Único



“Os finais de semana na Toca são os melhores que qualquer bruxo ou trouxa poderia querer”.


 


Essas eram palavras constantes na boca do senhor Granger. Cinco anos depois do fim da guerra bruxa tudo estava muito mais do que perfeito, e os Granger se alegravam pelo fato de terem a filha sempre ao seu lado, e por, de certa forma, terem aumentado em muitas cabeças a própria família.


Depois que Hermione terminou os estudos em Hogwarts, a vida ficou mais feliz. Haviam aprendido, finalmente, a utilizar à lareira e o pó de flu, e depois de terem recebido a autorização do Ministério para fazer a ligação de sua lareira, a vida havia ficado bem mais fácil para eles.


Estavam se preparando para passar mais um domingo na Toca. A filha já estava lá desde o dia anterior e o senhor Granger ficava tão ou mais empolgado com os artefatos bruxos quanto Artur Weasley em se tratando de trouxas e seus utensílios domésticos.


Na casa dos Weasley tudo estava como sempre. Muita correria, muita brincadeira, muita gargalhada e muita diversão. Fleur e Bill conversavam de maneira animada com Percy e Audrey, enquanto Charles acabava de atravessar a lareira da sala da casa.


De um lado, Gina sorria animada com um garotinho de pouco mais de um ano nos braços. Ele tinha cabelos bagunçados, levemente avermelhados e olhos castanhos. Era James. Ela brincava com ele enquanto Harry, o marido, e o pai colocavam a mesa em ordem no quintal.


Molly recebia a ajuda de Angelina e Hermione na cozinha, enquanto Rony duelava uma partida cômica de xadrez com o irmão, Jorge.


Havia passado cinco anos e eles estavam bem. Harry e Rony não voltaram para Hogwarts para concluir seus estudos assim como Hermione e Gina, mas receberam, assim como a amiga, o convite para se tornarem auror.


Harry aceitou prontamente afinal, ter derrotado Voldemort não queria dizer que não existiriam mais trevas no mundo bruxo, mas Rony negou. Tudo ainda era muito recente para ele. Havia perdido Fred, estava debilitado. Precisava de um tempo para colocar as coisas em ordem.


A primeira decisão que teve foi fazer um teste de goleiro, e o venceu com louvor, sendo convocado pouco depois para o time titular do Chuddley Cannons, mas ele não passou muito tempo na carreira. Em seguida foi se aventurar na loja de logros do irmão, ajudando-o e tentando, de certa forma, suprir a necessidade que ele, certamente, estava sentindo do gêmeo morto. Sabia que aquilo era muito mais necessário.


Harry fez um curso rápido. Com toda a experiência vivida durante o exílio dos três, não precisava muita coisa para provar a sua capacidade. Dentro de poucos meses ele era condecorado o mais novo auror no Mistério da Magia.


Hermione também não aceitou o convite, não era o que pretendia para seu futuro e logo após concluir os estudos, iniciou sua carreira no Ministério enquanto Gina preferiu seguir seu sonho e se aventurar no quadribol. Com a maternidade, ela decidiu abandonar a carreira para dedicar-se a família e tornou-se comentarista esportista.


Os casamentos começaram a despontar tão logo a guerra acabou. O primeiro foi Percy, sendo seguindo por Gina, e os próximos eram Jorge e Angelina. Rony e Hermione continuavam do jeito que antes. Na verdade, não casaram antes por culpa da jovem, que acreditava que eles deveriam ter uma carreira definida antes de construírem sua própria família. Se dependesse de Rony, estariam juntos desde sempre.


Agora que ela havia sido promovida no Ministério e que Rony, finalmente, aceitou o pedido para ser auror, estavam planejado que o casamento saísse no próximo ano. Este, como disse Hermione, deveria ser o ano de Angelina e Fred.


