BRIGAS, BRIGAS, BRIGAS



Durante a festa do dia das bruxas, Alvo Dumbledore foi obrigado a comunicar aos alunos que a partir daquele dia  algumas regras de segurança deveriam ser seguidas. É claro que como qualquer fofoca que se preze, a história do ataque dos vampiros no campo de Quadribol já tinha se espalhado rapidamente, provocando a curiosidade de alguns alunos.
    ‒ Para evitar que aventureiros tentem se meter com o que não devem ‒ Dumbledore estava sério como nunca ‒ a partir de hoje depois do anoitecer as trancas do castelo estarão guardadas por um feitiço de trancamento... ninguém conseguirá abrir porta externa alguma ou janela após o anoitecer, até que estejamos resolvidos em relação aos vampiros, o que esperamos que seja em breve..
    Enquanto Dumbledore falava, Sue olhava fascinada o lugar onde havia cortado o braço, feliz porque em menos de cinco minutos Madame Pomfrey curara o corte, ela pensava que adoraria ser bruxa, parecia tudo tão mais fácil para eles... se bem que ao olhar tudo a sua volta, não deixava de achar meio tola essa coisa de iluminar tudo sem eletricidade, não ter computador... “Os bruxos não sabem o que estão perdendo”. Sabia que ela e John passariam a noite ali no castelo, já imaginava como era dormir num lugar cheio de fantasmas (ela vira um sentado na mesa ao lado dos garotos!), cheio de coisas perigosas...
    Ela não percebia que Draco a olhava de longe... depois do susto do início da noite ele se afastara um pouco dela, afinal achou que o pai da garota podia culpá-lo por alguma coisa. Agora, olhando-a de longe, Draco não podia deixar de achar que afinal de contas não estava tão certo assim quando falava mal de trouxas.
    Logo depois do banquete, Sue resolveu levantar-se e circular pelo salão, Draco levantou-se e foi na direção dela, mas Rony chegara primeiro.
    ‒ Cai fora, Weasley ‒ Draco disse com toda arrogância que conseguiu juntar ‒ quem levou-a para passear de vassoura fui eu.
    ‒ Ora, seu panaca, eu só estava agradecendo a ela porque ela salvou minha vida, afinal, se fosse depender da sua vontade, a essa hora eu já teria sido jantado por aqueles vampiros.
    ‒ Garanto que ia comer melhor que na sua casa...
    ‒ Repete isso!
    ‒ Ei vocês dois querem parar com isso? ‒ Sue disse furiosa ‒ vocês dois que me meteram nessa encrenca, já não basta eu ter levado uma bronca enorme do meu pai por sua causa?  Querem saber, eu vou sair de perto dos dois!
    ‒ Tá vendo, panaca, o que você arrumou?
    ‒ Nunca mais mato sua fome comprando suas revistas... ‒ aquilo foi o suficiente para Rony partir para cima de Draco, de onde estava, Harry levantou-se correndo, seguido por Hermione e Willy. No caminho cruzaram com Sue.
    ‒ Tudo por  sua causa, trouxa idiota ‒ Willy vociferou na direção de Sue.
    ‒ É comigo que você está falando, bruxinha que cabe num dedal?
    ‒ Desde que você chegou só tem havido confusão, sua trouxa amalucada
    ‒ Willy, deixe-a ‒ Hermione esquecera Rony e Draco e tentava acalmar Willy, Harry e Hagrid tinham conseguido separar Draco e Rony, Sirius os levara para um canto, onde dizia-lhes que aplicaria uma detenção e descontaria pontos pelos dois. Harry voltava na direção de Willy, que ameaçava  Sue com sua varinha.
    ‒ Willy, pare com isso! ‒ Harry puxou-a, vendo o olhar de Snape tornar-se perigosamente atento em relação aos dois.
    ‒ Harry, você não está defendendo essa lambisgóia, está?
    ‒ Willy, deixe de bobagem, ela não te fez nada...
    ‒ Não acredito no que estou ouvindo
    ‒ Sue, você já aprontou demais por um dia. ‒ John apareceu com cara de poucos amigos bem ao lado de Sue, levando-a embora à força. Harry olhou-a  partir e disse a Willy:
    ‒ O que você pensa que está fazendo, Willy?
    ‒ Harry, Rony quase virou um vampiro por causa dela!
    ‒ Willy, isso não é verdade. Você está implicando com a garota desde que a viu.
    ‒ É assim, Harry Potter? Então, acabou-se, tome sua pulseira idiota, eu não sou mais sua namorada.  ‒ Willy saiu pisando duro, Harry olhou para Hermione como a pedir socorro e ela disse apenas:
    ‒ Não me pergunte nada. Também detestei a garota. ‒ Harry foi andando em direção a Rony, que acabara de levar um sabão de Sirius, e voltava contrariado na direção dele.
