Capitulo Nove



Hey gente, me perdoe! Eu realmente esqueci de postar... eu estou fazendo hora extra no trampo desde a semana passada. Inclusive trabalhei no sabado... e estou só o pó. E acabei realmente esquecendo. Vi um comentário no ask, e aqui estou eu.


Eu, como sempre, li todos os reviews, mas não terei tempo para responde-los. Infelizmente.


Não deixem de mandar reviews, oks!! *--* Eles são muito importantes para mim =D


Beijos
Angel_S


---***---


Quando o avião finalmente pousou em terras suecas, Annelise sentiu a ansiedade atingi-la mais forte que nunca, só conseguia pensar que em breve estaria frente a frente com Harry novamente, e isso aquecia seu coração.


Do avião foi guiada por uma das comissárias até um carro que já a esperava próxima a pista, donde seguiu diretamente para a clinica de reabilitação onde Harry estava internado há algumas semanas. Primeiramente iria se encontrar com o médico responsável por ele, Dr. Barts, para uma conversa que ela bem sabia que poderia levar horas, para só depois poder ver Harry.


 


- Senhorita Malfoy – o médico a recebeu com uma expressão neutra, típica de médicos. Estendeu uma mão para cumprimentá-la e rapidamente a guiou para seu consultório. Annelise o seguiu sem dizer nada, inspecionando bem a figura a sua frente. O médico era um senhor de mais de sessenta anos, cabelos brancos e um alto porte, a pele muito branca e olhos escuros, mas o que mais chamou sua atenção foram os traços de seu rosto, cuja expressão parecia cansada. Certamente não era um trabalho fácil que ele fazia ali. – Sente-se, por favor.


 


Annelise assim o fez, logo uma assistente apareceu trazendo consigo uma bandeja com duas xícaras, serviu-os com chá quente e saiu rapidamente, tão calada quanto entrara.


 


- Seu irmão, o Sr. Malfoy, avisou-me da sua chegada – ela assentiu – acredito também que ele a tenha deixado a par da situação do senhor Harry aqui em nossa clínica.


- Draco não me contou muito – confessou ela. – É um assunto delicado para ele, afinal poucos anos atrás meu irmão esteve internado nessa mesma clínica, mas temo que a recuperação dele não tenha sido tão rápida quanto a de Harry o que o afeta de certa forma, por isso Draco prefere me dizer apenas o que é estritamente necessário.


- Sem problemas – o médico disse cruzando as mãos sobre sua mesa. – Posso explicar tudo a senhorita. Veja bem, Harry chegou aqui há pouco mais de três semanas e, normalmente, um paciente não poderia receber visitas após, pelo menos, quarenta e cinco dias. Quando ele veio se internar, por livre e espontânea vontade, eu mesmo me encarreguei de sua avaliação inicial e repassei todos os dados ao senhor Malfoy, nossa expectativa tendo em base todo o histórico de Harry, era que seria um logo caminho para ele. Veja bem, o problema de Harry com bebidas e drogas não surgiu agora, acredito que desde a infância uma parte dele foi abalada duramente após a perda da mãe, ele ainda era muito jovem e não se lembra de nada drástico, mas, do ponto de vista clínico, foi sim uma mudança drástica e desde então Harry teve acompanhamentos médicos, busquei seu histórico e descobri que mesmo ainda criança, durante o período de luto foram administrados alguns remédios de doses extremamente elevadas ao se tratar de uma criança, claro, ele havia perdido a mãe que estava afastada de casa por querer se divorciar do pai, vê como isso pode abalar uma criança? – Annelise assentiu acompanhando o raciocínio do médico. – Pois, desde o momento que começaram a tratá-lo com remédios fortes demais para seu organismo, abriu-se essa necessidade de sempre ingerir algo; quando ficou um pouco mais velho Harry abandonou a psicóloga que o acompanhava, não teve ministrado mais nenhum remédio, mas a dependência já havia se formado, de forma totalmente alheia para ele.


- Entendo – Annelise voltou a assentir, imaginava que para Harry a época em que perdera a mãe não havia sido fácil, ele era só uma criança no meio da guerra dos pais, quando sua mãe tentava se separar, e depois quando ela faleceu. Não podia nem imaginar como havia sido para ele. Mas, curiosamente, isso só a fez sentir mais afeição por ele, pois, por mais que houvesse percorrido alguns caminhos errados, Harry estava ali por vontade própria.


