Snape para Mansão Malfoy.
Naquela mesma noite, Snape foi até a mansão. Traidor, era isso que ele era. Ele foi fazer justamente o que Hermione prevera na sua mente. Contar a ele sobre a transferencia. Todos os comensais-incluido Draco-estavam ali, sentados na mesa, Voldemort sentado na ponta, o que lhe dava um ar de soberania, superioridade. Nagini rastejava-se no chão ao lado de seu dono.
-Ah, Severo. Achei que havia se perdido. Venha, sente-se.
Ele foi. Sentou-se ao lado dele.
-Me traz boas notícias, espero.
-Será no sábado, ao anoitecer.
-Permita-me, milorde. Ouvi coisa diferente. - "Dawlish, o Auror, deixou escapara que Potter não vai ser mudado de lugar até o dia
13, a que precede o aniversário de 17 anos dele."
Snape estava sorrindo.
- Minha fonte me disse que há planos de dar um alarme falso; esse deve ser o referido.
Não há dúvida que um Feitiço Confumdus foi posto em Dawlish. Não seria a primeira
vez, ele é conhecido por ser suscetível a tais artifícios."
- Eu posso lhe assegurar, meu Lorde, que Dawlish parecia estar muito certo do que
disse- disse Yaxley.
- Se ele está sob feitiço, obviamente ele vai parecer confiante.- disse Snape
- Eu lhe garanto, Yaxley, que o escritório dos Aurores não vai desempenhar papel na
proteção de Harry Potter. A Ordem acredita que nós estamos infiltrados no Ministério.
- A Ordem supõe uma coisa corretamente então, né?- disse um homem baixo e gordo
sentado não muito distante de Yaxley, ele deu uma risadinha forçada que ecoou aqui e
ali por toda a mesa.
Voldemort não riu. Seu olhar havia se detido acima, em direção ao corpo que girava
vagarosamente, e ele parecia perdido em pensamentos.
- Meu Lorde,- Yaxley continuou,-Dawlish acredita que um esquadrão inteiro de Aurores vai ser usado para transferir o garoto-
Voldemort levantou uma grande mão branca, e Yaxley parou de uma vez, olhando
amargamente à medida que Voldemort se virou para Snape.
- Onde eles vão esconder o garoto em seguida?
- Na casa de um dos participantes da Ordem- disse Snape.-O lugar, de acordo com a
fonte, recebeu toda proteção que a Ordem junto com o Ministério podem dar. Eu
acredito que a chance de o pegarmos assim que ele estiver lá é pequena, meu Lorde, a
não ser que o Ministério, é claro, tenha sido derrotado antes do próximo sábado, o que
talvez nos daria oportunidade de descobrir e desfazer encantamentos suficientes para
passar pelos restantes.
- Bom, Yaxley?-Voldemort chamou-o através da mesa, a luz do fogo refulgindo
estranhamente em seus olhos vermelhos.-O Ministério será derrotado até o próximo
Sábado?
Mais uma vez, todas as cabeças giraram. Yaxley ajeitou seus ombros.
- Meu Lorde, eu tenho boas notícias em relação à isso. Eu consegui - com grande
dificuldade, e depois de muito esforço - lançar uma maldição Imperius em Plus
Thicknesse.
Muitos daqueles sentados em volta de Yaxley pareceram impressionados, seu vizinho de
cadeira, Dolohov, um homem com uma grande e estranha face, deu um tapinha em
suas costas.
- É um começo, disse Voldemort, Mas Thicknesse é apenas um homem, Scrimgeour
deve estar cercado de nossa gente antes que eu aja. Um atentado mau-sucedido à vida
do Ministro, pode me retroceder um bom caminho.
- Sim - meu Lorde - isso é verdade - mas você sabe, como Chefe do Departamento de
Aplicação das Leis da Magia, Thicknesse tem contato regular não somente com o
ministro, bem como todos os chefes de departamento do Ministério. Será fácil, creio eu,
agora que nós temos um oficial de ranking tão elevado sob nosso controle, subjugar os
outros, e então eles podem todos trabalhar juntos para derrubar Scrimgeour.
- Isso se o nosso amigo Thicknesse não for descoberto antes que ele tenha convertido o resto. Em qualquer ritmo, ainda continua sendo improvável que o Ministério seja meu antes do próximo sábado. Se nós não podemos alcançar o garotoem seu destino, então isso deve ser feito enquanto ele viaja.
- Nós estamos em vantagem aqui, meu Lorde. Agora nós temos muitas pessoas posicionadas
dentro do Departamento de Transporte Mágico. Se Potter Aparatar ou usar a rede de
Flu, nós saberemos imediatamente.
