A surpresa da escola



Quando estava no meio do mês de Outubro, todos os estudantes que eram do quinto ano pra cima, receberam uma surpresa da escola.  Um dia antes do Natal haveria um baile. Não seria aquele baile com bandas da atualidade, seria um baile das antigas, aqueles do tempo de castelos, com príncipes e princesas. Como o quinto e o sétimo ano estava para prestar exames que mudariam suas vidas, e o sexto estando quase em colapso de tanto dever a fazer, o professor Dumbledore teve essa ideia.
Todas as pessoas na Sala Comunal da Grifinória se espremiam para saber o que havia no quadro de avisos. Os primeiranistas, segundanistas, terceiranistas e quartanistas acharam um absurdo terem feito isso com eles, falavam que eram tão dignos quanto os demais para irem ao baile que se denominava Baile Colonial, mas os demais nem queriam discutir isso, para eles era atitude de crianças, e se fossem ao baile ia virar um parque das criancinhas. Anna era a que mais discutia entre os alunos.


- Minha flor – disse irônica – se decidiu isso é porque perceberam que não são mentalmente capazes de estarem em um baile.


- Quem disse? – uma quartanista dizia.


- Quem disse? Você não leu o aviso, não viu de quem era sua burra? O profº Dumbledore teve seus motivos pra isso garota estúpida – e virou as costas para a garota que tagarelava mais.


- Você gosta de confusão né Anna? – dizia Carol – Pára com esse estardalhaço todo.


- Ai, eu adoro ver criancinhas brigando – disse divertida. Mas isso não é importante e sim quem vamos acompanhadas.


- Deveríamos ir sozinhas, e podemos falar isso pros meninos que tal? Só uma festinha, sem fazer nada, só se divertir – disse Lily, e as duas outras a olharam e concordaram.


- Ei garotos, vem cá! – Anna gritara para os marotos que estavam do outro lado da sala, e os quatro vieram – Nós estivemos pensando...


- Nossa você pensa – disse Sirius brincalhão.


- Ai que gracinha – Anna disse irônica – estivemos pensando de irmos sem pares, só pra nos divertirmos, que acham?


- Tá com medo de ninguém te chamar é Anninha? Fica assim não, se ninguém me chama antes eu te falo.


- Cala boca cão pulguento – todos riram – é sério, vai ser um dia antes do Natal, e nós vamos pro Tiago, não quero ver ninguém zangado um com o outro por conta desse baile e seus acompanhantes – disse diretamente a Lily e Tiago, que se olharam por um tempo e depois baixaram a cabeça. Fazia quinze dias desde que aquilo tudo aconteceu com todos, mas houve mudanças: Remo e Carol agora conversavam sozinhos, sem precisar de ninguém de seus lados, Sirius e Anna começaram a brincar mais um com o outro, somente, é claro, Lily e Tiago que se tratavam da mesma maneira. Todo dia se ouvia discussões deles lá do campo de quadribol, de tão altas que eram, e sempre as mesmas discussões, que Tiago toda hora enchia Lily, ou a chamava pra sair, ou xingava Snape de longe.


- Bom, eu acho isso legal, ninguém me chamaria mesmo – Pedro disse triste.


- Calma Pedrinho, tenho certeza que várias garotas fariam filas por você – disse Tiago animando o amigo – e falando em Natal, não vai poder mesmo ir em casa?


- Não Pontas, desculpa. Eu vou precisar fazer umas... coisas. Eu e meus pais – disse envergonhado.


- Ok então Rabicho – disse Sirius meio triste.


- Eu topo essa de não ter acompanhantes – Remo disse.


- Eu também – foi a vez de Anna.


- Bom, eu não teria cabeça pra um acompanhante – disse Lily.


- Nem eu – concordou Carol.


- To dentro, havendo comido vai ser com – disse Pedro no que todos riram.


- Bom, eu também, não quero ir mesmo acompanhado – disse Tiago e olhou por uns segundos para Lily. Todos olharam para Sirius, da mesma maneira que olharam para Lily no almoço daquele dia que falaram de passar o Natal na casa do Tiago.


- AI MEU MERLIN – Sirius disse indignado – vai ser tão difícil dizer tantos nãos – e todos reviraram os olhos vendo o sorriso maroto dele – Ok, vamos sem acompanhantes – todos deram vivas, como fizeram naquele dia.


 


Lily estava com a impressão de que Tiago iria querer que eles fossem juntos ao baile, que ficassem juntos nele. “Ainda bem que eu pensei nisso”, pensou a garota. Mas mesmo assim ela sentiu indireta do garoto no momento que ele disse que não queria ir acompanhado. Depois da conversa que tiveram aquele dia da detenção ele ficou bem mudado, passou de azarar um pouco Snape, não está saindo com muitas garotas, como de costume.