- Ele começou com pequenas medicações, um dia era para alguma dor muscular, outra para uma dor de cabeça, acompanhado de bebidas o remédio não fazia efeito, o que o levava a aumentar as doses e nisso se formou quase uma bola de neve, quanto mais pílulas tomava, mais queria tomar. Com o álcool acabou sendo o mesmo.


 


O médico fez uma pequena pausa para sorver um gole do chá, aproveitando antes que a bebida esfriasse muito, Annelise fez o mesmo e esperou ansiosa pela continuação do relato, sentia que só agora conhecia mais de Harry, mas ao invés de chateá-la, ela se sentia conformada, era fácil entender porque Harry não gostaria de contar esses fatos de sua vida, afinal fora há um bom tempo atrás.


 


- Mas contradizendo todas as nossas expectativas, devo dizer que há muito tempo não vejo um paciente tão determinado quanto ele – disse com um pequeno sorriso, que logo desapareceu quando o médico voltou a adquirir uma expressão neutra. – A melhora de Harry ocorreu em níveis alarmantes, e quanto contei a seu irmão o quanto isso me surpreendia, ele me disse que Harry estava decidido a melhorar para que vocês ficassem juntos. O próprio Harry algumas vezes chamou pela senhorita – saber disso fez o coração de Annelise apertar, por mais gratificante que poderia ser saber que Harry chamava por ela, era doloroso estar distante e não poder atendê-lo. – Os primeiros dias da desintoxicação são os mais sofridos, a abstinência mexe com várias regiões do corpo, inclusive causa delírios e Harry sempre chamava por você. Por isso chegamos a conclusão de que você vir vê-lo, mesmo antes do prazo que deveria ser seguido para as visitas, pode ajudá-lo ainda mais.


- Você acha que ele poderá sair antes do prazo estipulado inicialmente? – questionou ela.


- Com toda certeza – disse o médico confiante. – A princípio julgávamos que pelo menos um ano seria necessário, afinal Harry tem um histórico que o condena, todos os outros médicos reclamaram de sua rebeldia e falta de compromisso...


- Porque todos os médicos que ele teve foi por obrigação – disse ela rapidamente. – Desta vez ele quer mesmo isso.


- E isso faz toda a diferença! – disse o médico. – No momento prefiro não lhe dar uma estimativa, pois há vários métodos que poderemos adotar. O apoio da família é sempre muito importante, acreditamos que em casa os pacientes podem se recuperar ainda melhor, por isso minha sugestão é que a parte final do tratamento Harry já faça em casa, temos uma filial no norte da Inglaterra, onde poderemos montar todo o suporte caso ele venha a precisar. Mas acredito que os grupos de apoio e uma visita regular a psicóloga resolvam o problema. E claro, visitas periódicas a clínica nos primeiros meses, apenas por garantia.


- O senhor prefere não dar estimativas, mas sou obrigada a lhe pedir isso. A família dele veio me procurar antes de eu vir para cá, em poucos dias será o Jubileu da Rainha, e a avó de Harry gostaria muito da presença dele, eu mesma disse que seria impossível...


- E será – o médico logo disse. – Harry está fazendo um bom progresso, mas afastá-lo tão rapidamente pode causar uma piora, é uma mudança muito drástica da Suécia para a Inglaterra, algo que requer certo tempo, não posso simplesmente mandá-lo de volta para casa, há todo um processo de readaptação, para que ele vá retomando seus compromissos e então sim minha definitiva liberação para que siga a manutenção da reabilitação em casa, ainda mais em um evento deste porte que estará regado a bebida – moveu a cabeça em negativa – não seria sequer justo jogá-lo direto em um ambiente de provação.


 


Annelise respirou aliviada. Por pior que fosse estar distante de Harry, desde o princípio soubera que esse era o caminho, levá-lo ao Jubileu só complicaria tudo.


 


- Mas as olímpiadas no final de julho – o médico soltou um pequeno sorriso – creio que até lá, se ele continuar progredindo desta forma, pode ser possível.


 


Com um pequeno sorriso Annelise assentiu agradecida. Dois meses parecia muito tempo, mas ela bem sabia que não custaria a passar.