- Ele não fará nenhum dos dois. A Ordem está evitando todo tipo de
transporte que seja controlado ou regulado pelo Ministério, eles desconfiam de tudo que
tenha a ver com o mesmo.
-Melhor ainda. disse Voldemort. Ele vai ter que se mover em campo aberto. Mais fácil de pegá-lo, sem dúvidas.
Mais uma vez voldemort fitou o corpo que girava vagarosamente enquanto ele continuou
- Eu mesmo vou me atrás do garoto. Já houve muitos erros no que diz respeito a Harry Potter. Alguns deles foram meus próprios. O fato de Potter viver se deve mais a meus
erros do que aos seus triunfos.
O grupo em volta da mesa observou Voldemort apreensivamente, cada um deles,
através de sua expressão. com medo de serem culpados por Harry Potter continuar
existindo. Voldemort, no entanto, parecia estar falando mais consigo mesmo do que
para qualquer um deles, ainda atento ao corpo inconsciente acima dele.
- Eu não fui cuidadoso, e também fui frustrado pela sorte e pela chance, esses estraga
prazeres de todos menos dos planos mais bem elaborados. Mas eu sei melhor agora, eu
entendo coisas que eu nao entendia antes, eu devo ser a pessoa que mata Harry Potter,
e eu vou ser.
Com essas palavras, como que em resposta à elas, um repentino berro ressoou. um
terrível grito profundo de miséria e dor. Muitos dos que estavam na mesa olharam para
baixo, surpresos pelo som que parecia ter vindo debaixo de seus pés.
- Rabicho? falou Voldemort, sem mudar o seu tom baixo e sóbrio, e sem tirar os olhos do corpo que girava acima, Eu já não te falei sobre manter o nosso prisioneiro quieto?
- Sim, m-meu Lorde, engasgou um pequeno homem na metade da mesa, que estava
sentado tão profundamente em sua cadeira que a princípio parecia desocupado. Agora
ele saltava de sua cadeira e disparava da sala, deixando nada mais atrás dele que um
curioso brilho de prata.
- Como eu estava falando, continuou Voldemort, olhando mais uma vez para as tensas faces de seus seguidores. Eu entendo agora, eu posso precisar, por exemplo,
emprestar uma varinha de um de vocês antes que eu vá matar Potter.
As faces à sua volta entraram em choque, ele pareceu ter anunciado que queria um
braço de um deles emprestado.
- Sem voluntários? disse Voldemort, Vamos ver... Lúcio, eu não vejo razão para você
ainda ter uma varinha.
Lúcio olhor para cima. Sua pele parecia amarela e feita de cera sob a luz do fogo, seus
olhos eram profundos e sombrios. Quando ele falou, sua voz estava embargada.
- Meu Lorde?
- Sua varinha, Lúcio. Eu estou requisitando a sua varinha.
- Eu...
Malfoy olhou de lado para sua esposa. Ela estava parada logo à frente, quase tão pálida
quanto ele, seu longo cabelo loiro caído em suas costas, através da mesa os dedos finos
de sua esposa fecharam brevemente em seu punho. Ao toque dela, Malfoy pôs a mão
em seu robe, sacou uma varinha e a passou para Voldemort, que segurou-a em frente à
seus olhos vermelhos, examinando-a atentamente.
- Do que ela é feita?
- Olmo, meu Lorde sussurou Malfoy.
- E o núcleo?
- Dragão - coração de dragão.
- Bom. disse Voldemort. Ele sacou sua própria varinha e comparou os comprimentos.
Lúcio Malfoy fez um movimento involuntário, por uma fração de segundo, pareceu que
ele esperava receber a varinha de Voldemort em troca da sua. O gesto não foi ignorado
por Voldemort, cujos olhos apertaram maliciosamente.
- Te dar a minha varinha, Lúcio? Minha varinha?
Alguns dos presentes deram risadinhas.
- Eu dei a você a sua liberdade, Lúcio, isso não é o suficiente para você? Mas eu tenho notado que você e a sua família parecem menos que felizes. O que há com a minha
presença em sua casa que o incomoda, Lúcio?
- Nada - nada, meu Lorde.
- Tais mentiras Lúcio...
A voz suave parecia continuar a sair como um chiado de cobra, mesmo depois da boca
cruel ter parado de se movimentar. Um ou dois dos bruxos quase não seguraram um
tremido assim que o chiado começou a ficar mais alto; alguma coisa pesada pôde ser
ouvida deslizando através da mesa, embaixo dela.
