Capitulo Oito
Hey gente, aqui estou. Postando pela primeira vez na sexta feira em muito tempo.
Para quem náo tem meu face, náo deve estar sabendo... meu cachorro ficou preso em uma lança, foi resgatado por bombeiros... uma coisa de louco! Fez uma cirurgia de emergencia, e desde então vem se recuperando. =) Logo logo ele estara 100%.
Eu, como sempre li todos os reviews... mas estou triste, porque eles veem diminuindo consideravelmente. =/ Mas, náo tem problema, eu fico feliz por cada review que eu leio.
Gente, infelizmente, eu não poderei responder os reviews... é, eu sei, isso tem se tornado rotina, mas náo estou podendo abusar do meu ombro. Em breve vou começar as sessões de fisio, então, todo cuidado é pouco, para náo tornar a lesão cronica.
Agora, chega de falar de mim e vamos ao que interessa!! =D
Beijos.
Angel_S
---***---
Draco segurou firme na mão da irmã enquanto ambos encaravam o pai, e teve de admitir que jamais imaginara que, um dia, veria seu pai, o poderoso Lucius Malfoy, em tamanha situação de fragilidade. Seu corpo estava tão magro que era quase possível ver o contorno de alguns ossos, não havia mais gordura nele, apenas pele e ossos, o que por si só já era triste. Mas a expressão no rosto de Lucius o atingiu de forma dura.
Afinal aquele era o homem que não se importava com a família, ou melhor, com a sociedade que mantinha com Narcisa Malfoy, porque aquilo certamente estava longe de ser chamado de família. Uma mãe que sequer o amamentara para não estragar os seios, que mal o carregava no colo por não gostar de crianças e julgar que o peso de um bebê em seu colo afetaria sua coluna, aquele era o homem que chegava de madrugada, que traía sua mãe debaixo do nariz dela e não se importava com as bebedeiras do filho... Agora as coisas faziam sentido. A urgência que Victor tinha em vê-lo casado, ou pelo menos em uma forte relação, a necessidade de mostrar que o herdeiro Malfoy não era só mais um garoto boêmio que acabaria com a herança deixada pelo pai antes mesmo que seu túmulo esfriasse.
Lucius sabia da doença quando o coagia a procurar estabilidade, a procurar mostrar ser um homem, não só um moleque.
Foi puxado de seus devaneios pelo suspiro de Annelise ao seu lado, e sentiu-se mais protetor que nunca em relação a irmã ao vê-la tão abalada. Os olhos azuis miravam os do pai, que mesmo estando abertos e fixos nos herdeiros, pareciam ausentes.
Era engraçado que depois de tanto tempo sem trocar uma palavra com o pai, e tão abalados pela notícia de que seu quadro só se agravava, não tinha o que dizer. Estava estagnado.
- Você ao menos se arrepende? – ouviu sua irmã pronunciar com a voz rouca, mas repleta de coragem. Não deveria provocar fortes emoções no pai, mas por um lado entendia o ponto de Annelise, aquela poderia ser a última vez que conseguiriam ter algo próximo a uma conversa com aquele que deveriam chamar de pai.
- Sim – a voz rouca e baixa de Lucius Malfoy fez o coração de Annelise disparar. – Vocês podem me odiar como pai, podem odiar a mãe que Narcisa foi para vocês – disse ele pausadamente, quase sem fôlego. – E por mais que eu me arrependa do que fiz a minha família – ofegou – não mudaria nada – confessou.
O choque tomou Annelise, deixando-a com olhos arregalados. A demora de seu pai em voltar a reagir só fez seus batimentos cardíacos ficarem ainda mais intensos.
- Porque vocês dois, contra todas as possibilidades – continuou de forma lenta – são grandes pessoas.
Lucius suspirou movimentando-se o pouco que todos os fios ligados a diversas partes de seu corpo permitiam. Era por isso que queria ver os filhos, cada dia a dor era maior e seu corpo ficava mais fraco, por isso queria a presença dos filhos ali, eles não sabiam, mas já havia assinado o consentimento para que o mantivessem quase em coma induzido, a dor que vinha sentindo beirava a insuportável e chegaria uma hora que nem toda morfina disponível faria efeito.
Mas esses últimos minutos com seus herdeiros valeram a pena para Lucius, e acreditava que, talvez, pela primeira vez na vida havia sido inteiramente honesto em suas palavras, realmente sentia orgulho da pessoa que seus filhos estavam se tornando, ainda mais diante de todas as probabilidades, afinal sendo criados por alguém ausente como ele e uma mulher negligente como Narcisa, sentia-se agraciado por tê-los.
Talvez esse fosse o único arrependimento em sua vida: não ter permitido que Narcisa se livrasse da criança que esperava.
Sim, havia muito mais em sua história com Narcisa, que na época carregava o sobrenome Black, que seus filhos sabiam. Ele, filho de nobres carregava o sobrenome Malfoy quando conheceu Narcisa, filha de um banqueiro muito bem quisto na sociedade, o casamento entre eles seria um belo negócio, todos comentavam, mas o gênio difícil de ambos tornava tudo mais complicado. Só havia um momento que bem se entendiam: na cama.
No auge de seus vinte anos, com cabelo loiro longo e olhos cinzentos, era um belo homem, tinha de admitir, e sabia também como conquistar uma dama. A pedido do pai fez todos os intentos necessários para atrair Narcisa Black, levou-a para o chá da tarde, comprou-lhe flores, pagou jantares e passeios, tudo do bom e do melhor para conquistar uma bela mulher. Naquela época, além do gênio difícil, havia certa alegria em Narcisa que o cativara, seria ingênuo de pensar que era amor, pelo contrário, tinha plena consciência de que em todos os anos que estiveram juntos, jamais foi amor que os uniu, amor pela conveniência, pelo status, pelo comodismo talvez, mas não amor conjugal, amor entre homem e mulher.
Tanto que se não fosse pela insistência ferrenha de seu pai, talvez houvesse largado de mão aquela mulher. Era jovem, era galanteador e já havia tido várias mulheres, e a perspectiva de ter muitas outras não lhe parecia ruim, pelo contrário, em muito o agradara.
Mas sendo fiel ao pai, atraiu Narcisa para sua teia, mal sabendo que do outro lado a família Black também em muito investia para essa união, um casamento de conveniência foi no que acabou. E Lucius acabou dando o passo crucial para isso: engravidou-a.
Antes mesmo de terem uma data marcada, jovens, com hormônios a flor da pele, não foi difícil atrair Narcisa para a cama, ela era uma jovem esbelta e consciente dos prazeres que um homem poderia oferecer a uma mulher, assim que sem muito protelar, cedeu as investidas de Lucius e acabaram na cama seis meses depois de se conhecerem. Um mês depois ele a engravidou, e Narcisa nunca mais foi a mesma.
Talvez tenha sido por tudo cair em seu colo de repente, Narcisa mal se descobriu grávida e o casamento já estava marcado, tudo feito sob pressão e sem esconder o quanto a união da famílias seria lucrativo. Ela se viu desiludida e tudo que queria era se livrar da criança que carregava, mas Lucius jamais permitiu que ela chegasse as vias de fato.
Provavelmente a única decisão acertada.
Quando Draco nasceu, a mulher vivaz que conhecera morreu na sala de parto, tinha de reconhecer que não fora uma experiência fácil, Narcisa sequer chegara aos vinte anos e já se via dona de uma casa, esposa e agora mãe, depois de um exaustivo parto de mais de quinze horas. Certamente não fora fácil, mas pensou que com o tempo ela voltaria a si.
