A descoberta
Capítulo 2 – A descoberta
- Entre. – disse uma voz severa, mas ao mesmo tempo, de certo modo, amável.
A porta de carvalho do escritório do duque Weasley de Ginger foi aberta e o jovem homem ruivo e bêbado entrou, acompanhado do seu amigo. Parecia menos tonto, porém o cheiro de bebida não largava seu hálito.
- Mandou chamar-me, meu pai? – interrogou Ronald tentando deixar a voz séria, enquanto olhava com respeito para um velho senhor de pele enrugada, quase totalmente calvo, com alguns poucos fios ruivos na cabeça.
- Oh, sim, Rony. Obrigado por isso, Harry. Aliás, Gina está a sua procura, penso que já acalmou os nervos pelo incidente corrido mais cedo. – falou o velhote sorrindo para um Potter que logo desapareceu da sala.
- Gina magoou-se com esse paspalho novamente? – perguntou Rony largando-se na cadeira em frente à mesa do pai.
- É, não aguento mais este compromisso! – exclamou - Ainda bem que o casamento aproxima-se. Mas, não é sobre esse casamento que quero falar-lhe – iniciou o Sr. Weasley, fazendo seu filho erguer confuso as sobrancelhas – Onde passou a noite? Oh, desculpe, que estúpida pergunta a minha. Em algum prostíbulo bebendo, claro!
O homem mais novo soltou um som de cansaço.
- Bebe mais taças de vinho numa noite do que eu num mês! E deve ter tantos filhos bastardos espalhados pelo mundo que nem seria possível contá-los! – reclamou o patriarca.
- Ora, papai! Aonde quer chegar com essa conversa? Que eu saiba, não assumirei Ginger! E, se por um infortúnio, Gui morresse, haveria mais cinco homens para governar aqui! – exaltou-se.
- Não estou referindo-me a esse ducado! – Arthur Weasley gesticulou ao passo que o tom de sua voz aumentava de altura – Estou referindo-me a você, Ronald. Ao meu filho! Sempre está embriagado e com as mulheres da vida. Necessita assentar! Construir uma família e ter responsabilidades! – o velho homem tomou fôlego e continuou - Até Fred e Jorge o fizeram, o que muito me surpreendeu!
- Certo, almeja que eu case-me? – manifestou-se o filho – Tudo bem, irei atrás de uma donzela agora mesmo. – falou levantando-se e virando-se em direção à porta.
- Não, não é necessário procurá-la. Já encontrei uma para você. – murmurou o duque cansado.
- O que? Arranjou-me uma esposa? Acaso, pareço uma moça para que meu próprio pai procure-me casamento? – gritou.
- Ora, cale-se, Ronald! Ainda sou seu pai, mesmo você sendo já sendo um homem feito! – Arthur enraivou-se.
Rony sentiu as faces queimando de vergonha e largou-se no assento de novo.
- E quem é ela? Posso saber? – perguntou rudemente.
- Hermione Granger. – respondeu o pai preparando-se para o ataque de fúria que viria logo a seguir.
- Granger? Do ducado de Otter? – interrogou incrédulo – Não me casarei com aquela menina asquerosa! Prefiro viver em abstinência a ter ela como esposa! – exclamou.
- Asquerosa, Ronald? – desprezou – Ela é muito bonita, a meu ver! E se mal lembre, vocês eram amigos quando crianças? – finalizou com ar duvidoso.
- Não, Harry era amigo dela! – explicou aborrecido – Geralmente, tentávamos nos matar! Ela odiava-me e odeia-me! E, eu tenho orgulho em dizer que é recíproco! – gritou na tentativa de fazer o pai entender que um matrimônio entre eles seria desastroso.
- Balela! Existe uma linha tênue entre o amor e o ódio e tenho certeza que vocês vão ultrapassá-la! – disse o velho alegre.
- Mas, papai, aquela menina é... Esperta demais! Deve pensar em igualdade de direitos e... – tentou o inconformado pela última vez.
- É melhor assim, que ela coloca-lhe os cabrestos. E não quero ouvir mais nenhuma reclamação sobre isto! – avisou lançando-o um olhar draconiano – Mantenha-se sóbrio até o jantar, hoje visitaremos sua noiva! – Arthur sorriu contente e Rony respirou fundo procurando controlar-se.
