Único
Rony e Hermione estavam namorando há um pouco mais de dois meses, e ela se sentia nas nuvens. Não sabia o quão atencioso ele podia ser quando queria, e essa era uma das milhares de coisas que amava nele. Para falar a verdade, ela o amava por completo. Seu cabelo ruivo, seus olhos azuis como o mar, seu jeito de falar, seu sorriso ao canto da boca tímido, o modo como ele a beijava, a maneira como dizia "minha namorada", a forma como a olhava quando se viam... Poderia enumerar tudo. Ele a fazia se sentir especial e todos os dias conversavam, seja por telefone ou ao vivo, que era mais interessante por conta dos beijos. Ah sim, os beijos. Ele a beijava de uma forma possessiva que conseguia ser tocante. Eles tinham se visto de manha e ela já sentia falta.
Agora que tinha, aparentemente terminado a faculdade - só precisava receber seus resultados (que pareciam vir de navio do Japão) para embarcar no mundo do mercado de trabalho -, Hermione ficava na clínica a tarde toda, tendo as manhas e as noites disponíveis. Rony fazia questão de fazer todos os momentos valerem a pena, então sempre que tinha oportunidade a levava para passear ou almoçar. De noite eles namoravam na casa de um ou saiam para jantar e divertirem-se. Ela não queria um namoro como conto de fadas, mas ter Rony era algo único. Ele era respeitoso com ela e sabia ir até onde lhe era permitido. Mas ele é homem, e ela sabia muito bem que para os homens era mais difícil lidar com abstinência. Um dia, talvez, quem sabe, eles teriam uma relação mais aprofundada...
Rony acabara de mandar uma mensagem falando que iria passar na casa dela mais tarde, e que devia estar arrumada para sair. Disse que a levaria em um lugar que ela iria gostar muito. Ela estava animada, os programas que tinha com Rony eram sempre muito bons. Mal deu sua hora de ir embora e ela estava saindo porta a fora do consultório da psicóloga amiga de seus pais. Quando chegou ao apartamento mal notou Gina sentada no sofá, bastante contente. De todos os amigos ela fora a que ficara mais feliz com o namoro do irmão. Torcera tanto para que eles dessem certo...
– Boa tarde! - falou Gina fazendo-se notar.
– Boa noite! - falou checando o relógio. - São seis e meia da noite!
– Para mim só é de noite quando chegam sete horas, então, boa tarde.
– Tanto faz!
– Tem carta para você, e ela é lacrada com um selo oficial!
Ao escutar aquilo, Hermione ficou séria e rígida. Há dias esperava por aquela carta. Seria seu passe para o verdadeiro mundo da psicologia, ou não, na pior das hipóteses.
– Onde está? - perguntou nervosa.
– Em cima da mesa, tem seu nome nela!
Hermione andou apressada para a mesa de centro na sala, mas hesitou em pegar a carta. E se não tivesse passado na faculdade? Teria de estudar mais três anos, tudo novamente. Estava com medo dos resultados. Sentou no sofá e encarou a carta. Seus sonhos, seus sonhos resumidos em poucas palavras. Nervosismo e ansiedade. Ela esticou sua mão para a carta, mas recuou logo em seguida. Abrir, não abrir, abrir, não abrir... Ficou em um conflito interno por bastante tempo. Escutou a campainha do apartamento tocar, mas nem deu muita importância.
– Ah, oi, ainda bem que você está aqui. Vai falar com a sua namorada porque ela está estranha! - era Rony.
– Aconteceu algo? - Gina resumiu rapidamente o "problema" carta da faculdade, e Rony se juntou a namorada sem ela perceber. Passou um braço sobre seus ombros. Como ela estava bastante concentrada em decidir abrir ou não sua correspondência, levou um susto.
– Rony! O que faz aqui?
– A gente ia sair, lembra?
– Verdade! - lembrou-se de súbito de seu compromisso aquela noite. Levantou-se do sofá, mas não foi muito longe.
– Mas você precisa abrir aquela carta! - ele apontou para a mesa. - Conhecendo você, tenho certeza de que não vai conseguir se concentrar em nós.
– Estou preocupada com o resultado!
– Por quê? Tenho certeza de que você foi ótima e vai se formar com louvor. Se até a Gina conseguiu...
– É, se até eu... - Gina olhou Rony de uma forma que desejava matá-lo. - Idiota!
– Enfim, se você não quiser confirmar o confirmado, eu vou confirmar. - ele pegou o envelope da mesa. "Senhorita Granger, temos o prazer de informar que a aguardamos próximo mês para a entrega de diplomas. A senhorita atingiu pontos aceitáveis para alunos de suas disciplinas..." Preciso terminar de ler? Você passou Hermione, só precisa pegar seu diploma para exercer sua profissão!
– Eu passei? - ele assentiu. - Ai, caramba, eu passei! Eu vou ser uma psicóloga! - ela andou apressadamente até Rony.
– A melhor psicóloga do mundo!
– Você acha?
– Tenho cer...
