O Herdeiro de Slytherin
Depois de um dia de descanso, eles foram novamente para a Sala Precisa. Todos estavam animados para ler, pois era o penúltimo capitulo do livro, e logo eles começariam o terceiro. Snape já estava lá, e foi ele quem pegou o livro para ler.
O Herdeiro de Slytherin
– Que nome esquisito. - Sirius falou.
– Vindo da Sonserina... Oops! – James disse, lembrando-se da promessa que ele e Sirius haviam feito a Snape, e Sonserina era a casa dele.
Harry se viu parado no fim de uma câmara muito comprida e mal iluminada. Altas colunas de pedra entrelaçadas com cobras em relevo sustentavam um teto que se perdia na escuridão, projetando longas sombras negras na luz estranha e esverdeada que iluminava o lugar.
– Que lugar mais assombrado. – Lily dise, com medo pelo filho.
– Não se preocupe, cara Lily, eu vou proteger vocês, por que eu sou o Capitão América! – James disse, causando risos. (n/a: Minha amiga Gisele estava falando isso no domingo,foi aniversário dela e a gente estava brincando - ei ainda brinko okay, é legal Ú.Ú 0- e ela ficou falando isso. )Créditos a ela!)
– Para com isso James! – Lily disse, morrendo de rir.
– Antes era o ataque purpurinado, depois o de ciúmes, depois o irritado com o Six, e agora um de filmes trouxas? Eu não aguento! – Lice disse, rindo pra caramba.
Depois de uns 20 minutos sem parar de rir, Snape conseguiu voltar a ler.
Com o coração batendo muito depressa, Harry ficou escutando o silêncio hostil. Será que o basilisco estaria à espreita num canto sombrio, atrás de uma coluna? E onde estaria Gina?
– Eu imagino que o basilisco seja um pouco grande para se esconder atrás de uma coluna. – Sirius disse.
– Como você sabe, Six? – Lene perguntou.
– Eu li num livro. – Ele disse, surpreendendo todos.
– Você sabe ler? – Eles perguntaram, surpresos, rindo logo em seguida.
Ele puxou a varinha e ançou por entre as colunas serpentinas. Cada passo cauteloso ecoava alto nas paredes sombreadas. Manteve os olhos semicerrados, pronto para fecha-los depressa a qualquer sinal de movimento. As órbitas ocas das cobras de pedras pareciam segui-lo. Mais de uma vez, com um aperto no estômago, ele pensou ter surpreendido uma delas se mexendo.
– Meu Merlin, essa coisa tá me assustando... – Lene disse.
–A quem não tá, Lene? – Sirius perguntou.
– A mim, Almofadinhas, por que eu sou o Capitão América! – James disse, fazendo todos rirem novamente.
Então, quando emparelhou com o último par de colunas, uma estátua alta como a própria Câmara Secreta apareceu contra a parede do fundo.
Harry teve que esticar o pescoço para ver o rosto gigantesco lá no alto. Era antigo e simiesco, com uma barba longa e rala que caía até a barra das vestes esvoaçantes de um bruxo de pedra, onde havia dois pés cinzentos enormes apoiados no chão liso da Câmara. E entre os pés, de bruços, jazia um pequeno vulto de cabelos flamejantes vestido de negro.
– Ok, essa parte foi assustadora. – Lice disse.
– Essa doidona Gina aí parece comigo quando menor, sabe, branca e ruiva. – Lily disse.
– E, se fosse você, eu também iria até a Câmara Secreta para salva-la. - James começou, e quando Lily ia dar um abraço nele, ele continuou – Por que eu sou o Capitão América!
– Gina! - Murmurou Harry, correndo para ela e se ajoelhando. – Gina... não esteja morta... por favor, não esteja morta... – Ele largou a varinha de lado e segurou Gina pelos ombros e virou-a. Seu rosto estava branco e frio como mármore, mas tinha os olhos fechados, então não estava petrificada. Então devia estar...
– Morta! Não! – Lily sussurou.
– Ela não pode morrer! – Lene falou, chocada.
– Gente, vocês acham mesmo que ela vai morrer? O Harry é o principal, ele tem que salvar ela! – Remo disse, como se fosse óbvio. E era mesmo.
“Gina, por favor, acorde” murmurou Harry desesperado, sacudindo-a. A cabeça de Gina balançou desamparada de um lado para o outro.
– Ela não vai acordar – disse uma voz indulgente.
Harry se sobressaltou e se virou ainda de joelhos.
– Quem será essa? – Frank perguntou.
– Sei lá! – Snape falou.
– Deve ser o Capitão América. – Sirius disse, só para zoar.
– Não se engane, Almofadinhas, o capitão América está aqui! – James disse, isso já estava ficando chato.
Um garoto alto, de cabelos negros, o observava encostado a coluna mais alta. Tinha os contornos estranhamente borrados, como se Harry o estivesse vendo através de uma janela embaçada. Mas não havia como se enganar...
– Tom... Tom Riddle?
Riddle confirmou com a cabeça, sem tirar os olhos do rosto de Harry.
– Então ele deve ajudar o Harry! – Sirius disse.
– Eu estou com uma impressão ruim... - Lene falou.
– Eu também Lene, o que ele está fazendo na Câmara Secreta sozinho? – Lily perguntou.
– Boa coisa que não deve ser. – Frank disse.
– Que é que você quer dizer com “ela não vai acordar”? – perguntou desesperado. – Ela não está... não está...?
– Ainda está viva – disse Riddle. – Mas por um fio.
Harry arregalou os olhos para ele. Tom Riddle estivera em Hogwarts cinquenta anos atrás , contudo achava-se ali parado, envolto por uma luz estranha e enevoada, com seus exatos dezesseis anos.
– Que coisa mais esquisita. – Sirius disse.
– Deve ser um fantasma. – James falou, todos concordaram com ele, e Snape voltou a ler logo, pois todos queriam saber o que o misterioso Tom Riddle era.
– Você é um fantasma? – Perguntou Harry incerto.
– Uma lembrança – disse Riddle com suavidade. – Conservada em um diário por cinquenta anos.
