja e fui em direção a plataforma
-Foi bom conhecer você Melth
Sai do trem com a cabeça um pouco baixa,não queria encarar ninguém,era péssima em mentiras. Alvo arrumava o cabelo ,James olhava constantemente para minha barriga, mamãe me olhava contente e meu pai exibia um sorriso de orelha a orelha,com certeza eles não tinham desconfiado de nada.
-Oi princesa – disse meu pai me abraçando forte
-Olá papai.
-Lily você engordou desde a ultima vez que te vi. - Disse Alvo com um sorriso no rosto, olhei para ele com um olhar que dizia “Seu filho da mãe,eu te mato” -Diminua nos doces ou nem conseguirá passar pela porta.
-Alvo seu..
-Olha a baixaria – gritou James
-Alvo deixe sua irmã em paz, você não está gorda Lily, está linda! - disse tia Mione vindo me abraçar.
-Lily – Rose correu em minha direção e me abraçou,mais forte que o necessário – Tudo bem??
-Tudo otimo,podemos ir? Estou cansada.
-Vamos.
Durante todo o caminho de casa fiquei calada,estava realmente enjoada e sentia que se eu abrisse a boca iria botar tudo para fora,ali mesmo. Respondia as perguntas de meus pais apenas com um asceno de cabeça ou um sorriso. Assim que chegamos desci calmamente do carro,mas quando a porta da sala foi aberta,voei escada acima e corri para meu quarto.
-Lily cadê você? Ah Merlin você comeu algo estrago?
Me levantei e fui até a pia lavar minha boca. Encarei Rose que me olhava preocupada.
-Sim,engoli um bebê – Olhei para a garota esperando alguma reação e resolvi me sentar por estar me sentindo tonta.
-Isso tudo é saudade de casa? - Disse Alvo entrando em meu quarto acompanhado de James.
-GORDA É A SENHORA SUA AVÔ!!! - gritei tacando um travesseiro no moreno
-Ela também é sua avô. - ele riu
-Praga!
-Você tá grávida? - disse Rose olhando abobada para qualquer lugar. Olhei para ela e forcei um sorriso
-Surpresaaa – disse mexendo as mãos como se estivesse comemorando.
-Pelas barbas de Merlin,você está grávida?
-Rose, tá com algum tipo de problema que dificulta o raciocínio ? - Alvo olhou para a garota que continuava encarando o nada.
-Não,não,mas....grávida? - ela fez uma cara que me fez rir
-É grávida.
-Sabe Rose um homem e uma mulher fazem....
-Sem detalhes Alvo,eu sei o que se faz para estar grávida!
-Você já fez? - nesse momento ele e James começaram a rir - Pense bem na resposta ou irei pensar que Scorpius torce para o outro time.
-Awn gente temos uma criança aqui. - disse Rose olhando furiosa para Alvo
Estava rindo sem parar até o enjoo voltar, levantei e corri para o banheiro, Rose veio correndo atrás de mim. Me levantei e vi a cara de nojo que ela fazia e ri . Lavei minha boca novamente e voltei para cama.
-De quanto tempo?
-O que?
-Que você tá grávida
A porta se abriu de repente e a minha visão foi de uma Ginny surpresa e confusa.
-Quem está grávida? - perguntou ela tentando manter o controle
-Ninguém,é só um jogo – falou Alvo
-Alvo para. Uma hora ela iria descobrir.
-Quem está grávida? - perguntou ela cerrando os dentes
Respirei fundo,era obvio que eu ia morrer,minha mãe não fazia o tipo compreensiva,meu pai era assim. Mas que diferença faria minha mãe ser compreensiva ou não? Eu morreria de qualquer jeito. Soltei um suspiro longo e arrependido
-Eu. - Abaixei a cabeça. Não conseguia olhar para ela. A expressão em sua cara já assustava sem ao menos olhá-la ,imagine então se eu resolvesse encara-la.
-V-Você Lily? Você?
Assenti com a cabeça mas ainda olhava para o chão,era impossível pensar em olha-la nos olhos.
