ATLANTIS FISCHER



‒ Você! ‒ Willy apontou a varinha para o homem ‒ eu vou te matar... VOCÊ MATOU A MINHA MÃE, SEU MONSTRO! VOCÊ A MATOU PARA REVIVER VOLDEMORT!
    ‒ Expelliarmos! ‒ Sirius disse, apontando para Willy. A varinha dela veio para sua mão e ele se aproximou dela ‒ Willhemina, não julgue seu pai antes de conhecer a versão dele para os fatos... há  dois anos atrás, Harry, Rony e Hermione pensaram que eu era um assassino, mas ouviram minha história ‒ Sirius, que na frente da menina parecia ter bem mais que seu 1,95m de altura, levantou o rosto dela e disse, firmemente: ‒ Seu pai também é inocente.
    ‒ Você sequer me conhece! Quem é você para me dar conselhos! Ele nunca me procurou! Ele nunca me disse que era inocente!
    ‒ Mas eu te protegi de sua tia durante sete anos ‒ o homem começou a falar ‒ até o dia que ela me descobriu e fez isso ‒ disse apontando para a imensa cicatriz em seu rosto. Willy, você ainda lembra de seu amigo, o Siegfried... seu amigo invisível, não lembra ?
    Willy repentinamente arregalou os olhos, lágrimas se formando ao redor deles, e ela ficou calada , respirando rápido como um bichinho, como fazia quando estava nervosa, como fizera quando Dumbledore perguntara se ela dissera a mais alguém sobre o fogo sagrado.
    ‒ Você não é Siegfried... Siegfried não existe... eu o inventei pra esquecer que eu era órfã... Não tente me enganar... ‒ Willy olhou em volta e buscou os olhos de Harry... mas foi Hermione que respondeu:
    ‒ Willy. Lembra que eu posso farejar a verdade? Seu pai... ele é inocente. ‒ Hermione, num gesto surpreendente, aproximou-se de Willy e a abraçou, agora realmente Willy parecia ter bem menos que seus 14 anos... parecia uma menininha indefesa.
    ‒ Muito obrigada menina... Agora, se vocês puderem ouvir a minha história... Meu nome é Atlantis Fischer... e eu me formei em Hogwarts pela Sonserina no mesmo ano que seu pai e Sirius ‒ Disse o homem, sua voz ainda era a voz de um morto. A expressão dos seus olhos lembrava alguém a Harry ‒ e eu nunca tive a menor atração pelas artes das trevas... eu na verdade sempre quis pesquisar as grandes lendas... eu queria ser um historiador bruxo... apesar da rivalidade no Quadribol, eu e seu pai, Harry, fomos amigos... não tanto quanto ele era de Sirius, Lupin e ... melhor não falar nisso.
    ‒ Quando eu entrei para a Sonserina, conheci duas meninas muito bonitas, um ano mais velhas... eram gêmeas e as musas da casa: Sarina e Artêmis Moore... elas tinham o olhar hipnótico de uma Veela... não havia garoto na Sonserina, ou mesmo nas outras casas que não quisesse namorar Sarina ou Artêmis... Quando eu estava no terceiro ano, a irmã delas entrou para Hogwarts: Nuhra... sua mãe, Willy.
    ‒ Eu creio que me apaixonei por sua mãe no dia em que a vi entrando, sempre escoltada pelas irmãs no expresso de Hogwarts. Eu nunca tinha visto alguém com olhos tão sinceros e francos... ela era dois anos mais nova que eu, mas eu esperei até que ela  completasse quinze anos para dizer-lhe o que sentia... Ela era da casa de LufaLufa, e eu da Sonserina... uma relação inaceitável, para os padrões sonserinos, não pela rivalidade como a que sempre se alimentou com a Grifinória... mas pelo desprezo que muitos de nossa turma devotavam aos alunos de lá. E eu era o capitão da equipe de quadribol... O maior batedor que Sonserina tivera... ‒ o homem baixou a cabeça um segundo, antes de continuar:
    ‒ Sua tia, Sarina, era a apanhadora do time...  mas às vezes eu desconfiava que ela e Artêmis se revezavam durante o jogo, quando uma estava cansada, rodava atrás de uma árvore e a outra saía de lá. Sarina me considerava propriedade dela... eu tentei namorá-la, mas não combinava com seu jeito ambicioso de querer poder, força... então, quando eu comecei a namorar sua mãe, ela e Artêmis fizeram uma guerra, dizendo que eu não era para ela... nós terminamos, mas no dia da formatura dela, eu voltei a Hogwarts numa vassoura e a levei comigo... nunca mais ela veria as irmãs, até o dia em que você nasceu, Willy. Eu estava muito feliz... além de ter minha primeira filha, ainda teria novamente paz para pesquisar meu assunto favorito: o fogo sagrado. Aceitei o pedido de perdão de suas tias...