– OMG! COMO ELE FEZ ISSO? – Lily estava indginada, era uma magia muito difícil, nem ela conseguia fazer.
E apontou para o chão perto dos enormes pés da estátua. Caído ali encontrava-se o pequeno livro preto que Harry encontrara no banheiro da Murta Que Geme. Por um segundo, ele se perguntou como aquilo chegara ali — mas havia assuntos mais urgentes a tratar.
– Como tirar a Gina de lá. – Lene concordou.
– Isso é bem mais urgente! – Siris apoiou.
– Só que estou achando que o Tom não vai ajudar o Harry? – Lily perguntou.
– Eu também acho que ele não vai ajudar – James concordou com a namorada.
— Você tem que me ajudar, Tom — disse Harry, levantando a cabeça de Gina outra vez. — Temos que tirá-la daqui. Tem um basilisco... Não sei onde está, mas pode chegar a qualquer momento.. — Por favor, me ajude...
Riddle não se mexeu. Harry, suando, conseguiu levantar metade do corpo de Gina do chão e se curvou para apanhar de novo sua varinha.
Mas a varinha desaparecera.
— Você viu?
Ele ergueu a cabeça. Riddle continuava a observá-lo — girava a varinha de Harry entre os dedos compridos.
– É, ele pegou a varinha. – Lice falou, simplesmente.
— Obrigado — disse Harry, estendendo a mão para a varinha. Um sorriso encrespou os cantos da boca de Riddle. Continuava a encarar Harry, girando distraidamente a varinha.
— Escute aqui — disse Harry com urgência, seus joelhos cedendo sob o peso morto de Gina. — Temos que ir embora! Se o basilisco chegar.
— Ele não virá até ser chamado — disse Riddle calmamente. Harry depositou Gina outra vez no chão, incapaz de continuar a sustentá-la.
–É, agora eu acho que ele que deve ser esse herdeiro esquisito aí. – Lily disse.
– Claro que é, observe os fatos: - Remo disse, contando nos dedos – 1: ele não quer ajudar o Harry; 2: ele é muito esquisito; 3: o que alguém vai estar fazendo na Câmara Secreta? É preciso ser ofidoglota para entrar!
– Concordo com você, Remuxo! – Sirius faliu.
– Sem esses apelidinhos Almofadinhas, por favor! – Remo riu do amigo.
— Que quer dizer? Olhe me dê a minha varinha, posso precisar dela...
O sorriso de Riddle se alargou.
— Você não vai precisar dela.
Harry encarou-o.
— Que é que você quer dizer, não vou...?
— Esperei muito tempo por isto, Harry Potter. Por uma chance de vê-lo. De lhe falar.
– O cara é doido! – Jay disse, nem é preciso dizer que todos concordaram.
– Mas ele me lembra de alguém, só não sei quem... – Frank disse.
– Deve ser alguém da Sonserina! – Lice fala.
– É, deve ser. – Eles concordam e Snape volta a ler.
— Olhe — disse Harry perdendo a paciência. — Acho que você não está entendendo. Estamos na Câmara Secreta. Podemos conversar depois...
— Vamos conversar agora — disse Riddle, ainda sorrindo, e guardando a varinha no bolso.
Harry encarou-o. Havia alguma coisa muito estranha acontecendo ali...
– Só agora que você perceber,Harry? – Snape pergunta, debochado.
– Olha como você fala do meu filho, Snape! – James disse, super irritado.
– Do jeito como falo com qualquer um, Potter. – Ele disse, isso já estava começando a irritar.
– Não com seus amiguinhos Comensais. – Sirius provoco, e quando Snape ia atacar...
– CHEGA! PAREM JÁ OS TRÊS COM AS PROVOCAÇÕES! – Lily falou, ou melhor, gritou. Eles obedeceram, óbvio.
— Como foi que Gina ficou assim? — perguntou com a voz lenta.
— Bom, essa é uma pergunta interessante — disse Riddle em tom agradável. -É uma história bastante comprida. Suponho que a razão de Gina Weasley estar assim é porque abriu o coração e contou todos os seus segredos para um estranho invisível.
– Estranho invisível? Do que ele está falando? – James perguntou.
– Deve ser a parada do diário. - Lene disse.
— Do que é que você está falando?
— Do diário. Do meu diário. A pequena Gina anda escrevendo nele há meses, me contou suas tristes preocupações e mágoas, como os irmãos implicavam com ela, como teve que vir para a escola com vestes e livros de segunda mão, como... — os olhos de Riddle brilharam —, como achava que o bom, o famoso, o importante Harry Potter jamais iria gostar dela...
– Como assim? – Lice perguntou.
– Claro que o Harry gosta dela! – Todos concordaram com isso.
Todo o tempo que falava, os olhos de Riddle não desgrudavam do rosto de Harry. Havia neles uma expressão quase faminta.
— É muito chato ter que ouvir os probleminhas bobos de uma garota de onze anos. Mas fui paciente. Respondi. Fui simpático, gentil. Gina simplesmente me adorou. “Ninguém nunca me compreendeu como você; Tom... É uma alegria ter este diário para fazer confidências... É como ter um amigo portátil que se leva para todo lado no bolso...”
– Mas é quase isso. No caso, um amigo falso. – Sirius disse, já querendo saber onde isso ia chegar.
– Sério, esse cara é muito esquisito.- Remo disse.
– Eu tenho que concordar! – Lice falou. – Não confio nele.
– Gina abriu a Câmara Secreta. – Lily disse, horrorizada.
— Você ainda não adivinhou, Harry Potter? — disse Riddle baixinho. — Gina Weasley abriu a Câmara Secreta. Ela estrangulou os galos da escola e escreveu mensagens ameaçadoras nas paredes. Ela açulou a serpente de Slytherin contra quatro sangues-ruins e a gata daquela aberração do Filch.
– Não. – Eles sussuraram.
– Como pode? – Jay perguntou
— Não — sussurrou Harry.
