O Expresso de Hogwarts
"E lá se foi Alice, descendo atrás do Coelho, sem jamais considerar como faria depois para sair dali"
Era íncrivel, era insano, eu estava passando diretamente por uma sólida parede na estação de King's Cross, como poderia se não por mágica? Magia absoluta e tocante, meu coração bombeava em um ritmo cada vez mais frenético. Uma gigante locomotiva vermelha estava parada logo à minha frente, soltava uma fumaça cinza ofuscante, repolhuda.
-Olha Al, seu irmão vai ter que embarcar agora, não fique assim, próximo ano é sua vez. - disse meu pai, Harry. - Vá James, boa sorte.
-Vamos Al, ânimo! Talvez você seja o primeiro sonserino em nossa família! - brinquei eu, tentando disfarçar de todos os modos possíveis meu imenso nervorsismo, o sempre autoconfiante e forte James não ficaria por baixo agora.
-James! Dá um tempo. - disse Lily, que me olhava com uma cara amarrada. Sempre abusada para sua idade, oito anos.
-Tchau Lily, acho que vou entrar... Não me espere para o natal, talvez eu possa ter sido engolido por um polvo gigante ou um trasgo montanhês sabe? O tipo de coisa que acontece em Hogwarts. - observei sorridente a cara chorosa que a menina fez, brincar com a cara dos meus irmãos era sempre o melhor remédio.
Os alunos de Hogwarts entravam animados no trem, o primeiro de setembro era um dia simbólico para mim. Garotos entravam com cachorros, gatos, corujas e até sapos. Garotas entravam em grupos, conversando com suas amigas, sobre bandas famosas no mundo bruxo, os Smashing Pumpkins(banda bruxa que fazia sucesso também no mundo trouxa.), iriam fazer um show em Hogwarts este ano.
-Adeus James, boa sorte, escreveremos para você toda semana, conte com isso. - Minha mãe, Ginny, me deu um beijo de despedida na cabeça, embora eu tenha amarrado a cara, me reconfortou bastante.
-Tchau Pai, tchau Mãe, tchau Lily, adeus pequeno-futuro Slytherin. - disse eu, sorrindo para a cara de raiva que Albus fazia. Entrei no trem, minhas mãos estavam suando, o longo corredor estava reluzente, garotas me olhavam, talvez porque eu fosse bonito... pensando melhor era porque eu era o filho de Harry Potter. Entrei numa cabine vazia, esperando que ninguém me incomodasse, e acho que acabei pegando no sono, pois quando me dei conta haviam 2 meninas e um menino na minha cabine.
-Gente, acho que ele acordou. - disse rindo, a garota ruiva. - Boa Noite, prazer, qual seu nome?
-James, sou Ja...
-Ah corta essa Ana, todos nós sabemos quem ele é, o filho de Harry Potter! - disse o garoto, franzindo a testa como se fosse óbvio.
-Harry quem...? - disse a garota com os cabelos loiros e olhos verdes, estava corada, com certeza era trouxa.
-Poxa Alice, esperava que você tivesse lido alguma coisa antes de vim para Hogwarts. Harry Potter, o que derrotou o Lord Voldemort. - disse Ana, irritada.
-Ah sim, o Lord das Trevas! - Alice franziu a testa e virou para mim, sorrindo. - Prazer, sou Alice Johnson. Mas pode me chamar de Ali, sabe, acho mais confortável.
-Prazer Ali, acho estranho te chamar de Ali, porque tenho uma prima que se chama Alissia, então... - disse eu, completamente enrolado, a beleza da garota era de outro mundo, ela usava roupas trouxas belíssimas, um short curto branco e uma camisa de uma banda de rock trouxa. - Desculpe.
A garota riu um pouco e apertou minha mão num gesto engraçado. A outra garota, Ana, ruiva com os olhos castanhos também era muito bonita, era um páreo duro decidir qual das duas era mais bonita. Ana virou para mim, e apertou minha mão, talvez na esperança que eu falasse alguma coisa.
-Bem... Sou Ana, Ana Longbottom. E esse patetão aqui é o Frank, meu irmão, somos os...
-Filhos do Neville. - completei, sorrindo para a garota. - Conheço seu pai, ele sempre anda lá em casa, por que nunca foram?
Frank deu de ombros, e levantou, apertando minha mão, com um sorriso meio torto, ele parecia um cara "descolado".
-Todos vocês vãos fazer o primeiro ano? - perguntou Alice no instante em que todos assentiram com a cabeça.
A chuva começou a bater levemente e embaçar as janelas do trem, o primeiro de setembro era frio, não só pela chuva, mas pelo nervorsísmo. Nós conversavamos animados sobre qual casa queríamos ir.
-Grifinória! - disseram Frank e Ana Longbottom, eu assenti com a cabeça. Alice ficou parada, sem reação.
-Bem... quais são minhas opções?
-Francamente Alice, você sabe que é uma bruxa? - perguntou ironicamente Frank, girando os olhos.
-Sei, eu acho, fazia coisas estranhas acontecerem sabe? - disse a garota, que obviamente estava muito perdida por ali.
-Sei, bem... acho que a gente vai pra outra cabine... ler um pouco. - disse Ana, puxando o irmão para junto dela e se retirando da cabine.
-Como eu posso ser uma bruxa? Eu não sei nada sobre esse mundo, é uma coisa muito diferente pra mim, acha que terão preconceitos comigo? - perguntou Alice, chorosa e assustada.
-Ér... Alice, os bruxos tem certos preconceitos quanto aos nascidos trouxas, sabe? Mas eu não, admiro os trouxas. - disse eu, tentando animar a garota. Não pareceu adiantar muito, pois lágrimas começaram a descer de seus olhos, ela ficava ainda mais bonita chorando. -Não chora Ali, não.
-Eu vou ser uma rejeitada, sem amigas, sem amigos, sem nada. - eu duvidava muito disso, a menina era muito bonita para ficar solitária.
-Não Ali, eu... eu sou seu amigo, a gente é amigo, vai ficar tudo bem!
-Jura? - os olhos de Alice começaram a brilhar. -Aaah! Mas... minhas roupas não são legais para os bruxos, acho que vocês acham elas meio vulgares, sabe?
-Eu não acho! - um impulso tomou conta da minha voz, era impossível que uma menina tão bonita estivesse se rebaixando tanto. - Na verdade, você está linda Alice.
A garota não respondeu, estava completamente corada num canto, arrepiada. Ela passou meia hora olhando para baixo.
-Ei James, é Jam... - ela riu para mim, dando um beijo em minha bochecha. - vou me trocar, poderia dar licença um segundo, por favor?
Então eu saí, não havia opções mesmo. O corredor já estava cheio de gente com as vestes de Hogwarts. Imaginei que tivesse tido sorte em já estar com as vestes, então passado alguns minutos a garota reabriu a porta. As vestes de Hogwarts ficaram perfeitas nela, mais ainda que as roupas trouxas.
-Vem, pode entrar. - disse ela. Eu não entrei, fiquei admirando ela por alguns segundos. - Ah, Jam, eu não mordo!
-Jam? Por que Jam? - perguntei, entrando e me segurando para não agarrar a garota ali mesmo, seria um trauma para ela, provavelmente.
O trem parou, já era hora de descer.
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