A dança
Capítulo 4 – A dança
-... Oh, não! – falava Fred, o quarto irmão de Rony, a uma mulher alta e de cabelos pretos, Joane, sua esposa, que o dizia querer dançar logo após a banda começar a tocar – A primeira dança é dos noivos! – exclamou para todos.
Hermione, que tinha a criança no colo, e aparentava querer ignorar que aquele noivado era dela, assustou-se com a sugestão. E Rony, virando a terceira taça de bebida, soltou um resmungo que prometia morte ao irmão. HeHHHHH
- É, Ronald! Traga a dama ao salão! – incentivou Jorge, gêmeo do primeiro que havia se manifestado. Todos os convidados concordaram que era uma maravilhosa ideia.
Os noivos entreolharam-se, e a moça poderia jurar que o ruivo a estava culpando por aquilo. Ora, era só o que faltava!
Uma linda mulher loira e sorridente, Fleur, tirou o filho dos braços de Hermione.
- Vá danser! – disse com seu sotaque francês.
Ronald largou a taça muito a contragosto em algum lugar da mesa, e sob sorrisos safados dos irmãos e doces das cunhadas, dirigiu-se aborrecido ao canto que a jovem morena envergonhada encontrava-se.
Enquanto as tempestuosas íris azuis entrechocavam-se com as desafiadoras castanhas, o jovem fez uma reverência à moça, esta a qual foi correspondido muito forçadamente e estendeu a mão a ela, que a pega-la, deu-lhe um forte aperto na intenção de causar a ele dor. Infelizmente, Rony sorriu desdenhoso aquele gesto e retribui o apertão, fazendo o delicado rosto de Hermione contrair-se dolorosamente.
Ao mesmo instante que eles deslizavam com graça pelo salão, todas as almas femininas derretiam-se em "Oww's" e "Aww's", as mães dos jovens analisavam como um belo casal era formado pelos dois.
Alheios aquilo estavam os dançarinos, discutindo em sussurros. E para quem pensa que gritos furiosos são os mais capazes de ferir, digo-lhes que murmúrios irônicos destroem alguém bem mais rapidamente.
- Nem ouse pensar que vou casar-me com você porque é de minha vontade. Preferia enterrar-me viva em um convento a fazer isso. – Hermione disse após voltar de um giro lindamente executado.
- E o que a faz pensar que me casaria com alguém tão aborrecida como você porque quero? – Ronald perguntou desdenhoso próximo ao seu ouvido, enquanto segurava firme sua a cintura por cima do espartilho. Como se arrepiava facilmente, aquela megera! Em seu interior, ele debochava rindo dela.
- Oh, nada, óbvio! Um ser tão irresponsável quanto você, deve querer viver "divertindo-se" até o último suspiro. Seus pais o ameaçaram deserdá-lo, não? – indagou Hermione dando alguns rodopios e fugindo dos braços fortes do rapaz, mas logo voltando a eles – E, por favor, pare de apertar-me tanto! Essas roupas que forçam a nós moças a usar já fazem muito bem esse trabalho! – exclamou.
Indiferente a ordem dela, Ronald agarrou com as duas grandes e calejadas mãos sua delgada cintura, que quase fechavam em torno dela. Ela era realmente minúscula e ele realmente um gigante!
Hermione revirou os olhos para aquele gesto de desobediência, ele poderia parecer um homem, mas ainda era aquele odioso garoto que fazia tudo para contrariá-la!
- Meus pais amam-me como filho, nunca me forçaria de tal forma. – Rony respondeu simplesmente.
- Oh! – Mione exclamou falsamente preocupada – Coitados! Eles fazem parte da parcela da população que o acham bom e amável? Essa que claramente é formada pelos donos de tabernas e pelas mulheres de bordeis. – acusou sorrindo com desdém.
- Cale a boca, Hermione! – gritou irritado girando-a tão brutamente que quase a fez cair, enquanto as notas da canção aumentavam de altura, fazendo ninguém percebe que eles trocavam farpas ao invés de elogios.
- Ora, quem você pensa que é para mandar-me... –bradava Hermione ao mesmo tempo assustada e irritada, porém Rony interrompeu-a.
