O Pedido

Capitulo 3 – O Pedido

 

Lilian seguiu para o salão comunal. Esperava encontrar Tiago lá. Só não sabia como conversar com ele sem que todos percebessem. Queria ter as férias para se acostumar com a ideia.

Entrou e acreditou que a Grifinória tinha vencido outra partida de quadribol, tamanha a algazarra que se encontrava ali.

Ela sabia bem quem estava no centro daquela festa. Os Marotos.

Não deu outra, no meio da sala, estavam Tiago e Sirius empunhando varinhas. Na frente dos dois estavam dois bonecos feitos de papel duelando.

Ela balançou a cabeça. Só esses dois para ter ideias assim. Até que ela percebeu que havia muito papel picado na arena. Remo e Pedro também tinham participado, mas no momento estavam fora.

Ela ainda debatia se parava isso ou não, quando o boneco de Tiago conseguiu arrancar o escudo do boneco do Sirius e dar um golpe vitorioso, que arrancou a cabeça dele.

- Quero isso arrumado em dez segundos. – disse ela.

- Lilian, você deveria ter se pronunciado antes. – disse Sirius. – Assim Tiago se desconcentraria e eu venceria.

- Ou, você se desconcentraria achando que eu o desconcentraria, mas ele ia querer me mostrar que é melhor. – disse Lilian. – Conheço vocês dois.

Várias moedas trocaram de dono e Lilian olhou para os Marotos exigindo explicações.

- Sabe o que é Lilian. – disse Tiago passando a mão no cabelo, mas a ruiva anotou o uso de seu nome. – Nós estávamos brincando de fazer bonequinhos de papel. O pessoal começou a se aglomerar em volta e tivemos a ideia de aumentar os bonecos. Era só pra descontrair. E não estamos envolvidos em nenhuma aposta.

- Parabéns pela Vitória, então Potter. – disse a ruiva. – Mas agora a limpeza.

Três dos quatro marotos mexeram as varinhas e em pouco tempo não havia um pedacinho de papel no salão comunal.

- Antes do almoço, vou dar uma passadinha na tia Mimi. Ele pediu pra eu ir lá discutir o time de quadribol. – disse Tiago. – Não precisam me esperar.

Lilian viu que o moreno deu uma piscadinha para ela antes de sair, mas não fez nenhum comentário. E ninguém mais percebeu.

- Esses ai são uma peça. – disse Maria, chegando perto da amiga.

Lilian viu que ela tinha algumas moedas de ouro na mão. Mas não conseguiu implicar com ela, algumas pessoas mereciam perder dinheiro para aprender a apostar. Ainda mais quando envolvia esses três.

- Maria, vou ter que resolver um probleminha agora. – disse ela. – não se se vou conseguir resolver antes do almoço.

- Pode deixar. – disse a menina, que depois sussurrou no ouvido dela. – Vocês podem comer na cozinha, com certeza ele sabe onde fica.

Lilian não queria se imaginar comendo sozinha com Tiago. Mas se eles fossem realmente se casar, teria que se acostumar com isso.

Ela saiu da sala de forma que ninguém percebesse. E seguiu para a sala da professora de transfiguração. Tiago não teria dito isso se não fosse pelo menos naquela direção.

Mas ela não encontrou o maroto no caminho. Se bem que ele conhecia vários. Bateu a porta da sala da professora, na esperança que ela pudesse indicar onde o moreno estava.

- Srta Evans, estávamos a sua espera. – disse Minerva.

Ele viu Tiago sentado à mesa, onde havia um bule de chá e três xicaras.

- Achei que você se sentiria mais confortável se tivéssemos essa conversa aqui. – disse Tiago, servindo o chá para ela.

- Uma sala vazia não seria bom mesmo. – disse ela.

- Como estão seus pais? – perguntou Tiago, no qual Lilian se assustou. – Que foi? Eu tenho educação, e acho que devemos ir com calma.

- Eles estão bem. – respondeu Lilian um pouco envergonhada. – Pelo menos minha irmã não estava em casa, ela não entenderia.

- Muitos não entenderiam, só se realmente precisassem.

- Qual a sua decisão, Evans? – perguntou Minerva depois de alguns minutos de silêncio entre eles.

- Eu me casarei. – disse ela.

- Certo. – disse a professora orgulhosa de sua aluna que tinha coragem para algo assim. – Vou conversar com o diretor para ver os detalhes de como vocês ficaram na escola. Vocês podem conversar aqui, só não sei se conseguirei voltar para explicar para vocês.

- Como eles reagiram a lei? – perguntou Tiago.

- Se a guerra já não tivesse afetando ao mundo trouxa, eles teriam problemas para entender, mas como as coisas estranhas já são visíveis até pra eles, eles viram que não havia algo pra se fazer. Eles não querem que eu deixe de ser bruxa.

- Se é assim, vamos fazer as coisas direito. – disse ele se ajoelhando na frente dele e oferecendo uma caixa de joia. – Lilian, você aceita se casar comigo?

- Potter, pare com essa brincadeira. – disse ela.