— Sim — confirmou Riddle calmamente. — É claro que ela não sabia o que estava fazendo no inicio. Era muito divertido. Eu gostaria que você tivesse visto as anotações que a garota fez no diário depois... Ficaram muito mais interessantes... "Querido Tom" — recitou ele, observando a expressão horrorizada de Harry — "Acho que estou perdendo a memória. Tem penas de galos nas minhas vestes e não sei como foram parar lá. Querido Tom, não me lembro do que fiz na noite das Bruxas, mas um gato foi atacado e a frente da minha roupa está suja de tinta. Querido Tom, Percy me diz o tempo todo que estou pálida e que estou diferente do que era. Acho que ele suspeita de mim... Houve outro ataque hoje e não sei onde é que eu estava. Tom, que é que eu vou fazer? Acho que estou ficando maluca... Acho que sou a pessoa que está atacando todo mundo, Tom!”
– Que cara do mal! - Lily disse.
– Só agora que você percebeu, Lilyzita? – Sirius perguntou.
– Claro que não, só estou afirmando. - Ele retrucou.
Os punhos de Harry se fecharam, as unhas se enterraram nas palmas das mãos.
— Levou muito tempo para a burrinha da Gina parar de confiar no diário — continuou Riddle. — Mas ela finalmente desconfiou e tentou jogá-lo fora. E foi aí que você entrou, Harry. Você o encontrou e eu não poderia ter me sentido mais satisfeito. De todas as pessoas que podiam tê-lo apanhado, foi você, exatamente a pessoa que eu estava mais ansioso para conhecer...
– E por que você queria conhecer ele? -James perguntou, desconfiado.
– Não sei, mas boa coisa que não é. – Remo repetiu o que ele havia falado antes.
— E para que você queria me conhecer? — perguntou Harry. A raiva corria pelas veias dele, e precisou de muito esforço para manter a voz firme.
— Bem, veja, Gina me contou tudo sobre você, Harry. Toda a sua história fascinante. — Os olhos de Riddle percorreram a cicatriz em forma de raio na testa de Harry e sua expressão se tornou mais voraz. — Senti que precisava descobrir mais a seu respeito, conversar com você, conhecer você, se pudesse. Então, decidi lhe mostrar a minha famosa captura daquele bobalhão do Hagrid para ganhar sua confiança...
– Hagrid não é bobalhão, ele é nosso amigo! – Lily disse, enfezada.
— E para que você queria me conhecer? — perguntou Harry. A raiva corria pelas veias dele, e precisou de muito esforço para manter a voz firme.
— Bem, veja, Gina me contou tudo sobre você, Harry. Toda a sua história fascinante. — Os olhos de Riddle percorreram a cicatriz em forma de raio na testa de Harry e sua expressão se tornou mais voraz. — Senti que precisava descobrir mais a seu respeito, conversar com você, conhecer você, se pudesse. Então, decidi lhe mostrar a minha famosa captura daquele bobalhão do Hagrid para ganhar sua confiança...
— Hagrid é meu amigo — disse Harry, a voz trêmula. — E foi você que o incriminou, não foi? Pensei que você tivesse se enganado, mas...
– Acho que ele não se enganou, foi de propósito mesmo. – James falou.
– Esse ser repugnante teve coragem de fazer isso com o Hagrid? – Lily perguntou.
– Que cara de pau! – Lene se enfezou.
Riddle deu aquela risada aguda outra vez.
— Foi a minha palavra contra a de Hagrid, Harry. Bem, você pode imaginar o que pareceu ao velho Armando Dippet. De um lado, Tom Riddle, pobre, mas brilhante, órfão, mas muito corajoso, monitor, aluno modelo... Do outro lado, o trapalhão do Hagrid, que vivia se metendo em encrencas, tentava criar filhotes de lobisomens debaixo da cama, fugia para a Floresta Proibida para brigar com trasgos... Mas admito que até eu mesmo fiquei surpreso que o plano tivesse funcionado tão bem. Achei que alguém devia perceber que Hagrid não poderia ser o herdeiro de Slytherin. Eu gastara circo anos inteiros para descobrir tudo que podia sobre a Câmara Secreta e encontrar a entrada... Como se Hagrid tivesse cabeça, ou poder para tanto! Só o professor de Transformações, Dumbledore, pareceu pensar que Hagrid era inocente. E convenceu Dippet a conservar Hagrid aqui e treiná-lo para guarda-caça. E, acho que ele talvez tivesse adivinhado... Dumbledore nunca pareceu gostar de mim tanto quanto os outros professores...
– Dumbledore é um homem inteligente! – Lily disse.
– E não é bobo. – Lene falou.
– Aposto que Dumbledore não se deixou enganar por você — James disse.
– Aposto que Dumbledore não se deixou enganar por você — disse Harry com os dentes cerrados.
— Bem, não há dúvida de que ele ficou me vigiando de maneira incômoda depois que Hagrid foi expulso — disse Riddle indiferente. — Percebi que não seria seguro tornar a abrir a Câmara enquanto ainda estivesse na escola. Mas não ia desperdiçar os longos anos que passei procurando por ela. Resolvi deixar aqui um diário, preservando o meu eu de dezesseis anos em suas páginas, de modo que um dia, com sorte, eu pudesse conduzir alguém pelas minhas pegadas e terminar a nobre tarefa de Salazar Slytherin.
– Mas você enganou a coitada! – Sirius disse.
– Não temam! Eu vou proteger vocês, por que eu sou o Capitão América! – James disse, mas todos já estavam cansando disso.
– Cala a boca, James! – Lily falou.
— Bem, você não a terminou — disse Harry em tom de vitória. — Desta vez ninguém morreu, nem mesmo a gata. Dentro de algumas horas a Poção de Mandrágoras estará pronta e todos que foram petrificados voltarão à normalidade outra vez...
— Acho que ainda não lhe disse — falou Riddle em voz baixa — que matar sangues ruins não me interessa mais. Há muitos meses agora, meu novo alvo tem sido... Você.
– Ãn? Não estou entendendo mais nada!- Lily disse, confusa.
– Se você não está entendendo, imagine eu! – Sirius disse.
– Nem eu entendi! – Remo falou.
