Único



Oi, gente! É,ainda estou aprendendo a ver esse negócio direito... Bem, eu tenho uma conta no Nyah! Fanfiction, onde é o lugar que eu geralmente posto as histórias, mas eu também gosto muito daqui.
Espero que gostem da One!
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Rose, eu me lembro de você.


Estávamos na estação de King’s Cross, quando eu te vi pela primeira vez. Me lembro de como seu sorriso era encantador e brilhante mesmo visto à distância. Me lembro que me encontrei perdido nos seus olhos travessos e tive uma urgência de te ter pra mim.


Ah Rose, eu ainda te encarei por um longo tempo antes que você sequer me notasse. Seu olhar perpassou o meu e vi você esboçar um sorriso. O sorriso que naquela época eu não sabia, mas que hoje eu sei pertencer somente a mim. E eu não pude evitar de sorrir de volta.


Quando entrei no expresso, me lembro de ver você brigando de um jeito só seu com um garoto moreno de cabelos espetados e olhos verdes. Me lembro de como você o olhou de cima a baixo e depois suspirou pesadamente, como eu percebi que só você sabe fazer. Rose, eu me lembro de ter visto pela primeira vez a sua cara de irritação – cara que eu descobri pouco tempo depois ser frequentemente recorrente sua - e me lembro de ter pensado que não existia nada mais bonito que isso no mundo inteiro.


E eu me lembro de que a cada instante você parecia se tornar mais e mais perfeita. O jeito como seu cabelo se mexia quando você balançava a cabeça, do brilho que cobriam os seus olhos, do seu ar irritante de superioridade e do timbre doce da sua voz. E eu me lembro de ter percebido que talvez aquele fosse o céu.


Rose, ainda me lembro de sentar na mesma cabine que você e Alvo. Eu estava muito nervoso por sequer estar sentado do seu lado. Entrei com confiança, mas por debaixo de todas as aparências, eu tremia de medo e insegurança. Eu me lembro do olhar de ironia e superioridade que você me lançou, e mesmo ainda sendo muito novo pra entender algumas coisas, eu já me perguntava se aquilo que eu sentia seria o que chamam de amor.


Eu lembro do silêncio constrangedor que se fez presente, e que nenhum de nós tinha assunto. E de repente nós explodimos em gargalhadas. Talvez tenha apenas sido o clima de tensão que tenha se espalhado na cabine, ou o meu nervosismo, mas aquela foi a primeira vez que eu me senti realmente incluso em alguma coisa. E eu me senti bem, muito bem.


Rose, a cada minuto passado ao seu lado era genial. Era simplesmente mágico. E aquele era um tipo de magia totalmente nova pra mim. E nós até poderíamos ter nos dado bem se não decidíssemos levar em consideração os avisos de nossas famílias de manter distância.


Eu me lembro de você em algum momento da conversa ter se inclinado na minha direção e franzido a testa como se estivesse pensando. E eu me inclinei para trás, por que apesar de estar gostando do seu jeito de ser, eu tinha medo de me deixar levar demais por você e acabar me perdendo. E como se estivesse falando pra si mesma você sussurrou:


“Eu não entendo. Você é um Malfoy, então como pode ser tão legal?”


E eu respondi estreitando os olhos e chegando pra frente, fazendo você recuar:


“Está dizendo que os Malfoy não são legais?”


“Não... Quero dizer, sim... Bem, mais ou menos... Não sei o que estou querendo dizer...”


“Eu sou um Malfoy, mas meu sobrenome não me define. Assim como seu sobrenome não define quem você é.” Nós dois nos aprumamos no banco de forma ereta, com os olhos lacrados.


“Mas você tem todas as características de um verdadeiro Malfoy. Olhe pra você. Você parece bem arrogante e convencido. E quer ir para a Sonserina, não quer? Então como pode dizer que seu sobrenome não te define?”


E eu me lembro de ter corado intensamente, e de ter ficado extremamente irritado com aquele comentário, enquanto Alvo apenas olhava para a cena meio sem saber o que fazer, como nós dois sabemos que é a cara dele. Eu já começava o meu processo de reavaliação de Rose Weasley.