Ela se sentiu culpada por ter falado aquilo pra ele. E se ele tivesse mudando por ela? Será que estava pensando que se mudasse ela daria uma chance a ele? Ela não iria dar. Ou iria? Mesmo ele mudando totalmente o que é, será que ficaria melhor? Depois de todos esses anos estudando na mesma sala, sendo da mesma casa e sempre ficando juntos na roda de amigos, ela nem conhecia ele? Ele disse isso, disse que ela nunca o conheceu de verdade. Será que ela queria o conhecer? Será que queria conhecer o Potter verdadeiro, aquele de baixo da máscara de “O pegador”?


Então uma sensação começou a percorrer todo o corpo da garota e ela se levantou da cama. Ela estava deitada, pensando em tudo isso, em seu dormitório. Desceu as escadas para a Sala Comunal que neste momento estava quase vazia por já estar tarde. Já se passava da meia-noite e os retardatários de deveres continuavam a fazê-los. E num canto viu Carol, Anna, Remo, Sirius e Tiago conversando animadamente sobre o baile.


- Será que o Seboso vai? – perguntou Tiago maldosamente.


- Acho que vai ficar tão envergonhado de não ter um par no baile que nem vai sair da cama. – disse Sirius risonho.


- Você também não tem um par – Anna disse risonha.


- Mas eu consigo num estalar de dedos – e estalou os dedos – já ele não. Quem vai querer dançar com o Ranhoso? Vai escorregar nos óleos caídos no chão. – e todos riram, e fizeram cara de nojo.


- Er... Potter, eu preciso falar com você – Lily disse tímida, e Tiago ergueu os olhos para ela. Até então ninguém percebera sua súbita chegada.


- Ah, claro! – e se levantou da poltrona que estava – pode ser aqui?


- Não, melhor num lugar afastado, sim? – ele concordou.


Então os dois saíram pelo buraco do retrato. Os quatro que restaram os olharam sair e depois trocaram olhares desconfiados.


Lily andava na frente de Tiago, estava com as mãos juntos, por estar nervosa, e ele com as mãos no bolso. No corredor deserto estava frio, e eles nem tinham pegado casaco. Estavam somente com seus uniformes ainda. Lily entrou em uma sala meio escura, e Tiago veio atrás dela. Ela se virou, e encostou-se a uma mesa.


- Bom, – ela batia uma mão na outra – Eu preciso perguntar uma coisa pra você! – sua voz estremeceu.


-Pode falar – Tiago disse baixo e sorriu.


- O que está acontecendo?


- Como assim? – perguntou não entendo o porquê de ela perguntar aquilo.


- Você parou de azarar Snape, com frequência, não está roubando beijos de mim – e nesse momento a voz dela estremeceu novamente – não está saindo com garotas, pelo menos não vejo isso, não está me chateando com muita coisa. Aconteceu alguma coisa que te deixou assim. Você poderia falar? – ela disse tudo rapidamente, mas a última frase saiu quase num sussurro. Era como se ela se importasse com ele, com as coisas que estavam acontecendo.


- Não... é... não é nada – disse recolocando as mãos no bolso, e estremecendo por conta do vento que entrar, ela sentiu também, e passou as mãos nos braços, mas fez cara de quem não acreditava numa única palavra que ele dissera até agora. – Ok! – disse vencido – Lembra as coisas que me disse na sala de troféus? – ela assentiu – Então, eu parei pra pensar nisso tudo, e decidi mudar um pouco meu jeito. Estamos terminando a escola e preciso ser meio... responsável – a última palavra saiu meio rouca, parecendo ser difícil de dizê-la.


- É que eu pensei que era... – começou, mas logo foi interrompida.


- Por você? Pode até ser, mas é mais por mim – ele disse sorrindo e baixando a cabeça. Ela começou a ficar envergonhada, e relembrando tudo que tinha pensado. Ela não era o centro dele, de todas as coisas que ele pensava ou fazia. Como ela pôde ser tão estúpida?


- Bom, é meio difícil de imaginar você responsável – ela riu, e ele também a acompanhando, sem graça. Levantou a cabeça.


- Pois é! Depois de tudo que eu fiz!


- Exatamente! Você sempre me azarando, querendo sair comigo...


- Ah, mas começou no quinto ano isso. Só te enchi o saco por dois anos – disse sorrindo.


- Esse ano não conta? – Ela ergueu a sobrancelha e cruzou os braços.