– Como esse mundo está perdido, então, nem os mais inteligentes, nem o Capitão América entendeu... – James disse.
Todos ficaram com uma cara de “WTF?”
Harry encarou-o.
— Imagine a raiva que tive quando na vez seguinte que alguém abriu o meu diário, era a Gina que estava me escrevendo e não você. Ela o viu com o diário, sabe, e entrou em pânico. E se você descobrisse como usá-lo, e eu repetisse todos os segredos dela para você? E se, o que seria pior, eu contasse a você quem tinha andado estrangulando os galos? Então a boba da pirralha esperou o seu dormitório ficar deserto e roubou o diário. Mas eu sabia o que precisava fazer. Tinha ficado claro para mim que você estava na pista do herdeiro de Slytherin. Por tudo que Gina tinha me contado, eu sabia que você não mediria esforços para solucionar o mistério, principalmente se um dos seus melhores amigos fosse atacado. E Gina tinha me contado que a escola inteira estava alvoroçada porque você sabia falar a língua das cobras... Enfim, fiz Gina escrever o bilhete de adeus na parede e descer aqui para esperar. Ela resistiu, chorou e ficou muito chateada. Mas não resta nela muita vida... Ela transferiu muita força para o diário, para mim. O suficiente para eu poder finalmente deixar aquelas páginas... Estive esperando você aparecer desde que chegamos aqui. Sabia que você viria. Tenho muitas perguntas a lhe fazer, Harry Potter.
– Que cara mais estranho! – Frank falou.
– Super concordo. – Snape disse.
– Que perguntas ele tem a fazer? - Lily perguntou.
– Vamos descobrir agora! – James disse.
— Por exemplo? — disse Harry com rispidez, os punhos ainda fechados.
— Bem — disse Riddle, dando um sorriso agradável, como foi que você um garoto magricela, sem nenhum talento mágico excepcional, conseguiu derrotar o maior bruxo de todos os tempos? Como foi que você escapou apenas com uma cicatriz, enquanto os poderes do Lord Voldemort foram destruídos?
Surgia agora em seus olhos vorazes um brilho estranho e avermelhado.
– Eu hein! – Lene falou.
– Lord Voldemort foi depois do tempo dele! – Lice concordou.
— Que lhe interessa como escapei? — perguntou Harry lentamente. — Voldemort foi depois do seu tempo...
— Voldemort — disse Riddle com indulgência — é o meu passado, presente e futuro, Harry Potter...
E, tirando a varinha de Harry do bolso, ele escreveu no ar três palavras cintilantes:
TOM SERVOLO RIDDLE
Em seguida, agitou a varinha uma vez e as letras do seu nome se rearrumaram:
EIS LORD VOLDEMORT
–OMG! – As meninas gritaram.
– Ele está frente à frente com Você-Sabe-Quem? – James perguntou.
– Ele vai morrer! – Remo disse.
– Claro que não, Aluado, ele vai escapar mais uma vez. – James dissse, confiante.
–Tomara1 – eles botaram fé.
— Entendeu? Era um nome que eu já estava usando em Hogwarts, só para os meus amigos mais íntimos, é claro. Você acha que eu ia usar o nome nojento do meu pai trouxa para sempre? Eu, em cujas veias corre o sangue do próprio Salazar Slytherin, pelo lado de minha mãe? Eu, conservar o nome de um trouxa sujo e comum, que me abandonou mesmo antes de eu nascer, só porque descobriu que minha mãe era bruxa? Não, Harry, criei para mim um nome novo, um nome que eu sabia que os bruxos de todo o mundo um dia teriam medo de pronunciar, quando eu me tornasse o maior bruxo do mundo.
– Não é. – eles falaram, morrendo de ódio.
O cérebro de Harry parecia ter enguiçado. Chocado, ele fixava Riddle, o garoto órfão que crescera para assassinar seus pais e tantos outros... Finalmente forçou-se a falar.
— Não é — sua voz baixa cheia de ódio.
— Não é o quê? — perguntou Riddle com rispidez.
— Não é o maior bruxo do mundo — disse Harry, respirando depressa. — Desculpe desapontá-lo, e tudo o mais, mas o maior bruxo do mundo é Alvo Dumbledore. Todos dizem isso. Mesmo quando você era poderoso, você não se atreveu a tentar dominar Hogwarts. Dumbledore viu através de você quando freqüentou a escola e ainda o amedronta hoje, onde quer que você se esconda...
O sorriso desaparecera da cara de Riddle, substituído por um olhar muito sinistro.
– É ISSO AÍ, HARRY! – Eles gritaram, todo animados!
– Mostre pra ele quem manda! -James deu força.
– Acabe com ele! – Lene falou.
— Dumbledore foi afastado do castelo meramente pela minha lembrança — sibilou.
— Ele não está tão afastado quanto você poderia pensar! — retorquiu Harry. Falava sem pensar, querendo apavorar Riddle, desejando mais, do que acreditando que o que dizia fosse verdade...
Riddle abriu a boca, mas congelou.
Ouviram uma música vinda de algum lugar. Riddle se virou para percorrer com os olhos a câmara vazia. A música se tornava cada vez mais alta.
– OMM! – Lily exclamou, chocada! (n/a: vocês se lembram do que significa? É Oh My Merlin, expressão que eu inventei e usei no primeiro livro J )
– O que será? – James perguntou.
– Eu não sei né! – Lene falou.
Era misteriosa, de dar arrepios, sobrenatural; fez os cabelos de Harry ficarem em pé e o seu coração parecer inchar até dobrar de tamanho. Então a música atingiu tal volume que Harry a sentiu vibrar dentro do peito, e chamas irromperam no alto da coluna mais próxima.
Um pássaro vermelho do tamanho de um cisne apareceu, cantando aquela música esquisita para a abóbada do teto. Tinha uma cauda dourada e faiscante, comprida como a de um pavio e garras douradas e reluzentes que seguravam um embrulho esfarrapado.
– É uma fênix. – Remo disse.
– Dumbledore não tem uma fênix? – Frank perguntou.
– Tem sim. Qual o nome dela mesmo? – Lice, curiosa, perguntou.
