Primeira Tentativa
Capítulo 15 – Primeira Tentativa
- Por que você está acordando tão cedo. – perguntou Lilian, ao notar a movimentação no quarto. – O Sol ainda nem saiu.
- Vou treinar um pouco. – disse ele mostrando a vassoura. – Marquei a seleção para hoje, mas quero voar um pouco sozinho antes. Esse é o único horário que tenho.
- Não tem problema para se você ser monitor-chefe e capitão do time de quadribol? – disse a ruiva com sono.
- Acredito que não. – disse ele. – Monitor-chefe comanda mais que faz. Então acho que posso passar algum tempo no ar sem que o castelo caia.
- Claro, você seria o responsável por isso, caso acontecesse. E mais seguro, você no estádio então.
Tiago só deu de ombros. Afinal ela estava certa.
Ele saiu do quarto no mesmo instante que Lilian voltou a dormir.
Muitos o achavam fascinado por quadribol. Mas a verdade que ele tinha mais gosto por voar que pelo esporte em si. Tanto que ele não tinha um time preferido.
Ele passou mais de uma hora voando, treinando algumas manobras. Nem todas de artilheiro. Sempre é bom conhecer todas as posições para poder comandar melhor o time.
Ele voltou para o quarto e encontrou Lilian enrolada nas cobertas. Tomou um banho rápido para tirar o suor do corpo.
- Acorda preguiçosa. – chamou ele. – Você precisa se levantar, hoje tem aula.
Lilian reclamou, mas se levantou e foi para o banheiro. De onde saiu pronta.
Eles encontraram os calouros na sala. Vicky logo foi falar com eles.
- Vocês tem certeza que não tem um caminho melhor para o salão principal? As escadas sempre nos confundem. – disse a loira.
- Demora mesmo para descobrir como elas agem. – disse Lilian. – E temos aqui um especialista em passagens secretas.
- Sim, sei quase todas. – disse Tiago.
- Não conhece todas? – perguntou Lilian.
- Prefiro acreditar que sempre tem algo novo no castelo para descobrir. Vamos?
- Espero que seja melhor que o Black. Ele mandou dois colegas nossos da Lufa-lufa para a torre norte, quando eles queriam ir para a biblioteca. – disse Vicky.
- Eu sou um monitor. – disse Tiago. – Não posso ficar mais com essas brincadeiras. Sem contar que vocês são da minha casa. Não aprontaria assim com vocês, ainda mais arriscando perder pontos para Grifinória.
- Você nunca ligou pra isso. – Disse Lilian só para ele ouvir.
- Uma coisa sou eu perder os pontos, que consigo recuperar. Outra completamente diferente seria eu causar alguém da minha casa perder. – respondeu ele no mesmo tom.
Em poucos minutos estavam todos sentados na mesa da Grifinória no salão principal.
Lilian estava sentada nas arquibancadas do estádio com Maria. Era a primeira vez que assistia um teste de quadribol.
Para alguém como ela que não era fascinada pelo esporte era uma coisa um pouco monótona. Os jogos eram até legais, ainda mais quando seu time vencia.
Mas ela pode ver como Dumbledore acreditou que Tiago seria um bom monitor-chefe.
Em campo ele era um líder nato. Sabia ser firme, mas não era ditador. Sempre com um sorriso no rosto, mesmo a mais severa critica era aceita como construtiva.
Mas ela não foi a única a perceber isso. Um bando de garotas ainda insistia em torcer para ele. Isso seria normal, mas algumas passavam dos limites com gritos um tanto quanto sugestivos.
- Oferecidas. – reclamou Lilian.
- Elas sempre foram assim. – disse Maria, que costumava ver alguns treinos, pois achava que era melhor que ficar enfurnada na biblioteca. – Sem contar que elas são fãs.
- Não me incomodo com as fãs, o problema são as extremistas. – disse Lilian. – Elas não respeitam nada. E podem causar problemas. E elas têm que entender que agora ele está casado, e não com uma namoradinha que ele trocaria por elas.
- Sei. – disse Maria, sabendo que aquilo estava mais para ciúmes.
Lilian desviou o olhar das fãs e encontrou o grupo do primeiro ano. Parecia ser um grupo unido. Que seria bom para eles.
Uma pena que ela ficava mais tempo com Snape do que com seus companheiros de casa, ou de qualquer outra casa. Agora ela podia ter mais amigos.
Aos poucos o número de participantes do teste foi diminuindo. Ainda mais que havia só uma vaga para artilheiro e uma para goleiro.
