Detenção

Capítulo 10 – Detenção

 

Gina estava abraçada a Tiago.

Todos que estavam entre os Weasley machos e a porta saíram do caminho. Esperavam por uma cena.

Antes que eles pudessem reagir. Gina e Tiago se separaram. A ruiva entrou na sala e o garoto foi embora.

- Essa festa está desanimada. – disse ela. – Cadê a música?

Relutantemente, alguém colocou a música. Todos queriam ver o que ia acontecer.

Ela se aproximou de Harry, e os gêmeos e Rony foram para aquele lado.

- Posso saber o que você estava fazendo com aquele garoto? – perguntou Fred.

- Nos vimos. – disse Jorge. – Não adianta negar.

- Eu só estava conversando. – disse ela tentando se segurar para não azarar os dois, melhor três.

- Estava muito perto pra quem só estava conversando. – disse Rony. – Ou era segredo, para estar sussurrando no ouvido.

- Ele é meu amigo. – disse Gina, batendo o pé. – Ou não posso ter amigos agora.

- Não existe amizade entre meninos e meninas. – disseram os três.

Harry sabia que isso foi um erro grave deles. Já ia intervir, mas Gina não deixou.

- Hermione é o que? – perguntou ela para Rony. – Alicia, Angelina e Kate são o que?

Os três meninos se entreolharam com medo. Agora eram quatro contra eles. Olharam para Harry buscando apoio, mas Gina percebeu antes.

- Eu vou ter amigos que eu quiser, e vocês não vão poder fazer nada. – disse ela. – E vou abraçar, beijar, passar o tempo que quiser com eles.

Para marcar seu ponto, ela empurrou Harry para a poltrona que ele estava antes. E se sentou no colo dele, passando um braço pelo pescoço dele.

Harry ficou sem reação por algum tempo, mas logo a abraçou. Para evitar que ela escorregasse, para evitar que ela pulasse nos meninos e para proteger, caso algum deles fizesse algum besteira.

-Entenderam? – perguntou a ruiva para os irmãos.

Eles grunhiram algo.

- Vou assumir isso como sim.  – disse ela e depois se virou para Harry. – Obrigada pela sua ajuda.

- Estou a sua disposição. – disse ele.

Gina deu um beijo na bochecha dele, se levantou e subiu para seu quarto.

- Vocês sabem o quão perto vocês estavam de serem azarados? – disse Mione para eles. – Se Harry não tivesse aqui seria isso que aconteceria. E ninguém ia ajudar vocês.

Ela seguiu a amiga, deixando os meninos em suas reflexões.

Harry esperava que eles continuassem assim. Ter Gina em seus braços era bom.

 

Harry acordou cedo no dia seguinte. A semana pareceu mais longa que o normal. E poderia ser bem pior, se ele tivesse respondido a Umbrigde. Nem queria pensar o que ele teria que fazer em uma detenção com a Sapa Giganta.

Pelos roncos ele era o único acordado. Abriu as cortinas e percebeu que o sol ainda não tinha nascido.

Não tinha mais animo para dormir. Então pegou um pergaminho, pena e tinta. E seguiu para o salão comunal para escrever para Sirius. Ia aproveitar e mandar a carta que Tiago tinha lhe entregue.

Ele se esforçou para ter algo bom, e que nem todos pudessem entender. Só quando o sol estava bem alto no horizonte que ele terminou.

E para o tempo que ele gastou ficou pequena.

 

"Caro Snuffles,

Espero que esteja bem, a primeira semana de volta aqui tem sido terrível, estou muito contente que é o fim de semana.

Temos uma nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, professora Umbridge. Ela é quase tão gentil como sua mãe.

Um novo aluno começou a escola, ainda não entendi o que ele quer, mas não me parece estar do outro Lado da Força.

Todos nós sentimos falta do nosso maior amigo, esperamos que ele esteja de volta logo.

Por favor, me responda rapidamente.

Do seu querido,

Harry"

 

Esperava que ele pudesse entender a referência a Hagrid.

Seguiu para o corujal, esperando que tivesse vazio o caminho até lá. Só teve que desviar um pouco o caminho, pois Pirraça estava planejando jogar o busto do Paracelsus no primeiro que passasse. Mas foi alertado por Nick-quase-sem-cabeça.

Encontrou Edwiges num poleiro esperando por ele, ou assim apareceu.

- Sabia que eu vinha, né? – perguntou ele e recebeu uma bicadinha como resposta. – Essa carta é para Sirius, tá escrito Snuffles, mas para ele, ok? E essa outra carta foi o Tiago que me pediu para mandar. Ele disse que você sabe para quem é.

Harry pode ver nos olhos âmbar o entendimento.

Ele seguiu o voo da coruja até que o pequeno ponto branco se perdeu na paisagem.

De repente algo saiu voando da floresta. Era o mesmo cavalo alado que tinha visto nas carruagens. Queria que Hagrid tivesse ali para ela poder perguntar, mas teria que esperar.

Quando ele estava quase saindo, alguém entrou no corujal.

Cho Chang.

- Oi. – disse a corvinal.

- Oi Cho.  – disse ele.

- Hoje é o aniversário da minha mãe. – disse ela, chamando uma coruja da escola. – Quase me esqueci, mas só terminei o presente ontem depois do horário permitido. Tenho que mandar hoje.

- Espero que ela goste. – disse ele sem saber como reagir numa situação desta. Nunca esqueceu aniversário, tirando o seu não tinha muitos para lembrar.

- Que doce de você. – disse ela com uma piscada lenta para ele.

Harry não sabia o que fazer. Se fosse no ano anterior ele teria gostado, mas agora, ele não sentiu nada por essa frase.