 


- Agora venha, vou levá-la até ele.


 


Rapidamente Annelise se pôs de pé para segui-lo e com um sorriso no rosto permitiu-se apreciar a clínica enquanto caminhavam pelos corredores bem iluminados.


Ao contrário do que se poderia imaginar, a clínica tinha vários quadros coloridos pendurados nas paredes, todos feitos por pacientes em seu processo de reabilitação, afinal tratavam todos os tipos ali, várias janelas deixavam a claridade entrar iluminando o ambiente e a área externa era ótima. Um vasto e florido jardim se estendia por muitos metros circundando o prédio, vários bancos estavam espalhados pelos mesmo e Annelise pôde ver, em um banco não muito distante, Harry já a sua espera.


Um largo sorriso se abriu nos lábios de Harry assim que a viu, e imediatamente se pôs de pé a sua espera.


 


- Vocês têm todo o tempo que precisarem – disse o médico antes de se afastar.


 


Várias enfermeiras estavam espalhadas por todo o jardim, se Annelise ou o próprio Harry precisasse de ajuda, teriam a quem recorrer.


Vendo-se livre do médico, Annelise apressou o passo e jogou-se nos braços de Harry, que a recebeu em um abraço apertado soltando uma gostosa gargalhada. Esse mero gesto já fez lágrimas surgirem em seus olhos, sentira tanta falta dele.


Quando se afastaram, parou para admirá-lo por um minuto e sentiu que se apaixonava mais uma vez por ele. A pele estava levemente bronzeada, devido ao grande tempo que passava na área externa, seu corpo estava mais forte e havia ganhado alguns quilos, o que era natural depois de ter superado os intensos dias de abstinência, afinal, ao consumir álcool ou alguma droga, Harry não se alimentava.


Ele parecia incrivelmente saudável, e isso só fez o sorriso de Annelise se expandir. Era como se só naquele momento estivesse se dando conta de que era real, de que ele realmente estava melhorando, só depois de vê-lo com seus próprios olhos ela podia acreditar.


 


- Mal posso acreditar que você está aqui – ele disse depois de um minuto no qual ficaram apenas se encarando.


- Tive tanto medo de vir vê-lo – ela confessou voltando a abraçá-lo. – Draco havia me preparado para todos os tipos de reações que você poderia ter, mas nenhuma era tão boa assim – eles riram.


- Não vou dizer que tem sido fácil, porque não tem – confessou ele tocando o cabelo macio de Annelise. – Tem dias que fico bem irritadiço, mas eu sabia que você estava chegando, por isso nada poderia abalar meu bom humor.


 


Um minuto depois sentaram-se no banco, bem próximos e com as mãos entrelaçadas, e Annelise sentiu que não queria ir embora nunca mais.


 


- Tem horas que a saudade é tamanha – continuou a falar.


- Fiquei contando cada hora para te ver – ela confessou com um risinho. – E ver você assim, tão bem, compensou cada minuto de ausência.


- Falei em sério antes de vir – disse Harry ficando sério. – A primeira coisa que farei ao sair daqui é pedir a sua mão oficialmente, como mandam as tradições, nunca mais vou desapontá-la, meu amor.


- Por mais que eu não tenha a menor pressa de me casar – disse ela com um risinho – quero você, quero estar bem com você.


 


 


 


Milhares de quilômetros dali, Draco olhava uma relaxada Hermione deitada sobre a cama, o corpo coberto por uma fina camisola não deixava margens a imaginação, mas desta vez seu interesse ao olhá-la era outro, tinha de acordá-la, mas sentia pena de fazê-lo. Haviam chegado tarde do jantar na casa dos pais de Hermione, e deitados abraçados na cama ficaram conversando ainda por um tempo, e agora não passava das oito da manhã e tinha de tê-la desperta e arrumada ao seu lado.


 


- Herms – sussurrou ele fazendo um carinho sobre seu ombro. – Vamos – chamou ele um pouquinho mais alto.


 


Mas tudo que conseguiu foi um resmungo enquanto ela se ajeitava melhor na cama.


 


- Vamos, você precisa se arrumar... – ela abriu apenas um olho, moveu a cabeça em negação e voltou a fechar o olho. – Logo esta casa estará uma loucura, e precisamos estar prontos para recebê-los.