Mas só piorou.
Por isso quando, anos depois, voltaram a ter alguma intimidade e ela engravidou novamente, Lucius se viu encantado pela criança, mas o desprezo de Narcisa pelas crianças, pelo marido, pela própria família acabou por afastá-lo de casa também. Já tinha uma esposa e os herdeiros que precisava para dar continuidade ao nome Malfoy, os anos seguintes passou entre as poltronas do parlamento e entre as pernas das mais diversas mulheres.
Longe de casa.
Por isso não se abalou quando, minutos depois os dois se despediram com meias palavras, dentro do peito sentia o alivio do dever cumprido.
- Tudo bem, Anne? – Draco perguntou de forma gentil ao puxar a irmã para um abraço assim que saíram do quarto onde seu pai repousava.
- Eu só... – gaguejou ela em busca das palavras corretas para exprimir o que realmente sentia. – Me sinto triste, é claro, mas não é nada demais, sabe? Não o tipo de tristeza profunda e obscura que todos descrevem sentir quando estão prestes a perder um dos pais, ou já o perderam... Eu só, sinto muito, só isso.
- Não haveria porque ser diferente – Draco a afagou no rosto. – Ele nunca foi verdadeiramente um pai para nós, todos os anos que você esteve no internato, ele nunca...
- Foi como você – murmurou ela. – É isso que me incomoda, entende? Antes de você ir para a reabilitação eu pensei que iria perder você – confessou ela com a voz trêmula e os olhos aguados. Com delicadeza Draco a guiou para uma sala de espera no fim do corredor, em que não havia ninguém e poderiam ter um pouco mais de privacidade. – Você estava tão mal, que cheguei a pensar que não teria volta, e quando mamãe não me deixou ir ver você... Chorei por dias no internato, sozinha. E com ele não chega nem perto disso, entende? Isso me incomoda, não parece certo...
- Não é errado se sentir assim, ok? – sussurrou Draco abraçando-a com carinho. Isso só lhe dava uma certeza: no fim do dia era somente a ele que Annelise poderia recorrer.
Quando chegaram a casa novamente, Draco não se surpreendeu ao ver que boa parte dos paparazzis seguia ali, insistentemente aguardando pelo momento que Hermione sairia por aquela porta para que tivessem um close exclusivo, a confirmação tão esperada sobre sua condição.
Isso só o fez ter certeza de que o anúncio oficial não poderia mesmo esperar mais, já estava tudo programado para o dia seguinte, só precisava conversar com Hermione sobre o que iriam falar, afinal seria tudo gravado e não poderiam titubear.
Entrou em casa e subiu direto para o quarto que Hermione preparava para o bebê, certo que de que a encontraria lá absorta em ideias para cada cantinho daquele cômodo. Adorava ver como seus olhos brilhavam ao falar e pensar no bebê, e mais cedo, ao vê-la naquele cômodo, sentiu seu coração se aquecer ao comprovar o amor que Hermione sentia pela criança que ainda nem nascera. De certa forma, em seu íntimo, ainda temia que Hermione pudesse rejeitá-lo, era besteira, ele sabia disso, mas seu histórico não era muito positivo.
Por isso foi uma grande surpresa ver só uma das empregadas recolhendo o que restara dos jornais espalhados pelo chão.
- Onde está a senhora Malfoy? – Draco não demorou em perguntar, pegando a empregada no susto ao entrar sem fazer barulhos.
- Não a vi senhor – respondeu um instante depois com a mão no peito pelo susto. – A senhora Catherine esteve aqui, elas conversaram em seu escritório, depois disso não a vi – comentou despreocupada, visivelmente alheia ao que a presença de Catherine naquela casa poderia causar.
Draco saiu a passos rápidos pronto para ir a seu escritório, mas a porta aberta da sala íntima chamou sua atenção. Primeiro que viu foi Toy deitado sobre o grande e felpudo tapete redondo, aproximou-se sem fazer barulho para se deparar com uma Hermione adormecida no sofá, uma mão estava prostrada sobre o ventre de maneira protetora, um gesto que ela adquirira já nas primeiras semanas de gestação, e a outra repousava abraçada a almofada abaixo de sua cabeça, seu cabelo caia de forma desgrenhada pelas costas, mas não por isso Draco a acharia menos bela. Tocou seu rosto de leve e perceber as maçãs do rosto inchadas, bem como a região abaixo dos olhos fez Draco franzir o cenho.
Hermione andara chorando?
Pegou-a no colo com cuidado para não acordá-la, fazendo uma nota mental para que depois conversassem sobre isso. Carregou-a até a cama do casal, encarregou-se de cobri-la e beijou seu rosto arredondado pela gravidez antes de se retirar para o banheiro, precisava de um banho para tirar o cheiro de hospital, que por mais que não possuísse um cheiro literalmente, parecia deixá-lo mais pesado, carregado pela atmosfera mórbida.
Não demorou no banho, voltando para o quarto enrolado em uma toalha, e surpreendeu-se ao ver Hermione com os olhos abertos, tinha uma mão sobre a barriga, um gesto já comum, e os olhos fixos em algum ponto qualquer.
- Herms? – chamou delicadamente aproximando-se da cama.
- Como foi lá? – ela perguntou um instante depois, ajeitando-se melhor na cama.
- Não sei explicar – respondeu Draco passando uma mão pelo cabelo molhado, um ato de puro nervosismo. Não sabia definir o que sentira ao ver o pai definhando em uma cama de hospital, ainda mais por saber que os dias de vida de Lucius Malfoy estavam contados. – Não me sinto triste... Quero dizer, claro que me abala um pouco essa situação toda, mas estive conversando com Anne e penso como ela. Saber que meu pai está morrendo estranhamente não me causa uma sensação de perda... É quase como se eu sentisse alivio, e isso é horrível de se dizer – confessou sentando-se na beirada da cama, esticou uma mão que Hermione rapidamente segurou, enlaçando seus dedos aos dele.
O brilho do aro dourado da aliança que carregavam fez Hermione suspirar.
- Não é para menos – disse ela. – Lucius nunca foi uma figura presente na vida de vocês, não é como se agora algo fosse mudar, vocês mal o viam...
- Eu sei – suspirou. – Mas ainda assim, ele é meu pai e eu simplesmente não me importo que ele esteja morrendo. Quão ruim pode ser isso?
- Bom certamente não é – Hermione lhe disse ternamente – mas isso não faz de você uma pessoa ruim, Draco, só mostra ao seu pai que ele está tendo o que procurou todos esses anos, ao afastar-se da família não poderia pedir que agora vocês passassem dias e noites lá, chorando a morte eminente...
- Minha mãe está lá – disse ele. – Mesmo depois de todas as traições, todo o desgosto, ela está lá.
- Ela jurou na frente de todos que estaria ao lado dele na saúde e na doença, Draco. É o papel dela estar lá, mas não significa que Narcisa esteja realmente sofrendo com tudo isso...
- E pensar que se fosse ela naquela cama, acho que minha reação não seria muito diferente.
- Seus pais pediram por isso – disse ela com um suspiro triste.
Por pior pais que o casal Malfoy fosse, era triste imaginá-los solitários. Em outros tempos não pensaria assim, mas agora com um filho em seu frente, refletiu Hermione, imaginava que dor maior não poderia haver.
