Único.
Oh, olá, Granger, será que eu poderia lhe fazer uma pergunta? Pois bem... como você faz isso? Ou melhor, como você fez isso? Não me contento em saber quanto poder você possui... A antiga melhor aluna de Hogwarts, a bruxa mias brilhante que já passou por aquele castelo e agora a auror mais eficiente que já conheci. Você deve ter a vida perfeita mesmo: beleza, inteligência e poder reunidos em um só nome, Hermione Granger.
Naquele dia em que te vi no Ministério (maldito dia!), percebi tamanha idiotice que fiz durante nossa vida escolar. Você se tornou melhor até que o “Santo Potter”, e isso é para poucos. Quando você desviou seu olhar do enorme livro que trazia nos braços e direcionou-o a mim, compreendi o significado da palavra “crescer”. É, Granger, certas coisas nunca mudam; outras, em compensação... Então, com uma voz madura e confiante, disse claramente “Olá, Malfoy”. Olá, Malfoy, com uma cordialidade pontual. Eu respondi formalmente que as coisas mudam, que poderia me chamar de Draco, afinal, eu havia sido uma peça importante no desfecho da batalha final, passando informações para a Ordem. E você sorriu. Um sorriso simples, mas fechado. Então concordou.
Depois daquele dia, passamos a manter um contato mais direto, profissional, pois eu acabara de ser transferido para o seu setor e trabalharíamos no mesmo andar. Quem diria que certa tarde eu me flagraria olhando para as suas belas pernas... Você percebeu, é claro. Você sempre teve uma perspicácia extraordinária.
Na véspera do próximo feriado na época, o Ministério estava vazio, exceto por você, eu e alguns atrasados com seus relatórios. Te chamei à minha sala e foi naquela velha mesa de madeira que tudo começou. Você, Granger, mostrou-me possuir algo que nenhuma outra mulher que conheci jamais teve. Era uma entrega, uma urgência, um fogo digno da grifinória que me socou no 3º ano. E isso me abriu os olhos.
Nossos encontros passaram de quinzenais para semanais, e disso para quase diários. Uma desculpa para ir à sua ou à minha sala e pronto (nem que fosse ligeiro); Era só a Granger chamar que o Malfoy ia como um cachorrinho, para assim poder tê-la em seus braços mais uma vez. O suor, os gemidos, o ápice. E então o vazio, o profissionalismo, a “cordialidade pontual”. E assim tornei-me seu brinquedinho.
Você, Granger, você e todo o seu poder... e eu, Malfoy, eu e toda a minha ilusão. O riquinho mimado tendo esperanças com a própria inteligência de saia. Admita, eu era apenas uma diversão. Tenho consciência disso. Mas convenhamos, por que eu? Por que quando mais da metade dos bruxos daquele Ministério caíam aos seus pés você quis o babaca que te maltratou por 7 anos da sua vida? Seria saudades ou um sentimento meio masoquista? Na realidade eu não sei.
Discutíamos tanto quanto nos dávamos bem quando éramos um só. Eu queria você, queria te chamar de minha, afinal, desde que começamos aquele caso não me envolvi com mais ninguém. Você queria liberdade, era um típico pássaro livre que não queria se aprisionar. A minha frustração era descontada na cama, com direito a mordidas, puxões de cabelo e muitas, muitas marcas roxas.
Então, naquela manhã de terça-feira, você entrou pela minha porta. Não tirou a roupa, não me beijou e nem expressou reação alguma. Quando questionei, você me lançou a verdade. Fria, dura e impassível: estava se mudando para a Suíça. E saiu rapidamente, talvez para que eu não visse a bela maquiagem borrando e manchando seu lindo rosto. Demorei até digerir a notícia, nisso você já tinha aparatado. Tentei te ligar e ir à sua casa mais tarde, mas você já havia partido.
Meu cotidiano se tornou uma monotonia sem a sua presença matinal. Seu cheiro floral parecia ter impregnado em meu apartamento pelas milhares de vezes que você o visitou... Na primeira oportunidade de ser transferido para outro país, aceitei sem nem ao menos saber qual era. Só fui descobrir meu novo lar no dia da viagem: eu estava indo para a Suíça. Coincidência ou destino?
Dias se passaram e eu me adaptei ao belo país. Comecei a trabalhar em um alto cargo no Ministério, comprei uma casa caríssima. Até que, em uma tarde do meu oitavo mês, sabe quem eu encontrei com os olhos pregados em um pesado livro que trazia nos braços? Quase que sentindo a minha presença, quando você levantou o olhar não havia cordialidade, não havia formalidade. Havia o calor, a entrega e o fogo que até então eu só tinha presenciado na cama.
Ahhh, Granger, como você faz isso? Eu engoli até a última gota do meu orgulho sonserino por você... E valeu tanto a pena! Porque assim que eu vi seus olhos amendoados em meio à multidão, tudo voltou à tona, a esperança e o desejo adormecidos. Mas dessa vez eu tinha um objetivo, você seria minha. Eu te mostraria enfim que estar com alguém não significa se aprisionar. Incrivelmente, você aceitou a minha mão estendida e me provou que quando há entrega, não importa o sangue e nem a casa. E sim, a vontade.
Concluo essa confissão em poucas linhas para tão longa e confusa história de desejo e por quê não amor. Caso queira ler novamente, estará guardada no criado-mudo do meu lado na cama.
Por Draco Malfoy,
Dedicado à bruxa mais inteligente e poderosa que já tive o prazer de conhecer, Hermione Jane Granger Malfoy.
Comentários (2)
Conheci hoje dia 16/12/2013 e simplesmente posso diminuir os elogios para uma ONE PERFEITA! O leitor consegue ver o Draco escrevendo essa carta e relembrando cada detalhe. Isso é que é vestir o personagem, até se confundir com o próprio.
2013-12-16Amei!!! Você poderia fazer a ver~so da Mione. Ficaria bem interessante igual essa! ^^Parabéns adorei mesmo!
2012-12-10