– Fewkes...Fowkes...Fawkes...Um trem assim. – James falou.
Um segundo depois, o pássaro voava direto para Harry. Deixou cair a seus pés o embrulho que carregava, depois pousou pesadamente em seu ombro. Quando fechou as asas enormes, Harry ergueu os olhos e viu que tinha um bico dourado, longo e afiado e olhos redondos e escuros.
O pássaro parou de cantar. Sentou-se imóvel e cálido junto à bochecha de Harry, olhando com firmeza para Riddle.
— É uma fênix... — disse Riddle, encarando-o de volta com um olhar astuto.
— Fawkes? — sussurrou Harry, e sentiu as garras douradas do pássaro apertarem gentilmente seu ombro.
– Ah, o nome é Fawkes. – James disse.
– Avá! Jura? – Remo falou, zoando o amigo.
– É, olha tá escrito no livro. – Ele disse, sem entender, enquanto todos riam.
— E isso — disse Riddle, agora examinando o embrulho esfarrapado que Fawkes deixara cair — seria o velho Chapéu Seletor...
E era. Remendado, esfiapado, sujo, o chapéu jazia imóvel aos pés de Harry.
Riddle começou a rir outra vez. Riu tanto que a Câmara ecoou com o seu riso, como se dez Riddles estivessem rindo ao mesmo tempo...
– Vai assustar o Harry! – Lily disse.
– Vai nada Lils, relaxa! O Harry é durão! – Sirius falou.
– Tomara que dê certo... – Eles estavam torcendo por Harry.
— Isto é o que Dumbledore manda ao seu defensor! Um pássaro canoro e um velho chapéu! Você se sente cheio de coragem, Harry Potter? Sente-se seguro agora?
– Eu me sentiria! – James disse.
– Eu também, se foi o tio Dumby que mandou, então tá bom. – Sirius falou, fazendo todos concordarem.
Harry não respondeu. Talvez não entendesse qual era a utilidade de Fawkes ou do Chapéu Seletor, mas já não estava sozinho e esperou com crescente coragem Riddle parar de rir.
— Aos negócios, Harry — falou Riddle, ainda com um largo sorriso. — Duas vezes, no seu passado, ou no meu futuro, nós nos encontramos. E duas vezes não consegui matá-lo. Como foi que você sobreviveu? Conte-me tudo. Quanto mais tempo falar — acrescentou brandamente — mais tempo continuara vivo.
– E mais Gina morrerá! – Lene falou.
– ACABE COM ELE HARRY! – Lene disse, novamente.
Harry começou a pensar depressa, avaliando suas chances. Riddle tinha a varinha. Ele, Harry, tinha Fawkes e o Chapéu Seletor, nenhum dos quais adiantaria muito em um duelo. A situação parecia ruim, não havia dúvida... Mas quanto mais tempo Riddle ficasse ali, mais depressa a vida de Gina se esgotava... Entrementes, Harry reparou de repente que os contornos de Riddle estavam ficando mais nítidos, mais sólidos... Se tinha que haver uma luta entre ele e Riddle, quanto mais cedo melhor.
– Concordo! – Remo disse.
– Ao infinito e além! – James e Sirius gritaram. (n/a: não podia perder essa, me lembra do Daddy Direction – Liam Payne pra vocês – e eu vi num vídeo do Youtube , sismance #2 o nome do vídeo, recomendo se você for Directioner, como eu e várias meninas nesse país. )
— Ninguém sabe por que você perdeu seus poderes ao me atacar — disse Harry abruptamente. — Nem mesmo eu sei. Mas sei por que você não pôde me matar. Foi porque minha mãe morreu para me salvar. Minha mãe trouxa e comum — acrescentou, sacudindo-se de raiva reprimida. — Ela impediu você de me matar. E eu vi o seu eu verdadeiro. Vi no ano passado. Você está uma ruína. Mal se mantém vivo. Foi isso que você ganhou com todo o seu poder. Você vive escondido. Você é feio, você é nojento...
– Continue Harry! – Frank disse.
– Super concordo, continue falando! - James deu força.
O rosto de Riddle se contorceu. Então ele deu um horrível sorriso amarelo.
— Então, sua mãe morreu para salvar você. É, isso é um contra-feitiço poderoso. Estou entendendo agora... Afinal de contas você não tem nada especial. Há uma estranha semelhança entre nós. Até você deve ter notado. Nós dois somos mestiços, órfãos, criados por trouxas. Provavelmente, desde o grande Slytherin, somos os dois falantes da língua das cobras a freqüentar Hogwarts. E até nos parecemos fisicamente... Mas no final, foi um simples acaso que salvou você de mim. Era só o que eu queria saber.
– Eu acho que não foi só isso. – Lily falou.
– Harry é bem melhor que você! – James rosnou, morrendo de raiva.
Harry esperou tenso que Riddle erguesse a varinha. Mas o sorriso enviesado de Riddle voltou a se alargar.
— Agora, Harry, vou lhe dar uma liçãozinha. Vamos medir os poderes do Lord Voldemort, herdeiro de Slytherin, com os do famoso Harry Potter, e as melhores armas que Dumbledore pôde lhe dar...
Ele lançou um olhar divertido a Fawkes e ao Chapéu Seletor, em seguida se afastou.
– Essas são as armas de um Grifinório! – Sirius disse.
– Ao infinito e além! – Eles repetiram.
Harry, o medo se espalhando pelas pernas dormentes, observou Riddle parar entre as altas colunas e olhar para o rosto de pedra de Slytherin, muito acima dele na obscuridade.
Riddle abriu bem a boca e sibilou — mas Harry entendeu o que ele estava dizendo...
— Fale comigo, Slytberin, o maior dos Quatro de Hogwarts.
– Ele tá usando ofidoglossia! – Lice disse, assustada
– Vai dar tudo certo, vai dar tudo certo! – Eles murmuravam.
Harry se virou para olhar a estátua, Fawkes balançava em seu ombro.
O gigantesco rosto de pedra de Slytherin se mexeu. Aterrorizado, Harry viu sua boca abrir, cada vez mais, e formar um enorme buraco negro.