- Mas os seus não – disse Draco de repente. – E nós devemos uma visita a eles, sei que só iriamos depois de anunciarmos a gravidez, mas com o atraso que houve... Hoje é sexta e Annelise está arrumando as malas para embarcar para a Suécia para visitar Harry, vamos nos despedir dela e saímos para visitar seus pais... E amanhã vou me encarregar de fazermos logo esse anúncio – disse com um sorriso ao tocar o ventre já saliente de Hermione.
Havia tido uma vida paralela a de seu pai, cada um em seu canto, mas não queria o mesmo para seu filho, pelo contrário, gostaria de estar com seu garoto em todos os momentos. A começar por deixar o mundo saber da chegada dele.
- Eu já havia combinado com minha mãe que iríamos no próximo sábado – disse ela com manha.
- Quanto a isso – Draco murmurou arranhando a garganta. – Não sei se será possível no próximo sábado...
- Por quê? – questionou ela com o cenho franzido.
- Terça feira estarei embarcando para Nova York, e acredito que só volto no próximo domingo, talvez até na segunda feira...
- Vou com...
- A data está boa, pois Anne já estará de volta, e você me disse que a consulta com o médico é só na outra semana – interrompeu ele rapidamente. – Assim você e Anne terão uma semana só para vocês – concluiu com pouca animação, pois sabia como Hermione se sentia em relação a isso.
Além do mais, Annelise tinha que ir a aula e todos os demais compromissos.
- Você pode ver se Gina não tem como escapar de Cambridge por uns dias, ela também pode te fazer companhia...
- E posso saber por que eu não posso ir com você? – perguntou ela com certa irritação. De repente a conversa com Catherine voltou a incomodá-la, ampliando sua irritação e desgosto. – Você fica me tratando como se eu fosse uma boneca, Draco! Já disse a você que gravidez não é doença.
- Mas também não é pouca coisa – retrucou Draco. – Você anda sonolenta e a mudança de fuso horário só vai fazer você se sentir ainda mais cansada, sua barriga está crescendo, Herms, não seria confortável passar mais de dez horas dentro de um avião, além do mais, tenho diversas reuniões e você ficaria sozinha por lá...
- Mas eu ficaria mais perto de você – respondeu com manha, seu humor oscilando drasticamente.
Sua declaração fez Draco sorrir. Arrastou-se sobre a cama para abraçá-la melhor, ignorando que ainda se encontrava apenas com uma toalha enrolada na cintura.
- Nós temos bastante tempo para isso – disse com um beijo. – Além do mais, o quarto do bebê ainda requer muitas mudanças, você pode ir planejando tudo para pormos em prática assim que eu voltar...
- Você sempre dá um jeito de me amolar – resmungou ela com desgosto.
- Qualquer coisa relacionada ao bebê se tornou seu ponto fraco – comentou ele com um riso, que fez Hermione lhe dar um tapa, pois sabia que Draco cada vez mais iria se aproveitar disso.
- Nunca fui a Nova York – comentou ela depois de um minuto em silêncio. – Quer dizer, acho que fui quando era criança – quando seus pais ainda tinham dinheiro –, mas não é como se eu pudesse me lembrar de alguma coisa – continuou falando quase que para si mesma.
- Um dia nós iremos – ele prometeu. Iria levá-la para conhecer o mundo, disse a si mesmo.
Pensar no bebê que chegaria em quatro meses, e nas promessas que Draco estava lhe fazendo desviaram toda a atenção de Hermione, fazendo-a esquecer, pelo menos por enquanto, da conversa desagradável que tivera mais cedo com a Duquesa.
Agora ela tinha algo mais importante para pensar, concluiu horas depois, olhando-se na frente do espelho. Usava uma bata solta, calça jeans e um casaco comprido, acompanhado de botas com um pequeno salto, pela primeira vez sentia-se bem consigo mesmo – 100% bem – ao olhar sua barriga marcada sob a bata. Não havia crescido tanto assim, tinha de reconhecer, afinal caminhava para o quinto mês de gestação e sabia que dentro de algumas semanas sim poderia começar a reclamar, mas para ela que sempre tivera um corpo magro, uma barriga lisinha, aquela protuberância já era algo grandioso que lhe arrancava diversos sorrisos.
- Pronta? – perguntou Draco se aproximando.
O loiro parou atrás dela no espelho e seu sorriso se expandiu ao vê-la sorridente com a bata erguida ao acariciar sua barriga.
- Você está linda – disse ele com sinceridade.
- Você também – ela disse abaixando a bata e logo se virou para o marido. Beijou-lhe os lábios levemente e agarrou-se a seu braço enquanto Draco a guiava para fora do quarto.
Hermione deixou que Draco seguisse na frente quando chegaram as escadas, enquanto ele ia ligar o carro, ela pediu alguns minutinhos para conversar com sua cunhada. Bateu uma vez antes de entrar no quarto de Annelise e sorriu ao vê-la perdida entre dezenas de peças de roupa, com uma grande mala aberta sobre a cama, mas sem nenhuma roupa dentro.
- Problemas para achar a mala? – perguntou Hermione com um sorrisinho que fez Annelise suspirar.
- Não consigo decidir – resmungou ela, visivelmente ansiosa. Hermione duvidava que ela conseguiria dormir durante a noite, provavelmente ficaria encarando o relógio, acompanhando cada mover dos ponteiros, até a hora de embarcar.
- Roupas de frio, eu diria – disse ao erguer um pequeno shorts. – Isso não vai ser muito útil no frio que está fazendo na Suécia nessa época do ano.
- Eu só... argh – murmurou jogando-se sobre a cama. – Faz tantos dias que não o vejo e não sei como vai ser, não sei como ele vai estar nem se isso vai fazer bem a ele, parece ter tanta pressão sobre essa recuperação dele, sabe? No início ele deveria ficar lá por um ano, pelo menos, mas espero que essa estimativa já tenha diminuído, e a rainha também espera isso, esse é o problema! Eles fazem tanta pressão sobre ele e eu nem sei porque, não é como se ele tivesse de estar pronto para assumir a coroa ou algo assim a qualquer minuto – deslanchou a falar. – A rainha quer que ele esteja presente para o jubileu, quão insano é isso?! Faltam poucos dias para isso! Já estamos em maio e...
- Respira – disse Hermione com um sorriso e muita calma ao se aproximar da cunhada. – Harry não virá ao jubileu, mesmo que a Rainha queira, ela não tem poder na Suécia, lembra-se? Além do mais, Harry está reagindo muito bem, Draco está sempre recebendo relatórios do avanço dele e os resultados são ótimos, Anne; ele está bem, e você vai vê-lo dentro de algumas horas, tem de pensar só nisso.
- Eu sei – suspirou. Falar era muito fácil que fazer. – Vocês vão sair? – perguntou vendo como Hermione estava bem vestida.
- Vamos – disse com um fraco sorriso. – Vamos até meus pais... A ideia era fazermos o anúncio da gravidez e depois falarmos com eles, pelas datas, mas teve um atraso em tudo e agora o seu irmão decidiu que vai viajar para Nova York e me deixar aqui – revirou os olhos. – Então vamos falar com os meus pais hoje, fazer o anúncio amanhã, aguentar a pressão na segunda e depois ele viaja...
- Se ele não vai estar aqui na próxima semana – Annelise falou como se já não soubesse disso – é melhor mesmo que todos já saibam da sua gravidez. Quero dizer, você viu quantos paparazzis ainda estão pendurados na entrada da mansão? – revirou os olhos.