- Você quer que conta esse ano? Quer que eu faça alguma coisa com você? – ela corou e ele riu – Adoro quando você fica vermelha, fica mais lindo do que já é – e sorriu de canto. Na hora as pernas dela estremeceram mesmo ele estando uns três metros de distancia, ela teve que segurar firme na mesa para ele não perceber.


- Lembra-se daquela vez que ficamos presos naquela passagem? – disse ela mudando totalmente de assunto, e ele percebendo riu.


- Lembro sim! – os dois deram risadas lembrando-se do que acontecera.


 


Flashback on


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Lily estava fazendo sua ronda de monitoria como sempre às dez da noite. O toque de recolher tinha soado há meia hora, mas ela sempre ficava andando pelos corredores à noite, era um jeito de pensar. Estava com muitas coisas na cabeça. Faltava um mês para acabar a escola, e consequentemente um mês para os exames de N.O.M’s. Ela já começara a estudar fazia dois meses, mas somente três meses não eram o bastante, pelo menos não para ela. Tinha muitas matérias, muitas coisas para decorar, a cabeça dela já palpitava de tanto estudar, de tanto ler livros velhos e grossos. Ela nem estava comendo direito, só passava uns dois minutos em cada refeição para pegar algumas coisinhas que não sustentavam em nada, somente para dar tempo de estudar. Suas amigas, Anna e Carol, não perceberam nada, mas quando percebessem iriam gritar com ela. Pelo menos ela conseguira guardar mais da metade da matéria, então obviamente conseguiria bons N.O.M’s.


Mas então, passando pro terceiro andar, de longe ela viu uma sombra de um homem em pé. , na mesma hora ela empunhou a varinha e começou a andar em sua direção. Cada metro que ela andava, seu coração acelerava mais e mais. Foi chegando perto da pessoa, e ela foi se tornando cada vez mais nítida, até que a pessoa virou e Lily teve que colocar a mão na boca pensando que seu coração saltaria dali. E então:


- POTTER! – disse alto e com raiva, mas imediatamente o garoto tapou sua boca e a arrastou para um canto totalmente escuro e de repente passou uma garota e um garoto da Sonserina.


- Ah, se eu pego aquele Potter – disse o garoto bravo.


- Como ele conseguiu fazer esse feitiço tão rápido? – foi a vez da garota dizer.


- Não sei, mas ele vai se arrepender – e passaram por eles, apressados. Então Tiago tirou a mão da boca de Lily, mas foi um erro, um grande erro.


- QUE VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO? – ela gritou a plenos pulmões, então, novamente, ele tapou a boca da garota, deu um tapa no olho de uma estátua que estava atrás dele e uma porta surgiu. Ele abriu a porta e arrastou a garota até lá com ele, depois fechou a porta com um “click”. A garota se debatia nos braços de Tiago, foi então que a soltou, esperando o pior.


“QUAL É O SEU PROBLEMA? PRIMEIRO ME MATA DE SUSTO, TODO SORRATEIRO NO ESCURO, DEPOIS TAPA MINHA BOCA E ME ARRASTA PRO ESCURO, JUNTO COM VOCÊ, PASSA DOIS SONSERINOS RECLAMANDO DO ‘SANTO POTTER’, DEPOIS TAPA MINHA BOCA NOVAMENTE E ME ARRASTA PRA CÁ. QUAL É O SEU OBJETIVO COM ISSO?” – a cada palavra a ruiva ficava mais vermelha ainda e o garoto ria mais abertamente.


- Calma minha ruivinha. Não foi nada, aquilo com os sonserinos, os paguei para fazerem isso pra eu conseguir te colocar aqui – disse malicioso.


- VOCÊ PERDEU O BOM SENSO? – ela disse ficando da cor de seus cabelos.


- Calma meu amor!


- Não me chama de meu amor – disse ela entre dentes, tentando se acalmar – Abre essa porta agora!


- Não! – disse sorrindo.


- Abre! – ela voltou a ficar brava.


- Não, não e não! – falou marotamente.


- Sai da frente! – ela o empurrou e foi direto pra porta.


- Você não vai conseguir abrir. – ele disse cruzando os braços.


- Por quê? – começou a se desesperar.


- Precisa da palavra mágica.


- Então fala logo – ela disse irritada de frente pra ele. Num momento ele estava rindo da frustração da garota, mas no outro momento ele que estava frustrado – que foi?


- Esse é o terceiro andar?


- É! – ela respondeu


- Droga! Droga! Droga! – disse batendo a mão na cabeça – eu nunca consigo lembrar a palavra, Merlin. Estamos presos Lily – disse se virando para a garota. Ela não estava nem um pouco brava, mas também não estava contente. Ela estava assustada, apavorada.