E alguma coisa estava se mexendo dentro da boca da estátua. Alguma coisa começava a escorregar para fora de suas profundezas.
Harry recuou até bater na escura parede da Câmara e, ao fechar os olhos com força, sentiu a asa de Fawkes roçar sua bochecha quando o pássaro levantou vôo. Harry queria gritar "Não me deixe!", mas que chance tinha uma fênix contra o rei das serpentes?
Algo descomunal bateu no piso de pedra da Câmara. Harry sentiu-o trepidar, ele sabia o que estava acontecendo, sentia, podia quase ver a cobra gigantesca se desenrolar para fora da boca de Slytherin. Então ouviu a voz sibilante de Riddle:
— Mata ele.
– NÃO!! – Lily gritou.
– Calma Lily! Vai dar tudo certo! – Lene tranquilizou a amiga, tentando acreditar no que ela disse.
O basilisco estava vindo em sua direção; ele ouviu aquele corpo gigantesco deslizar pesadamente pelo chão empoeirado.
Com os olhos ainda fechados, Harry começou a correr as cegas para os lados, as mãos estendidas à frente, tateando o caminho, Voldemort dava risadas...
Harry tropeçou. Caiu com força no chão e sentiu gosto de sangue — a cobra estava a uma pequena distância, ele a ouviu se aproximar...
Logo acima dele houve um som alto, explosivo e aquoso e então alguma coisa pesada bateu em Harry com tanto ímpeto que o esmagou contra a parede. Esperando ter o corpo atravessado por presas ele ouviu mais sibilos raivosos, alguma coisa irrompendo por entre os pilares...
Ele não agüentou — abriu os olhos o suficiente para espreitar o que estava acontecendo.
– THANANANÃÃÃÃ! – Sirius fez suspense.
A enorme cobra, de um verde luzidio e venenoso, grossa como um tronco de carvalho, erguia-se no ar e sua enorme cabeça chanfrada balançava bêbeda entre as colunas. Trêmulo e pronto a fechar os olhos se a cobra se virasse, Harry viu o que distraíra a cobra.
Fawkes sobrevoava sua cabeça e o basilisco tentava abocanhá-la, furioso, com as presas finas como sabres...
Fawkes mergulhou. Seu longo bico dourado desapareceu de vista e uma chuva repentina de sangue escuro salpicou o chão. O rabo da cobra chicoteou, errando Harry por pouco e, antes que o garoto pudesse fechar os olhos, ela se virou — o garoto olhou direto para a sua cara e viu que os olhos, os dois olhos bulbosos e amarelos, tinham sido furados pela fênix; o sangue escorria no chão e a cobra espumava de dor.
– Que fodástico! - Sirius falou.
– Eu amo essa fênix! – Lily falou.
– Mais que eu? – James fez biquinho.
– Sim, mais que você! – Lily disse,fazendo todos rirem da cara que James fez.
— NÃO! — Harry ouviu Riddle gritar. — DEIXE O PÁSSARO! DEIXE O PÁSSARO! O GAROTO ESTÁ ATRÁS DE VOCÊ! VOCÊ AINDA PODE FAREJÁ-LO! MATE-O!
A cobra cega balançou, confusa, ainda letal. Fawkes descrevia círculos em volta de sua cabeça, cantando aquela música estranha, atacando aqui e ali o nariz escamoso da cobra, enquanto o sangue jorrava dos seus olhos destruídos.
– Que cena medonha! – Lice falou.
— Me ajudem, me ajudem — murmurou Harry —, alguém, qualquer um...
O rabo da cobra voltou a chicotear o chão. Harry se abaixou. Uma coisa macia bateu em seu rosto.
O basilisco varrera o Chapéu Seletor para os braços de Harry. O garoto agarrou-o. Era só o que lhe restava, sua única chance. Enfiou-o na cabeça e se atirou ao comprido no chão quando o rabo do basilisco tornou a golpear passando por cima dele.
“Me ajudem, me ajudem” — pensou Harry, os olhos bem fechados sob o chapéu. – “Por favor me ajudem...”
Nenhuma voz lhe respondeu. Em lugar disso, o chapéu encolheu, como se uma mão invisível o apertasse com força.
Uma coisa dura e pesada bateu na cabeça de Harry com força, deixando-o quase desacordado. Com estrelas piscando diante dos seus olhos, ele agarrou a ponta do chapéu com firmeza para tirá-lo e sentiu uma coisa comprida e dura em seu interior.
– A espada de Griffyndor! – Lily exclamou.
– Pensei que fosse só a lenda! – Remo disse.
– Que lenda? – Os desinformados perguntaram.
–A espada pode se apresentar para qualquer Grifinório que precise dela.- Lily disse.
– Em situações difíceis. - Remo completou.
– Wow! – Eles falaram.
Uma refulgente espada de prata aparecera dentro do chapéu, o punho cravejado de rubis rutilantes do tamanho de ovos.
— MATE O GAROTO! DEIXE O PÁSSARO! O GAROTO ESTÁ A TRÁS DE VOCÊ!FAREJE, FAREJE!
Harry estava de pé, pronto. A cabeça do basilisco foi baixando, o corpo se enroscando, batendo nas colunas ao se torcer para atacá-lo de frente. Harry viu o corpo imenso, as órbitas ensangüentadas, a boca escancarada, grande suficiente para engoli-lo inteiro, cheia de dentes compridos como a sua espada, pontiagudos, faiscantes, venenosos...
A cobra atacou às cegas... Harry evitou-a e bateu na parede da Câmara. Ela atacou de novo, e sua língua bifurcada golpeou o lado de Harry. Ele ergueu a espada com as duas mãos...
O basilisco tornou a atacar, e desta vez na direção certa... Harry pôs todo o seu peso na espada e enfiou-o até a bainha no céu da boca da cobra...
Mas quando o sangue quente encharcou os braços de Harry, ele sentiu uma dor excruciante logo acima do cotovelo. Uma presa comprida e venenosa estava se enterrando cada vez mais fundo em seu braço e se partiu quando o basilisco tombou para o lado e caiu, estrebuchando no chão.