Hermione e a Sra. Granger dirigiam-se a biblioteca, que era geralmente habitada pela moça, mas hoje acomodava seu pai.
- Ah, estou tão ansiosa, mamãe! – dizia Hermione a todo instante.
- Eu tenho convicção de que adorará a notícia, minha filha! – falou Anna tentando parecer animada, e não nervosa – Pelos menos, em algum momento de sua vida... – pensou em voz alta, porém a outra não prestava atenção.
Chegaram a uma enorme porta de mogno, entrando por ela logo em seguida. A biblioteca era um cômodo gigantesco, quase maior que o Grande Salão de Bailes. Cheia de estantes abarrotadas de livros antigos encadernados em couro que iam até o teto, havia também um lustroso piano, uma mesa e cadeiras, e, a um canto, estavam algumas poltronas, numa destas, o duque de Otter descansava.
Era um homem pouco velho, seus cabelos antes de um belo castanho-claro iam assumindo um tom grisalho e o rosto acomodava algumas cicatrizes de guerras, mas, ainda assim, ele parecia bonito.
- Papai... – chamou Hermione inclinando-se para o homem que abriu os olhos sonolentos.
- Olá, minha flor! – saudou-a.
A jovem menina sentou-se no braço do assento ocupando pelo pai e sua mãe se pôs a examinar o estado de alguns livros nas diversas prateleiras.
- Então, o que o senhor deseja contar-me? – perguntou apreensiva.
- Hum... Bom, - Eduardo aparentava nervosidade e trocou um olhar com a esposa, que o incentivou. – Hermione, não que eu e sua mãe realmente almejássemos isso, quero dizer, por nossa vontade você ficaria conosco para sempre. Não que não vá o fazê-lo, suponho que morará aqui. – enquanto o pai falava, Hermione o olhou confusa. –Porém, veja, já falta tão poucos dias para seu décimo oitavo aniversário! – exclamou.
- Desculpe, meu pai, mas não estou o entendendo. – falou Hermione, ao passo que sua mãe aproximava-se.
- O que seu pai quer dizer-la, Hermione, é que você precisa casar-se. – esclareceu a duquesa, com o clássico tom prático possuído apenas pelas mulheres.
- Casar-me? Como casar-me? Por quê? – exasperou-se a jovem, pondo-se de pé. – Sou muito nova para casar! Quero ainda aventurar-me e... A senhora não tinha minha idade quando se casou, mamãe! - procurava esfarrapadas desculpas para não aceitar aquele fato descabido.
- E por isso sofri tanto para tê-la! – relembrou a Sra. Granger, contraindo o rosto em horror.
- Vai ser bom para você, bebê! – disse o Sr. Granger à filha tristemente – Escolhemos um bom rapaz e, supostamente, nem será necessário deixar Otter!
Hermione apenas assentiu sem demonstrações de felicidade. Desejava ir a guerras, batalhas e todo o resto! Certo, era infelizmente mulher, mas como moça solteira alguns sonhos impossíveis eram aceitos. Já casada, teria que dedicar-se totalmente a um maldito homem, a quem esperava que a expressão "bom rapaz" não fosse atribuída com ironia.
- Bem, e quem é ele? – perguntou aos pais que trocaram um olhar tremendamente nervoso.
- O que pensa de uma supressa, Hermione? – Anna retorquiu a pergunta com voz animada e levemente apreensiva - Ele virá à noite jantar conosco. Suporta a curiosidade? – sorriu com uma mocinha alcoviteira.
- Penso que consigo sim. – o tom triste não largava o timbre da moça que a pouco se descobrira comprometida – Ao menos, o conheço?
- Claro, tanto quanto a palma da sua mão! – exclamou feliz o Sr. Granger – Vocês dois são amigos!
- Eram. – desenganou a Sra. Granger, recebendo um olhar reprovador do marido.
- Tudo bem, então. Irei procurar algo bonito para usar mais tarde. – disse Hermione cabisbaixa saindo da biblioteca.
- O que!? – exclamou Anna sendo observada com repreensão por seu marido.