“E você também tem todas as características de uma Weasley. Fica aí posando de feliz e esperta, fingindo que é a garota perfeita, da vida perfeita, da família perfeita. Mas sabe o que você é de verdade? Uma idiota. Os Weasley são todos uns idiotas, e você é a maior deles!”


Sim, Rose, e naquela tarde eu vi seus olhos se encherem de lágrimas por minha causa pela primeira de muitas vezes, e eu senti como se meu mundo todo desabasse lentamente à minha volta. Mas eu era muito orgulhoso para pedir desculpas, e você também era muito orgulhosa para aceita-las.


Eu me lembro que depois daquele dia viramos inimigos.


Eu me lembro ainda de muitas coisas pelas quais brigamos. Mas acima de todas as coisas que eu me lembro ou das quais esqueci... Eu ainda me lembro de você.


***


Rose, era o quarto ano, e eu estava animado por tentar vencer você no jogo da Grifinória contra a Sonserina. Eu me lembro de que nada me deixava mais feliz que ganhar de você em qualquer coisa que fosse.


Eu lembro de andar pelo castelo despreocupado e animado, piscando para todas as garotas que cruzavam o meu caminho. Bem a minha cara, não? E o estranho era que eu só fazia isso pra ver aquela sua carinha de brava, quando eu recebia a atenção de todas e os seus olhos de avada na minha direção.


E foi na hora em que eu passava pelo corredor do segundo andar que eu ouvi a sua risada. E aquela era a única coisa que eu ainda gostava em você, apesar de fingir para todos com todas as minhas forças que aquela era coisa que eu mais odiava.


Eu abri a porta. E fiquei estático. Porque lá estava você e ninguém mais que aquele safado do Richard Collins. Eu nunca tinha gostado do capitão do time da Grifinória, mas por alguma estranha razão, naquele momento eu o odiei ainda mais do que eu achei que fosse possível odiar alguém.


Naquela semana a Sonserina teve a sua pior derrota do século. E eu prometi pra mim mesmo que te tiraria da minha cabeça não importava o que custasse.


Mas foi inútil. Afinal, como eu poderia esquecer de você?


***


Era o ultimo trimestre do ultimo ano. E, Rose, eu não poderia estar me sentindo mais confuso. Primeiramente, eu ainda não sabia o que queria ser. Segundo: eu não sabia se estava triste por ir embora ou simplesmente feliz por me libertar. E terceiro: você vinha ocupando uma boa parte dos meus pensamentos ultimamente. E não era de um jeito que inimigos devem pensar um sobre o outro. Isso me preocupava seriamente.


Eu me lembro de andar de cabeça baixa enquanto ia para o Salão Principal jantar. E eu me lembro de ter revisto todas as nossas brigas na minha cabeça procurando por uma resposta que eu sentia estar debaixo do meu nariz. Estava tão distraído que nem percebi quando uma mão pousou no meu ombro. Mas não era simplesmente uma mão. Era a sua mão.


“Malfoy? Você está bem?”


Olhei pra cima e encontrei você me encarando. Mas não encarando de uma forma ruim. Era como se pela primeira vez você se importasse comigo. Forcei um sorriso debochado.


“Estou sim, Weasley, obrigado por fingir se importar.”


Você me olhou mais friamente que antes e depois tirou a mão do meu ombro devagar.


“Não acho que esteja. Te chamei de doninha quicante umas dez vezes e você nem me olhou. Tem alguma coisa errada?”


Dei um sorriso, dessa vez de verdade, mas ainda respondi debochado abrindo os braços enquanto olhava nos seus olhos e ia me afastando.


“Não sei bem... Talvez tenha. Mas não precisa se importar, só estou um pouco confuso no momento.” Eu lembro de ter virado completamente e começado a andar de volta para as masmorras sem nenhum pingo de fome.


“Se eu não precisasse me importar eu não estaria aqui, certo, Malfoy?” Pude sentir você girar os olhos naquela sua típica expressão de sabe-tudo que me irritava profundamente. Me virei. “Nossa, como você é burro. Será que eu tenho que fazer tudo sozinha?”


E depois disso você simplesmente se aproximou e me beijou. Eu não pude fazer nada, a não ser colocar as mãos em suas costas e fazer o que eu mais queria no meu inconsciente desde sempre.


