REMOENDO
Desde que eu aceitara embarcar naquela viagem completamente irracional, eu sabia, mais do que qualquer pessoa, que teria de enfrentar os maiores terrores do mundo mágico. Mas eu aceitara. Harry precisara de nós.
Isso não significava que eu tivesse a mais vaga ideia de que isso incluiria rodar toda a Europa, ser abandonada numa tarde chuvosa por mais de um mês, ser torturada e assaltar um banco.
Tremi ao dar as mãos com Harry e Rony, embora não estivesse frio.
Juntos, aparatamos até Hogsmeade.
Durante aquele rodopio arrepiante, repassei mentalmente tudo que havíamos passado nas últimas horas. Lembrei-me de ter rido, pela primeira vez em semanas, quando Rony dissera teatralmente que havíamos acabado de roubar Gringotes, explodindo numa gargalhada em seguida.
Rony...
Aquele garoto simplesmente me deixara louca por sete anos seguidos.
Se eu não tivesse tido a ideia de procurar o sapo de Neville naquele vagão, onde nos conhecemos, eu não teria tido, ali mesmo, aquele baque profundo que me atingiu quando eu o vi a primeira vez. Eu era apenas uma garotinha, mas a flecha já havia me atingido. Eu já sabia, bem no fundo de meu coração infantil, que aquele seria o garoto pelo qual eu sofreria pelo resto da vida.
Não foi como conhecer Harry. Com ele, fora apenas a agradável e tímida chama da amizade – um amizade que era fraternal á ponte de eu considera-lo como o irmão que meus pais nunca haviam me dado. Mas com Rony, foi um fogo que reviraria meu estômago e mancharia minhas faces pelos sete anos seguintes.
Por que ele me fazia sentir isso? Era só mais um garoto qualquer... que me arrepiava toda. Nem eu compreendia como aquele palito ambulante me despertou, novamente, todos os sentimentos que eu havia tentado socar á força no fundo do túmulo que eu construíra para eles. O que eu admirava num rapaz me infernizara por tanto tempo?
Sorri durante meu devaneio.
É claro que eu estava tentando me enganar. Ele era realmente incrível.
Assim como eu, Rony tivera a coragem de se lançar mundo afora para ajudar Harry. Não havia como negar, claro, que a ferida em meu peito, deixada pela sua partida, ainda pulsava ao remoer seu nome em minha mente. Mas eu o amava... como você se refreia de perdoar quem você ama, se não perdoar machucar essa pessoa?
Por essa e outras coisas, não pude evitar sentir um arrepio de prazer ao apertar a mão de Rony durante a aparatação.
Comentários (4)
Amei o primeiro cápitulo! *-*Lindo!
2013-03-03Amei esse capitulo,muito lindo mesmo
2013-01-31NÃO FUI A PRIMEIRA MAS APARTIR DE HJ SEREI TBEM MAIS UMA FÃ... ADOREI O PRIMEIRO CAPITULO
2013-01-03Sou sua primeira leitora e, portanto, sua primeira fã. Fã, sim, porque você começou lindamente. Continue, você está no caminho certo.
2012-10-31