No ducado de Ginger, há alguns quilômetros dali, em uma sala de armas, o homem ruivo citado anteriormente reclamava irritado com o outro rapaz que parecia não ter mais bom humor que o dele.
- Casar, Harry! Crê nisso? Ter uma mulher a qual dever respeito e todo o resto! Fim das saídas à noite e bebedeiras!
- Convenhamos, Rony, já não era sem tempo. – Harry resmungou para o ruivo que havia interrompido seu passeio com Ginerva, sua noiva.
- E pior que isso, - Ronald ignorou totalmente a fala do amigo – com Hermione Granger! Lembra-se? Aquele pesadelo de anáguas! – exclamou relembrando velhas memórias.
- Hermione não é um pesadelo. Gosto dela, é inteligente, educada, bonita. Uma boa moça para casar, não tanto quanto sua irmã, mas... – defendia o moreno, porém foi calado por um gesto de Ronald.
- Você gosta de qualquer um, Potter! – queixou-se - E não ouse dizer que ela é boa moça para casar! Sabe usar uma espada, pode matar-me no leito, se assim quiser! Também já leu mais livros que todas as damas da corte. Deve ser cheia de ideias e rebelde!
- Ora, aceite logo isso, homem! – clamou Harry entediado – Agora, posso voltar... – falava quando foi interrompido por um dos irmãos de Rony. Guilherme, o mais velho, que trazia no colo um bebê loiro.
- Ronald, selará seu cavalo ou tomara um coche até a propriedade de Otter? – perguntou ele. Seu cabelo um pouco comprido era ruivo como o de todos da família e por ter lutado algumas batalhas contra revolucionários, carregava um feio talho na lateral do rosto, a criança a quem segurava era Louis, seu filho mais novo, a quem pertenceria o comando daquela fortaleza depois dele.
- Ah! Responda-me o porquê de tudo hoje girar em torno da Granger, desse maldito casamento e do miserável ducado de Otter! – gritou o mais moço levando as mãos à cabeça.
- Acostume-se com a ideia e pare de agir como um garoto mimado! – vociferou Gui – Já está mais que na hora de casar-se e colocar juízo nessa sua cabeça cheia de vento!
- Tudo bem! – retrucou gritando – Irei de carruagem, então. – falou para o irmão.
Guilherme olhou severamente para Rony e balançou desagradado a cabeça, antes de retirar-se do cômodo.
- Até ele, Harry! – reclamou Ronald com inconformismo.
- É claro! Ele é casado com uma bela e amável francesa que acabou de dar-lhe um filho homem! O que queria que ele pensasse sobre casamento? – indagou o amigo.
- Eu gostaria de ter a mesma sorte... – Rony resmungou.
- E eu gostaria de dar-lhe um soco no meio das fuças. Mas, não se pode ter tudo que se almeja, não é? – o Potter fez pilhéria e o Weasley revirou os olhos.
N/A: Oi, pessoas! Mais um capítulo para vocês, desta vez com as reações deles a respeite de descobrirem sobre casamento. Rony não encarou muito bem, mas logo isso vai mudar (hihihi) e tadinha da Hermione nem mesmo sabe quem é o futuro marido, garanto que ela não vai gostar quando descobrir.
Enfim, nada muito sensacional, mas, possivelmente sábado, postarei "O noivado", e esse sim é melhor, é quando eu acho deveras que a fic começa!
Muito, muito obrigada quem visitou (não achei que tantas pessoas iam ler), quem só olhou e disse: "Que grande porcaria!" e, principalmente quem comentou! Vocês me fazem ficar muito alegre!
Agradecimentos especiais: a leleu_mione e a lumos weasley, obrigada pelos comentários!!!
Continuem lendo! :D
Comentários (3)
Ahhhhhhhhhhhhh eu amei...Acho que Mione terá um troço quando descobrir quem é o noivo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk sabe como é, quando esses dois não brigam ?! Bem o capitulo foi realmente maravilhoso eu amei.Beijoos!
2013-06-10Olá, Lumos Weasley! Desculpe, guerra de comida não vai ter não, mas é uma ótima ideia kkkkk
2012-12-23Como não vai ser esse encontro hein?! É capaz da Hermione tacar um prato de comida na cabeça dele. É esperar pra ver.Valeu pelo capítulo.
2012-12-22