WILLY

Não era só Harry que não conhecia Willhemina Fischer. A escola inteira não conhecia, tirando os professores, porque na maior parte do tempo, Willy, como a chamavam, era uma aluna quase tão boa quanto Hermione. O problema não era ela. O problema eram os outros... Willy simplesmente não tinha amigos e era totalmente desajustada. Além da sua aparência desconjuntada, Willy vivia tropeçando nas próprias vestes pelos corredores, não fazia a mínima questão de andar em panelinhas e era extremamente questionadora.
    A Professora Minerva sabia bem disso: numa aula de transfiguração, em que deveriam transformar uma pedra num canário, ela simplesmente se recusou a fazê-lo.    
    ‒ Posso saber por quê, senhorita Fischer?
    ‒ Porque canários são muito sem graça... ainda se fosse um melro ‒ apontou para a pedra e transformou-a num melro ‒ ou um periquito australiano, ou um cuco ou até mesmo um corvo ‒ e para cada pássaro que citou, transfigurou a pedra nele, para espanto da professora ‒ eu não diria nada, mas canários são muito sem graça.‒ Disse, encarando Minerva com um olhar desafiador.
    ‒ Transforme então no pássaro que quiser ‒ disse a professora atônita.
    A menina transformou a pedra num pássaro que era um cruzamento perfeito entre um melro, um periquito e um cuco, porque esse era o seu temperamento. Além de tudo, Willy tinha uma risada definida por todos como MUITO CHATA!!!! que fazia questão de dar nas horas mais inapropriadas: “kakaakakkakakka!”.  Em pouco tempo, os esnobes alunos da Sonserina a isolaram, e ela não pareceu se preocupar com isso. Quem olhasse diria até que ela gostou.
    O primeiro a conhecer Willy depois de Neville Longbotton, foi Rony Weasley. Ele estava em sua cama na ala hospitalar jogando xadrez de bruxo com Draco Malfoy (é, ter que ficar com quem a gente não gosta dá nisso) e estava perdendo pela décima vez seguida, muito aborrecido:
    ‒ Zua vez, (snif ‒ snif) Balfoy ‒ ele disse
    ‒ Um zegundo, Weas...a...a...aatchô! ‒ Ah... Bem, Xeque Bate, ganhei de nobo ‒ fungou Malfoy, espirrando de novo .
    ‒ Izo dão é bozível...
    Foi quando ele viu a figurinha esquisita se aproximando, mascarada e arrastando sua vassoura descabelada logo atrás de si. Usava o uniforme de treino de quadribol da Sonserina.
    ‒ Oi Malfoy, eu queria falar contigo.‒ ela começou
    ‒ Que que vozê quer, zua cara de rato? Ze quer minha vazoura emprestaaaa... snif , atchin... Ze quer binha vazoura bara jogar quadribol bode aaaatchô, desisdir. Eu dão vou deijar que vocêeeaaaatcô...
    ‒ Mas não foi isso que eu vim te...
    ‒ Cala boca, zua beio quilo, eu esdou dizendo...
    ‒ Olha aqui, ô Malfoy, o que eu IA te dizer era que eu SENTIA muito por você estar doente e que assim que você melhorasse eu ia sair do time, mesmo porque eu detesto essas coisas de esporte e de ser popular, que você quer tanto e não consegue, porque não passa de uma geléia com braços, mas já que você faz tanta questão, eu te PROMETO que quando você sair daqui não vai conseguir seu lugar de volta no time. NEM QUE DÊ UMA FIREBOLT PARA CADA UM!!!! Porque eu com minha vassoura sou muito melhor que você, tá?
    ‒  Quem é eza, Balfoy? ‒ perguntou Rony, positivamente impressionado.
    ‒ “Quem é eza”...Dãããã! ‒ respondeu a menina ‒ Eu sou o papai noel vestido de coelhinho da páscoa, seu retardado. ‒ Rony olhou a garota, incrédulo ‒ Meu nome é Willy, Weasley, e se você não me conhece é porque perde tempo demais andando atrás do Potter e da sua amiguinha genial, e se você fosse um pouquinho mais esperto não jogaria xadrez com Draco Malfoy usando o tabuleiro dele porque TODO MUNDO  sabe que ninguém ganha dele com esse tabuleiro ladrão, só os dois dementes que andam com ele continuam jogando para puxar seu saco... kakaka eu não acredito que “vozê” caiu “neza” ‒ e saiu.
    ‒ Eza garota é maluca... ‒ disse Draco, indignado por ter perdido a oportunidade de continuar ganhando de Rony.
    ‒ Dão fale cobigo, zeu cretino. ‒ apesar de ter sido muito maltratado por Willy, Rony não deixou de gostar dela.
    Parecia que agora, todo mundo conhecia Willy, mas ela não fazia questão de conhecer ninguém. Realmente, vendo-a treinar, Harry, pela primeira vez desde que a Sonserina trocara suas vassouras por Nimbus 2001, há três anos, sentiu-se autenticamente preocupado com o dia que tivesse que enfrentar Willy como apanhadora.
    ‒ Você está preocupado com o elfo doméstico, Harry? ‒ perguntou Fred
    ‒ Você não notou, mas ela é muito boa, mesmo com aquela vassoura esquisita que está usando.
    ‒ Ela é só uma garota, Harry, vamos nos preocupar primeiro com o time da Corvinal.

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