- Eles não desistem nunca – disse Hermione rindo.
- Além do mais uma semana sem o meu irmão não pode ser tão ruim assim – disse rindo. – Quando vocês moravam em Cambridge, ele chegou a passar mais tempo que isso aqui...
- Mas lá eu tinha algo para fazer – disse revirando os olhos. – Pensar em todas as coisas para o bebê me ocupa, eu sei, e sei também que depois que ele nascer por um bom tempo não vou ter sossego... Mas me parece tão pouco, sabe? Eu estava acostumada a ter de cuidar de mim, trabalhar, estudar, tudo ao mesmo tempo. Sei que Draco tem dinheiro para nossas próximas gerações viverem tranquilamente, mas ainda não me acostumei a isso, não totalmente. Não é possível que eu não possa fazer mais nada – suspirou.
- No meu tempo livre, eu faço caridade – disse Annelise deixando sua ansiedade um pouco de lado.
- Caridade? – questionou com o cenho franzido.
Não que não soubesse disso, pelo contrário, tinha plena noção de que as mulheres dos políticos e de muitos nobres passavam boa parte de seus dias se empenhando em causas nobres, ajudando hospitais e orfanatos, crianças carentes e o que mais fosse possível. Só nunca havia se imaginado fazendo isso.
Mas certamente era algo para se pensar.
- Talvez – deu de ombros maquinando a ideia.
- Draco não simpatiza muito com isso – disse ela rindo – ele gosta da ideia, mas não de por em prática com as próprias mãos, nossa família sempre foi mais do estilo pagar para não fazer, mas com o internato fui levada a alguns eventos de caridade, e acredite: pode até ser divertido – ela disse com um sorrisinho.
- Vou pensar no assunto – disse Hermione com um sorriso, agradecida pela ideia da cunhada.
Pensar que passaria os próximos anos de sua vida só sendo sustentada e cuidando do filho a fazia sentir como se vivesse em uma época de séculos atrás. Não que achasse pouco, só sentia que não era o suficiente.
Por mais que Draco houvesse lhe prometido que ela retomaria os estudos assim que possível, e realmente desejasse fazer isso, sabia que pelo menos pelo próximo ano isso não aconteceria. E pensar que ficaria um ano só cuidando do bebê e esperando por seu marido a fazia enlouquecer.
- Bom – disse ela um minuto depois – seu irmão já deve estar irritado no carro – riu e Annelise a acompanhou. – Só queria desejar boa viagem.
- Obrigada – Annelise lhe respondeu, abraçando-a com carinho.
- Mande lembranças ao Harry – disse antes de se retirar.
- Está tudo bem? – Draco perguntou minutos mais tarde, olhando-a pelo canto do olho enquanto dirigia, não podia não notar o modo como ela enrolava o dedo na barra da blusa que usava, para logo desenrolar e em seguida enrolar novamente, um ato de puro nervosismo.
- Não sei como fazer isso – confessou ela com um suspiro. – O que me faz desejar que eles não estejam em casa...
- Mas você ligou para a sua mãe, certo? – questionou ele com o cenho franzido.
- Sim – respondeu com um muxoxo. Havia ligado para a mãe logo após a conversa com Draco, informando a ela que havia surgido um compromisso para o próximo fim de semana, por isso teriam de adiantar o jantar, afinal ela tinha algo importante para contar. Agora não havia mais escapatória.
- Vai correr tudo bem – ele disse estendendo uma mão, que Hermione rapidamente segurou.
A casa simples em um bairro mediano de Londres permanecia a mesma que Hermione se lembrava, mas, naquela noite, pensar em voltar àquele lugar estava lhe causando reviravoltas no estômago. Não era esse tipo de filha, não do tipo que se casa e não avisa, do tipo que se contenta em não ter os próprios pais no casamento, do tipo que engravida e não corre a contar para sua mãe. Seus pais não eram excepcionais, pelo contrário, mas nos últimos dias vinha remoendo isso dentro de si, por mais que eles houvessem errado, nunca dois erros fizeram um acerto.
Além do mais, sua mãe era quem mais lhe fazia falta e não tinha culpa das estupidezes de seu pai, assim, Hermione saiu do carro decidida a ser mais tolerante com seus pais, e se eles manifestassem qualquer vontade de continuar fazendo parte da vida dela, de conhecer o neto que chegaria em poucos meses, Hermione disse a si mesma que não os proibiria. Sabia como era bom ter avós por perto, sua infância fora muito mais divertida graças a avó, e pensar que seu filho cresceria sem nenhum dos avós por perto era triste.
- Pronta? – Draco perguntou estendendo o braço para ela, que rapidamente o segurou.
Sentia-se envergonhada, mas tinha de conversar com os pais. Era hora de parar de sentir vergonha de seu ventre que crescia e passar a exibi-lo com orgulho, o que, graças a coletiva que Draco havia preparado para o dia seguinte, faria tudo mais fácil.
Tocaram a campainha e rapidamente foram recebidos por uma Jane Granger, mãe de Hermione, muito sorridente e animada, que não demorou a puxar a filha para os braços e abraçá-la com todo o carinho, deixando claro que sentia saudades de sua única filha.
- Oh – declarou surpresa ao se afastar da filha e seu olhar rapidamente foi para a saliência no ventre de Hermione, que sentiu cutucá-la ao abraçar a filha com força. – Oh meu Deus – disse com olhos lacrimejantes – então é verdade!
- Senhora Granger – Draco disse com sua voz firme e uma expressão neutra no rosto.
- Oh, perdão – disse ela ainda emocionada. – Boa noite, Draco – cumprimentou-o ela com um sorrisinho, mas sua atenção logo voltou para Hermione. – Venham, vamos entrar que o jantar está quase pronto – ela disse apressada.
A casa estava bem arrumada e o cheiro da comida sendo preparada estava pelo ambiente, dando certo toque familiar a casa – algo que Draco nunca teve, afinal, em uma casa com três andares e cômodos tão espaçosos, dificilmente se sentiria qualquer cheiro vindo da cozinha. Para sua própria surpresa, achou incrivelmente aconchegante aquele cheiro.
- Seu pai está terminando de se arrumar – disse a senhora Granger guiando-os até a sala, onde se aconchegaram no sofá. – Oh querida – disse sentando-se ao lado da filha – estou tão feliz por vocês!
Logo o clima que Draco pensou que seria estranho por todo a distância entre Hermione e seus pais, por não terem contado logo e tudo mais, se dissipou dando espaço a uma noite que, surpreendentemente acabou sendo agradável.
James, o pai de Hermione, parecia um homem totalmente diferente daquele que Draco conhecera anos atrás, quando ele jogara loucamente até perder o dinheiro da família. Parecia vários anos mais velho que sua real idade, um homem de muita experiência e arrependimento.
Draco sentiu Hermione apertar sua mão por debaixo da mesa quando já estavam sentados para o jantar e lhe sorriu, ela estava calma e relaxada e isso foi o suficiente para fazê-lo sorrir. E em seus olhos podia ver que a discussão que tiveram dias atrás sobre essa visita agora fazia sentido a ela, por pior pais que o casal Granger fosse, eles estavam tentando e seguindo e frente, e Draco não via problema algum em tê-los convivendo com seu filho, pelo contrário.