- Seu futuro marido! – ele rugiu deixando-a atônica.
- Pois, mande-me calar-me novamente! – a jovem furiosa desafiou, ficando cada vez mais próxima do homem ruivo. As notas musicais estavam cada vez mais elevadas e as mulheres cada vez mais encantadas, porque é uma lei, quando discutindo com alguém, você inconscientemente aproxima-se deste, fazendo parecer que os jovens estavam consumidos por uma onda de amor e atração, e não de ódio.
- Mando quantas vezes for de minha vontade! – Rony gritou, juntando suas mãos as dela e puxando-a, se possível, mais ainda para si.
- Seu...! – Hermione esbravejou sua última palavra no exato momento que a derradeira e grave nota da musica foi tocada. Os corpos deles estavam quentes e fortemente colados, os rostos perigosamente pertos, os olhos se encarando bravamente e as bocas buscando oxigênio em meio à respiração do outro pela ofegante dança e briga.
Em meio a todo aquele "encanto", que deixava Hermione ávida por mais de algo que ela nem sabia o que era, Rony largou-a no salão e foi atrás de algo que pudesse refrescar sua seca garganta. A moça permaneceu lá, atarantada por um curto tempo, mas logo tomou ciência do que fazia, e retirou-se, dando espaço para dança a aqueles que seriam sua família.
- Não acredito que me casarei com ele. – sussurrou descrente e raivosa sentando-se ao lado da sua mãe e da futura sogra.
- Disse algo, querida? – a Sra. Granger perguntou não desejado realmente a resposta.
- Não, mamãe, apenas estou cansada pela dança. – Hermione mentiu e sorriu amarelo apontando para o salão.
- Ah, é para cansar-se mesmo! Dançaram tão lindamente e formam tão belo par! Imagine quando vierem as crianças, Anna... – disse sonhadora uma senhora ruiva e gorducha, de rosto muito amável, era Molly Weasley, duquesa de Ginger.
- Espero que sejam tão ruivos quanto Ronald! – exclamou a Sra. Granger feliz.
"Imagine! Contorcer-me em dores para dar a luz a um filho daquele brutamonte! E ainda que fosse o retrato do pai!", Hermione pensava desacreditada naquele dislate que as mulheres conversavam.
Num espaço afastado, estava Rony, com uma garrafa de bebida, um pouco zonzo. Aquela dança e aquela briga tinham confundido tanto sua cabeça quanto o líquido alcoólico que carregava nas mãos. Aquelas mãos, suas mãos... Onde ela estivera minutos atrás, bravia e arisca como sempre, mas sobre sua disposição e poder. "Ora, Ronald, não seja um asno! Ela é só a menina chata e teimosa de antes (com um belo corpo, ele fez uma pequena observação na sua mente)! Pense, querer se opor a um homem!" , falava a si mesmo em pensamentos.
- Tome cuidado com isso ai, meu cunhado! – foi tirado dos seus devaneios por Angelina, com seus longos cabelos negros, a mulher de Jorge, que passou rindo com a enorme barriga que carregava o primeiro filho do irmão.
- Não se preocupe, Angel! – exclamou ele com voz arrastada.
Logo atrás da esposa, vinha Jorge, esse tomou a garrafa de Rony e falou:
- Largue isso. Vamos que o jantar está servido.
Eles caminharam até a mesa, que apresentava um maravilhoso banquete. Ronald puxou uma cadeira para sentar-se ao lado do irmão, no entanto, este o impediu e apontou:
- Lá, ao lado dela. – falou risonho, lembrava o quanto os dois "adoravam-se", mas agora que se casaria, teriam que começar a se aturarem. Rony revirou os olhos e dirigiu-se cambaleante a assento vago entre Gina e Hermione.
- Onde estava, meu irmão? – perguntou a moça de cabelos acajus alisando a saia do vestido azulado.
- Em lugar que não lhe interessa. – Rony respondeu mal humorado, sentando-se.
Gina não se abalou e aproximou-se do irmão, dando uma leve fungada.
- Bebendo. – afirmou ela.
