RELAXAR E ESPERAR



Atlantis levantou-se e disse:
    ‒ O primeiro turno de vigilância é meu, Sirius, leve-me para fora.  ‒ Os dois levantaram-se e eles puderam ver que, assim que Sirius girou a chave da casa e eles aparataram do lado de fora, Atlantis transformou-se em um gigantesco cavalo negro, de crina sedosa e brilhante, com uma cicatriz a cortar-lhe a fronte e um olho cego. Sirius retornou e ele ficou galopando ao redor da casa. Ao retornar, Sirius disse:
    ‒ Atlantis também é um animago não registrado. Esse é o tipo de coisa que é muito mais útil se ninguém souber que você é... Muito bem, o que vocês querem fazer? Quero mantê-los bem, não estou nem um pouco interessado em quatro jovens deprimidos acreditando que vão morrer... vamos ganhar esta parada, acreditem. ‒ as caras não estavam muito animadas ‒ Sheeba então disse:
    ‒ Meninas, eu vou fazer um jantar para nós.. venham me ajudar. ‒ e as três saíram. Na mesma hora Rony virou-se para Harry:
    ‒ Harry, eu acho que exagerei aquele dia com você... eu conversei com Willy ontem depois do jogo...
    ‒ E o que ela te disse?
    ‒ Bem, ela disse que gostava muito de mim como amigo... e sabia que eu estava confundindo as coisas ‒ Sirius olhava incrédulo para os dois:
    ‒ Do que vocês estão falando?
    ‒ Harry beijou Willy e... ‒ Harry quase socou Rony, isso é coisa que se fale na frente de um adulto?
    ‒ Você beijou Willy, Harry? ‒ Sirius abriu um sorriso franco ‒ Acho que você está ficando muito parecido com seu pai...
    ‒ Sirius, eu não beijei Willy... quer dizer, pelo menos não fui eu que tomei a iniciativa... mas eu fiquei me sentindo culpado, afinal de contas tem a Bianca e...‒ Sirius deu uma gargalhada:
    ‒ Harry... você só tem quinze anos... o que aconteceu entre você e Bianca foi só uma coisa rápida... coisa de adolescente... Você acha que seu pai namorou só sua mãe?
    ‒ Não?
    ‒ Não! Claro que não! Tiago aproveitou muito bem o fato de ser capitão do time de Quadribol e a popularidade que isso lhe trouxe antes de sossegar com Lílian... E sua mãe também teve os namoricos dela antes de Tiago... comigo e Sheeba foi a mesma coisa. Harry, ter quinze anos pode parecer, mas não é o fim do mundo...
    ‒ Quem dera eu tivesse alguma dessas grandes qualidades para me aproveitar delas... ‒ Rony estava muito contrariado.
    ‒ Rony, é Hermione, não é? Você adora Hermione, está escrito isso na sua testa... ‒ Rony ficou tão vermelho quanto seu cabelo.
    ‒ É, mas acho que ela não gosta de mim... ela não parece gostar...
    ‒ Você já perguntou isso para ela?
    ‒ Não, Sirius, com que cara eu iria perguntar... eu até tentei ser como você e tomei poção de pés inquietos para dançar com ela a noite toda no seu casamento...
    ‒ Eu notei... ‒ Sirius disse divertido
    ‒ Mas eu não tenho o grande charme de Sirius Black, e não sou o garoto que vive escapando da morte, como Harry...
    ‒ Rony, a coisa que eu mais detesto em um cara é a autopiedade... Hermione adora você, ela só está esperando que você tome uma iniciativa... ela é incrivelmente tímida, não tem a vivacidade de Willy, não é mesmo Harry?
    ‒ Sirius, dá para você me deixar fora disso? ‒ disse Harry contrariado.