Draco segurou firme na mão da irmã enquanto ambos encaravam o pai, e teve de admitir que jamais imaginara que, um dia, veria seu pai, o poderoso Lucius Malfoy, em tamanha situação de fragilidade. Seu corpo estava tão magro que era quase possível ver o contorno de alguns ossos, não havia mais gordura nele, apenas pele e ossos, o que por si só já era triste. Mas a expressão no rosto de Lucius o atingiu de forma dura.
Afinal aquele era o homem que não se importava com a família, ou melhor, com a sociedade que mantinha com Narcisa Malfoy, porque aquilo certamente estava longe de ser chamado de família. Uma mãe que sequer o amamentara para não estragar os seios, que mal o carregava no colo por não gostar de crianças e julgar que o peso de um bebê em seu colo afetaria sua coluna, aquele era o homem que chegava de madrugada, que traía sua mãe debaixo do nariz dela e não se importava com as bebedeiras do filho... Agora as coisas faziam sentido. A urgência que Victor tinha em vê-lo casado, ou pelo menos em uma forte relação, a necessidade de mostrar que o herdeiro Malfoy não era só mais um garoto boêmio que acabaria com a herança deixada pelo pai antes mesmo que seu túmulo esfriasse.
Lucius sabia da doença quando o coagia a procurar estabilidade, a procurar mostrar ser um homem, não só um moleque.
Foi puxado de seus devaneios pelo suspiro de Annelise ao seu lado, e sentiu-se mais protetor que nunca em relação a irmã ao vê-la tão abalada. Os olhos azuis miravam os do pai, que mesmo estando abertos e fixos nos herdeiros, pareciam ausentes.
Era engraçado que depois de tanto tempo sem trocar uma palavra com o pai, e tão abalados pela notícia de que seu quadro só se agravava, não tinha o que dizer. Estava estagnado.
- Você ao menos se arrepende? – ouviu sua irmã pronunciar com a voz rouca, mas repleta de coragem. Não deveria provocar fortes emoções no pai, mas por um lado entendia o ponto de Annelise, aquela poderia ser a última vez que conseguiriam ter algo próximo a uma conversa com aquele que deveriam chamar de pai.
- Sim – a voz rouca e baixa de Lucius Malfoy fez o coração de Annelise disparar. – Vocês podem me odiar como pai, podem odiar a mãe que Narcisa foi para vocês – disse ele pausadamente, quase sem fôlego. – E por mais que eu me arrependa do que fiz a minha família – ofegou – não mudaria nada – confessou.
O choque tomou Annelise, deixando-a com olhos arregalados. A demora de seu pai em voltar a reagir só fez seus batimentos cardíacos ficarem ainda mais intensos.
- Porque vocês dois, contra todas as possibilidades – continuou de forma lenta – são grandes pessoas.
Lucius suspirou movimentando-se o pouco que todos os fios ligados a diversas partes de seu corpo permitiam. Era por isso que queria ver os filhos, cada dia a dor era maior e seu corpo ficava mais fraco, por isso queria a presença dos filhos ali, eles não sabiam, mas já havia assinado o consentimento para que o mantivessem quase em coma induzido, a dor que vinha sentindo beirava a insuportável e chegaria uma hora que nem toda morfina disponível faria efeito.
Mas esses últimos minutos com seus herdeiros valeram a pena para Lucius, e acreditava que, talvez, pela primeira vez na vida havia sido inteiramente honesto em suas palavras, realmente sentia orgulho da pessoa que seus filhos estavam se tornando, ainda mais diante de todas as probabilidades, afinal sendo criados por alguém ausente como ele e uma mulher negligente como Narcisa, sentia-se agraciado por tê-los.
Talvez esse fosse o único arrependimento em sua vida: não ter permitido que Narcisa se livrasse da criança que esperava.
Sim, havia muito mais em sua história com Narcisa, que na época carregava o sobrenome Black, que seus filhos sabiam. Ele, filho de nobres carregava o sobrenome Malfoy quando conheceu Narcisa, filha de um banqueiro muito bem quisto na sociedade, o casamento entre eles seria um belo negócio, todos comentavam, mas o gênio difícil de ambos tornava tudo mais complicado. Só havia um momento que bem se entendiam: na cama.
No auge de seus vinte anos, com cabelo loiro longo e olhos cinzentos, era um belo homem, tinha de admitir, e sabia também como conquistar uma dama. A pedido do pai fez todos os intentos necessários para atrair Narcisa Black, levou-a para o chá da tarde, comprou-lhe flores, pagou jantares e passeios, tudo do bom e do melhor para conquistar uma bela mulher. Naquela época, além do gênio difícil, havia certa alegria em Narcisa que o cativara, seria ingênuo de pensar que era amor, pelo contrário, tinha plena consciência de que em todos os anos que estiveram juntos, jamais foi amor que os uniu, amor pela conveniência, pelo status, pelo comodismo talvez, mas não amor conjugal, amor entre homem e mulher.
Tanto que se não fosse pela insistência ferrenha de seu pai, talvez houvesse largado de mão aquela mulher. Era jovem, era galanteador e já havia tido várias mulheres, e a perspectiva de ter muitas outras não lhe parecia ruim, pelo contrário, em muito o agradara.
Mas sendo fiel ao pai, atraiu Narcisa para sua teia, mal sabendo que do outro lado a família Black também em muito investia para essa união, um casamento de conveniência foi no que acabou. E Lucius acabou dando o passo crucial para isso: engravidou-a.
Antes mesmo de terem uma data marcada, jovens, com hormônios a flor da pele, não foi difícil atrair Narcisa para a cama, ela era uma jovem esbelta e consciente dos prazeres que um homem poderia oferecer a uma mulher, assim que sem muito protelar, cedeu as investidas de Lucius e acabaram na cama seis meses depois de se conhecerem. Um mês depois ele a engravidou, e Narcisa nunca mais foi a mesma.
Talvez tenha sido por tudo cair em seu colo de repente, Narcisa mal se descobriu grávida e o casamento já estava marcado, tudo feito sob pressão e sem esconder o quanto a união da famílias seria lucrativo. Ela se viu desiludida e tudo que queria era se livrar da criança que carregava, mas Lucius jamais permitiu que ela chegasse as vias de fato.
Provavelmente a única decisão acertada.
Quando Draco nasceu, a mulher vivaz que conhecera morreu na sala de parto, tinha de reconhecer que não fora uma experiência fácil, Narcisa sequer chegara aos vinte anos e já se via dona de uma casa, esposa e agora mãe, depois de um exaustivo parto de mais de quinze horas. Certamente não fora fácil, mas pensou que com o tempo ela voltaria a si.
Mas só piorou.
Por isso quando, anos depois, voltaram a ter alguma intimidade e ela engravidou novamente, Lucius se viu encantado pela criança, mas o desprezo de Narcisa pelas crianças, pelo marido, pela própria família acabou por afastá-lo de casa também. Já tinha uma esposa e os herdeiros que precisava para dar continuidade ao nome Malfoy, os anos seguintes passou entre as poltronas do parlamento e entre as pernas das mais diversas mulheres.
Longe de casa.
Por isso não se abalou quando, minutos depois os dois se despediram com meias palavras, dentro do peito sentia o alivio do dever cumprido.
- Tudo bem, Anne? – Draco perguntou de forma gentil ao puxar a irmã para um abraço assim que saíram do quarto onde seu pai repousava.
- Eu só... – gaguejou ela em busca das palavras corretas para exprimir o que realmente sentia. – Me sinto triste, é claro, mas não é nada demais, sabe? Não o tipo de tristeza profunda e obscura que todos descrevem sentir quando estão prestes a perder um dos pais, ou já o perderam... Eu só, sinto muito, só isso.
