O QUE VOCÊ FAZ QUANDO TODOS OD
No dia seguinte, a luz foi despertando-o aos poucos... seu corpo, seus olhos... tudo doía. Não queria abrir os olhos... “O que aconteceu? Eu e Willy... foi sonho?”
‒ Ei, Harry? Onde você andou? Por que dormiu na janela da sala de transformação?
Harry deu um pulo e abriu os olhos...a luz do amanhecer entrava lentamente pela grande janela, estava meio coberto pela capa de invisibilidade... Ele deu com dois rostos sardentos o olhando:
‒ Ele está vivo! Harry está vivo, gente!‒ disse Fred
‒ Amassado, mas vivinho da silva! ‒ completou Jorge ‒ Agora você pode nos contar que gata fenomenal você trouxe para cá ontem à noite...
‒ Eu não trouxe gata nenhuma ‒ só queria ficar sozinho...
‒ Deve fazer um bem danado pros músculos dormir numa janela dura... Escuta, falta uma hora para a partida e eu e Jorge o procuramos por todo canto... faça o favor de se vestir... temos que dar o troco nos texugos da Lufa Lufa...
Harry correu para o seu quarto como se fosse uma flecha... tentou com grande firmeza não pensar em nada além de Quadribol, mas estava bem difícil...pegou rápido a Firebolt e foi se juntar ao time... mas antes, precisava conversar com Neville:
‒ Harry, eu não posso tirar a roupa, entende? Não posso... estou inseguro ainda... e se eu tirar e cair?
‒ Neville, isso não é honesto! Nós combinamos que você só usaria a roupa nos treinos...
‒ Vamos fazer uma coisa ‒ sugeriu Fred ‒ vamos votar. Quem é a favor que Neville aposente a veste, por favor, levante o braço ‒ Só Harry levantou ‒ Sinto muito, Potter. Ganhamos.
Harry tinha um terrível pressentimento que as coisas não iam ser boas... além de um sentimento ainda maior de que estavam fazendo uma coisa muito desonesta. Quando entrou em campo, automaticamente começou a procurar na torcida a carinha miúda de Willy... mas ela não estava lá. Viu Mione, e acenou para ela falsamente animado. Ela acenou de volta. A torcida da Lufa Lufa estava mais barulhenta que nunca, a grande faixa “Lembrem-se de Cedric Diggori” desfraldada a todo pano... era uma motivação e tanto.
O jogo começou, narrado como sempre por Lino Jordan, desta vez de forma espetacular, mas Harry não conseguia se concentrar de forma alguma... sentia-se pressionado por tudo que acontecera nos últimos dias... Em pouco tempo, o jogo estava empatado em inacreditáveis 70 a 70! O time olhava-o... sentia a pressão de precisar vencer, e começou a perscrutar o ar com os olhos. Lufa Lufa estava no ataque... e ele viu. O pomo estava flutuando pouco abaixo de uma árvore, à esquerda do gol da Lufa Lufa. Harry disparou, e sentiu quando Julius St Johnson percebeu e veio atrás dele... precisava ganhar, precisava chegar antes dele. No campo da Grifinória, Neville acompanhava-o nervoso com os olhos e não percebeu que o artilheiro fazia pontaria bem à sua direita. Harry se aproximou bastante do pomo, nesse momento, o artilheiro da Lufa Lufa atirou e Neville viu. Sem sentir, ele fez algo que Harry inúmeras vezes pedira para ele não fazer no treino... no momento em que Harry alcançou o pomo Neville pulou da vassoura e agarrou a goles. Então, embicou em direção ao chão, de cabeça, para desespero da torcida... Quando Harry se virou, aliviado, o pomo na mão, viu Neville balançar graciosamente no ar, então cair de pé no chão...
‒ Longbotton!!!! ‒ Você estava usando uma veste protetora! Isto é contra as regras do Quadribol! ‒ a voz do professor Snape ecoou pelo silêncio aturdido do campo
Foi um escândalo. Nunca, em toda história do Quadribol, um time da Grifinória havia sido pego trapaceando numa partida... e eles foram desclassificados do campeonato.