Tiago finalmente simulou um jogo com os artilheiros. Separou duas duplas para ver quem ficaria com a vaga. O goleiro já estava decidido.
Usaram meio campo apenas. O capitão queria ver a interação entre jogadores e sua capacidade de bloquear e sair rápido para um ataque.
Durante os primeiros cinco minutos tudo estava normal. Os jogadores jogavam bem, Lilian tinha notado que um se destacava. Claro que estava longe do nível de Tiago, mas poderia se dar bem no time.
Foi quando um dos jogadores errou um gol, e ficou se lamentando. E não viu um balaço vindo à sua direção.
Tiago viu, e voou rapidamente para o jogador. Ele estava vendo o jogo perto das balizas, então chegou rápido.
Mas isso fez com que o jogador se assustasse. E perdesse o controle de sua vassoura.
Os dois ziguezaguearam um pouco e acabaram abatendo numa das balizas.
Tiago acenou indicando que estava tudo bem e que era um acidente normal de jogo.
Mas Lilian estava mais atenta. E percebeu que seu braço esquerdo estava apoiado no cabo da vassoura.
Enquanto a torcida vibrou pelo capitão, ela se preocupou.
- Ele se machucou. – disse Lilian para Maria, de forma que só ela pudesse ouvir.
- Ele me parece bem. Está até sorrindo. – disse a amiga.
- Ele seria capaz de estar rindo mesmo sobre Cruciatus. – disse Remo, assustando as duas.
- Isso é o que me preocupa. – Lilian voltou a olhar para Tiago.
Assim acabou o teste. E o jogador acidentado, não foi escolhido. Afinal ninguém ia querer um jogador que se distrai por errar algo. E também não era o melhor. Uma menina do quarto ano ficou com a vaga.
Lilian correu para Tiago.
- Você está bem? – perguntou ela, quando eles ficaram sozinhos.
- Claro, que estou. – disse ele, com um sorriso. – Montei um bom time, sofri um pequeno acidente, tenho certeza de que quebrei pelo menos uns dez ossos da minha mão, alguns ligamentos se romperam e está doendo.
- E o que está esperando para ir para a enfermaria?
- Os primeiros anos irem para o castelo. – disse ele. – Não quero que eles achem que voar é muito mais perigoso que realmente é.
- Vamos logo, então. Eles já foram. – disse ela emocionada por ele se preocupar com outros, ou pelo menos usar essa desculpa.
Tiago saiu da enfermaria com a mão esquerda quase toda enfeixada. Os ossos foram remendados rapidamente, mas os ligamentos e músculos rompidos precisavam de mais tempo para curar. Mas em dois dias ele estaria sem nada.
- Podia ser a direita. – disse Sirius, encontrando o casal no caminho para a torre. – Assim teria uma desculpa para não entregar os deveres.
- Que deveres? Aqueles que foram dados antes dele se machucar? – perguntou Lilian. – Os professores sabem que ele teve tempo antes para fazer.
- Assim você acaba com as minhas esperanças. – disse o moreno.
- Como se você se preocupasse. – disse Tiago. – não faz os deveres mesmo com tudo bem, imagina com mão levemente estragada.
- Assim você me magoa. – disse Sirius.
- Como se você se importasse com o que os outros pensam. – retrucou Tiago.
- Verdade. – disse ele dando de ombros. – Os pombinhos têm planos para hoje a noite?
- Temos deveres de monitoria. – disse Lilian. – tenho que vigiar uma detenção e o Tiago tem que fazer ronda.
- Pensei que os chefes podiam se abster de fazer algumas tarefas.
- Abster? Desde quando você sabe essa palavra? – perguntou Lilian.
- Aluado. – respondeu ele. – Mas você não me respondeu.
- Podemos sim, mas é melhor usar isso quando necessário. – disse Tiago. – Lua Cheia, por exemplo.
- Vocês são expertos. – disse Sirius. – Nada melhor que ter um jantar ao luar.
Sirius saiu correndo quando Lilian puxou sua varinha.
A ruiva andava pelos corredores vazios. Ela estava voltando para a torre. Sabia que havia outras formas melhores de punir alguém do que polir troféus.
Foi quando ela escutou gemidos no segundo andar. Mais um casal estava se encontrando fora de horário.
Ela foi aplicar as regras, afinal ela era monitora.
Não foi a sua surpresa ao reconhecer os cabelos arrepiados. Tiago estava se agarrando com uma Corvinal que estava na sua torcida hoje.