 


Draco não gostava de serviços pela metade, assim que durante a semana havia passado horas no telefone combinando cada detalhe, já havia passado a planejar tudo mesmo antes de contar a Hermione. Haveria uma equipe de fotógrafos, e duas câmeras que filmariam a entrevista que seria passada no programa de auditório mais visto no Reino Unido, além de todos os jornais, os fotógrafos iriam fazer um ensaio completo que estamparia a capa da próxima edição da People britânica. Tudo para que não houvesse mais dúvidas, afinal depois que se confirma passa a ser notícia velha e os paparazzi rapidamente se afastariam em busca de uma notícia fresca, era assim que funcionava no mundo da mídia.


 


- Está cedo ainda – ela resmungou.


- Eu sei – ele disse sentado na beira da cama, ao lado dela. – Mas temos que fazer o anúncio, sei que você precisa descansar mais, mas depois que fizermos esse anúncio tudo ficará bem mais fácil.


 


Outro motivo para Draco trazer a data justamente para este sábado, era atrair as atenções para si. Desde que o relacionamento de Annelise com Harry ficara sério, sua irmã constantemente era flagrada por paparazzi’s, e a ausência de Harry já estava sendo especulada, alguns diziam que ele estava com o exército, afinal ele fazia parte do mesmo, outros especulavam que estava viajando para algum lugar tropical, o que o garoto gostava muito de fazer, e Draco preferia que continuassem pensando assim. Rastrear Annelise até a Suécia não deixaria uma margem satisfatória de opções para o que ele poderia estar fazendo por lá.


Ainda resmungando Hermione se levantou e caminhou direto para o banheiro, ainda sentindo-se muito sonolenta. Mas, minutos depois, já se sentia outra mulher. O banho ajudou-a a despertar e logo estava ao lado de Draco tomando o café da manhã.


 


- Por que tão cedo em um sábado? – perguntou ela após sorver um gole de suco.


- Há muito a ser feito, por mais simples que pareça, fazer um comunicado oficial que será transmitido ainda hoje causa um transtorno enorme. Haverá equipes de filmagem por toda a casa, eles irão nos maquiar e tirar fotos antes de falarmos qualquer coisa. Marquei uma entrevista para nós, para que tiremos essa história a limpo de uma vez por todas.


 


E tudo realmente fora uma loucura. Por várias horas foi um intenso entra e sai de pessoas na residência Malfoy, homens munidos de suas câmeras e filmadoras se instalaram em vários pontos da Sala Verde, como originalmente era chamada uma das espaçosas salas de visita da família Malfoy. O cômodo fora escolhido por a cor representar o emblema da família, e pelas grandes portas de vidros que davam vista para o jardim externo.


A Sala Verde era chamada assim por ter suas paredes pintadas desta cor, originalmente, mas Hermione se encarregara de inverter as coisas, mandando pintar as paredes de ver e trazendo móveis e decorações em verde, as várias plantas colocadas em lugares estratégicos também realçavam o nome dado a sala.


O que, na opinião de Draco era besteira, afinal aquela era só mais uma sala entre tantas outras.


Havia tanto a ser preparado que só após o almoço puderam se sentar para enfim serem entrevistados.


 


- Para você que ligou a televisão agora, eu sou Rita Holland e esta noite estou na bela Mansão Malfoy, com o casal mais comentado na Inglaterra no último ano, o senhor Draco Malfoy e sua esposa Hermione Jane Malfoy. O casamento deles na virada de ano deu o que falar, sendo um espetáculo e tanto, mas hoje são outros temas que me trazem aqui – após dizer isso a atenção da câmera desviou da jornalista para Draco. – Bom senhor Malfoy, nos parece que o senhor e sua esposa têm um comunicado interessante para fazer a todo povo da Inglaterra.


 


Hermione manteve sua expressão suave durante todo o tempo, mas sua vontade era de maldizê-la, ainda não lhe parecia possível que tivesse de dar satisfações em rede nacional do que acontecia em sua própria vida.


 


- Como algumas revistas noticiaram nos últimos dias, viemos aqui para confirmar o que todas elas especulavam. Hermione está grávida de nosso primeiro herdeiro – disse Draco com a voz firme.


