Psicólogo Louco para um pacien
O dia amanheceu radiante, os pássaros cantavam alegremente como se parabenizassem o dia pelo belo espetáculo que lhes proporcionava. Em uma casa ali perto, dois garotos acordaram esperançosos naquele dia e fizeram o ritual que haviam feito durante alguns dias, sem muito sucesso. Tiraram as coisas da piscina do armário e se arrumaram. Sirius desceu na frente do amigo para tomar café da manhã e meia hora depois, o amigo desceu com as coisas debaixo dos braços. Alcançando o topo da escada, viu o moreno e sua mãe em pé no meio da sala. Ao notar um simples detalhe, a bolsa pendurada no ombro direito de sua mãe, largou as coisas por ali mesmo e sentou no pé da escada.
- Aonde vocês vão? – ele resmungou
- Um psic alguma coisa! – Falou Sirius emburrado
- Psicólogo Sirius! – Sara falou terminando de verificar sua bolsa
- Achei que isso era coisa de trouxa! – James comentou
- Mas os bruxos também têm! – Contestou a mãe
- Eu não acredito que você vai pagar pra um maluco falar pro almofadinhas que ele é louco! Eu poderia fazer isso de graça! – Falou James com um sorriso maroto no rosto
- hahaha – falou Sirius sarcástico
- Vamos logo Sirius, senão vamos nos atrasar e o Dr. Esprint é muito ocupado. – Falou ela puxando o garoto
- To vendo que a nossa piscina melo de novo! – Falou James conformado ainda na escada
- A gente tenta amanhã! – Gritou Sirius já na porta
- Boa sorte – Gritou James rindo do amigo
No consultório do tal doutor...
- Sirius! Quantas vezes eu vou ter que falar pra você ficar quieto?! – Falou a mulher impacientemente para o garoto que agora se encontrava tocando a campainha da entrada e deixando a recepcionista furiosa – Você parece uma criança!
- Desculpe minha senhora, mas ele com certeza está pior que uma criança! – Falou a recepcionista passando a mão nervosamente nos cabelos – Será que você não pode ficar um minutinho quieto, enquanto o doutor atende o outro paciente?! – Falou ela com uma voz baixa e doce como quando se fala com uma criança pequena
O garoto parou por um momento e começou a se aproximar da moça mansamente, quando estava bem perto dela, murmurou uma palavra tão baixo que somente ela ouviu.
- Não... – Falou ele tocando a campainha e se afastando novamente
Mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, a porta do consultório se abriu mostrando o famoso doutor de malucos, a salvação da recepcionista.
- Vamos entrar? – Falou ele já voltando para sua sala e, logo, sendo seguido de Sirius e sua “tia” e fazendo com que a recepcionista suspirasse aliviada
O doutor era um senhor de seus aparentes 60 anos. Tinha o cabelo branco em toda a cabeça e a altura era mediana.
Os três se acomodaram em seus respectivos lugares e, por alguns segundos, o silêncio dominou a sala até que Sirius começou a falar.
- Fala ai cara! Você que é o tal doutor maluco? – Falou Sirius descontraído fazendo a mulher ao seu lado quase explodir de tanto corar.
- Sirius! – Repreendeu ela
- Não se preocupe minha senhora! Eu sei bem como agir com tipos como ele. – Disse ele para ela e virando-se para o “paciente” – Meu caro, eu não sou maluco. Eu sou um doutor para malucos e que eu saiba você é o paciente; conseqüentemente, VOCÊ é o maluco! – Terminou ele calmamente irritando muito Sirius, que ficou sem palavras
- Já que o senhor está mais calmo, nós podemos começar a nossa consulta! – Falou ele postando a coluna ereta na cadeira e olhando fixamente para Sirius.
- O que ta olhando? – Perguntou Sirius nem um pouco educado
- Estou observando como você reage a algumas coisas...
- Oo *não entendendo nada*
- Eu acho que já sei o que está acontecendo com você...
- Dá pra dizer logo ou ta esperando começar a chover rabanetes azuis na sala? – Sirius falou já irritado
- Não seria má idéia, mas... Eu tenho outros pacientes pra atender e uma chuva de rabanetes no meu consultório poderia atrasar o meu dia...
“O cara é pirado...” pensou Sirius
- Bem... Eu acho que você é um tanto agressivo e muito ativo...
- Fala alguma coisa que eu ainda não sei... – pensou Sirius, apenas discordando com a parte do agressivo, ele era tão gentil... Quem era ele pra falar isso...
- Mas eu preciso de mais um tempo para dar um diagnóstico completo! Proponho o seguinte: nós temos mais meia hora de consulta, vou pedir para você fazer algumas coisas e no final do tempo eu dou o meu diagnóstico!
- Eu não tenho escolha... – murmurou Sirius de modo que apenas ele conseguisse ouvir e levantou-se para fazer o que o doutor pedia.
Meia hora depois...
- Eu já tenho o diagnóstico! – Falou ele se sentando em sua cadeira com rodinhas
- E qual é? – perguntou Sirius nem um pouco animado
- Eu acho que você deve escrever todos os dias para descontar a sua agressividade. Uma espécie de diário! – O doutor falou aparentando estar contente consigo mesmo
O garoto se levantou e encaminhou-se para a porta.
- Aonde você vai Sirius? – Perguntou Sara preocupada
- Eu? Pra casa! Vou pedir pro Pontas me chamar de louco de graça! – Disse saindo e batendo a porta
Sara saiu correndo atrás do menino e o alcançou já virando a esquina.
- Sirius – Conseguiu falar quando o alcançou – Como você pode sair do consultório assim? Isso é muita falta...
A mulher começou a ralhar com o menino no meio da rua, atraindo um pouco de atenção para eles, mas este já não ouvia a “conversa”, tinha a atenção voltada para uma garota de cabelos loiros lisos até o meio das costas que passava do outro lado da rua com um belíssimo vestido floral e uma sacola de compras em uma das mãos. Antes que Sara pudesse fazer alguma coisa, o menino já havia atravessado a rua e estava começando a conversar com a menina.
- Com licença – começou ele parando a menina no meio da rua – Eu estou fazendo uma pesquisa, você poderia me responder com toda a sinceridade?
- Claro – Falou ela observando o garoto a sua frente
- Você já foi uma princesa em outras vidas? – Ele falou com um ar sério
- Por quê? – Ela perguntou um pouco risonha devido a pergunta
- Porque a sua beleza é somente digna da realeza. Não é possível que tão bela dama nunca tenha provado o gostinho da realeza! – Ele respondeu com um sorriso cafajeste, fazendo a menina se derreter toda enquanto ria de seus comentários.
- Senhor Sirius Black! – Disse Sara chegando de mansinho por trás do garoto, pegando sua orelha e o arrastando para longe da garota, fazendo-a rir – Como você ousa me deixar falando sozinha pra correr atrás de um rabo de saia...
- Tia Sara... Será que dá pra soltar minha orelha? Ta me fazendo passar vergonha... - Ela olhou para ele de forma ameaçadora e o menino completou – Além de estar doendo muito!
Ela soltou a orelha do garoto, mas rapidamente pegou em seu pulso fortemente e o conduziu para um beco ali perto discretamente para poderem aparatar e voltarem para casa.
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