Bônus I
Capítulo Bônus I
:: POV James ::
Vamos rever os fatos:
Lily deu um ataque de piti (o porquê disso eu ainda não sei), saiu correndo da sala e se escondeu no quarto dela;
Remo Lupin, que eu achava que era meu amigo, me mandou enfrentar a fera, vulgo Lily, que provavelmente queria arrancar minha cabeça e jogar para os dragões.
E lá estava eu, andando pelo corredor em direção ao quarto da Lílian.
Instintivamente, minha mão procurou a varinha no bolso da minha bermuda. Eu já enfrentara a Lily no modo “Quero-Matar-James-Potter” antes, e ela não hesitava nem por um segundo ao lançar feitiços como Estupore, Petrificus Totalus, Deffodio, Densaugeo, Everte Statum... e é claro que não podemos esquecer as azarações.
Parei em frente a uma porta que tinha uma plaquinha escrita “Lílian Evans”. Abri a porta lentamente, para não fazer barulho, e entrei no quarto.
Para minha sorte, Lily estava deitada em sua cama de bruços, com a cara enfiada no travesseiro, e não parecia ter notado minha presença.
Olhei ao meu redor. O quarto tinha uma estante com muitos livros, uma mesa de cabeceira ao lado da cama com alguns potes cheios de doces bruxos, e, no canto do quarto, uma prateleira não muito alta com vasos de flores. (Adivinhem que flores estavam nos vasos? Quem disse “Lírios” vai ganhar um sapo de chocolate! Mentira, não vai não.)
Para qualquer outra pessoa, isso seria uma decoração normal. Mas para mim, que teria que enfrentar uma Lílian furiosa... Aquilo era um verdadeiro arsenal de objetos muito perigosos que ela poderia jogar na minha cabeça.
Antes de falar com a Lily (e ela me matar), lancei o feitiço Abaffiato não-verbalmente. Eu não queria que ninguém lá embaixo ouvisse nossa conversa.
O.k., tá na hora de enfrentá-la...
– Lily? – Chamei
– Vai. Embora. – Ela disse firme e pausadamente, mas a voz sugeria que ela estivera chorando.
– Não, não vou. Quero saber o porquê de você estar assim.
Lily se levantou da cama e me encarou. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, o que confirmava minha teoria de que ela estivera chorando.
Estranhamente, pensar em Lily chorando (como quando estávamos lendo o livro e ela começou a chorar ao saber o que a irmã dela fizera com Harry) me deu vontade de abraçá-la, consolá-la... Como se algo mais forte que eu assumisse o controle do meu corpo e me fizesse ser... carinhoso com ela. Algo que eu não entendia.
Mas eu tinha a impressão que ela não queria ser abraçada por mim naquele momento.
– Quer realmente saber porque eu estou assim ou alguém te obrigou a vir aqui?
– Er... Meio que... Os dois... – eu respondi olhando para o chão. De repente senti uma dor no braço esquerdo. Lily me dera um soco. E doeu muito.
– Ai! Por que você fez isso?
Acho que eu não devia ter falado aquilo. Ela começou a me dar socos, chutes e tapas em todas as partes do meu corpo que conseguia alcançar. Pelo menos ela ainda não tinha pego a varinha.
– POR QUE EU FIZ ISSO? – Ela gritou. – PORQUE VOCÊ É UM IMBECIL, JAMES POTTER!! PORQUE EU NÃO CONSIGO ACREDITAR QUE TIVE UM FILHO COM VOCÊ! PORQUE VOCÊ NUNCA ME TRATOU COM RESPEITO! PORQUE VOCÊ FEZ COM QUE EU PERDESSE MEU MELHOR AMIGO!! – Ela pegou a varinha. Agora eu tô fudido. – Estupefaça!
Peguei minha varinha rapidamente e falei:
– Protego!
– Reverto! – Aí está a merda de lutar com a aluna mais nerd de Hogwarts. Ela sabe um monte de feitiços e contra-feitiços para acabar com a tua... desculpe, com a minha raça. –Obscuro!
– Protego!
– Incarcerous! Estupore! – Defendi os feitiços novamente e Lily começou a chorar. – Quer saber porquê eu estou assim, James? Porque quando eu olho para o Harry eu penso “Como eu pude me apaixonar pelo Potter? Como eu pude me apaixonar pelo garoto que me irrita desde o 1º ano? Como eu pude me apaixonar pelo garoto arrogante e egocêntrico que já ficou com todas as outras alunas de Hogwarts e quer me levar para sair só para dizer para seus amiguinhos que até eu entrei para sua listinha?” – Eu abri a boca para protestar, mas ela continuou a falar – Mas eu também penso que nós morremos para proteger nosso filho, e que de alguma forma eu me apaixonei por você e nós nos casamos... – Ela balançou a cabeça, como se tentasse expulsar uma ideia ruim. – Eu posso ser louca, mas somente me casaria com alguém que eu realmente amasse... E isso está sendo demais pra mim! Eu não poderia ser apenas mais uma bruxa normal? Eu estou confusa! Já não sei mais o que sinto por você! Não sei se é ódio ou... sei lá! Não sei! Eu só queria que tudo na minha vida fosse simples! – Lily caiu de joelhos no chão, ainda chorando.