 


A jornalista pareceu extasiada em ter a confirmação que tanto aguardava.


 


- Com todo respeito, sua barriga já é visível, tanto que isso os forçou a darem uma resposta ao povo inglês a respeito de um possível herdeiro ou não. O que nos empertiga é a demora para esse anúncio ser feito.


- Se tem algo que prezamos muito é a nossa privacidade – Hermione rapidamente se pôs a responder. – Pelos eventos que sempre estamos presentes, claro que estamos sempre na mídia e para nós isso é o suficiente, dentro desta casa tentamos levar uma vida normal, o que significa sem paparazzis em nossa porta várias horas por dia, por isso quando a gravidez se confirmou, quisemos guardá-la conosco por todo tempo que fosse possível, por melhor que possa ser poder dizer a todo o povo inglês que estou realmente grávida, esse é um momento nosso, da família que estamos construindo, e gostaríamos que permanecesse assim.


- O senhor nos disse que aguardam seu primeiro herdeiro. Então é um menino? – perguntou com um sorriso animado.


- Sim – Hermione logo se apressou a responder, uma resposta que surpreendeu Draco. Haviam combinado de não revelarem o sexo do bebê, mas só de pensar em mais entrevistas para fazerem isso, e toda a chateação que teria até que finalmente confirmasse se teria um menino ou uma menina; no final considerou que não valia a pena esconder. – Estou grávida de um belo e forte menino – disse sorridente e Draco sorriu também. Algo que sempre acontecia ao mencionarem o bebê.


 


Por alguns minutos a jornalista ainda insistiu em saber mais como qual seria o nome do bebê e para quando ele estava previsto, mas com agilidade Draco informou que ainda não haviam decidido qual seria o nome, afinal eram tantas opções e queriam escolher com calma, quanto a data prevista, Draco preferiu cortesmente ignorar a pergunta.


Logo a jornalista e sua equipe se retiraram para a sala ao lado, onde um grande equipamento de edição fora montado para que já editassem o que fosse preciso da entrevista, deixando-a pronta para ir ao ar com a devida aprovação do casal Malfoy, que fazia questão de vê-la antes de ser divulgada.


Assim que eles se retiraram Hermione se afastou para se trocar, haviam tirado algumas fotos antes da entrevista, e agora tirariam algumas outras com outros trajes, fotos em que pela primeira vez Hermione exibiria orgulhosa sua barriguinha.


O sol já havia se posto quando o último homem saiu e Hermione jogou-se sobre o sofá da sala de televisão, exausta, mas muito contente.


 


- Acabou sendo muito melhor do que eu previra – disse ela minutos depois, quando Draco viera se juntar a ela.


 


Sentia-se livre agora que todos já sabiam da gravidez, não precisava mais esconder nada. Era uma sensação libertadora.


 


 


Há não muitos quilômetros dali, o chá das cinco estava sendo servido pontualmente, como há anos mandava a tradição, a rainha aguardou enquanto os empregados serviam-lhe de chá com leite, algo puramente inglês, e logo se afastavam, seus convidados fizeram o mesmo, todos em silêncio na presença dos empregados, pois já haviam aprendido que muitos deles possuíam grandes ouvidos e se vendiam muito fácil, loucos por um escândalo.


 


- Então é verdade? – a rainha logo perguntou a convidada que sentava-se ao seu lado direito, a senhora Narcisa Malfoy. – Draco engravidou mesmo aquela garota.


- Infelizmente – lamentou Narcisa sem esconder sua falta de apresso pela mulher que Draco escolhera por esposa.


- Com Diana foi a mesma coisa – confidenciou-lhe a rainha, parecendo muito mais jovem que sua real idade ao fazer tal comentário.


- Um absurdo, devo dizer – Fiona Crawley, filha de um nobre importante, acrescentou. – Toda essa mistura de sangues está destruindo nosso legado de sangue nobre.


- O que é uma lástima – Cherie Blair, a esposa do ex-primeiro ministro, anunciou. Não era o que realmente sentia, e sabia não ser a única a sentir-se assim, mas há anos havia aprendido que não se podia discutir com a rainha, ainda mais em sua residência. Sendo ela mesma uma mulher de história humilde, conteve-se.