Rose, eu me lembro daquela noite, assim como das muitas outras que dividimos juntos. Ainda me lembro do seu cheiro de sabonete e flores que me deixava louco. Me lembro dos seus beijos, das nossas conversas na madrugada, das vezes que escapamos do Filch, do fato de tentarmos entender aquela coisa irracional que era para nós estar apaixonados e das nossas juras de amor.


Rose, eu ainda me lembro de cada detalhe, de cada som de cada palavra pronunciada. Mas só quando eles tratam de você.


***


Era a nossa festa de formatura. Eu me lembro de estar realmente feliz, como eu nunca estivera antes. Já sabia o que queria ser, graças a você. Jogador de quadribol. No fundo, eu sempre quisera jogar quadribol profissionalmente, mas nunca tivera coragem de admitir isso em voz alta por medo de não ser bom o suficiente pra conseguir. Eu fora aceito no Ballycastle Bats como artilheiro, e entraria assim que a nova temporada começasse.


Eu me lembro de ter pegado meu diploma nas mãos de McGonnagal, e depois ter sentado do lado de Alvo. E depois que todos já tinham pegado seus diplomas, você se levantou e foi em direção ao palanque central. Rose, seu discurso fora coisa mais emocionante que eu já tive o prazer de ouvir, e até mesmo os sonserinos ficaram emocionados.


Eu me lembro de ter olhado para muitas pessoas, e de ter falado e abraçado muitas delas. Mas o que ficou gravado na minha memória foi você e como estava simplesmente radiante. Andando de um lado para o outro com aquele seu sorriso encantador. Eu não conseguia desviar meu olhar de você, por mais que tentasse. Até mesmo Alvo, que é bem lerdinho percebeu a minha fissura.


Parece que aquela noite foi rápida como uma rajada de vento, e a próxima coisa que me recordo é de você puxando minha mão para longe de toda a confusão. Apenas te segui para uma sala vazia. Quando chegamos lá, fechei a porta atrás de mim e você sentou na mesa do professor, de costas pra mim. Eu me lembro de você ter suspirado, como se carregasse um peso enorme nas costas. E ainda sem se virar, falou baixinho:


“Acabou.”


Eu só pude te encarar e deixar você terminar de falar o que queria, enquanto olhava seus contornos visíveis por causa da lua.


“Sabe, Scorpius, eu... Não sei bem o que está acontecendo. Agora que acabou você acha que, talvez, sabe... Nós daríamos certo?”


Sorri e fui me aproximando devagar. Fui para sua frente e te abracei.


“O que te faz pensar que não?”


Você me olhou nos olhos.


“Então isso é um sim?”


“Você é quem sabe.” Falei com um sorriso.


E dessa vez você também sorriu, me puxando para um abraço forte.


“Eu te amo, Rose.”


“Eu também te amo, Scorpius.”


E eu me lembro de que as estrelas nunca pareceram mais brilhantes, ou a lua pareceu mais perto de se alcançar.


***


Estávamos juntos por três anos. Nos encontrávamos todos os dias, não importava as circunstâncias. Naquele dia a chuva nocauteava a cidade de Londres com força. Eu andava com a cabeça baixa para não me molhar demais. Tivera um mau treino, e aposto que você também tivera um dia ruim no trabalho. Entrei no café e me sentei na mesma mesa que costumávamos sentar. Esperei você chegar calmamente. Ouvi o sininho da porta soar e vi você entrando. Se sentou na minha frente e me deu boa tarde.


Eu pedi café pra mim e um cappuccino pra você.


Acho que nunca vi ninguém terminar o namoro por um motivo tão estúpido. Mas também acho que brigas de Rose Weasley e Scorpius Malfoy são realmente todas por motivos estúpidos.


Você franziu a testa e me perguntou:


“Amor, como você sabe que eu queria cappuccino?”


Respondi feliz:


“Ah, querida, é o que você sempre pede.”


E eu não entendia porque você estava tão zangada.


“Você acha que eu não tenho capacidade de pedir as coisas por minha própria conta?


“Ah... Tem sim, amor, mas é que eu achei que...”


“Você nunca leva em consideração o que eu quero, só se importa com você!”