- Não haveria porque ser diferente – Draco a afagou no rosto. – Ele nunca foi verdadeiramente um pai para nós, todos os anos que você esteve no internato, ele nunca...
- Foi como você – murmurou ela. – É isso que me incomoda, entende? Antes de você ir para a reabilitação eu pensei que iria perder você – confessou ela com a voz trêmula e os olhos aguados. Com delicadeza Draco a guiou para uma sala de espera no fim do corredor, em que não havia ninguém e poderiam ter um pouco mais de privacidade. – Você estava tão mal, que cheguei a pensar que não teria volta, e quando mamãe não me deixou ir ver você... Chorei por dias no internato, sozinha. E com ele não chega nem perto disso, entende? Isso me incomoda, não parece certo...
- Não é errado se sentir assim, ok? – sussurrou Draco abraçando-a com carinho. Isso só lhe dava uma certeza: no fim do dia era somente a ele que Annelise poderia recorrer.
Quando chegaram a casa novamente, Draco não se surpreendeu ao ver que boa parte dos paparazzis seguia ali, insistentemente aguardando pelo momento que Hermione sairia por aquela porta para que tivessem um close exclusivo, a confirmação tão esperada sobre sua condição.
Isso só o fez ter certeza de que o anúncio oficial não poderia mesmo esperar mais, já estava tudo programado para o dia seguinte, só precisava conversar com Hermione sobre o que iriam falar, afinal seria tudo gravado e não poderiam titubear.
Entrou em casa e subiu direto para o quarto que Hermione preparava para o bebê, certo que de que a encontraria lá absorta em ideias para cada cantinho daquele cômodo. Adorava ver como seus olhos brilhavam ao falar e pensar no bebê, e mais cedo, ao vê-la naquele cômodo, sentiu seu coração se aquecer ao comprovar o amor que Hermione sentia pela criança que ainda nem nascera. De certa forma, em seu íntimo, ainda temia que Hermione pudesse rejeitá-lo, era besteira, ele sabia disso, mas seu histórico não era muito positivo.
Por isso foi uma grande surpresa ver só uma das empregadas recolhendo o que restara dos jornais espalhados pelo chão.
- Onde está a senhora Malfoy? – Draco não demorou em perguntar, pegando a empregada no susto ao entrar sem fazer barulhos.
- Não a vi senhor – respondeu um instante depois com a mão no peito pelo susto. – A senhora Catherine esteve aqui, elas conversaram em seu escritório, depois disso não a vi – comentou despreocupada, visivelmente alheia ao que a presença de Catherine naquela casa poderia causar.
Draco saiu a passos rápidos pronto para ir a seu escritório, mas a porta aberta da sala íntima chamou sua atenção. Primeiro que viu foi Toy deitado sobre o grande e felpudo tapete redondo, aproximou-se sem fazer barulho para se deparar com uma Hermione adormecida no sofá, uma mão estava prostrada sobre o ventre de maneira protetora, um gesto que ela adquirira já nas primeiras semanas de gestação, e a outra repousava abraçada a almofada abaixo de sua cabeça, seu cabelo caia de forma desgrenhada pelas costas, mas não por isso Draco a acharia menos bela. Tocou seu rosto de leve e perceber as maçãs do rosto inchadas, bem como a região abaixo dos olhos fez Draco franzir o cenho.
Hermione andara chorando?
Pegou-a no colo com cuidado para não acordá-la, fazendo uma nota mental para que depois conversassem sobre isso. Carregou-a até a cama do casal, encarregou-se de cobri-la e beijou seu rosto arredondado pela gravidez antes de se retirar para o banheiro, precisava de um banho para tirar o cheiro de hospital, que por mais que não possuísse um cheiro literalmente, parecia deixá-lo mais pesado, carregado pela atmosfera mórbida.
Não demorou no banho, voltando para o quarto enrolado em uma toalha, e surpreendeu-se ao ver Hermione com os olhos abertos, tinha uma mão sobre a barriga, um gesto já comum, e os olhos fixos em algum ponto qualquer.
- Herms? – chamou delicadamente aproximando-se da cama.
- Como foi lá? – ela perguntou um instante depois, ajeitando-se melhor na cama.
- Não sei explicar – respondeu Draco passando uma mão pelo cabelo molhado, um ato de puro nervosismo. Não sabia definir o que sentira ao ver o pai definhando em uma cama de hospital, ainda mais por saber que os dias de vida de Lucius Malfoy estavam contados. – Não me sinto triste... Quero dizer, claro que me abala um pouco essa situação toda, mas estive conversando com Anne e penso como ela. Saber que meu pai está morrendo estranhamente não me causa uma sensação de perda... É quase como se eu sentisse alivio, e isso é horrível de se dizer – confessou sentando-se na beirada da cama, esticou uma mão que Hermione rapidamente segurou, enlaçando seus dedos aos dele.
O brilho do aro dourado da aliança que carregavam fez Hermione suspirar.
- Não é para menos – disse ela. – Lucius nunca foi uma figura presente na vida de vocês, não é como se agora algo fosse mudar, vocês mal o viam...
- Eu sei – suspirou. – Mas ainda assim, ele é meu pai e eu simplesmente não me importo que ele esteja morrendo. Quão ruim pode ser isso?
- Bom certamente não é – Hermione lhe disse ternamente – mas isso não faz de você uma pessoa ruim, Draco, só mostra ao seu pai que ele está tendo o que procurou todos esses anos, ao afastar-se da família não poderia pedir que agora vocês passassem dias e noites lá, chorando a morte eminente...
- Minha mãe está lá – disse ele. – Mesmo depois de todas as traições, todo o desgosto, ela está lá.
- Ela jurou na frente de todos que estaria ao lado dele na saúde e na doença, Draco. É o papel dela estar lá, mas não significa que Narcisa esteja realmente sofrendo com tudo isso...
- E pensar que se fosse ela naquela cama, acho que minha reação não seria muito diferente.
- Seus pais pediram por isso – disse ela com um suspiro triste.
Por pior pais que o casal Malfoy fosse, era triste imaginá-los solitários. Em outros tempos não pensaria assim, mas agora com um filho em seu frente, refletiu Hermione, imaginava que dor maior não poderia haver.
- Mas os seus não – disse Draco de repente. – E nós devemos uma visita a eles, sei que só iriamos depois de anunciarmos a gravidez, mas com o atraso que houve... Hoje é sexta e Annelise está arrumando as malas para embarcar para a Suécia para visitar Harry, vamos nos despedir dela e saímos para visitar seus pais... E amanhã vou me encarregar de fazermos logo esse anúncio – disse com um sorriso ao tocar o ventre já saliente de Hermione.
Havia tido uma vida paralela a de seu pai, cada um em seu canto, mas não queria o mesmo para seu filho, pelo contrário, gostaria de estar com seu garoto em todos os momentos. A começar por deixar o mundo saber da chegada dele.
- Eu já havia combinado com minha mãe que iríamos no próximo sábado – disse ela com manha.
- Quanto a isso – Draco murmurou arranhando a garganta. – Não sei se será possível no próximo sábado...
- Por quê? – questionou ela com o cenho franzido.
- Terça feira estarei embarcando para Nova York, e acredito que só volto no próximo domingo, talvez até na segunda feira...
- Vou com...