Eu a peguei em meus braços e me sentei em sua cama, aninhando ela no meu colo. Ainda chorando, ela passou os braços por meu pescoço e escondeu o rosto em meu peito.
Ficamos assim até que ela se acalmasse, o que deve ter levado uns 10 minutos. Quando ela parou de chorar eu segurei seu queixo e levantei sua cabeça, obrigando-a a olhar para mim.
– Agora me escute, Lílian Evans Potter. Eu gosto de você desde o 1º ano, mas você nunca reparou, e por isso eu te irritava! Você só me notava quando eu implicava contigo, ou com o Snape. E depois, quando nós crescemos e você continuou me ignorando, eu comecei a sair com outras garotas para tentar te esquecer, mas não consegui! Sempre que eu saía com uma garota eu pensava: “Eu queria que a Lily estivesse aqui...”. Mas eu errei ao “sair com todas as outras alunas de Hogwarts”, porque isso só me afastou ainda mais de você! E eununca te desrespeitei. Bem, se você conta como desrespeito te chamar para sair de cinco em cinco minutos... Desculpe. E sobre essa história de você ter perdido um amigo por minha causa... Não sei se entendi muito bem, mas se esse amigo é o Snape...Desculpa mesmo, Lily. Eu sei que eu não deveria ter feito aquilo, só que o que ele falou para você foi imperdoável! Em sete anos de discussões eu nunca te chamei de... – baixei um pouco a voz – ... sangue-ruim. – Ela abriu a boca para protestar mas eu pus um dedo sobre seus lábios, impedindo-a de falar. – E eu vim aqui porque eu realmente me preocupo com você, Lily!
Ela ficou me encarando por um tempo, e eu já estava pensando que ela ia me bater ou começar a gritar de novo, até que finalmente falou:
– Do que você me chamou?
– Hã?
– No início. Do que você me chamou?
– Lílian Evans.
– Não. Você falou Lílian Evans Potter. – Lily falou calmamente e eu corei até a raiz do cabelo.
– Anh... É que... – eu gaguejei e ela começou a rir. – Por que você está rindo?
– Porque ver você corado é muito engraçado!
Uma hora ela tá chorando e gritando comigo, e depois tá rindo de mim. Vá entender essas mulheres...
Depois ela parou de rir e me encarou seriamente. Vish. Lá vem..., pensei.
– Tudo o que você disse... É verdade ou você está apenas inventando?
– É verdade Lírio – acariciei sua bochecha com o polegar e ela ficou um pouco ruborizada. – Toda vez que eu pedia para você sair comigo, eu sabia que você não aceitaria, que iria até me azarar – ela riu disso. – Mas eu sempre tinha esperanças de que talvez você aceitasse... Que talvez você visse que eu realmente queria estar com você, não com as vadias oferecidas do colégio. – Lily fez uma careta.
– Tudo bem. Então eu também peço desculpas por ter gritado com você. E por ter te batido. E por ter te azarado.
– Desculpas aceitas. – Respondi sorrindo.
Lily se levantou do meu colo e ajeitou a roupa. Short jeans preto e uma camiseta vermelha, quase da mesma cor de seu cabelo. Então ela me olhou, pensativa.
– Eu ainda não sei o que sinto por você... Até ontem era raiva, mas hoje... Não sei. – Ela suspirou.
– Então... – eu me levantei e fiquei de frente para ela. Nossos rostos ficaram à uns 5 centímetros de distância. Para mim, ainda parecia uma distância muito grande. – Eu vou querer saber, assim que que você descobrir.
Me aproximei ainda mais, mas ela recuou e correu para a porta do banheiro. [N/A: Dani - acho que esqueci de mencionar, mas os quartos deles são suítes ;) ]
– E-eu já volto. Só vou lavar meu rosto. – E fechou a porta.
Ah, faltou tão pouco... O momento que eu esperava há sete anos. Sete longos anos.
Grunhi de frustração e passei a mão por meu cabelo. Por Merlin e por todos os fundadores de Hogwarts! Ela tinha que ser tão complicada?
A porta do banheiro se abriu e sorri de canto. Lily prendera o cabelo em um rabo de cavalo, o que permitia enxergar claramente seus olhos verde-esmeralda, que brilhavam ligeiramente.
– Vamos? – Perguntei. – Estão nos esperando lá embaixo.
– Vamos.
Saímos do quarto e fechamos a porta.
– James? – Lily me chamou
– Sim?
– Como nós ficamos agora?
Pensei um pouco antes de responder. Eu gostava dela. Mas ela ainda não gostava de mim. Então só tinha uma solução...
– Acho que... podemos ser amigos. Sem brigas.
Ela assentiu.
– Isso quer dizer... Sem brigas e azarações?
– Aham – respondi e ela fez uma careta, o que me fez sorrir amplamente. Acho que mesmo sendo amigo dela, vai ser difícil deixar de irritá-la. Certos hábitos custam a morrer. Principalmente quando se é um Maroto.
Descemos as escadas e vi que Lily tentava reprimir um sorriso. Bem, já é um começo...
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