- Ginerva, por obséquio, não queira seguir o exemplo da sua amiga e ser mais uma a torrar minha paciência. – pediu o ruivo e Hermione moveu os olhos nas órbitas, decidida a ignorá-lo categoricamente.
A discussão entre os irmãos foi interrompida pelo Sr. Granger que fez um sinal para todos calarem-se e começou a falar da cabeceira da mesa:
- Bem, primeiramente, boa noite. É uma honra tê-los hoje aqui em Otter e espero que esse seja um dos muitos banquetes que vamos apreciar juntos. Agora, que temos mais um motivo para isso, além da paz entre nossos ducados. A união da minha querida Hermione com o bravo e honesto Ronald! – enquanto todos aplaudiam, Hermione teve que fazer uma força desumana para não gargalhar, achava até que pudesse ter quebrado algumas costelas tamanho fora seu esforço - Hoje, eu tenho a alegria e o penar de entregar a mão da minha única filha a outro homem. Cuide bem dela, rapaz! Ou arranco-lhe a cabeça! – fez graça e Rony corou, ao contrário dele, a noiva meneou desgostosa a cabeça - E como só tenho a Hermione e ela irá casar, peço-lhe, Ronald, que depois do casamento, mude-se para esse castelo e, quando acharem que é chegada a minha hora, assuma a esse ducado e a minha família. O que me diz, Weasley? – finalizou com a pergunta.
Todos olharam interrogativos para Rony, no entanto, Hermione escondeu o rosto com as mãos. Dá á um beberrão o ducado de Otter! Seu pai havia enlouquecido!
- Hum... – o ruivo pigarreou desconcertado – Seria um grande privilégio, senhor! – respondeu e o salão inteiro eclodiu em palmas e brindes, exceto pela jovem Granger, que permanecia incrédula.
Todos saciaram a fome com o saboroso jantar. Posteriormente, alguns casais voltaram a dançar, os homens conversavam sobre política e os efeitos da Revolução e as mulheres tinham os filhos a dormirem em seus colos e planejavam o vestido de casamento de Hermione. Porém, a que devia estar mais interessada, apenas olhava para algum ponto fixo, enquanto tinha a menina mais nova dos Weasley, Dominique, repousando em seu colo.
Casar-se, pensava a jovem, ela sabia que um dia teria que acabar fazendo isso, afinal, era para isso que as mulheres eram criadas. Nada de batalhas, de pilhagens ou espadas. Seria seu casamento igual a todos os arranjados da época? Não era realmente necessário se perguntar sobre. Um bêbado idiota que a transformaria numa nobre falida e sua casa, seu ducado, em um lugar abandonado e infortunado! Via-se no primeiro momento, reparou ela em Rony pouco sóbrio conversando com o irmão Fred.
No mesmo instante que Hermione tirou os olhos do noivo e se pôs a olhar a menininha ruiva que dormia, ele veio, quase caindo ao chão, em sua direção.
- Fred disse que seria bom se eu visse as mudanças que ocorreram em Otter. Venha mostrar-me. – falou com voz embriagada o ruivo parando na frente dela, que ergueu a cabeça.
- E por que eu faria isso? – Hermione perguntou ferina, observando-o com superioridade.
- Venha logo mostrar-me o maldito castelo! – exclamou Rony perdendo a linha.
- Vá mostrá-lo, Hermione! – falou Anna que, próxima, percebera o indício da discussão que se sucederia ali entre eles - Eu fico com essa bonequinha. – fez referência a criança que estava com a filha.
Hermione entregou a menina à mãe contra sua vontade, sob sussurros de "Vá logo!" e "Não seja birrenta!", e encaminhou-se aborrecida a porta de saída do salão como se andasse sozinha, deixando o noivo para trás, esse que se apressou para ficar em encalço.
N/A: Primeiramente, feliz natal para todos! Chegamos, por fim, num dos meus capítulos favoritos! Não vou falar muito coisa, pois, como presente, hoje vocês terão mais dois capítulos :D
Comentários (1)
Vixeeee já rolou uma discussão ali...Acho que vem coisa pior agora. Esses dois não são do tipo que deixa barato não...Bem eu amei o capitulo \o/Beijoos!
2013-06-10