-Oh Merlin – arrisquei uma olhada ,ela estava com as mãos sob o rosto se lamentando.
-Tudo bem mamãe. Eu sei que isso é péssimo mas o que eu posso fazer? Não posso pegar o vira-tempo da tia Mione e voltar no dia em que tudo aconteceu e impedir que aconteça. Lamentar não me ajuda em nada,vai lá,pode me xingar,me dar um sermão de um século e depois me expulsar de casa. Não ligo. Eu mereço.
-Tudo isso por preguiça de usar camisinha
-Calado Alvo! Saiam daqui. Todos. Quero conversar com sua irmã. Ande,saiam!
Senti um nó no estômago. Me sentei na cama e me encolhi. Assim que todos saíram ouvi o barulho de porta se fechando e olhei para minha mãe vindo em minha direção e se sentando na outra ponta da cama. Ela me encarou.
-Quando pretendia nos contar? - Fiquei calada,minha voz simplesmente não saia - As estupidas perguntas de Alvo e James. E depois Alvo diz que você está gorda. Como não reparei em sua barriga. Eu devia ter desconfiado. Lily até quando pretendia esconder isso de nós? Por que acho que mais um mês e todos perceberiam sua barriga de grávida.
-Eu, eu iria contar amanhã a noite. Achei que não era uma noticia para se dar por cartas. Só contei para Al e James para ver se eles poderiam me ajudar, mas eles são estúpidos de mais para isso. - Encarei ela e sua expressão era indecifrável ,suspirei . - Mãe não foi minha intenção, eu e Caique nos amamos – parei e engoli o nó em minha garganta tentando continuar – amávamos e já namorávamos a dois anos,simplesmente aconteceu. E essa gravidez – parei novamente. Meus olhos estavam encharcados pelas lágrimas e minhas mãos estavam um pouco trêmulas. - Eu não queria,juro que não queria. Oh mamãe eu sinto tanto. - As lágrimas começaram a rolar. Fiz o possível para isso não acontecer mas fora impossível contê-las .
Senti minha mãe se aproximar e me abraçar. O abraço dela era confortante o que me fez ficar um pouco mais calma.
-Lily,não chore,esta tudo bem.
Ela passava a mão por meus cabelos como se estivesse dizendo para a Lily de 5 anos que nenhum monstro iria pega-la . Era tudo que eu queria naquele momento,voltar a ter cinco anos brincar com Rose de bonecas sem me preocupar com nada. Não,eu não queria descer e encarar meu pai e dar a terrível noticia de que sua 'princesinha' estava grávida. Não queria fazer isso. Fechei os olhos. Então tudo aquilo era um sonho, tinha que ser um sonho, se me concentrasse eu estaria lá, no aeroporto de Londres manhosa querendo e não querendo me mudar para Paris com meus tios, até que minha mãe me deu meu ultimo beijo e eu entrei naquele enorme avião. Sim,era isso eu havia dormido durante toda a viagem. Tudo aquilo não passou de um enorme sonho, a estranha voz da comissária de bordo iria avisar que estávamos decolando em alguns segundos e logo tia Fleur iria me acordar dizendo "Bem-vinda a sua nova casa ruiva". Então abri os olhos. Minha mãe continuava lá e eu estava em meu quarto. Teria que encarar meu pai em poucas horas e isso era inevitável. Não era um sonho, nunca foi. As lágrimas vinham acompanhadas de soluços e eu me encolhia cada vez mais na cama.
-Lily querida,vá dormir,amanhã você terá um longo dia. - ela se levantou e beijou minha testa. - Venha pequena. - Ela havia se deitado novamente e me esperava encostada na cabeceira da cama, corri até ela e me deitei em seu colo. - Vai ficar tudo bem querida, mamãe está aqui. - Ela acariciava meus cabelos e beijava minha testa tentando me acalmar. - Vai ficar tudo bem. - Ela me abraçou forte e eu pude reconhecer a canção de ninar que ela cantava para mim quando ainda era apenas um bebê, devido o cansaço da viajem meus olhos não demoraram a ficar pesados, em poucos minutos adormeci.
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