A FINAL DE QUADRIBOL.
Estavam na véspera da final de quadribol. Naquela manhã, Rony teve o prazer de assistir ao rompimento de Sheeba com Lúcio Malfoy. Ele estava tendo aula com a classe da Corvinal, e viu Sheeba num canto, acabrunhada. Ela usava as luvas feias que paravam seu Toque de Prometeu, parecia pensativa. Quando a aula terminou, saiu da sala e Rony a viu encontrar Lúcio mais adiante, era a primeira vez que o via sem ninguém da gangue da Sonserina por perto. Rony ainda resistiu um pouco mas teve que se esconder atrás de uma estátua para escutar... não podia perder o pai do Malfoy levando um fora.
‒ Lúcio, eu sei que você gosta de mim, você já me disse isso mil vezes... mas não dá. Nós não combinamos... estamos juntos a mais de três meses e não podemos mais continuar...
‒ Sheeba, não faça isso comigo. Eu não posso perder você. Eu te amo.
‒ Você não me ama, Lúcio, só quer me exibir para seus amigos... escute, acabou. Eu não gosto de você!
‒ É por causa daquele canalha do Black, não é? É dele que você gosta.
‒ E se for?
‒ Você vai ser muito infeliz, Sheeba, a família dele é amaldiçoada, sabia?
‒ Isso é uma bobagem.
‒ Bobagem? Você sabe o que aconteceu com o irmão dele? A família dele foi toda amaldiçoada pelos vampiros... você sabe, os tios, o irmão... todos! Ele vai ser o próximo.
‒ Quer saber, Lúcio, me esqueça!
‒ Vai, corre para os braços daquele amaldiçoado!
Sheeba passou bem ao lado de Rony, ele viu que ela tinha lágrimas nos olhos... sabia agora de onde vinha o ódio de Sirius por vampiros.
‒ Você tem certeza do que está me dizendo, Tony?
‒ Absoluta, Sirius, eu tive aula com ela hoje de manhã, eu a vi romper com o Malfoy quando acabou a aula!
‒ Ela disse porque foi?
‒ Disse que não gostava dele...
‒ Isso eu já sabia. Ela gosta é de mim.
‒ E você gosta dela, grande coisa.
‒ Quem te disse isso, cara?
‒ Qualquer um vê, Sirius, está escrito na sua testa... “Eu amo Sheeba”
‒ Amar é uma palavra meio forte...
‒ Quer saber? Acho que vocês vão acabar casando...
‒ Essa é uma ótima piada.
No dia seguinte, pela manhã, Rony resolveu contar tudo para Harry:
‒ Rony, você tinha que se meter na vida de Sirius e Sheeba?
‒ Ah, Harry, qual é? Você acha que eu mudei o passado? Só antecipei uma informação para Sirius, ainda tirei onda de ter dado conselho para o grande Sirius Black! Ele não é tão seguro quanto dá a entender para a gente no nosso tempo..
‒ Ei vocês dois ‒ Hermione se aproximava ‒ eu desisto. Não tem jeito de sairmos daqui sem ajuda externa. Vamos falar com Dumbledore, acho que ele é mesmo o único com cabeça suficiente para nos entender.
‒ Mas hoje? ‒ Harry perguntou, justo hoje que meu pai vai ganhar da Sonserina no Quadribol?
‒ Fala baixo! Você quer que alguém escute? ‒ Então podemos ir depois do jogo, mas logo depois do jogo, andei espionando e descobri a senha da sala dele.
‒ Engraçado, ele é o professor de defesa contra as artes das trevas, mesmo sendo diretor da escola... estamos tendo aula com ele como tivemos no ano passado ‒ Rony disse pensativo ‒ Ele não mudou nada em vinte anos...
‒ Acho que ele agora já é bem velho... quantos anos será que ele tem?
‒ Não podemos saber... Harry, onde está Willy? ‒ perguntou Hermione.
‒ Não sei, estou com medo dela querer contar algo para a mãe dela.
‒ Eu a procuro, vocês vão assistir a partida, a gente se vê depois do jogo.
Pela primeira vez na vida, Harry assistia a um jogo da Grifinória na arquibancada. Lá de cima ele pôde ver quando sua mãe e Sheeba sentaram-se bem mais abaixo. Sirius sentou-se do lado deles e disse:
‒ Quanto vocês acham que vai ser o jogo?
‒ Não sei ‒ Harry disse ‒ mas acho que Tiago vai pegar o pomo bem em cima desta arquibancada.