    Mais tarde, depois do jantar, Sirius e Sheeba fizeram que eles se recolhessem, e Sirius rendeu Atlantis na vigilância, transformando-se em cão para vigiar a casa. No quarto das meninas, Hermione penteava os cabelos e Willy a observava, deitada de bruços na cama, com os cotovelos apoiando o queixo.
    ‒ Hermione, você sabia que o Rony gosta muito de você? ‒ Hermione ficou vermelha .
    ‒ Eu também gosto dele... ele é meu amigo.
    ‒ Ah, Hermione... você sabe o que eu estou falando, não dá uma de boba...
    ‒ Olha Willy... eu gosto dele mesmo... mas eu não sei o que eu faço quando estamos juntos... eu não sei. Eu queria que ele fizesse alguma coisa...
    ‒ Ih... isso então não vai sair nunca...
    ‒ Olha, Willy, eu acho que a gente tem coisas mais importantes para pensar agora... daqui a dois dias...
    ‒ Daqui a dois dias vamos entrar naquele lugar e enfrentar a morte... você quer fazer isso numa boa ou se arrependendo de tudo que não fez?
    ‒ Eu não penso nisso...
    ‒ Ah, você pensa sim, você pensa o tempo todo... você morria de ciúmes de mim... até aquele dia na sala do professor Dumbledore, né? Você viu algo mais nos meus olhos naquele dia... kakaka. Eu não esperava que isso me traísse. ‒ Hermione parou de pentear os cabelos e encarou Willy:
    ‒ Willy... há quanto tempo? Há quanto tempo você gosta do Harry?
    ‒ Quer mesmo saber? Há dois anos.
    ‒ Dois anos??? Mas a gente nem se conhecia há dois anos....
    ‒ Você não me conhecia... mas eu conhecia vocês... eu sempre andei com minha capa de invisibilidade dentro da mochila... eu me escondia para vigiar os outros. Eu tinha uma espécie de, sei lá, pânico de gente... eu tinha raiva do Harry, muita raiva... eu acreditava no que eu escutava na Sonserina sobre ele... que ele era um metido, que se achava muito bom... então eu comecei a ter preferência por seguí-lo... eu comecei a gostar dele no dia em que ele conjurou um patrono para espantar o babaca do Malfoy e seus capangas... você lembra? Eu estava sentada na Sieglinda, com a capa me cobrindo... eu sei que conjurar um patrono não é fácil... eu sabia que ele tinha aprendido para se proteger, e eu voltei a admirá-lo... engraçado que eu sou muito parecida mesmo com meu pai, andando invisível por aí para vigiar os outros.
    ‒ Isso não é certo, Willy.
    ‒ O que meu pai fez foi errado?
    ‒ Bem, não, mas ele fez isso para te proteger, não para fofocar a vida dos outros ‒ Hermione viu a cara que ela fez e se arrependeu ‒ Você nunca fez nada como olhá-lo quando ele estava no banho, não é? ‒ Hermione parecia chocada.
    ‒ Kakaka! Hermione, eu gosto dele mas não sou nenhuma tarada. Que idéia... eu sempre tive insônia, e saía à noite escondida na capa para passear pelo castelo... minha sala favorita era a de transformação... na noite antes daquele jogo eu estava lá chorando. Achando que o professor Dumbledore não confiava em mim porque meu pai era um Death Eater... então, Harry apareceu.. eu sempre achei que ele me detestava, mas quando ele me disse que eu era legal, quando a gente chorou junto... eu não agüentei, Hermione... eu dei um beijo nele... eu nunca tinha beijado ninguém, não sei como eu fiz isso... quando eu vi, já estava fazendo.
    ‒ E aí, como foi?
    ‒ Kakaka! Sua curiosa! Foi ótimo... foi muito gostoso... mas eu fiquei com vergonha, o que ele ia pensar? Saí correndo da sala, achei que ele fosse atrás de mim, mas ele não foi,  eu voltei invisível e vi que ele ficou lá, arrependido... aí quem se arrependeu fui eu... fiquei com muita raiva dele. Mas não saí de lá, o segui e vi quando ele falou com Neville sobre a tal veste... achei que todos foram muito injustos com ele... mas eu não gosto mais dele, só como amigo... ele também não gosta de mim e esse assunto está encerrado. Esquece tá?
    ‒ Eu não falei nada ‒ Hermione voltou a pentear os cabelos e Willy enfiou a cabeça nos travesseiros.
            

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