“Como é que é?” Eu já estava ficando irritado.


“Você não pode ler a minha mente, então tenha a consideração de perguntar o que eu quero da próxima vez!”


“Rose, o que há de errado com você?”


“Nada que seja da sua conta!”


“Argh, você está me irritando!”


“Que ótimo!”


“Como assim ‘que ótimo’?”


“Ah, estou cansada, é só isso!”


“E precisa descontar em mim?”


“SIM!”


“Ah, quer saber? Estou cheio de você e de seus dramas!”


“E eu estou cheia de você e do seu ego enorme!”


“Então acho melhor terminarmos!”


“Ótimo!”


“Ótimo!”


“Adeus, Malfoy!”


“Adeus, Weasley!”


Mas aquele adeus não foi definitivo. Rose, você sempre esteve comigo, e sempre vai estar, nos momentos bons e ruins. Simplesmente pelo fato de que eu me lembro de você.


***


Fazia seis anos que tínhamos terminado. Eu sentia muito a sua falta, Rose, mas afogava as mágoas todas as noites com garotas diferentes até conhecer a Vanessa. Ela não era você, e eu não a amava como eu amo você, mas acho que ela era a melhor coisa que eu poderia ter após ter acabado com o amor da minha vida.


Agora eu era o capitão dos Ballycastle e um jogador famoso. Você era a editora chefe do Profeta. Eu estava noivo. E você também não estava solteira. Cada um de nós ainda carregava consigo as cicatrizes do nosso passado, mas tentávamos escondê-las de todos os jeitos possíveis.


Eu andava apressado pelo Beco Diagonal. Precisava ir ao Gringotts retirar alguns galeões de minha conta (me desculpo àqueles que possuem apenas sicles e nuques nas suas pobres contas, mas sou rico, cof cof). E de repente parei em frente a floreios e borrões. Através das pilhas de livros e do caos que era lá dentro eu vi você. Estava sentada com as pernas cruzadas e folheava um livro infantil com um sorriso nos lábios.


E então um homem entrou lá dentro com uma criança no colo. E eu não pude deixar de reparar que a criança que estava com ele tinha os seus olhos azuis como o céu. E, Rose, meu coração se partiu em mil pedaços quando você o beijou daquela forma que você costumava me beijar, e o olhou da mesma forma que você costumava me olhar. Depois, pegou a menina dele e a deixou em seus braços.


Antes que eu pudesse me machucar ainda mais decidi ir embora, mas você me viu antes que eu pudesse ir. Sua boca se entreabriu em surpresa e depois você olhou pra baixo constrangida. Porque você também sabia que aquela era pra ser a nossa filha.


Eu fui, daquela vez pra nunca mais voltar. Prometi. Prometi como muitas vezes antes já tinha prometido que nunca mais voltaria a pensar em Rose Weasley. Mas como bem dizem: Eu não deveria ter prometido uma coisa que nunca poderia ser cumprida.


***


Tinham se passado dez anos desde que eu tinha te visto na Floreios e Borrões. Tinha me casado com Vanessa e tinha um filho chamado Leo (que fora o nome mais legal de uma constelação que eu conseguira achar no final das contas)². Sem querer me gabar, mas ele era o orgulho do papai. Eu o tinha ensinado a andar de vassoura e podia apostar que ele seria um baita jogador de quadribol (Garotão do papai).


Estava andando pela Londres trouxa indo pegar meu pequeno Leo da casa da sua tia, quando eu te vi passando do outro lado da rua. E, Rose... Eu não pude prever o que uma simples troca de olhares acarretaria. Mas, afinal, nós somos Scorpius Malfoy e Rose Weasley, tudo que pode dar errado conosco dá.


Você olhou nos meus olhos de tempestade, e eu olhei nos seus olhos de céu azul, e por um momento, toda a cidade de Londres foi banhada com o sol. Você sorriu, e como sempre, eu sorri de volta. Como se uma força magnética nos impelisse na direção um do outro, fomos puxados para a beirada da calçada.


Um passo em direção à rua, e tudo girava ao meu redor. Pela primeira vez em muito tempo eu pude respirar, porque você era o meu ar.


