Reações
Capítulo 6 – Reações
Hermione correu sem rumo, assustada e enraivada, até alcançar uma das escadas que dava aos seus aposentos. Transpirava em demasia e tinha vermelhões nos pulsos onde Ronald a pegara com força.
Subiu os degraus, segurando-se nas paredes para não ir ao chão, pois seu estado era muito atordoado, e chegou a uma grandiosa porta de madeira talhada com detalhes floridos e femininos que era a entrada do seu quarto.
Sebastian, o guardião de suas acomodações, um homem de meia-idade, muito vivido e confiável, que tinha cabelos cor de palha, a saudou com um aceno de cabeça e um "boa noite".
- 'Noite, Sebastian. – respondeu a moça por mera educação, porque sua respiração ofegante e pensamentos revirados não davam a ela o luxo de ser simpática, irrompendo para dentro do seu recanto o mais apressadamente possível.
Assim que a pesada porta fechou-se atrás dela, com o oxigênio voltando a circular em seu corpo de forma normal, ela suspirou aliviada observando o lugar onde sabia que sempre estaria protegida.
Seu quarto era amplo, com uma suntuosa cama de dossel coberta de branquíssimos lençóis ao meio; uma bela penteadeira onde objetos de moça repousavam á um canto; um grande e antigo guarda-roupas, no qual sua imagem avermelhada de ódio e calor era refletida no espelho; uma lareira com chamas adormecidas, que geralmente era mais usual nos invernos rigorosos ingleses; uma pequena janelinha acortinada muito próxima da porta e, por ultimo, uma agradável varanda que tinha visão para o conhecido lago de Otter, onde as lontras, que davam nome ao ducado, nadavam e rodeavam.
Havia também, ao lado da cama, uma macia poltrona, na qual Hermione gostava de passar horas deleitando-se com seus livros e histórias, mas, naquele instante, quem estava nela era Julieta, uma das damas de companhia, cochilando com uma mão encostada no queixo.
- Julieta. – chamou Hermione e a outra moça despertou-se, piscando freneticamente os olhinhos sonolentos.
- Senhorita, - falou dando um bocejo – Como foi o noivado? – perguntou levantando-se e pondo-se a desfazer a amarra do espartilho da jovem Granger.
- Bem, eu acho. – respondeu incerta Hermione afastando-se – Mas, conto-lhe isso amanhã. Agora, desejo... Desejo ficar sozinha. – pediu desconcertada e não realmente convencida daquilo, porque, no fim, queria alguém com quem pudesse desabafar sobre sua mente confusa.
- Hum, tudo bem. – a dama parecia magoada em ser enxotada, porém, nem o descontentamento a impediu de reparar na macha vermelha escura que a menina trazia no vestido - O que é isso em sua veste? Sangue, Hermione? – indagou preocupada aproximando-se para olhar melhor.
- Não! – negou prontamente procurando uma desculpa – É... É vinho! – afirmou nervosa com toda falsa convicção que existia em seu ser.
- Ah, certo. – Julieta assentiu ainda desconfiada – Então, vou recolher-me. Tenha uma boa noite. – falou retirando-se do quarto e deixando Hermione só, que mais uma vez, suspirou aliviada.
A Granger sentou-se na sua maravilhosa e fofa cama, e enquanto finalizava a desamarração da sua roupa, pensou com aparente repulsa e nojo: "Aquele homem é decididamente um bruto! Sem uma gota de vergonha ou moral! Obviamente, teria me forçado se não fosse à interrupção do seu irmão." Hermione bufou irritada, ainda conseguia sentir o gosto do vinho e do sangue dele em sua boca, e aquilo, pelo menos superficialmente, a enojava.
Almejava ardentemente que seu pai cancela-se aquele infeliz casamento pela ousadia cometida para com ela, mas almejava também ter de novo aqueles braços fortes a segurando forte, aquele hálito quente tão próximo, aquela boca deixando rastros em seu pescoço e...
- Ora, Hermione! Tenha decência e pare de pensar babaquices! – advertiu ela a si mesma pelo próprio reflexo do espelho.