Victorie, Teddy e Molly II brincavam com alguns bonecos mágicos enquanto eram observados por Fleur. Hermione colocava a mesa e Molly usava um feitiço para dispor a comida sobre ela... E mais uma vez, aquela tarde de paz se fez na grande família que se encontrava na Toca.


 


- No que está pensando Mione? - Gina perguntou para a amiga enquanto depositava o pequeno James em sua antiga cama, que agora mais parecia um berço.


- Em como as coisas estão tranquilas. Finalmente conseguimos respirar aliviados sem o medo de sermos encontrados, torturados ou assassinados...


- Isso é passado Mione, ficou pra trás.


- É verdade. É bom poder respirar aliviada.


- É sim. E o casamento?


- Ano que vem.


- Vocês conseguiram enganar a todos. Todo mundo pensou que vocês casariam logo... No fim, serão os últimos... Até o Jorge vai casar antes de vocês.


- Mas precisávamos nos estabelecer financeiramente antes... Afinal, é necessário planejar esse tipo de coisa. Não faria nada precipitadamente.


- Me chamou de precipitada Mione? - Gina sorriu com falsa zanga.


- Nunca. Mas não nascemos em berço de ouro como o Harry, então, era preciso nos organizar.


- Eu te entendo sua boba, não precisa ficar se explicando. E serei a madrinha?


- Mas que espécie de pergunta estupida é essa Ginevra? Claro que será a madrinha.


- Garrotas... - uma voz doce se fez ouvir e Fleur foi vista pelas duas.


- Entra Fleur - Gina falou amigável.


- Conseguiu coloca-lo parra dormirr entom?


- Sim. Finalmente - Gina sorriu. O filho era agitado como todos os Weasley.


- Molly pediu parra chamarr vocês parra lancharrem...


- Obrigada Fleur - Hermione respondeu enquanto Gina fazia um feitiço silenciador para o filho e de sonorização para ela.


- Já vamos descer - Gina falou enquanto se movimentava com a varinha.


- Esperro lá embaixi...


 


Fleur deu dois passos e se sustentou na parede do quarto. Hermione avançou para apoiá-la e a levar até a cama onde ela dormia no passado. As duas olharam estranhamente para a bela mulher, e ela tinha a expressão cansada e debilitada.


 


- Você está bem Fleur? - Gina perguntou enquanto a mulher levava a mão a cabeça.


- Foi só uma tonturra...


- Fleur? - Gina perguntou novamente, mas já imaginando o que se passava.


- Acho que terrei outro bebe... - Fleur falou e as duas sorriram.


- Que maravilhoso Fleur - Hermione falou feliz.


- Mas ainda nom fui ao medibruxo.


- Ah... Que maravilha - Gina batia as mãos em sinal de felicidade - Vou chamar a mamãe para fazer o feitiço.


- Eu fico com ela - Hermione se dispôs e viu a cunhada desaparecer, reaparecendo pouco demais com todos os presentes, menos a senhora Weasley.


- Como se sente Fleur? - Bill saiu esbarrando em todos em direção a esposa.


- Gina, pensei que traria apenas a sua mãe. - Hermione sussurrou.


- Era a intensão. Mas o Jorge ouviu, e falou para o Rony que perguntou para a mamãe se a Fleur estava bem, então ela respondeu que não era nada de mais, mas o Harry que estava entrando na cozinha perguntou quem estava doente e a mamãe falou que era a Fleur bem na hora em que o Bill passava na porta da cozinha então... Weasleys... Você os conhece tão bem quanto eu.


- Saiam da minha frente - Molly foi traspassando o amontoado de marmanjos que bloqueavam a passagem da senhora baixinha e rechonchuda pela porta.


- Deixe sua mãe com ela Bill... - Arthur falou. Ao redor e por todos os lados no quarto, a enorme família esperava por uma palavra da senhora, que diria do que a jovem sofria.


- Ah... Arthur. Você poderia fazer o feitiço de gravidez? - Molly falou e o murmúrio foi geral... Todos, sem tirar nem por, alegraram-se com a novidade, comentando a situação enquanto Gina agradecia silenciosamente o feitiço silenciador que fizera em volta do berço do filho.