- Espero que ela não engorde muito – comentou a fútil Sabrina, uma das primas da rainha. – Ou a gravidez já está bem avançada? – questionou dirigindo-se a Narcisa.


- Ela provavelmente se casou grávida – respondeu com uma mesura. – Desde o princípio tentei abrir os olhos do meu filho para isso, mas Draco se negou a me escutar e agora ai está, levando o golpe da barriga.


- Oh – Sabrina respondeu com outra mesura. – Então realmente espero que ela não engorde muito, bebês muito grandes são grotescos e Draco certamente não quer ser visto ao lado de uma mulher gorda depois que a criança nascer – continuou a destilar sua futilidade. – Um jovem tão bonito quanto ele...


- Draco certamente herdou a beleza de sua família – Samantha Cameron, a mulher do atual primeiro ministro, tentou agradar.


- É uma pena que tenha puxado a fertilidade do pai – Narcisa retrucou com sarcasmo.


 


Não era novidade para as mulheres que faziam parte daquele círculo e das constantes reuniões para o chá da tarde, que Lucius Malfoy era um homem bastante fértil, Narcisa jamais escondeu que mantinha-se distante dele para não correr o risco de engravidar novamente, duas gestações foram o suficiente para traumatizá-la e deformar seu corpo o bastante, além do mais, jamais tivera paciência para crianças. Assim como era de conhecimento de várias delas que não só uma amante de Lucius acabara grávida, principalmente quando seus casos extraconjugais começaram, quando Annelise era apenas um bebê e Narcisa repeliu-o de sua vida, claro que todos esses bastardos foram devidamente contidos pelo poder e influência que a família Malfoy possuía, mas Narcisa podia dizer que tivera bastantes incômodos quanto a fertilidade de seu marido, e agora seu filho mostrava ter herdado os genes Malfoy nesse quesito.


 


- Só espero que essa garota não resolva ter uma penca de filhos – continuou a falar.


- Pois estamos em posições opostas, minha cara – a rainha logo se pôs a falar. – Enquanto você reclama que seu filho está fazendo filhos, eu reclamo que meu neto é incapaz de engravidar sua esposa. Ou melhor, Catherine é que está se mostrando uma completa decepção!


- Você já conversou com William? – Cherie perguntou visivelmente interessada.


- Ele diz que os dois pretendem deixar os filhos para mais tarde – riu – como se isso fosse possível! William está prestes a receber a herança da mãe, já vai completar 30 anos! Com um ano de casada Charles já havia nascido, e Catherine sequer engravidou!


- Isso quer dizer que os boatos são verdadeiros? – Fiona se empertigou. – Catherine tem mesmo problemas de fertilidade?


- Sei que meu William é que não tem! – retrucou a rainha. – Desde o princípio disse a ele que não era certo casar-se com uma ninguém, e agora vejam só, nem sequer um descendente para o trono ela é capaz de gerar – disse visivelmente alterada. – Catherine está passando dos limites, essa imagem de nova Diana que ela quer passar já deu o que falar...


- O que você pretende fazer? – Sabrina perguntou de forma informal, por ser da família esquecia-se do modo adequado de dirigir-se a rainha, mas ninguém pareceu se ater ao detalhe.


- Estou pensando ainda, mas vou contê-la! – retrucou. – E quanto a sua filha – disse dirigindo-se a Narcisa – espero que ela também tenha herdado a fertilidade Malfoy, Harry parece bem decidido quanto a se casar com ela, e não vou suportar ter dois netos que não me deem bisnetos logo! Você pode achar desprezível uma casa cheia de crianças, mas quando há uma coroa a ser herdada, quanto mais melhor – completou a rainha. – Não suportaria ver a coroa passada a algum descendente distante, seria humilhante para toda a família.


- Annelise tem apenas dezoito anos! – Narcisa retrucou. Pensar que sua filha seria vista pela rainha apenas como uma parideira era degradante. Mas logo lembrou-se de que William não ter filhos significava que sua filha poderia chegar a coroa, finalmente um Malfoy teria a coroa que lhe fora arrancada há séculos atrás.