- A data está boa, pois Anne já estará de volta, e você me disse que a consulta com o médico é só na outra semana – interrompeu ele rapidamente. – Assim você e Anne terão uma semana só para vocês – concluiu com pouca animação, pois sabia como Hermione se sentia em relação a isso.
Além do mais, Annelise tinha que ir a aula e todos os demais compromissos.
- Você pode ver se Gina não tem como escapar de Cambridge por uns dias, ela também pode te fazer companhia...
- E posso saber por que eu não posso ir com você? – perguntou ela com certa irritação. De repente a conversa com Catherine voltou a incomodá-la, ampliando sua irritação e desgosto. – Você fica me tratando como se eu fosse uma boneca, Draco! Já disse a você que gravidez não é doença.
- Mas também não é pouca coisa – retrucou Draco. – Você anda sonolenta e a mudança de fuso horário só vai fazer você se sentir ainda mais cansada, sua barriga está crescendo, Herms, não seria confortável passar mais de dez horas dentro de um avião, além do mais, tenho diversas reuniões e você ficaria sozinha por lá...
- Mas eu ficaria mais perto de você – respondeu com manha, seu humor oscilando drasticamente.
Sua declaração fez Draco sorrir. Arrastou-se sobre a cama para abraçá-la melhor, ignorando que ainda se encontrava apenas com uma toalha enrolada na cintura.
- Nós temos bastante tempo para isso – disse com um beijo. – Além do mais, o quarto do bebê ainda requer muitas mudanças, você pode ir planejando tudo para pormos em prática assim que eu voltar...
- Você sempre dá um jeito de me amolar – resmungou ela com desgosto.
- Qualquer coisa relacionada ao bebê se tornou seu ponto fraco – comentou ele com um riso, que fez Hermione lhe dar um tapa, pois sabia que Draco cada vez mais iria se aproveitar disso.
- Nunca fui a Nova York – comentou ela depois de um minuto em silêncio. – Quer dizer, acho que fui quando era criança – quando seus pais ainda tinham dinheiro –, mas não é como se eu pudesse me lembrar de alguma coisa – continuou falando quase que para si mesma.
- Um dia nós iremos – ele prometeu. Iria levá-la para conhecer o mundo, disse a si mesmo.
Pensar no bebê que chegaria em quatro meses, e nas promessas que Draco estava lhe fazendo desviaram toda a atenção de Hermione, fazendo-a esquecer, pelo menos por enquanto, da conversa desagradável que tivera mais cedo com a Duquesa.
Agora ela tinha algo mais importante para pensar, concluiu horas depois, olhando-se na frente do espelho. Usava uma bata solta, calça jeans e um casaco comprido, acompanhado de botas com um pequeno salto, pela primeira vez sentia-se bem consigo mesmo – 100% bem – ao olhar sua barriga marcada sob a bata. Não havia crescido tanto assim, tinha de reconhecer, afinal caminhava para o quinto mês de gestação e sabia que dentro de algumas semanas sim poderia começar a reclamar, mas para ela que sempre tivera um corpo magro, uma barriga lisinha, aquela protuberância já era algo grandioso que lhe arrancava diversos sorrisos.
- Pronta? – perguntou Draco se aproximando.
O loiro parou atrás dela no espelho e seu sorriso se expandiu ao vê-la sorridente com a bata erguida ao acariciar sua barriga.
- Você está linda – disse ele com sinceridade.
- Você também – ela disse abaixando a bata e logo se virou para o marido. Beijou-lhe os lábios levemente e agarrou-se a seu braço enquanto Draco a guiava para fora do quarto.
Hermione deixou que Draco seguisse na frente quando chegaram as escadas, enquanto ele ia ligar o carro, ela pediu alguns minutinhos para conversar com sua cunhada. Bateu uma vez antes de entrar no quarto de Annelise e sorriu ao vê-la perdida entre dezenas de peças de roupa, com uma grande mala aberta sobre a cama, mas sem nenhuma roupa dentro.
- Problemas para achar a mala? – perguntou Hermione com um sorrisinho que fez Annelise suspirar.
- Não consigo decidir – resmungou ela, visivelmente ansiosa. Hermione duvidava que ela conseguiria dormir durante a noite, provavelmente ficaria encarando o relógio, acompanhando cada mover dos ponteiros, até a hora de embarcar.
- Roupas de frio, eu diria – disse ao erguer um pequeno shorts. – Isso não vai ser muito útil no frio que está fazendo na Suécia nessa época do ano.
- Eu só... argh – murmurou jogando-se sobre a cama. – Faz tantos dias que não o vejo e não sei como vai ser, não sei como ele vai estar nem se isso vai fazer bem a ele, parece ter tanta pressão sobre essa recuperação dele, sabe? No início ele deveria ficar lá por um ano, pelo menos, mas espero que essa estimativa já tenha diminuído, e a rainha também espera isso, esse é o problema! Eles fazem tanta pressão sobre ele e eu nem sei porque, não é como se ele tivesse de estar pronto para assumir a coroa ou algo assim a qualquer minuto – deslanchou a falar. – A rainha quer que ele esteja presente para o jubileu, quão insano é isso?! Faltam poucos dias para isso! Já estamos em maio e...
- Respira – disse Hermione com um sorriso e muita calma ao se aproximar da cunhada. – Harry não virá ao jubileu, mesmo que a Rainha queira, ela não tem poder na Suécia, lembra-se? Além do mais, Harry está reagindo muito bem, Draco está sempre recebendo relatórios do avanço dele e os resultados são ótimos, Anne; ele está bem, e você vai vê-lo dentro de algumas horas, tem de pensar só nisso.
- Eu sei – suspirou. Falar era muito fácil que fazer. – Vocês vão sair? – perguntou vendo como Hermione estava bem vestida.
- Vamos – disse com um fraco sorriso. – Vamos até meus pais... A ideia era fazermos o anúncio da gravidez e depois falarmos com eles, pelas datas, mas teve um atraso em tudo e agora o seu irmão decidiu que vai viajar para Nova York e me deixar aqui – revirou os olhos. – Então vamos falar com os meus pais hoje, fazer o anúncio amanhã, aguentar a pressão na segunda e depois ele viaja...
- Se ele não vai estar aqui na próxima semana – Annelise falou como se já não soubesse disso – é melhor mesmo que todos já saibam da sua gravidez. Quero dizer, você viu quantos paparazzis ainda estão pendurados na entrada da mansão? – revirou os olhos.
- Eles não desistem nunca – disse Hermione rindo.
- Além do mais uma semana sem o meu irmão não pode ser tão ruim assim – disse rindo. – Quando vocês moravam em Cambridge, ele chegou a passar mais tempo que isso aqui...
- Mas lá eu tinha algo para fazer – disse revirando os olhos. – Pensar em todas as coisas para o bebê me ocupa, eu sei, e sei também que depois que ele nascer por um bom tempo não vou ter sossego... Mas me parece tão pouco, sabe? Eu estava acostumada a ter de cuidar de mim, trabalhar, estudar, tudo ao mesmo tempo. Sei que Draco tem dinheiro para nossas próximas gerações viverem tranquilamente, mas ainda não me acostumei a isso, não totalmente. Não é possível que eu não possa fazer mais nada – suspirou.
- No meu tempo livre, eu faço caridade – disse Annelise deixando sua ansiedade um pouco de lado.
- Caridade? – questionou com o cenho franzido.