- Ela gostaria de conhecer você. – disse ela.

- Tem certeza? Nem eu gostaria de me conhecer. – disse ele, dando de ombros.

- Oh Harry. – Cho estendeu a mão para encostar no braço dele, mas não conseguiu.

- Peguei você, Potter. – disse Umbrigde entrando no corujal, seguida de um Filch com respiração pesada, como se tivesse corrido todo o castelo.  – Pode me passar a carta.

- Que carta? – perguntou ele sem saber. – Já enviei a minha.

- Não diga mentiras, menino. – disse ela. – Accio carta.

Nenhuma carta veio.

- Eu disse que já tinha enviado.

- Detenção Potter. Hoje a noite. – disse ela, se virando e saindo.

- O que foi isso? – perguntou Cho.

- Minha vida. –disse ele saindo, antes que Cho fizesse algo.

 

- Mas ela não pode. – disse Mione. – Você tem que falar com alguém.

- Não, ela quer isso. – disse Harry. – Pelo menos vou poder ir ao treino hoje. Angelina ia comer meu fígado.

- Mas uma carta, ela queria que você entregasse sua carta. – reclamou ela novamente. - isso é ilegal.

- Mandar dementadores atrás de mim também. Mas ninguém foi pego.

 

O treino não foi o melhor que Harry já teve.

Malfoy e o resto do time sonserino apareceu e ficou zoando.

Rony estava nervoso, e acertou Kate.

Mas os gêmeos tentaram cuidar, e só pioraram o caso dando um naguá-sangra-nariz.

E Rony acabou brigando com Mione, que acho que ele tinha estragado o treino.

E foi com esse clima que Harry foi para a sua detenção.

- Boa Noite, Potter. – disse ela já o esperando na porta, sem se importar em colocar um feitiço para disfarçar sua pele verde.

- Boa Noite, Professora. – disse ele sem entusiasmo, mas em uma altura o suficiente para ela não reclamar.

- Bom, muito bom. – disse ela. – Favor sente-se. Vamos precisar que você escreva algumas frases para mim.

A professora abre uma caixa que continha cinco penas vermelhas. Pegou uma e entregou para Harry.

- Quero que você escreva a seguinte frase: “Não devo contar mentiras”. - Disse ela com um sorriso sádico, que foi prejudicado pelo tamanho da boca.

- Quantas vezes? E com que tinta? – perguntou ele.

- Quantas vezes forem necessárias. E você não vai precisar de tinta, essa pena é especial.

Harry pode ver um brilho malvado no olhar dela. Mas deu de ombros e pegou a pena.

Começou a escrever a frase, mas de repente a pena estourou na sua mão.

Não existia mais nada ali, pelo menos não tinha se ferido.

- Isso às vezes acontece. – disse ela, mas sem o sorriso. Harry pode sentir que ela começou a ficar preocupada.

Ela abriu a caixa novamente e retirou uma das três penas que restavam.

- Pode recomeçar. – disse ela.

Harry não estava gostando daquela pena. Sentia que a punição seria mais que somente escrever as frases.

Novamente a pena explodiu antes que ele terminasse a primeira letra.

- Me mostre suas mãos. – ordenou ela.

Harry não tinha porque não atender ao pedido. Estendeu as duas para ela.

Umbrigde analisou as duas calmamente. Mas ficou decepcionada por não ter nada ali.

- Mais uma tentativa. – disse ela pegando a penúltima pena.

Harry queria entender o que ela queria. Obviamente aquilo não estava funcionando. Ainda mais que a pena explodiu mal ele colocou no pergaminho.

Harry podia jurar que alguém riu as suas costas. Mas o som parecia estar abafado que ele achou que poderia ser sua imaginação, agindo da forma que ele queria.

- Última tentativa. – disse ela passando a pena restante.

Harry nem tentou escrever, apenas rabiscou. E novamente o mesmo resultado. Mas desta vez algo diferente aconteceu. Umbrigde agarrou forte o braço. Harry pode jurar que havia sangue ali.

- Você está dispensado. – Harry pode ouvir decepção e dor na voz dela.

Harry não pensou duas vezes, se levantou, despediu e saiu.

Quase correu até a torre.

- Não era pra você estar na detenção com a Sapa? – perguntou Mione ao vê-lo entrar.

- Era, aliás, eu estava lá, mas... – disse ele relatando o que aconteceu.

- Pera você disse que eram cinco penas quando abriu pela primeira vez a caixa, mas somente quatro explodiram? Cadê a outra?

- Eu que não quero saber. – disse Harry. – Tenho péssimos sentimentos sobre a coisa toda.

- Espera. Essa é a pena de sangue. Ela não pode usar isso. Com certeza é contra a lei. Temos que fazer algo.

Harry sabia que quando a amiga entrava nesse modo, era melhor esperar.

Olhou pela sala, só havia eles dois e uma ruiva. Aproximou-se de Gina, sabia que a morena nem perceberia que ele havia saído.

- Dificuldades no dever?

- Só porque tenho que escrever muito. – disse ela. – Não sei como Mione gosta de escrever tanto.

- Ela é assim. – respondeu ele. – Achei que o Rony estaria aqui também, ele atrasou muitos deveres para treinar para o teste.

- Ele estava. Até que chegou uma carta do Percy. Ele ficou louco e subiu pra responder. – disse ela. – Ele queria que ele se afastasse de você e idolatrava a Umbrigde. Ele até te mostraria a carta se não tivesse jogado na lareira.

Harry olhou para a lareira como se esperasse ver a carta ainda queimando, mas viu algo que não esperava.

Sirius.

 

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