- Quanto mais cedo melhor – contestou a rainha. – Mais filhos ela poderá ter – e Elizabeth estava decidida quanto a isso. Já havia sido desgraça o suficiente ver seu filho casando-se com uma mulher divorciada, o que o impedia de ascender ao trono, logo seu neto mais velho casara-se com uma infértil, o que encerrava a linhagem, pois era bom que Annelise Malfoy fosse uma jovem e fértil esposa, caso contrário a coroa não permaneceria com sua família por muito mais tempo, e isso seria uma enorme desgraça.


 


 


- Parece que tirei o mundo das costas – Hermione comentou mais tarde, quando estavam a sós no quarto após o jantar.


- Por um dia ou dois haverá comoção, mas logo nos deixarão em paz – Draco respondeu aproximando-se dela. – Não sabe o alivio que me trás saber que poderei viajar com William e tudo estará certo por aqui.


 


Os negócios que deveria tratar em Nova York diziam respeito ao interesse da Inglaterra em fazer negócios com a maior potência mundial, além de ter investimentos pessoais a fazer, toda a herança de sua mãe estava sendo administrada por Draco e alguns bancos americanos eram um investimento mais seguro que muitos europeus, por isso iria unir o útil ao agradável, tratar de negócios pelo país e por si mesmo, e ainda ter um tempo para conversar com William, algo que não faziam há semanas.


 


- Que horas você vai viajar amanhã? – Draco puxou Hermione mais para perto de si.


- Logo pela manhã. – respondeu o loiro apoiando a cabeça sobre a de Hermione. – Quase de madrugada.


- Irei com você até o aeroporto.


- Não precisa, Herms. Vai estar frio, é provável que eu saia antes das 6 horas.


- Quanto tempo de voo?


- Quase 7 horas. Devo chegar a tempo do almoço.


- Sentirei saudades. – confessou Hermione.


- Eu também sentirei, mas aproveite esse tempo para se dedicar ao quarto do nosso filho. Annelise deve chegar amanhã, na hora do almoço. Aproveitem para comprar o enxoval do bebê...


- Não irei sair de casa amanhã, Draco. – respondeu uma Hermione sonolenta. – Seria suicídio. Não conseguiria andar em nenhuma loja...


- Saia pela porta dos fundos, pode ajudar.


- Vou pensar.


 


                Draco sorriu ao notar que Hermione adormecera novamente. Desde que haviam descoberto a gravidez, Hermione sentia cada dia mais sono, dormia facilmente a qualquer momento. Draco pegou-se sorrindo ao notar que a esposa ressonava tranquilamente agarrada ao seu travesseiro. Passou as mãos pelo ventre da esposa e sentiu o bebê mexer. Eram raras as horas que ele aparentemente “dormia”, e por algumas vezes escutou Hermione queixando-se com Gina sobre não conseguir dormir direito durante a madrugada.


Draco se levantou suavemente e pegou outro travesseiro dentro do closet. Antes de deixar-se ir, observou a esposa dormindo, e novamente a maldita “voz da consciência” o atormentou. Até que ponto havia chego para tê-la ao seu lado? Aquele bebê era a melhor coisa que havia acontecido em sua vida, mas ele vinha com um preço alto demais para Hermione. Obrigara-a desistir de seu maior sonho, e ambos sabiam que ele poderia nunca mais vir a ser realizado.


Sentou-se na cama e limitou-se a observar Hermione dormindo, suas omoplatas mexendo suavemente enquanto respirava. Era impossível não lembrar-se do momento em que havia tomado a decisão de engravida-la.


 


- O que eu preciso fazer para não chegarmos atrasados?


 


                Draco olhou impaciente para uma Hermione enrolada em uma enorme toalha de banho, tentando a todo e qualquer custo alisar o cabelo. Se não estivesse atrasado consideraria, certamente, aquela cena absurdamente sexy. Arrependeu-se das palavras assim que escutou o barulho do secador cessar.


 


- Muito bem, ó poderoso Malfoy. – respondeu sarcástica, enquanto tentava desprender, em vão o pente que havia enroscado em seu cabelo. – No banheiro, a um armário ao lado da pia. Na primeira gaveta você irá encontrar uma escova de cabelo. Preciso dela.


- Primeira gaveta do armário ao lado da pia. – repetiu ele.


- Isso mesmo.