– Parem com isso, por favor! Se quiserem saber, eu vou sair e comemorar com Harry, até depois! - ela saiu pela porta os deixando a sós.
– Então, quer sair e comemorar também?
Não era nada de mais, Rony apenas a levaria para um passeio noturno. Se livrar da tensão do dia de trabalho, dar alguns beijos e conversar. Pediu que ela se vestisse informalmente. Uma camiseta e calça jeans. Quem sabe um casaco, porque o lugar era um pouco frio. Um pouco mais de meia hora depois ela estava pronta.
Ele dirigiu por quase uma hora para um lugar afastado, o qual ela nunca tinha ido. Rony queria que fosse surpresa. Ele vendou os olhos dela e a conduziu por um caminho mole, como areia movediça, sem a parte das pessoas ficarem presas na areia até a morte. Hermione gostaria de saber o que ele estava aprontando... Finalmente Rony deixou que ela visse o lugar. Como não notara antes? A brisa suave e o barulho do mar ao longe. Estavam na praia, e havia um enorme lençol esticado na areia. Em volta tinha várias velas acessas.
– Incrível! - ela exclamou. O único adjetivo plausível para aquele cenário. O ruivo estava sentado a aguardando.
– Deita na minha perna! - ela obedeceu e ele fez cafuné.
– Você também faz massagens? - ela perguntou irônica.
– Se pedir...
Eles passaram um bom tempo conversando, se conhecendo melhor, descobrindo coisas novas e coisas em comum.
– Então, sua cor preferida é azul?
– Definitivamente!
– Por quê?
– Eu nem sei. Desde criança eu sempre amei o azul. É a cor do céu, e o céu é infinito!
– Strogonoff?
– Eu amo strogonoff de camarão!
– Seu romancista preferido é Nicholas Sparks!
– O cara é um gênio. Eu adoro os livros dele. Meu preferido, até o momento, é O melhor de mim.
– Você é perfeita, vamos nos casar!
– Rony, você sabe muito bem que ninguém é perfeito e muito menos eu!
– É, eu sei... Se você pudesse escolher quantos filhos ter, quantos você teria?
– Dois, um menino e uma menina! - respondeu sem pestanejar. - Eu já tinha pensado muito no assunto antes. Dois filhos me parecem um número bom!
– Nisso eu concordo! - ele encarou as ondas no mar antes de continuar. - Eu estive pensando um dia desses, e lembra quando estávamos lá em casa, quando erámos pequenos, olhando as estrelas no jardim? - ela assentiu. - Eu disse que queria ficar com você para sempre. - ela sentou-se de repente, prestando mais atenção nas palavras dele. - Eu realmente quero ficar com você para sempre. Você pode achar cedo de mais para dizer isto, mas eu te amo Hermione! Sempre te amei. Talvez você não saiba ou lembre, mas era dia dos namorados e nós estávamos na escola. Você me deu uma caixa de bombons e eu uma rosa que iria desabrochar. - ela tornou a assentir. - Eu disse que te amava. Eu realmente te amava, mesmo sem saber o que é o amor, e continuo amando.
– Eu também te amo Rony! - ela sorriu, se sentindo bastante feliz por ele ter essas recordações.
Ronald a beijou, de uma forma diferente, ela notou. Percebeu ser o mesmo beijo de Rony, mas de uma forma intensa. Um beijo com desejo, cheio de volúpia, mas ainda sim carinhoso. As mãos dele ganharam vida e a acariciavam em quase toda a extensão de seu corpo, provocando tremores. Prevendo onde ele queria chegar, tratou de interromper.
– Rony... A gente precisa conversar sobre isso...
– Isso o quê? - perguntou confuso.
– Você é homem...
– Desde que nasci!
– Deixa-me continuar! Bem, e eu sei que você e sua ex-namorada já tiveram relações sexuais.
– Como você...?
– Gina me contou, não fique brava com ela. De alguma forma ela sabia que você não ia me contar, então antecipou...
– Eu ia contar...
– De qualquer maneira, você deve sentir falta... Mas você sabe que eu sou virgem. - aquelas palavras estavam custando a sair. - E... Não me entenda mal, mas não quero avançar para este nível em nossa relação. Pode estar sendo difícil para você, mas me entenda. Eu acho que está não seja a hora certa...
– Tudo bem, fique tranquila. Essa não foi a minha intenção, não queria te pressionar a nada.
– Eu só queria que você fosse o primeiro...
– Eu serei o primeiro. Primeiro e único mocinha! - ela deitou a cabeça no ombro do namorado.
Depois de um tempo, Hermione sugeriu que caminhassem descalços na beirada do mar, deixando que a água molhassem seus pés. Alternaram-se entre contemplar o céu estrelado e o mar, que estava agitado. Além de falar coisas banais e se beijarem. Era ótimo ter a companhia um do outro. Gostavam disto.
O melhor é que o amor que sentiam era recíproco!
Comentários (1)
Aiiii que lindo,nossa fiquei super feliz quando soube que voce postou dois capitulos,amei esse.
2013-02-24