‒ Muito bem ‒ O rosto de Minerva McGonnagal estava furioso, enquanto segurava a veste de Harry ‒ De quem é isto e de quem foi a idéia?
‒ A veste é minha ‒ Harry levantou-se ‒ foi um presente da minha madrinha. Mas não era para...
‒ Potter! Que decepção. Você acha que eu esperava isso quando o indiquei para o time? Espero que ficarem fora até o fim do campeonato seja o suficiente para você aprender a não trapacear no Quadribol. E vou guardar esta veste para falar com sua madrinha.
‒ Mas ela está registrada!
‒ Não para ser usada para jogar Quadribol.
Harry encarou o time. Todos pareciam dizer: “a culpa é sua”, não adiantou argumentar que ele quisera que Neville não fizesse aquilo, mas não adiantava. No chuveiro ainda pensou: “Porque não deixei que eles procurassem um goleiro... eu tinha que dar uma de bobo e estragar tudo... agora, se Voldemort invadir a escola e quiser me matar, eu estou completamente perdido... Sheeba vai me matar... Se é que ela está viva... Ainda estou com dor de cabeça de ontem... onde está Willy?”
Antes de Willy, achava que tinha que falar com uma pessoa: Rony. Não ia falar sobre uma garota com Hermione! Foi correndo para a ala hospitalar para encontrar Rony bem melhor, não estava mais com o nariz entupido, e tirando a grande mamadeira de seiva ao seu lado, nem parecia estar mais em tratamento. Ele e Draco estavam conversando, para surpresa de Harry.
‒ Oi Harry! Mais dois dias e saímos! não vamos perder a visita a Hogsmeade! Estava vendendo minhas revistas para o Malfoy .
‒ Ele não quer vendê-las pelo que valem, afinal, são revistas de trouxas.
‒ Ei Malfoy, o que é isso atrás de você?‒ disse Harry
‒ O quê?
‒ Átonos! ‒ Harry deixou-o inconsciente, para sua própria satisfação.
‒ Por que você fez isso? Eu estava quase conseguindo um galeão por cada Playboy que eu tenho!
‒ Eu preciso de um conselho...
‒ O que aconteceu? Eu já sei o que houve no Quadribol, a culpa não foi sua, Harry... eu conheço o Neville e meus irmãos muito bem... ano que vem as coisas mudam. Eles precisam de você.
‒ Não é nada disso Rony! É sobre uma garota.
‒ Bianca? Cara, ela realmente é linda, tenho que te dar os parabéns...
‒ Não é Bianca, Rony, é Willy.
‒ Willy? ‒ Rony entrou em estado de alerta ‒ O que é que tem ela?
‒ Bem, nós nos beijamos ontem à noite...
‒ O quê, Harry? Que espécie de amigo é você? Será que você não desconfiou que eu estava a fim da Willy não? Poxa, você já não tinha a Bianca? Em menos de dois meses, já beijou duas garotas e eu continuo...Tinha que tirar ela de mim, seu, seu... seu galinha!
‒ Rony ‒ disse Harry atônito ‒ eu sempre achei que você gostava da Hermione!
‒ Eu desisti dela, Harry, foi isso... afinal de contas nunca somos só eu e ela, sempre tem você junto... e acho que ela também não gosta de mim... afinal ela ainda se corresponde com Krum. “Victor” ‒ imitou Hermione ‒ “Ele diz que aqui é mais bonito que Durmstrang”, quer saber, eu acho que ela prefere ele mesmo, ele é o grande capitão do time de Quadribol da Bulgária, eu sou só o cara que tomou poção de pés inquietos para dançar com ela uma festa toda... Willy é mais a minha cara, ela não se importa se eu sou o zé ninguém, o zero à esquerda.
‒ Rony.. Willy não é prêmio de consolação...
‒ E você não é um bom amigo! Tentando me convencer de que eu tenho alguma chance com Hermione... Cara, como é que pode, em dois meses você já beijou duas garotas... eu já disse isso... que espécie de garanhão você pensa que é? Hermione, gostando de mim, se liga, sem chance.
‒ Você tem todas as chances do mundo, seu panaca! E só não percebe porque não quer! HERMIONE É DOIDA POR VOCÊ, RONY!