- O QUE? – disse esganiçada – EU NÃO POSSO... NÃO COM VOCÊ.


- Relaxa que tem mais tempo pra gente – ele disse maroto e a empurrou pra parede com as mãos na cintura dela. Ela tentou se esquivar, mas foi lenta demais. Ele começou a beijá-la bem rapidamente, deslizando suas mãos por todo o corpo de Lily. Da cintura pra barriga, depois pras costas, em seguida pra nuca, depois pra bochecha. Com o pouquinho de consciência que ela tinha, porque o resto a abandonou, ela colocou suas mãos no tórax do garoto, empurrou-o com força e depois deu um tapa na cara dele.


- Ai! Que isso ruivinha, não me bate!


- E-V-A-N-S! É Evans pra você Potter – ela disse muito vermelha.


- Ah, qual é meu anjo? Vai dizer que não gosta do meu beijo? – disse marotamente segurando os braços dela para cima e a prensando contra a parede.


Chegou bem perto do rosto dela, e ela se debatendo para sair de seus braços, mas foi um esforço inútil, por fim ela ficou olhando o garoto ofegante. Seu coração começou a bater forte. Ele estava com o rosto a quinze centímetros de distancia do dela, olhou-a bem nos olhos, e sorriu. O sorriso que ela tanto gostava, mas que ele não sabia. Então ele se aproximou mais, não da boca de Lily, mas do pescoço. Antes de começar a beijar, Lily sentiu o hálito quente dele em seu pescoço, e começou a estremecer. Ele começou a dar leves beijos, e, ela sentia, sorrisos entre os beijos. Ele desceu as mãos que seguravam os braços da garota, alisando-a até a cintura, depois passou a mão debaixo da blusa dela bem na barriga. A garota fechou os olhos, mordeu seu lábio inferior e estremeceu mais ainda. Parecia que suas pernas não conseguiam mais aguentar seu peso, então cedeu, só que o garoto apertou com força a cintura dela, e a segurou. Ele começou a subir sua boca até a boca dela, e então a beijou profundamente. Com a consciência fora de sua mente, ela passou os braços em torno do pescoço de Tiago e acompanhou o beijo. Acariciava a nuca e os cabelos dele, e ele apertava sua cintura e passava as mãos por debaixo da blusa dela.


Então se separaram, precisando de ar. Ela abriu os olhos a tempo de vê-lo de olhos fechados e não conseguiu segurar o sorriso. Só que tudo aconteceu rapidamente. Sua visão escureceu, o chão sumiu e ela tinha caído por cima do garoto.


Tiago se desesperou segurando Lily ainda em pé, e chamando seu nome, então a deitou no chão e começou a bater de leve no rosto dela para tentar fazê-la acordar.


- A palavra, ah, a palavra, por Merlin – ele tentava lembrar desesperado a palavra, só que não conseguia. Então ela apareceu de repente em sua mente – Lilacocks – e a porta se abriu, ele pegou Lily no colo e levou-a imediatamente para a Ala Hospitalar.


Flashback off


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- Aquele dia foi desesperador pra mim – Tiago disse.


- Quando eu acordei eu vi você do meu lado, lembrei-me do que tinha acontecido e fiquei com vergonha. Fechei o olho na hora – contou ela rindo.


- Não acredito! – ele riu também – Eu fiquei lá até a enfermeira me expulsar – os dois riram – Por que desmaiou mesmo?


- Eu não estava comendo direito por causa dos exames de N.O.M’s, só comia coisinha pouca – disse num sorriso fraco – Enfim, você vai mudar agora né? – ele assentiu – Que bom então – ela sorriu – acho melhor a gente voltar. Devem estar sentindo nossa falta – O garoto balançou a cabeça em confirmação e andou para a porta. Lily ao seu lado.

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N/A: Bom, está ai mais um capítulo. Como eu disse está bem melhor que o outro, mas está grande também. Obrigada novamente por estarem lendo e obrigada B.Evans por comentar de novo. É por essas coisas que eu me animo. Xox. 

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Comentários (3)

  • Annabeth Lia

    A-M-E-I! Esse flashback foi tão intenso que chegou a me arrepiar aqui do outro lado da telinha SASHAUSHUAHU, ficou incrivel! 

    2012-12-17
  • Georgia Amaral

    Estou adorando a Fic! Está ficando ótima... devo admitir que tenho uma queda pelos marotos hahaha continue postando, fiquei curiosa com o baile e o natal na casa dos Potter! xoxo 

    2012-12-17
  • B.Evans

    Quando a Lily vai perceber que ama ele ?!Nem precisa agradecer eu vou comentar sempre u.uBjks 

    2012-12-16
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