Não que não soubesse disso, pelo contrário, tinha plena noção de que as mulheres dos políticos e de muitos nobres passavam boa parte de seus dias se empenhando em causas nobres, ajudando hospitais e orfanatos, crianças carentes e o que mais fosse possível. Só nunca havia se imaginado fazendo isso.
Mas certamente era algo para se pensar.
- Talvez – deu de ombros maquinando a ideia.
- Draco não simpatiza muito com isso – disse ela rindo – ele gosta da ideia, mas não de por em prática com as próprias mãos, nossa família sempre foi mais do estilo pagar para não fazer, mas com o internato fui levada a alguns eventos de caridade, e acredite: pode até ser divertido – ela disse com um sorrisinho.
- Vou pensar no assunto – disse Hermione com um sorriso, agradecida pela ideia da cunhada.
Pensar que passaria os próximos anos de sua vida só sendo sustentada e cuidando do filho a fazia sentir como se vivesse em uma época de séculos atrás. Não que achasse pouco, só sentia que não era o suficiente.
Por mais que Draco houvesse lhe prometido que ela retomaria os estudos assim que possível, e realmente desejasse fazer isso, sabia que pelo menos pelo próximo ano isso não aconteceria. E pensar que ficaria um ano só cuidando do bebê e esperando por seu marido a fazia enlouquecer.
- Bom – disse ela um minuto depois – seu irmão já deve estar irritado no carro – riu e Annelise a acompanhou. – Só queria desejar boa viagem.
- Obrigada – Annelise lhe respondeu, abraçando-a com carinho.
- Mande lembranças ao Harry – disse antes de se retirar.
- Está tudo bem? – Draco perguntou minutos mais tarde, olhando-a pelo canto do olho enquanto dirigia, não podia não notar o modo como ela enrolava o dedo na barra da blusa que usava, para logo desenrolar e em seguida enrolar novamente, um ato de puro nervosismo.
- Não sei como fazer isso – confessou ela com um suspiro. – O que me faz desejar que eles não estejam em casa...
- Mas você ligou para a sua mãe, certo? – questionou ele com o cenho franzido.
- Sim – respondeu com um muxoxo. Havia ligado para a mãe logo após a conversa com Draco, informando a ela que havia surgido um compromisso para o próximo fim de semana, por isso teriam de adiantar o jantar, afinal ela tinha algo importante para contar. Agora não havia mais escapatória.
- Vai correr tudo bem – ele disse estendendo uma mão, que Hermione rapidamente segurou.
A casa simples em um bairro mediano de Londres permanecia a mesma que Hermione se lembrava, mas, naquela noite, pensar em voltar àquele lugar estava lhe causando reviravoltas no estômago. Não era esse tipo de filha, não do tipo que se casa e não avisa, do tipo que se contenta em não ter os próprios pais no casamento, do tipo que engravida e não corre a contar para sua mãe. Seus pais não eram excepcionais, pelo contrário, mas nos últimos dias vinha remoendo isso dentro de si, por mais que eles houvessem errado, nunca dois erros fizeram um acerto.
Além do mais, sua mãe era quem mais lhe fazia falta e não tinha culpa das estupidezes de seu pai, assim, Hermione saiu do carro decidida a ser mais tolerante com seus pais, e se eles manifestassem qualquer vontade de continuar fazendo parte da vida dela, de conhecer o neto que chegaria em poucos meses, Hermione disse a si mesma que não os proibiria. Sabia como era bom ter avós por perto, sua infância fora muito mais divertida graças a avó, e pensar que seu filho cresceria sem nenhum dos avós por perto era triste.
- Pronta? – Draco perguntou estendendo o braço para ela, que rapidamente o segurou.
Sentia-se envergonhada, mas tinha de conversar com os pais. Era hora de parar de sentir vergonha de seu ventre que crescia e passar a exibi-lo com orgulho, o que, graças a coletiva que Draco havia preparado para o dia seguinte, faria tudo mais fácil.
Tocaram a campainha e rapidamente foram recebidos por uma Jane Granger, mãe de Hermione, muito sorridente e animada, que não demorou a puxar a filha para os braços e abraçá-la com todo o carinho, deixando claro que sentia saudades de sua única filha.
- Oh – declarou surpresa ao se afastar da filha e seu olhar rapidamente foi para a saliência no ventre de Hermione, que sentiu cutucá-la ao abraçar a filha com força. – Oh meu Deus – disse com olhos lacrimejantes – então é verdade!
- Senhora Granger – Draco disse com sua voz firme e uma expressão neutra no rosto.
- Oh, perdão – disse ela ainda emocionada. – Boa noite, Draco – cumprimentou-o ela com um sorrisinho, mas sua atenção logo voltou para Hermione. – Venham, vamos entrar que o jantar está quase pronto – ela disse apressada.
A casa estava bem arrumada e o cheiro da comida sendo preparada estava pelo ambiente, dando certo toque familiar a casa – algo que Draco nunca teve, afinal, em uma casa com três andares e cômodos tão espaçosos, dificilmente se sentiria qualquer cheiro vindo da cozinha. Para sua própria surpresa, achou incrivelmente aconchegante aquele cheiro.
- Seu pai está terminando de se arrumar – disse a senhora Granger guiando-os até a sala, onde se aconchegaram no sofá. – Oh querida – disse sentando-se ao lado da filha – estou tão feliz por vocês!
Logo o clima que Draco pensou que seria estranho por todo a distância entre Hermione e seus pais, por não terem contado logo e tudo mais, se dissipou dando espaço a uma noite que, surpreendentemente acabou sendo agradável.
James, o pai de Hermione, parecia um homem totalmente diferente daquele que Draco conhecera anos atrás, quando ele jogara loucamente até perder o dinheiro da família. Parecia vários anos mais velho que sua real idade, um homem de muita experiência e arrependimento.
Draco sentiu Hermione apertar sua mão por debaixo da mesa quando já estavam sentados para o jantar e lhe sorriu, ela estava calma e relaxada e isso foi o suficiente para fazê-lo sorrir. E em seus olhos podia ver que a discussão que tiveram dias atrás sobre essa visita agora fazia sentido a ela, por pior pais que o casal Granger fosse, eles estavam tentando e seguindo e frente, e Draco não via problema algum em tê-los convivendo com seu filho, pelo contrário.
Comentários (14)
adorei o capitulo! mas aconteceu um problema e a parte do hospital esta repetida, melhoras e continuaaaaaaaa bj
2013-04-06Adorei... Mesmo o Lucius morrendo, ele pode ter sido um pai ausente, mas ainda é um pai.Até q em fim a Hermione teve coragem para falar com os pais! Pensei q esse dia nunca chegaria! shauhsuahsaushuhasAh, vcs postaram duas vezes a história no mesmo cap.bjs, até dia 19!
2013-04-06Ooi !!! Adoraria que a Catherine não fizesse nada de ruim para a Herms e patra o bebe !!!! Estou ansiosa quanto ao reencontro da Anne e do Harry !!!Bjo
2013-04-06Era você com o ombro e agora sou eu com inflamação nas articulações. Minha fisio começa semana que vem.Nossa, eu já não gostava da Narcisa e agora que não gosto mesmo. Que mulher futil e o pior que existem várias assim...Quanto ao Lucius está morrendo nem me importo. Acho que ele está pagando pelo que não fez aos filhos.Acho que a Herms vai surtar com uma semana sem o Draco.Eu queria que ele falasse o EU TE AMO logo(com ela acordada, aquele não valeu. rs)Melhoras e até mais!Beijos
2013-04-05