‒ Tiago pega o pomo em qualquer lugar. Não adianta Artêmis e Sarina se fazerem de espertas, todo mundo sabe que elas se revezam para não cansar como apanhadoras, mas Tiago é melhor que ambas. Ano passado a Sonserina ganhou, mas esse ano é nosso!
‒ Por falar nisso, Sirius ‒ perguntou Rony ‒ porque raios você resolveu namorar aquela sem graça da Artêmis?
‒ Ah, Tony, não vem... foi no baile, eu tinha brigado com Sheeba... ano passado nós fomos ao baile juntos, mas esse ano ela estava chateada comigo... eu fiz uma besteira, quase fui expulso da escola... vou pagar por ela até o fim do ano ‒ Rony e Harry sabiam ao que ele se referia ‒ bem, mesmo detestando o cara com quem eu fiz a coisa, ela achou que eu tinha ido longe demais e me criticou... nós brigamos e eu “descombinei” o baile com ela...ela prometeu que ia com o primeiro que aparecesse
‒ Que criancice ‒ disse Rony ‒ francamente...
‒ Bem, Tony, eu não tenho culpa de ser um pouco estourado... mas ela também é! Eu queria pedi-la em namoro no baile... ela estragou tudo.
‒ Aí você resolveu namorar Sarina...
‒ Artêmis.
‒ É tudo a mesma coisa... são duas barangas.
‒ Duas o quê?
‒ Esquece, esse é um termo brasileiro ‒ Rony lembrou-se que havia usado um termo recente demais.
‒ Bom, o fato que quando me viu com Artêmis, ela resolveu namorar o primeiro babaca que apareceu... justo o Malfoy! Eu sei que ela detesta o Malfoy!
‒ Pois é... mas agora ela não está mais com ele, Sirius... ela está ali embaixo, olha lá... o jogo já vai começar... porque você não fica perto dela... quem sabe surge uma oportunidade... ‒ Nem deu tempo de falar mais nada, Sirius desceu correndo e ficou dois ou três lugres acima de onde Sheeba e Lílian estavam
‒ Rony, me diga uma coisa ‒ perguntou Harry ‒ Se você não soubesse tudo que aconteceu nesse dia, porque Sheeba te contou, você teria tido tanta presença de espírito para aconselhar Sirius?
‒ Eu sei disso, você sabe disso. Sirius não. Vamos ver o jogo...
No centro do campo, Atlantis e Tiago apertaram-se as mãos, sorrindo. Montaram nas vassouras e o jogo começou. Harry seguia o pai com os olhos pelo céu. De vez em quando, descia o seu olhar e via sua mãe mais abaixo, apertando a mão de Sheeba, que de vez em quando a olhava fazendo uma careta. No céu, Atlantis também era rápido como uma flecha, e Harry viu do outro lado do campo Willy seguindo-o com os olhos, ele achou ver o brilho de lágrimas em volta deles... lutava também para que os seus olhos não ficassem molhados... lutava contra lembranças de coisas que ainda não haviam acontecido, lutava consigo mesmo para não interromper o jogo e dizer tudo que sabia aos pais, nem que fosse considerado louco.
Por algum tempo, o jogo deixou de existir. Ele só conseguia pensar nas dezenas de recordações felizes que não tinha, em tudo que poderia ter ao seu alcance, bastando para isso apenas descer alguns degraus e dizer o que sabia à sua mãe. Passou a mão pelo rosto, tentando espantar esses pensamentos e concentrando-se em ver onde estava o pomo, onde estava o pomo, onde estava o pomo.
Ele o viu no mesmo momento que Tiago. A bolinha pairava a uns seis metros de distância dele, na sua direção, acima talvez uns quatro metros da cabeça de Lílian. Harry sorriu quando viu Tiago disparando na direção da arquibancada, com Sarina em seu encalço. Quando Tiago esticou o braço e alcançou a bolinha, o grito de Harry saiu da garganta junto com o de toda a Grifinória, seus olhos estavam cheios de lágrimas... Mas Tiago não as viu, olhou para baixo e piscou um olho para Lílian, que sorriu. Harry ainda viu quando Sheeba disse alguma coisa a Lílian, sem perceber que Sirius estava bem atrás dela.
‒ Rony, vamos embora.
‒ Mas por quê? Eu quero ver Sirius fazer Sheeba levitar!
‒ Não, vamos embora, se eu ficar aqui mais um minuto, vou estragar tudo. ‒ puxou-o pelo braço e os dois correram pelo campo até alcançar Willy, que enxugava as lágrimas na veste. Os três correram até Hermione que os esperava na porta da escola, correram o mais rápido que puderam, e chegaram à porta da sala de Alvo Dumbledore.
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