– Ele vai morrer!- Lily disse.
– Não vai não! Fawkes deve ajudar. – Remo a tranquilizou. James estava com ciúmes, mas se segurou.
Harry escorregou pela parede. Agarrou a presa que espalhava veneno pelo seu corpo e arrancou-a do braço. Mas percebeu que era tarde demais. Uma dor terrível se irradiava do ferimento de modo lento e contínuo. Na hora em que deixou cair a presa e viu o próprio sangue empapar suas vestes, sua visão se embaçou. A Câmara se dissolveu num rodamoinho de cores opacas.
Uma nesga de vermelho passou por ele, e Harry ouviu unhas baterem ao seu lado suavemente.
— Fawkes — disse com a voz engrolada. — Você foi fantástico, Fawkes... — Ele sentiu o pássaro deitar a bela cabeça no lugar em que a presa da serpente o furara. Ouviu ecoarem passos e depois uma sombra escura passar à sua frente.
— Você está morto, Harry Potter — disse a voz de Riddle do alto. — Morto. Até o pássaro de Dumbledore sabe disso. Você está vendo o que ele está fazendo, Potter? Está chorando.
– Lágrimas de fênix! – Remo disse.
– Tem poderes curativos. – Lice completou.
– Graças a Merlin! – Lily e James falaram.
Harry piscou os olhos. A cabeça de Fawkes entrava e saía de foco. Lágrimas grossas e peroladas escorriam por suas penas de cetim.
— Vou me sentar aqui e apreciar você morrer, Harry Potter. Pode demorar à vontade. Não tenho pressa.
Harry se sentiu sonolento. Tudo à sua volta parecia estar girando.
— Assim termina o famoso Harry Potter — disse a voz distante de Riddle — Sozinho na Câmara Secreta, abandonado pelos amigos, finalmente derrotado pelo Lord das Trevas que ele tão insensatamente desafiou. Você vai voltar para a sua querida mãe de sangue-ruim em breve, Harry... Ela comprou para você mais doze anos de vida... Mas Lord Voldemort acabou por vencê-lo, como você sabia que ele faria...
– Sangue-ruim o escambau! – James disse.
– Não chame Lils assim! – Sirius falou com o livro.
– Gente, vocês estão falando com o livro! – Lily falou.
– Ok. – Os dois disseram.
Se isto for morrer, pensou Harry, não é tão mau assim.
Até mesmo a dor abandonou-o aos poucos...
Mas será que isto era morrer? Em vez de escurecer a Câmara parecia estar voltando a entrar em foco. Harry fez um pequeno movimento com a cabeça e lá estava Fawkes, ainda descansando a cabeça em seu braço. Uma pocinha de lágrimas peroladas brilhava em torno do ferimento — só que não havia ferimento...
— Afaste-se dele, pássaro — disse a voz de Riddle inesperadamente. — Afaste-se dele, eu falei, afaste-se...
Harry levantou a cabeça. Riddle estava apontando a varinha de Harry para Fawkes; ouviu-se um estampido como o de um revólver e Fawkes levantou vôo outra vez num redemoinho dourado e vermelho.
— Lágrimas de fênix... — disse Riddle baixinho, olhando o braço de Harry. — É claro... Poderes curativos... Me esqueci...
– Bem feito, seu idiota! – Lily falou.
Ele olhou para o rosto de Harry.
— Mas não faz diferença. Na realidade, prefiro assim. Só você e eu, Harry Potter... Você e eu...
E ergueu a varinha...
Então num farfalhar de penas, Fawkes sobrevoou os dois e uma coisa caiu no colo de Harry — o diário.
Por uma fração de segundo, Harry e Riddle, a varinha ainda erguida, olharam para o diário. Então, sem pensar, sem raciocinar, como se tivesse pretendido fazer isso o tempo todo, Harry agarrou a presa do basilisco no chão ao lado dele e enterrou-a direto no centro do livro.
Ouviu-se um grito longo e cortante. Um rio de tinta jorrou do diário, escorreu pelas mãos de Harry, inundou o chão. Riddle estrebuchava e se contorcia, gritando e se debatendo e então...
– Inteligente! – James falou.
– Muito! – Frank concordou.
Desapareceu. A varinha de Harry caiu no chão com estrépito e em seguida fez-se silêncio. Silêncio, exceto pelo pinga-pinga da tinta que ainda escorria do diário. O veneno do basilisco abrira a fogo um buraco no livro.
O corpo inteiro tremendo, Harry se levantou. Sua cabeça rodava como se tivesse acabado de viajar quilômetros com o Pó de Flu. Lentamente, recolheu a varinha e o Chapéu Seletor e, com um violento puxão, retirou a espada faiscante do céu da boca do basilisco.
Então chegou aos seus ouvidos um gemido fraco lá do fundo da Câmara. Gina estava se mexendo. Enquanto Harry corria para a garota, ela se sentou. Seus olhos espantados ziguezaguearam do enorme vulto do basilisco morto para Harry, com as vestes encharcadas de sangue, e daí para o diário em sua mão. Ela inspirou profundamente, estremecendo, e as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.
— Harry, ah, Harry, eu tentei lhe contar no café, mas não pude contar na frente do Percy... Fui eu, Harry... Mas... j-juro que não tive intenção... Riddle me obrigou, ele me levou até lá... E... Como foi que você matou aquele... Aquela coisa? Onde está Riddle? A última coisa que me lembro é dele saindo do diário.
— Tudo bem — disse Harry, levantando o diário e mostrando à Gina o furo feito pela presa —, o Riddle acabou. — Olhe! Ele e o basilisco. Anda Gina, vamos dar o fora daqui!
— Vou ser expulsa! — choramingou Gina enquanto Harry a ajudava, desajeitado, a ficar em pé. — Sonhei em vir para Hogwarts desde que G-Gui veio e ag-gora vou ter que sair e... q-que-que papai e mamãe vão dizer?
– Você não vai ser expulsa. – Lily falou.
– É, não foi nua culpa o que aconteceu. – James disse.