- Eu não estou brincando. – disse ele. – Podemos estar casando por causa desta lei, mas quero que seja feito direito.

Lilian pegou o anel, e viu que ele era simples com apenas um diamante pequeno.

- Não é o anel de família, mas vai servir. Sei que você não ia aceitar o outro.

- Eu não sei o que falar. – disse ela, nunca um menino tinha lhe dado joias, e isso era uma coisa tão romântica mesmo para a situação.

- Podemos começar pelo básico. As regras. Vamos ter que fingir que somos casados, então não poderemos mais nos tratar pelo sobrenome. Pelo menos não depois do anúncio oficial. Quando sozinho seremos amigos, apenas.

- Isso eu posso fazer.

- Mas tem coisas que podem ser difíceis. Teremos que passar intimidade pras pessoas a nossa volta, teremos que andar juntos, ficar abraçados. E eventualmente beijarmos. – Lilian ia protestar, mas Tiago pediu para continuar. – Não precisamos demostrar que podemos ficar muito tempo sem respirar. Digo selinhos ou beijos leves. Mais que isso, falamos que preferimos fazer isso em local reservado, ainda mais que você será monitora chefe.

- Eu não serei. – disse ela.

- Por que não? Me diga que outra menina pode ser melhor que você para o cargo. Você é inteligente, sociável, foi uma boa monitora. Se Dumbledore não te escolher pra ser a monitora chefe, ele está sendo um idiota. Ainda mais se for por causa desta lei. Ele via querer mostrar que uma nascida trouxa pode tudo que um bruxo puro-sangue pode. E algumas vezes até mais.

- Não fale assim.  – pediu ela corando.

- Só estou dizendo a verdade.

- Essas regras estão boas pra mim. Mas não podemos simplesmente aparecer casados, as pessoas vão entranhar.

- Isso é verdade. Vamos ter que inventar uma desculpa. Pensei que poderíamos falar que na verdade namoramos há um ano, e que só casamos por que nos pegaram em uma situação embaraçosa. Nós só adiantamos o que já tínhamos planejado para o verão seguinte.

- Mas as pessoas vão pensar que nós...

- Elas já terão certeza disso, Lilian. – disse o maroto com um sorrisinho pela vergonha dela. – Vamos estar casados lembra? Não vai ser assim tão ruim. Tecnicamente, muitos já fizeram isso aqui. Mas se você quiser podemos falar que nunca fizemos aqui na escola. E por isso fomos pegos, ficamos tão ansiosos que esquecemos de trancar a porta.

- Mas é depois, ano que vem?

- Não sei como será o arranjo dos quartos, acho que ficaremos como é hoje. Faz tempo que não tem alunos casados na escola. Então não terá muito problema. Mas seremos casados, então ninguém tem nada com isso, e não estaremos incentivando ninguém.

- A Maria vai me atormentar o resto da vida.

- Pense nela como alguém que vai te ajudar, não em alguém que irá atrapalhar.

- Me desculpe por contar a ela.

- Não vejo problema com isso. – disse ele. – Sei que ela não vai sair contando pra todo mundo que isso é uma farsa. E também será alguém que poderá nos acobertar. Estava pensando em contar pro Sirius e Remo.

- Você ainda não contou?

- Não, queria ter certeza. Eu pude pensar bem, e conversar com Dumbledore e a tia Mimi. Você precisava de alguém pra desabafar.

- Mas é o Pettigrew? Ele é seu amigo também?

- Sim, apesar de sermos os únicos que o consideramos um maroto, não o gordinho que segue Tiago e Sirius. Mas por ser seu amigo, conheço seus defeitos. Ele tem um limite de segredos que consegue segurar. E como esse não o afetaria direto, ele poderia deixar escapar através de suborno. Ele é capaz de vender qualquer um de nós por uma boa caixa de doces. Sem contar que precisamos de alguém que não atue ao nosso lado para dar mais veracidade a historia.

- Então, so quem saberá serão nossos pais, Maria, Black, Remo e os professores.

- Nem todos, acho que só tia Mimi e o diretor.

- Então, eu aceito me casar com você Tiago. – disse ela.

Tiago pegou o anel e colocou no seu dedo. Logo depois tirou.

- Não queremos que todos saibam antes da hora, né?

- Sim, bem pensado. – disse ela, guardando o anel na caixa e depois no bolso.

- Acho melhor irmos para a cozinha agora. O almoço já deve ter terminado.

- Sim. Agora percebi que estou com fome. – disse Lilian.

Quando os dois ficaram em pé um de frente pra o outro, Tiago deu um selinho nela.

Lilian corou e teve vontade de bater nele.

- Vamos ter que trabalhar nisso. Não podemos ter essa reação na frente de todos. – disse ele com um sorriso, e saindo assobiando.

Lilian não sabia se o esganava, ou dava um beijo pra provar que ela podia fazer isso sem querer bater nele. Corar seria mais difícil de não fazer, mas ela ainda poderia alegar vergonha de fazer isso na frente de todos. Ela poderia fazer isso sim.

 

 

 

 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.