A cobra imensa emergiu e escalou lentamente a cadeira de Voldemort. Ela se levantou,
aparentemente sem fim, e veio a descansar nos ombros de Voldemort. Seu pescoço da
espessura da coxa de um homem; seus olhos, com seus orifícios verticais no lugar de
pupilas, não piscavam. Voldemort tocando a criatura distraidamente com seus longos
dedos, ainda olhando para Lúcio Malfoy.
- Porquê os Malfoy parecem tão infelizes com seu bando? Não é o meu retorno, minha ascenção ao poder, o que eles sempre proclamaram desejar por tantos anos?
- Mas é claro meu Lorde," disse Lúcio Malfoy. Sua mão tremia enquanto ele secava o
suor de seu lábio superior. "Nós desejávamos isso - nós ainda desejamos.
À esquerda de Malfoy, sua mulher fez um estranho gesto de afirmação, seus olhos
desviados de Voldemort e da cobra. À sua direita, seu filho, Draco, que esteve olhando o
corpo inerte pendurado, olhou rapidamente Voldemort e desviou o olhar em seguida,
aterrorizado com o contato visual. Ele pensava em Hermione, Rony, Harry... Tinha que protegê-los, estavam juntos contra Voldemort agora. Até ali, ele permaneceu sem dizer uma letra sequer. Voldemort então, perguntou.
-E o que você diz, Draco? Está tão quieto, tão silencioso, vamos, diga o que pensa sobre isso...
-Milorde, nada tenho a declarar, eu só acho que é melhor esperar que Potter venha até o senhor, será mais seguro para todos.
Voldemort fitou Draco, ele estava diferente, estranho. Draco sentia uma imensa vontade de atacar, acabar com isso de uma vez por todas, mas era melhor deixar que Harry acabasse com ele.
Voldemort levantou a varinha de Lúcio Malfoy, apontou ela diretamente para a figura
que rodava vagarosamente, suspensa acima da mesa, e deu um pequeno giro. A figura
voltou a vida com um grunhido e começou a lutar contra barreiras invisíveis.
- Você reconhece nosso convidado, Severo? perguntou Voldemort
Snape ergueu seus olhos para o rosto virado de cabeça pra baixo. Todos os Comensais
da Morte estavam olhando para o prisioneiro agora, como se lhes tivesse sido dada a
permissão para demonstrar curiosidade. À medida que girava para encarar a luz do
fogo, a mulher disse em uma aguda e aterrorizada voz.
- Severo, me ajude!
- Ah sim, disse Snape enquanto a prisioneira virava de devagar de volta.
- E você, Draco? perguntou Voltemort, acariciando o focinho da cobra com a mão livre.
Draco concordou com sua cabeça de maneira boba. Ele estava assustado, e queria contar a Hermione o que estava havendo, mas com Snape e Voldemort capazes de penetrar na mente dos outros, se ele fizesse isso, com certeza seria morto no mesmo instante. Agora que a mulher havia acordado,ele parecia ser incapaz de continuar olhando para ela.
- Mas você não fazia disciplina dela, disse Voldemort. Para aqueles que não sabem,
nós estamos reunidos aqui hoje à noite, por Charity Burbage que, até recentemente,
lecionava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!
Houve pequenos barulhos de compreensão ao redor da mesa. Uma mulher brega, de
dentes pontudos gargalhou.
- Sim...Professora Barbage ensinava às crianças bruxas tudo sobre os trouxas... como
eles não são muito diferentes de nós...
Um dos Comensais da Morte bateu no chão. Charity Burbage girou a ponto de fitar
Snape novamente.
- Severus...por favor...por favor...
- Silêncio, disse voldemort, com mais um movimento com a varinha de Malfoy, e
Charity ficou em silêncio como se tivesse sido calada. Pela terceira vez, Charity Burbage girava e fitava Snape. Lágrimas saíam de eus olhos e escorriam em seus cabelos. Snape olhou de volta pra ela, praticamente mpassível, enquanto ela girava para longe dele novamente.
- Avada Kedavra
Um flash de luz verde iluminou cada canto da sala. Charity caiu, com um barulho
ressoante, na mesa abaixo, que rachou e quebrou. Vários dos Comensais da Morte
pularam para trás em suas cadeiras, Draco caiu da sua própria cadeira e foi para o chão.
- Jantar Nagini disse Voldemort suavemente, e a grande cobra rastejou de seus
ombros em direção ao chão de madeira polido.
Voldemort olhou para todos ali.
-É isso que eu faço com quem tenta me desafiar. Vão! Saiam daqui!!
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