    ‒ Rony, Willy me deu o fora!
    ‒ É? Hermione me deu o fora uma vez, você deve se acostumar, Não dói nada...
    ‒ Rony, porque você foi brigar com o Malfoy?
    ‒ Porquê? Eu não briguei com ele, ele brigou comigo... ele nem devia ter chegado perto da garota, eu a vi primeiro ‒ Harry parou ao ver que nesse instante Dino Thomas e Colin Creevey estavam tendo uma discussão que evoluía para algo bem próximo de uma briga, repentinamente percebeu que pelo salão irrompiam pequenos conflitos. Correu então para Dumbledore.
    ‒ Professor, o senhor está vendo isso?
    ‒ Sim, Harry, vamos recolher todos imediatamente. Você consegue manter-se calmo?
    ‒ Consigo, qual é o problema então?
    ‒ Isso chama-se atmosfera hostil, os vampiros usam como arma quando querem fazer os trouxas saírem de casa para atacá-los, aqui isso é mais difícil de funcionar, mas acredito que haja muitos vampiros lá fora, vamos ter que lidar com isso até conseguirmos afastá-los.
    Em pouco tempo os alunos estavam recolhidos às suas casas, Harry esperava que no dia seguinte, longe da influência daquela atmosfera hostil, ele e Willy finalmente fizessem as pazes. Pouco antes de dormir, viu Sirius e Sheeba, que a pedido de Dumbledore dormiriam no castelo. Para sua surpresa, Sheeba vestia as grossas luvas refletoras.  
    ‒ Porque você está usando essas luvas, Sheeba?
    ‒ Harry, eu estou esperando um filho... não quero saber de coisas que possam atrapalhar minha gravidez.      Harry ficou olhando ela e Sirius se afastarem pelo corredor. Um calafrio percorreu-lhe a espinha, e ele achou melhor deitar-se.
    Horas mais tarde, Willy estava deitada em sua cama, mas não conseguia dormir... algo inquietava-a dolorosamente. Depois de brigar com Harry, ela fora recolher-se, mas algum tempo depois sentia como se tivesse feito algo que não queria, algo que não deveria ter feito... ao mesmo tempo, sentia que uma voz a chamava, uma voz doce, irresistível.
    ‒ Willy... venha. ‒ olhava em volta, não sabia de onde vinha aquela voz, ela cobria a cabeça com o travesseiro, e ainda assim escutava: ‒ Willy... venha... Willy.
    Willy levantou-se vagarosamente, e olhou em volta. Não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que alguma coisa a observava, alguém.
    ‒ Harry quer te pedir desculpas, Willy... ‒ a voz não era a voz de Harry... era uma voz diferente, mais suave, hipnótica ‒ Harry, Willy... Harry.
    Harry, precisava pedir desculpas a Harry. Ela não sabia mais o que estava fazendo, apenas vestiu a capa de invisibilidade sobre a própria camisola e saiu do quarto, agora ia num passo automático, ela sabia onde queria ir, ela queria encontrar Harry.
    A sala de transformação estava vazia, o luar entrava de mansinho pelas janelas, ela foi se aproximando lentamente, olhando para a janela com os olhos fixos. Aquela janela, a sua janela. Quando chegou bem em frente a ela, recuou assustada. A capa de invisibilidade caiu de seus ombros.
    Do lado de fora da janela, havia um homem, ele estava em pé, encarando-a . Willy nunca tinha visto aquele homem, mas soube de imediato que era um vampiro, então ele começou a falar com ela:
    ‒ Willy, você veio... ‒ a voz dele era a voz que a fizera levantar-se, os olhos dele eram azuis e seus cabelos negros, sob a luz do luar a pele dele tinha uma palidez lustrosa e azulada, e ela não conseguia deixar de olhar para ele. ‒ Eu não posso entrar, Willy... mas você pode sair.
    Willy virou-se horrorizada, repentinamente viu que a parede oposta ficava escura, uma imensa nuvem negra cobrira a luz da lua,  Willy tateou a parede, procurando a maçaneta da porta, deixara sua varinha no quarto, agora o medo a dominava, olhou pela janela, o homem desaparecera, ela ainda tateava procurando a porta, ela olhava para trás desesperada, achando que o vampiro atravessara a janela. De repente sua mão fechou-se em torno de uma maçaneta e ela girou-a, a porta abriu-se e ela lançou o corpo para frente, tropeçando no batente de um armário. Quando caiu lá dentro, o fundo deslocou-se e ela se viu deslizando suavemente por uma passagem escura. Gritava, aterrorizada. De repente, a luz do luar a banhou, e ela percebeu que estava do lado de fora de Hogwarts. O homem já a esperava, olhou-a de frente e estendeu-lhe a mão:
    ‒ Boa noite, Willy. ‒ apavorada, ela viu que ele sorria.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.