Ela ficou paralisada. Tiago não poderia fazer isso com ela. Tudo bem que o casamento deles era de fachada, mas isso não justificava ele ficar se agarrando com outras garotas por ai.
Mas algo chamou sua atenção. A mão esquerda dele subindo pela saia da menina. Ela não queria saber onde a mão ia parar, mas havia algo estranho naquela mão.
Primeiro a ausência da aliança, e outra ainda mais gritante que fez com que ela reparasse na pequena peça de ouro. Não havia uma faixa ali.
Ela não esperava que as pessoas fossem tão baixas para acabar com o casamento delas.
- Vocês dois me sigam. – disse ela assustando os dois pelo seu tom frio.
- Lilian, eu posso explicar. – disse Tiago.
- Não será a mim que você vai explicar. – disse a monitora.
- Nem precisava. – disse a menina. – Acho que está obvio.
- Está mais que obvio. – disse Lilian. – Mas estar nos corredores há essa hora pode gerar perda de pontos. Vamos logo, a sala da McGonagall é aqui perto.
- Nos não precisamos disso, minha querida. – disse Tiago. – Somos todos monitores.
- Não me chame assim. – disse a ruiva, e ela pode ver um sorrisinho vitorioso no rosto da menina.
Ela sacou a varinha e mandou-os irem andando.
- Srta Evans, o que temos aqui? – disse a professora ao abrir a porta.
- Encontrei esses dois se agarrando no corredor do segundo andar. – disse Lilian.
Minerva ficou horrorizada com essa informação.
- E não se preocupe. – disse Lilian. – Não é o que parece. Logo esse mistério se resolve.
Lilian olhou para o relógio. Em poucos segundos alguém bateu à porta.
Era Tiago.
- Parece que temos um impostor. – disse o recém-chegado.
- Sim, você. – disse o Tiago que estava há mais tempo no recinto, sacando a varinha.
Os feitiços começaram rapidamente.
O Tiago, que Lilian achava que era o errado, lançou o primeiro feitiço.
O outro não se defendeu, mas Lilian pode jurar que ele estava a um metro de distância de onde estava no momento do tiro. E ele revidou lançando três feitiços diferentes ao mesmo tempo.
O menino estava desacordado, amarrado e com certeza, silenciado. Se Lilian não estava errada pelos feitiços que seu marido tinha lançado.
- Teremos uma explicação para isso tudo? – perguntou a professora já com a varinha na mão.
Tiago guardou a sua.
- Eu voltei para o quarto e não encontrei Lilian. Voltei para ver onde ela estava. – Lilian sabia que ele tinha usado o Mapa, mas a professora não poderia saber disso. Mas como ele poderia chegar tão rápido ela não sabia.
- Eu sabia que esse não era o Tiago. – disse Lilian. – Ele tinha se machucado no treino hoje. E poucas pessoas sabiam disso.
- Quem é ele? – perguntou Minerva para a menina, mas ela não respondeu.
- Podemos esperar a poção passar. – disse Lilian, ela sabia bem que era Polissuco. Slug sempre mostrava essa poção no começo do sexto ano, e com certeza alguém poderia ter pegado.
A tensão se espalhou pelo ar. Até que o menino começou a voltar a sua forma original. Era um menino da Lufa-lufa. Que logo foi acordado e interrogado.
- Um menino me deu e disse que assim ela se apaixonaria por mim. – disse ele.
- Quem? – perguntou a professora.
- Eu não vi o rosto. Só me deu as instruções.
Corvinal e Lufa-lufa perderam cinquenta pontos e os dois receberam detenção.
- Quem será que fez isso? – perguntou Lilian para Tiago enquanto eles voltavam para a torre.
- Alguém que quer acabar com esse casamento. Tenho vários suspeitos, mas ninguém que posso realmente dizer que foi. – respondeu ele, mesmo tendo certeza que tinha sido um sonserino que não gosta de lavar cabelos.
Comentários (2)
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh eu imaginei que fosse Snape mesmo...O negocio tá onda viu...Ainda bem - ok, ruim dizer isso, mas é - que ele se machucou ou a Lily poderia achar mesmo que o Tiago que estava traindo ela com a tal garota....Achei legal ela ter notado isso e por ter ficado preocupado com ele antes quando ele se machucou *-*Beijoos!
2013-06-08ficou ótimo! isso ainda vai dar confusão......................
2013-06-08