Prólogo
Prólogo
Ismália posicionou o último grampo no ponto certo para que o coque ficasse perfeito. Observou seus cabelos louros, lembrando-se da época em que eles caíam em cascata por seus ombros, fortes e brilhantes. Agora, estavam opacos e esbranquiçados.
Ela encarou seu reflexo no espelho, lembrando-se do sonho que tivera na noite anterior. Fora mais uma sensação do que um sonho, e era difícil distinguir o que sentira de forma clara o suficiente para definir se seria ou não uma profecia. Ainda assim, a deixava preocupada.
Alguma coisa estava mudando rapidamente no mundo bruxo. Ela podia sentir que os círculos da magia estavam abalados. Já havia sentido aquilo antes. Sentira-o quando Voldemort se erguera definitivamente como Lord das Trevas, e sentira-o quando sua queda estava próxima.
Deixando a penteadeira para trás, ela saiu de seu quarto rumo ao escritório. A enorme mansão vazia evidenciava o peso da ausência pelos corredores e cômodos. Ismália não se importava, pelo contrário, estava acostumada, e sentia no vazio uma familiar sensação de companhia, como se estivesse sendo constantemente observada.
Sobre a pesada mesa de mogno do escritório que pertencera a gerações antes dela, repousavam pilhas de pergaminho que aguardavam sua avaliação. A visão de todo aquele trabalho acumulado a oprimia mais do que toda as sombras da mansão vazia.
A cadeira com estofamento de couro não fez ruído quando ela sentou-se, delicadamente. Mal teve tempo de começar a selecionar os pergaminhos por ordem de importância e urgência, e uma coruja parda bateu com o bico na janela. Ismália permitiu a entrada do animal, apanhou o exemplar do jornal que ela carregava, pagou e a mandou embora. Sua sobrancelhas se uniram de leve ao ler o título da reportagem de capa. “Bartô Crounch Jr. morre em Azkaban.”, dizia, em letras garrafais, a manchete, seguida por uma foto do rapaz quando fora capturada após a derrota definitiva de Voldemort na Batalha de Hogwarts, quase quinze anos antes.
Naquele momento, outra coruja, desta vez um patrono, adentrou o escritório. Ismália ouviu a voz de Lucas por meio do animal:
-“É chegada a hora.”
O patrono dissolveu-se. De fato, era chegada a hora do recrutamento.
=== * * * ===
Comentários (2)
Parabéns pelo prólogo. Muito bom!Prende a nossa atenção. Estou participando da iniciativa para motivar a leitura e postagem de comentários na FeB.Leio 1 cap por dia e deixo comentário. Sou autora, mas a gente também tem que ajudar, certo?Não sabe sobre o que digo? Veja aqui -> http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=46113
2013-11-27Já que o mundo não acabou, continue sua fic. O início foi muito bom.
2012-12-30