À passo que ficava tarde da noite, a moça recém-noiva penteava os volumosos cabelos castanhos e cheirosos, despia o vestido dourado cheio de pompa que possivelmente não largaria aquela feia marca rubra e punha-se dentro de sua fina e longa camisola. Posteriormente, aninhou-se na quente e confortável cama, porém, apesar de tudo ou talvez por causa de tudo, não conseguiu os olhos pregar.
Estava ali começando uma conturbada e insone fase da sua monótona vida de donzela.
-... Quase a machucando! Se não realmente machucando-a! – no suntuoso salão onde a festa acontecia, Percy aborrecido contava o ocorrido ao seu velho pai – Por essa razão, ganhou este ferimento na boca! – apontou ele para o Rony, que passava um pano ensanguentado no lábio onde fora mordido e parecia estar mais sóbrio. - A moça tentava em vão defender-se!
Arthur olhou para o filho mais novo com todo descontentamento possível, porém, não estava surpreendido. Seu olhar recaiu em seguida no duque de Otter, que se aproximava deles com uma expressão séria e preocupada.
- O que houve com ele? – perguntou.
- Hum... Um incidente com... Com sua filha. – o duque de Ginger no auge do seu constrangimento procurava as palavras mais certas e eufêmicas – Ele tentou aproximar-se dela e acabou excedendo-se. Hermione nada mais fez do que repeli-lo. Oh, desculpe, Eduardo. – pediu o Sr. Weasley, a vergonha tomando conta dele – Recebe-me a mim e a minha família de tão bom grato aqui em sua casa e o inconsciente bêbado do meu filho quase... Com a flor que é sua amável filha. – tentava desculpasse ao Sr. Granger mesmo sabendo que, se fosse de sua vontade, o casamento e a aliança permanentemente forte seriam quebrados naquele mesmo momento, já que quando desonra e comportamentos abusivos estavam envolvidos as coisas ficavam em demasia sérias.
- Não se sucedeu nada demais, Arthur. – o Sr. Granger o tranquilizou, dando um sorriso amigável. – Jovens, vinho, o recente compromisso... E realmente penso que Hermione deve-se acostumar-se com Ronald, aliás, em pouco tempo, estarão casados.
Arthur agradeceu longamente pela sua compreensão e prometeu que o filho tomaria jeito nem que fosse à força.
A esplêndida e animada comemoração estendeu-se por mais um bom tempo, e só quando a madrugada estava alta, a grandiosa família Weasley voltou para o seu ducado, que tinha vizinhança com Otter.
O noivo ainda com algum resto de álcool no sangue e reclamando sobre dores, teve de ser carregado, igualmente a seus infantis e pequenos sobrinhos, e quando adormeceu não sabia onde se encontrava, que horário era e nem mesmo que trajes vestia. Tinha ele apenas conhecimento que seu sono havia sido atormentado por sonhos insanos e fogosos com uma moça morena, delicada e pequena, mas nem por isso frágil e submissa, com a qual estaria casado dali a alguns poucos dias.
N/A: Terminou! Kkkk
Agora, explicando por que deu essa doidice em mim. Bem, esses três últimos capítulos, na verdade, formavam apenas um ("O noivado"), mas como ia ficar exageradamente grande, eu resolvi dividi-los e também, sendo natal, presentear a vocês com eles de uma vez só!
Enfim, que tenham um feliz natal, cheio de muita felicidade, alegria, sucesso (e montes de presentes)! Agradeço quem tem lido, gostando ou odiando! Muitas coisas ainda estão por vim...
Beijos a todos!!!
Comentários (4)
Ahhhh Merlin...O povo quer mesmo ver esses dois casados...Bem, vai ser uma loucura eu aposto, mas tô gostando. Eles dois gostaram, mas como sempre o orgulho fala mais alto e os dois voltam a brigar kkkkkkkkkkkk Amei o capitulo.Beijoos!
2013-06-10Amei os capítulos, obrigada pelos presentes. Mal posso esperar pelo resto. Por favor não demore para postar.
2012-12-27Mais uma vez, obrigada *-* Talvez eu demore um pouco mais para postar depois da minha extravagância... Mas, logo, logo, vocês terão "As desculpas", que não serão bem perdões, mas, enfim.
2012-12-26Capitulos maravilhoso! Mal posso esperar o desenrrolar desta história tão conturbada *---* poste o mais breve possivel!
2012-12-26