Eu nunca poderia prever o que aconteceu depois do seu segundo passo. Eu me lembro de ter aberto minha boca pra pronunciar seu nome. Eu me lembro de que era como se eu estivesse recebendo o meu primeiro sopro de vida de novo.


E então você se aproximou mais. E eu me lembro de que por entre meus lábios entreabertos saiu seu nome. Mas não da maneira que eu previra. Me lembro de ter encarado uma ultima vez seus olhos vibrantes, antes que eles se tornassem apenas um espelho do céu.


Me ajoelhei do seu lado, enquanto pegava sua mão. Você estava morta, Rose. E agora não havia nada que eu pudesse fazer pra restaurar a sua vida. E eu senti que quando aquele carro tirou a sua vida, ele também tirou a minha. Porque a partir daquele dia, por fora eu poderia aparentar estar vivo. Poderia comer, andar e pensar.


Mas por dentro, Rose, eu estaria morto.


***


Estou sentado em uma cadeira de balanço, velha como eu, enquanto observo pela primeira vez em muitas semanas o céu da Inglaterra. Hoje, ele está azul anil. Sorrio, porque para mim estou vendo os seus olhos sorrindo aquele meu sorriso.


Anos se passaram agora. Todos ao meu redor já se foram e o que me resta é apenas a memória deles. Meus cabelos rareiam e estão ficando cada vez mais brancos. Meu rosto têm rugas e, quem diria! Eu tenho orgulho delas.


Depois de tantas décadas vividas, aprendi muito. Ainda penso em você de vez em quando. Há, sempre fui um mentiroso, Rose, e na velhice não seria diferente. Penso em ti todos os dias. Ás vezes não consigo me conter e deixo uma lágrima escorrer pelo canto dos olhos. Mas na maioria das vezes, sorrio pensando em nós dois. No que seria se tivéssemos ficado juntos. Na confusão que teria dado.


- Ah, Rose... Se tivéssemos ficado juntos... Não sei você, mas eu sinto falta de nós. – Respirei fundo, olhando para cima, como se estivesse falando com você – Sabe, Rose? Eu ainda penso em você. Ás vezes tento me enganar dizendo pra mim mesmo que você era só mais uma garota, que eu só penso em você porque sempre fomos impossíveis de existir, porque eu não pude te ter, porque você morreu... Mas é tudo mentira, querida. A verdade é que eu ainda te amo.


“Eu me lembro de ter repetido essa frase tantas vezes na minha vida, pra tantas pessoas diferentes. Mentiras, na maioria das vezes. Sabemos nós dois que eu sempre fui um grande mentiroso. Algumas coisas apenas nunca mudam, e o que eu queria dizer pra mim mesmo antes de partir é que... Uma dessas poucas coisas que nunca mudam é o que eu sinto por você. Eu te amo, Rose. E eu só queria que você estivesse aqui pra me ver dizer isso. Você lembra da única vez que eu disse que te amava? Eu só nunca mais conseguia me forçar a dizer aquelas palavras de novo. Droga, Rose, eu sou um medroso! Era você a corajosa da relação, não eu. Eu era frio. E altruísta. A verdade é que eu nunca tive a coragem de admitir pra mim mesmo que estava apaixonado, mesmo que eu agisse como um imbecil toda vez que estava com você. Droga, Rose, eu te amo!”


Olho para o céu, na esperança de ver alguma coisa, estou arfante, o que não é difícil esses dias. Passo a mão pelos meus cabelos prateados e respiro fundo, tentando me acalmar.


Pena que eu apenas nunca pude te mostrar exatamente o quanto eu te amava.


Algum tempo se passa.


Sinto a brisa tocando a minha pele enrugada, e não consigo conter o pensamento de como ela se assemelha com o toque das suas mãos. Fecho os olhos e me deixo levar. De alguma forma sei que você está aqui, agora, comigo. Me sinto levar pra um lugar distante, pacífico. Dou um ultimo suspiro, enquanto sinto o vento soprar. É estranho, mas a forma como ele bate nas folhas faz um eco esquisito, e por um momento penso que ouço um sussurro.


É possível que eu esteja ficando caduco de velhice.


Mas eu posso jurar que ouvi o vento falar que me amava também.


 

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