- Por favor, afastem-se - o senhor pediu e todos se afastaram inclusive Bill e Molly - Quando se engravida seis vezes uma mulher, você acaba aprendendo a executar certos feitiços - o senhor falou engraçado.


- Adoro esses feitiços - o pai de Hermione se fez ouvir - E como este funciona?


- Muito simples, meu caro. Sairá um pequeno cordão de luz azul da minha varinha, e ele circundará sobre nossas cabeças. Quando encontrar a que estiver esperando, ele ficará avermelhado e circundará a cintura da jovem.


 


Então Arthur proferiu algumas poucas palavras incompreensíveis, e em questão de segundos, um belo arco azulado lhes rodeava a cabeça. Além deles, poucos haviam presenciado aquele feitiço e ficaram encantados com ele.


O pequeno aro de luzes azuladas percorreu sobre as cabeças de todos e depois de um tempo, voltou a rodopiar graciosamente junto ao teto da casa. Todos acompanhavam com expectativa o momento em que ele se dissipasse e se tornasse avermelhado.


E não demorou muito tempo. Logo os aros azulados sumiram e em questão de poucos segundos reapareceram ao redor do ventre de Fleur, que sorriu feliz e encantadoramente, recebendo em seguida um abraço apertado do marido e dos sogros. Todos observavam felizes e celebravam a nova vida que chegaria em breve a família. Todos celebravam, menos Gina que permanecera emudecida e espantada.


 


- Hermione... - Gina chamou a atenção da amiga, um pouco espantada.


- O que foi? - a morena perguntou compadecida da outra.
- Você... 


- Tem um aro vermelho na Mione - a voz de Angelina saiu antes que a de Gina e todos a olharam.


 


O misto de espanto e surpresa pairou no antigo quarto da caçula Weasley. Hermione olhou para a própria barriga e surpreendeu-se, ficando corada e em silêncio, siêncio esse seguido de todos. As orelhas de Rony foram as primeiras a dar sinal, ficando escandalosamente vermelhas quando os olhos dos dois se encontraram. O silêncio que havia sido imposto no ambiente foi interrompido pelas palavras da mãe de Hermione.


 


- Então... Minha filha será mãe? - a mulher tinha os olhos marejados de lágrimas - Vou ser avó?


- Parece que seremos - Arthur falou então, mais animado que antes. O clima pesado se dissipando.


- Mas... - Hermione ainda estava surpresa. Agora se dava conta de quase dois meses de atraso, dos seios sensíveis, do quadril enlanguecido. Como não percebera antes? Como fora tão insensível a isto? Como pode ter sido tão desatenta aos sinais?


 


Recebeu, ainda espantada, os abraços de todos que a cumprimentavam sob um olhar indignado de Molly Weasley. Mas não demorou até que a senhora se rendesse a sua nora preferida e desejasse o pequeno ser que também se formava em Hermione nascer.


 


---


 


- Do que está rindo, Mione? - a voz do ruivo lhe tirou de seus pensamentos.


- Estava lembrando de um dia em especial.


- Quando descobriu que me amava? - ele perguntou zombeteiro.


- Não - ela sorriu carinhosa - Do dia em que descobrimos que esperava a Rose.


- Aquele foi o dia mais feliz e mais confuso da minha vida.


- Mas foi tão bom...


- Foi perfeito.


- Mamãe... Vamos logo! - a menina de cabelos vermelhos e muito volumosos apareceu na porta segurando a mão de um garotinho, que quem visse, diria ser a cópia de Rony.


- Já vamos meu bem - ela respondeu.


- Quero ir logo porque estou com fome - o menino falou e os dois riram. Aqueles momentos eram perfeitos. Os domingos na Toca eram, sem dúvida, os melhores que qualquer trouxa ou bruxo poderia querer. 

*************************** 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (3)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.