A MOTOCACHORRO
‒ Hermione, você ficou MALUCA? Você acha que realmente conseguiremos chegar a Londres na moto de Sirius? ‒ Rony disse, ele, Harry e Hermione estavam na sala da casa de Sheeba, diante de um apavorado Smiley que se recusava terminantemente a abrir a garagem para os três, não porque não confiasse neles, mas porque não queria de jeito nenhum encarar a “motocachorro” como ele dizia.
‒ Rony, não temos outra chance... Se você acha que não vai dar certo, voltamos a Hogwarts e deixamos tudo com Sheeba... veja ‒ ela mostrou-lhe o olho do tigre onde Sheeba aparecia correndo por um túnel do metrô.
‒ Como é que ela te deu isso?
‒ Ela confia em mim.
‒ Oh, sim e você vai trair a confiança dela roubando a motocicleta de Sirius daqui...
‒ Hermione ‒ interrompeu Harry ‒ como você pretende guiar a moto? Você já fez isso antes?
‒ Não, mas eu tenho um palpite sobre isso.
‒ Lindo, Harry, você já quebrou o pescoço hoje? Hermione está nos convidando para isso.
‒ Agora escutem os dois. Venham aqui. Hermione puxou-os até uma porta lateral e abriu-a. Eu vi Sheeba colocá-lo aqui mais cedo ‒ abriu a porta e eles puderam ver dentro de um quarto um grande lobo enroscado dormindo ‒ é o professor Lupin. Acho que ele não vai poder ajudar. Snape sumiu. Dumbledore está na escola. Quem pode tentar alguma coisa?
‒ Mas e Cho?
‒ Tenho um palpite que quando resolvermos esta história, a acharemos também.
‒ Hermione, o que está acontecendo? Você nunca foi de ter palpites, pressentimentos, essas coisas ‒ Rony a olhava desconfiado.
‒ Está bem, eu conto. Eu sou uma farejadora.
‒ O quê? Uma farejadora? ‒ Harry e Rony disseram ao mesmo tempo.
‒ Exato. Por isso Sheeba me entregou este olho de tigre e... ‒ Hermione olhou a jóia e viu que o reflexo se apagara. ‒ Meu Deus! O reflexo sumiu. Precisamos nos apressar. Smiley, por favor, me explique como chegamos à garagem!
‒ Não! Motocachorro vai matar vocês três! Não pode dizer, não pode!
‒ Smiley ‒ Hermione parecia furiosa ‒ Eu tenho a chave da casa de sua mestra e eu trabalho com ela. EU ESTOU MANDANDO!!!!!!!
Os olhos do elfo baixaram e ele disse:
‒ Está bem... obrigação de Smiley como elfo servir aqueles que sua mestra confia... Toma: chave de garagem, chave de motocachorro, chave de teto, chave de corrente.... ‒ Haviam cerca de dez chaves, e cada uma abria algo diferente. Ele entregou as chaves e se escondeu atrás de um móvel, com muito medo.
‒ Hermione, para quem ama elfos domésticos você foi bem dura com Smiley ‒ implicou Rony
Entraram na garagem e a moto automaticamente fez um barulho, como se seu motor acelerasse. Harry nunca tinha visto uma motocicleta daquele tamanho. Era realmente enorme, negra e prateada. Agora entendia porque Hagrid a usara para levá-lo à Rua dos Alfeneiros quando ele era um bebê. Provavelmente era o único veículo do mundo proporcional ao tamanho de Hagrid. E ouvindo o som semelhante a um rugido que a moto fazia, pensou que Hagrid iria, no mínimo, adorar ter uma moto como aquela.
‒ Como Sirius usa essa coisa? ‒ Rony perguntou. À menção do nome do dono, a moto deu uma grande acelerada, e desta vez Harry achou que realmente era idêntico a um latido. Olhou para Hermione, que dera a volta na moto e olhava séria para os dois faróis que havia na frente. Os faróis acenderam-se e Hermione fechou os olhos, a moto pareceu rosnar outra vez.
‒ Olá! ‒ Ela disse ‒ Você tem saudades do seu dono, não tem?
A moto acelerou e morreu diversas vezes.
‒ Você também não gosta de ficar presa, não é?
A moto pareceu novamente concordar.
‒ Que tal se eu te levasse para um passeio?
Ouviram-se barulhos descontrolados de motor, semelhantes a um cão latindo excitadíssimo.
‒ Em quantas horas você me leva a Londres?
A moto deu duas breves buzinadas.
‒ Duas horas daqui para Londres? ‒ Rony disse ‒ Isso não pode ser verdade. ‒ A moto tornou a rosnar e Hermione olhou-o de cara feia e disse só com os lábios, sem emitir som: “Não a ofenda, pombas!”
‒ Veja, estes são Harry e Rony... Nós vamos te soltar, mas você vai ficar quietinha, tá? Eu prometo a você que quando chegarmos a Londres você vai ver Sirius. ‒ Isso fez com que a moto realmente se descontrolasse. Harry poderia jurar que ela babava.
Enquanto iam abrindo os diversos cadeados que prendiam a moto ao chão, Harry perguntou:
‒ Como você soube que a moto de Sirius era um cachorro?
‒ Quando Smiley a chamou de motocachorro, eu achei que pudesse tentar alguma coisa e usei um pouco do meu faro da verdade para ver o que ela queria, e isso não foi muito difícil. Eu tive um cachorro e quando ele ficava muito tempo preso só pensava em sair correndo.
Rony acabava de abrir o teto. A moto estava presa apenas por uma corrente, a roda traseira já estava quase um metro distante do chão, rodando excitadamente. Acima deles, a lua cheia brilhava no céu. Harry teve uma idéia e perguntou a moto:
‒ Você pode localizar Sirius em Londres?
A moto deu um ronco fundo e potente, parecia um sim. Subiram na motocicleta, Harry na frente, Hermione no meio, Rony atrás.
‒ Segurem-se ‒ disse Harry. Soltou o cadeado e a moto disparou como uma bala, verticalmente em direção ao céu. Foi impossível deixarem de gritar. Quando estavam muito alto (haviam passado muitas nuvens), ela acelerou e embicou para a direita, como um jato, Voou então por cima de Hogsmeade, roncando alto e voando em direção a Londres.
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