Fawkes estava à espera deles, sobrevoando a entrada da Câmara. Harry instava Gina a avançar; os dois saltaram por cima das voltas inertes do basilisco morto, atravessando a penumbra cheia de ecos e voltaram ao túnel. Harry ouviu as portas de pedra se fecharem às suas costas com um silvo fraco.
Depois de caminharem alguns minutos pelo túnel escuro, Harry ouviu o som distante de pedras que se deslocavam lentamente.
— Rony! — berrou, se apressando. — Gina está bem! Está comigo!
Ouviram Rony soltar um viva sufocado e, ao virarem a curva seguinte, divisaram a sua carinha ansiosa espiando por uma brecha de bom tamanho, que ele conseguira abrir entre as pedras desmoronadas.
— Gina!— Rony enfiou um braço pelo buraco para puxá-la primeiro. — Você está viva! Não acredito! Que aconteceu! Como... Que... De onde veio o pássaro?
– Longa história! – Lily disse.
– É do tio Dumby! – Sirius falou.
Fawkes mergulhou no buraco atrás de Gina.
— É do Dumbledore — respondeu Harry, espremendo-se para passar.
— Onde arranjou uma espada? — disse Rony, boquiabrindose ao ver a arma na mão de Harry.
— Explico quando sairmos daqui — disse Harry com um olhar de esguelha para Gina, que agora chorava mais do que antes.
— Mas...
— Mais tarde — disse Harry concisamente. Não achou uma boa idéia naquele momento contar a Rony quem andara abrindo a Câmara, pelo menos não na frente de Gina. — Onde anda Lockhart?
— Lá atrás — disse Rony, ainda com uma expressão intrigada, mas indicando com a cabeça o túnel na direção do cano de entrada. — Está bem ruinzinho. Venha ver.
– O que será que aconteceu? – Lily disse.
– Tomara que tenha morrido. – James disse, todos concordaram.
Guiados por Fawkes, cujas penas vermelhas produziam uma luminosidade dourada no escuro, eles caminharam de volta à boca do cano.
Gilderoy Lockhart estava sentado, cantarolando tranqüilamente para si mesmo.
— A memória dele desapareceu — disse Rony. — O Feitiço da Memória saiu pela culatra. Atingiu ele em vez de nós. Ele não tem a menor idéia de quem é, onde está ou de quem somos. Eu o mandei vir esperar aqui. É um perigo para ele mesmo.
– Graças a Merlin! - Os marotos disseram.
Lockhart mirou os garotos, bem-humorado.
— Alô — disse ele. — Lugar esquisito, esse, não acham? Vocês moram aqui?
— Não — respondeu Rony, erguendo as sobrancelhas para Harry.
Harry se abaixou e espiou para dentro do cano longo e escuro.
— Você já pensou como é que vamos subir por isso para voltar? — perguntou a Rony.
– Com Fawkes! – Lily exclamou, feliz.
– Ãhn ? – James perguntou, confuso.
– Fawkes é uma fênix!- Remo disse.
Eles fingiram que entenderam, só para os dois calarem a boca.
Rony sacudiu a cabeça, mas Fawkes, a fênix, passara por Harry e agora esvoaçava à sua frente, seus olhos de contas brilhando no escuro. Ela acenava com as compridas penas douradas da cauda. Harry olhou-a hesitante.
— Parece que ela quer que você a agarre... — disse Rony, com um olhar perplexo. — Mas você é pesado demais para um pássaro arrastá-lo por ali...
– Fawkes não é um pássaro comum! – James disse.
— Fawkes não é um pássaro comum. — Harry se virou depressa para os outros. — Temos que nos segurar uns nos outros. Gina, agarre a mão de Rony. Profº. Lockhart...
— Ele está se referindo ao senhor — disse Rony rispidamente. — a Lockhart.
— Segure a outra mão de Gina...
Harry prendeu a espada e o Chapéu Seletor no cinto, Rony segurou as costas das vestes de Harry e este esticou a mão e agarrou a cauda estranhamente quente de Fawkes.
– Que foda! – Sirius suspirou.
– Concordo! – Lene disse.
Uma leveza extraordinária pareceu se espalhar por todo o seu corpo e, no segundo seguinte, o grupo voava pelo cano em meio a um farfalhar de asas. Harry ouviu Lockhart, pendurado atrás dele, exclamar: "Espantoso! Espantoso! Isso parece mágica!" O ar frio fustigava os cabelos de Harry e, antes que ele tivesse enjoado da viagem, ela terminou. Os quatro bateram no chão molhado do banheiro da Murta Que Geme, e enquanto Lockhart endireitava o chapéu, a pia que escondera o cano voltou a se encaixar suavemente no lugar.
Murta arregalou os olhos para Harry.
— Você está vivo! — exclamou desconcertada.
– Não ele tá morto. É o Michael Jackson! – James ironizou.
– Não precisa parecer tão desapontada! – Lily falou.
— Não precisa parecer tão desapontada — disse o garoto, sério, limpando os salpicos de sangue e o limo dos óculos.
— Ah, bem... Andei pensando... Se você tivesse morrido, seria bem-vindo a dividir o meu boxe — disse Murta, com o rosto tingindo-se de prateado.
– Arre! Acho que a Murta está gostando do Harry! Gina arranjou uma concorrente! – Sirius exclamou.
– Que horror! – Lily e James exclamaram juntos.
— Arre! — exclamou Rony ao saírem do banheiro para o corredor escuro e deserto. — Harry! Acho que Murta está gostando de você! Gina você ganhou uma concorrente!
– O Rony é muito insensível! – Lily disse.
– Deixa ele fazer piada gente! Ele quer aliviar o clima! – Sirius defendeu o seu “irmão gêmeo”.
Mas as lágrimas continuavam a escorrer silenciosamente pelo rosto de Gina.
— Onde agora? — perguntou Rony, lançando um olhar ansioso a Gina. Harry apontou.
Fawkes tomou a frente, refulgindo ouro pelo corredor. Eles o seguiram e momentos depois se encontravam à porta da sala da Profª. McGonagall. Harry bateu e empurrou a porta, abrindo-a.
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