‒ Suma daqui, Harry, eu não quero você perto de mim... até Malfoy é melhor companhia!
Achou ruim? Ia ficar pior! Assim que Harry saiu viu Hermione em pé na porta, os olhos cheios de lágrimas.
‒ Você não tinha o direito, Harry. Você não pode se meter na minha vida... ‒ e saiu correndo.
Realmente Harry estava mesmo muito mal. Pensando em alguém que pudesse não estar morrendo de raiva dele, foi procurar Hagrid... e quem ele encontrou animadamente cuidando do Seburrêlho (que agora estava completamente curado) junto de Hagrid ? Claro, Willy. Ele não sabia, mas Rúbeo Hagrid adorava Willy. Ao vê-lo, Willy disse:
‒ Oi ladrão de Quadribol!
‒ Eu não sou ladrão, Willy!
‒ Eu sei, estava brincando, eu sei que você tentou convencê-lo a tirar a tal veste ‒ Willy pareceu arrependida do que disse ‒ eu tenho que treinar, adeus. ‒ E saiu arrastando Sieglinda atrás dela.
‒ Harry ‒ Hagrid começou, muito sério ‒ eu não quero você partindo o coração dessa menina. Eu não fui buscá-lo naquele temporal para ver você se tornando um pulha que namora todas as garotas da escola...
‒ Hagrid... o que Willy te contou?
‒ Nada, mas do jeito que ela saiu correndo quando te viu, e eu tenho visto você perto dela... Harry, essa menina já sofreu muito, não a faça ficar pior...
‒ E eu Hagrid? ‒ Harry explodiu ‒ Eu não sofri não? Você sabia que Sirius e Sheeba estão desaparecidos? Que podem estar mortos? Você já se tocou que TODO MUNDO QUE EU AMO ACABA MORRENDO OU SOFRENDO???? ‒ Harry depois que saiu de perto de Hagrid, que ficou para trás balançando a cabeça , achou que tinha descontado muito em cima do amigo, mas afinal de contas, ele era só um adolescente. Decidiu então evitar Willy, afinal, tudo isso acontecera depois que ela entrara na sua vida.
E parece que ela fizera o mesmo. Harry não a viu um único dia até a véspera do jogo de Quadribol dela, e agora ele era um autêntico pária... nem quando seu nome aparecera no cálice de fogo acontecera isso: até Rony (que acabara de sair da ala hospitalar) e Mione estavam evitando-o. A única coisa boa que aconteceu naquela semana, foi uma coruja cor de cereja que veio voando e largou o seguinte bilhete sobre a sua mesa:
“Harry,
Tenho uma boa notícia. Através de uma consulta com Mario Murad, o maior monitorador de energia mágica que existe, encontrei a energia de Sheeba e Sirius. Tudo indica que eles estão vivos, e sua capacidade mágica está plena, o que significa que estão bem. Provavelmente têm um bom motivo para estarem escondidos. Pelo que Mario me falou sobre a energia mágica global, eles têm mesmo motivos para isso, depois explico porque. Aviso se os achar.
Um abraço,
JR Lupin”
Harry suspirou aliviado. Neste momento notou duas meninas conversando, uma era alta e elegante, a outra baixinha e de rabo de cavalo, vestida feito um elfo doméstico. Eram Cho e Willy. Harry reparou especialmente quando Willy, que parecia dar uma bronca em Cho, pegou o rosto da menina entre as mãos comprimindo as bochechas e disse (ele leu os seus lábios): “Afinal de contas, que espécie de garota fraca você é, hein?”
No dia seguinte, Sonserina enfrentou Corvinal. Para o espanto de todos, Willy agiu como se não quisesse pegar o pomo, e quando finalmente Cho o fez, Harry viu o sorrisinho maroto nos lábios dela. Sonserina perdera por inacreditáveis 300 a 50. Depois desta lavada histórica e com Grifinória fora do páreo, pela primeira vez em 60 anos, Lufa-Lufa e Corvinal iam decidir a taça de Quadribol entre si. E Harry não pôde deixar de dar seu primeiro sorriso naquela semana.
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