 


                Ao entrar no “protótipo” que Hermione chamava de banheiro, Draco suspirou desanimado. Abriu a gaveta mencionada e não achou nenhuma escova, a princípio pensou em perguntar. Abriu a segunda e nada, a terceira... e ali estava algo que havia chamado a sua atenção. Haviam 3 cartelas de anticoncepcional fechadas e lacradas. Iria encarar aquilo como um sinal divino.


 


Sentiu-se patético e, acima de tudo, egoísta. Em vão sacudiu a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos que de nada ajudariam naquele momento, arrepender-se, naquela altura, já não adiantava nada. Odiou-se por saber que havia assimilado o único “ensinamento” de Lucius: O fim justifica os meios.


                O despertador que ficava ao lado de Draco, em cima do criado-mudo, tocou insistente. Não eram 5 horas da manhã e um Draco completamente sonolento bateu a mão firmemente em cima do aparelho, fazendo-o calar. Quanto tempo havia conseguido dormir de fato? Dez minutos? Vinte minutos? Sentiu Hermione se mexer incômoda ao seu lado.


 


- Draco...?


- Bom dia, Herms. – Draco beijou os cabelos da esposa. – Continue a dormir. Irei tomar um banho.


- Mas...


- Antes de sair, eu acordo você – prometeu ele.


- Quero tomar café com você – resmungou ela antes de adormecer novamente.


 


                Draco deixou a água escorrer por seu corpo. A saudade que sentiria de Hermione e do bebê que ainda nem havia nascido seria absurda, mas não poderia deixar que isso influenciasse no seu dever para com William e o governo britânico. Pensou no quanto amava Hermione, o quanto esse sentimento era maluco. Draco sentiu-se ridículo por nunca ter dito a Hermione, enquanto ela estava acordada, o quanto a amava, o quanto era apaixonado por ela.


                Com a toalha enrolada na cintura, Draco saiu do quarto e encontrou a esposa toda espalhada na cama e descoberta. Tudo nela era sexy, não havia uma parte do corpo de Hermione que não deixasse Draco tenso. Sentiu-se ridículo ao notar que havia ficado excitado apenas por ver Hermione relaxada daquela maneira. O que não daria para fazer amor com ela naquele momento? Caminhou até o closet tentando pensar em qualquer outra coisa que não fosse sua esposa. Escolheu sua roupa com cuidado, precisaria estar apresentável ao chegar à Nova York.


 


- Draco?


- Estou no closet, Herms – Draco se olhou no espelho e ajeitou a gravata melhor. – Estou indo ai.


 


                Hermione sorriu ao ver o marido sair do closet. Não podia negar que ele ficava incrivelmente lindo em seus ternos negros. Draco não combinava com cores muito claras, tinha que admitir. Draco se aproximou e sentou ao seu lado, seus cabelos estavam penteados para trás, cuidadosamente.


 


- Você não precisava acordar.


- Queria tomar café com você.


- Já estou atrasado, Herms – disse Draco olhando para o relógio em seu pulso. – Não terei tempo para tomar café. Farei isso a bordo do avião.


- Prometa que irá me ligar quando chegar a Nova York.


- Claro que irei ligar – Draco puxou a castanha para si, beijando-a calidamente. – Não abuse, Herms. Por favor. Qualquer problema, me ligue. Se precisar, chame a Gina, sua mãe... Mas evite ficar sozinha.


- Fique tranquilo, Draco. Sei me cuidar. Não irei abusar, sei dos meus limites.


- Agora eu preciso ir. Fique com o celular por perto. Ligo assim que pisar em Nova York.


 


                Hermione segurou as lágrimas ao ver Draco sair do quarto, os próximos dias seriam longos.


 

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Comentários (13)

  • Landa MS

    Apaixonante. Sempre suspiro quando draco e Hermione estão em cena.

    2013-04-26
  • RêLovegood

    Oi!Eu era sua leitora no Nyah!Percebi que não iria conseguir viver sem saber o final dessa fic, decide criar uma conta aqui no FeB!!Estou louca para ler o próximo capitulo!Beijos <3 

    2013-04-25
  • sonimai

    lindo o encontro do Harry com a Anne,e mais lindo ainda o tratamento que o Draco esta dando a hermione,ele esta tão protetor,agora quanto ao encontro das cobras,cara que loucura,só veneno,mas confesso que estou adorando que a Kate não consegue engravidar,hehehehe

    2013-04-24
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