    ‒ E elas apareceram na minha casa... Sarina  tinha sido uma Comensal da Morte, mas ninguém sabia, nem eu ou Nuhra... Artêmis, que era mais fraca, nunca aderira ao grupo e nunca soubera o que a irmã era... ela acreditou quando Sarina chamou Nuhra para sair um instante, uma volta apenas para distrair... eu não estava. Mas vi as duas saindo e as segui... Sarina trancou-se com Nuhra numa caverna, ela queria dar um corpo para aquele que não deve ser nomeado, ela queria que o corpo de Nuhra servisse a ele... ela submeteu Nuhra a um feitiço, mas eu consegui abrir a caverna bem a tempo de impedir o fim do ritual... eu impedi a volta dele, mas sacrifiquei sem saber a vida de sua mãe... Sarina então conseguiu sair da caverna e me deixar preso... eu fugi de lá antes que a polícia do ministério chegasse, mas Sarina já havia convencido a todos que eu sacrificara a única mulher que eu amei para trazê-lo à vida...
    -Eu só pensava em você, Willy, escondido nesta mesma floresta, de uma forma como ninguém poderia achar-me, eu só pensava na minha filha... eu pensei que Sarina tivesse os mais horrendos planos para você, então, com minha capa de invisibilidade e umas outras coisas que salvara depois que fugi, eu conjurei um buraco no porão de nossa casa e morei lá.  Eu saía o tempo todo vestindo a capa, e te vigiava o dia inteiro, aprendi a ser muito silencioso, Sarina não sabia de minha presença... ela guardava suas coisas do tempo de Comensal da Morte no porão, e eu queria dar um jeito de denunciá-la, para isso deveria ficar em silêncio a maior parte do tempo, mas um dia, quando você tinha quatro anos, eu não resisti...
    ‒ Você começou a descobrir o porão e querer brincar lá... Willy, você é muito igual a mim... a mesma curiosidade, a mesma disposição, aliada à criatividade que sua mãe tinha... eu comecei a falar contigo invisível, e você começou  a trazer comida para mim, o que foi bom, não precisava mais arriscar-me na vizinhança para arrumar o que comer... estava apenas protegendo você... e as horas mais felizes do meu dia eram as que eu passava inventando histórias para você...  eu virei Siegfried, e te fiz uma vassoura rudimentar, Sieglinda, lembra? Queria que um dia você fugisse daquela casa... eu sabia que Sarina te incentivava a brincar no porão para despertar sua curiosidade pelos instrumentos das trevas que ela guardava lá... mas eu não permiti, cerquei os artefatos de feitiços de impedimento.
    ‒ Quando você chegou aos sete anos, eu quis te contar a verdade... mas na hora em que tirei a capa, Artêmis, que vinha sempre ao porão verificar se você estava perto dos instrumentos, que ela acreditava serem meus,  escutou um barulho... ela vinha ouvindo minha voz, que naquele tempo não era assim, há  algum tempo... e me flagrou sem a capa. Apavorado, lancei-lhe um feitiço de memória, e sem querer puni para sempre uma inocente...
    ‒ Sarina ouviu o barulho e veio ver o que era... lançou-me um feitiço de decapitação... mas desde que ela errara o feitiço de trazer seu mestre de volta, nunca mais ela conseguiu acertar um feitiço das trevas sequer... ela apenas feriu-me a garganta, cegou-me um olho e me deixou essa cicatriz, para que eu lembrasse o que aconteceu... desaparatei ferido de lá, levando apenas a veste do corpo e uma varinha, mas deixando para trás...
    ‒ Uma capa de invisibilidade, uma veste velha de estudante de Hogwarts e Sieglinda ‒ disse Willy, chorando ‒ eu me lembro... eu achava que eram coisas que eu tinha achado e inventado que Siegfried me dera.... pai, me perdoa?
    ‒ Se há alguém que precisa de perdão sou eu, depois de sete anos sem te ver. ‒ pai e filha se abraçaram, chorando diante dos outros... Harry sentia um bolo na garganta , sabia agora quem Atlantis Fischer lembrava a ele... Sirius. Atlantis Fischer lembrava Sirius.

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