Carta a um estranho
Minha vida tinha tudo para ser perfeita, tenho uma família maravilhosa, sempre fui linda, algumas pessoas me consideram fútil, mas pouco me importo com o que pensam de mim, tinha inúmeros pretendentes, poderia fazer o que quisesse da minha vida.
Sim, minha vida seria perfeita. Mas o que posso fazer se nasci na época errada, que posso fazer se nasci bem no meio de uma guerra?
Lutei, lutei ao lado do bem para que minha família, meus amigos e todo o mundo bruxo, tivesse a chance de se reerguer. Tudo poderia ter sido diferente se eu tivesse decidido não lutar, eu tinha essa opção, poderia simplesmente deixar o castelo com todos os outros que assim o fizeram, mas não pude, meu coração me fez ficar para proteger àqueles que amo, não me arrependo de ter lutado, mas sei que minha vida seria outra se não o fizesse.
Era apenas uma criança, não sei seu nome, mas sei que não está mais entre nós, Lobo Greyback o estava atacando, seus dentes estavam fincados no pescoço da criança, mas vi que ele ainda respirava, apontei minha varinha para ele e o fiz soltar sua presa, mal sabia eu que ele se voltaria contra mim, mesmo não estando transformado ele me atacou, suas unhas são tão forte quanto garras e seus dentes afiados como facas, sei disso porque a próxima coisa que fez foi enfiar garras e dentes em mim.
Suas unhas rasgaram meus braços, seus dentes deformaram meu rosto, depois abriram minha barriga, me destruíram por dentro. Não sei o que o fez me soltar, não sei quem me salvou de ser mais um dos heróis da guerra, a dor foi tão profunda que perdi os sentidos.
A próxima coisa de que me lembro é de acordar no dia seguinte, com a noticia de que Lord Voldemort estava morto, assim como vários de seus seguidores, e Madame Pomfrey me olhando com pena e dizendo que havia tentado tudo para consertar o estrago, mas eu teria as cicatrizes para sempre.
Mal podia me mexer estava enrolada em bandagens, meus braços e meu tronco ainda estavam abertos, a enfermeira me disse que não podia fecha-los com magia, meu corpo teria que lutar para me manter viva, minhas feridas teriam que se fechar sozinhas, mal pude me levantar, mas tive que comparecer ao funeral daqueles que lutaram ao meu lado.
Por algum tempo minha mãe escondeu todos os espelhos da casa, mas um dia tive que me olhar, tinha que saber. Antes não tivesse olhado. Minha imagem refletida no espelho me assombra até hoje. Chorei ao ver o que aquele ser havia feito comigo, as lágrimas seguiram as ranhuras do meu rosto, antigamente tão perfeito, agora deformado para sempre.
Lilá Brown
Comentários (2)
Caraca juh serio vc me surpreende parabéns mais um texto lindo e emocionante
2014-11-08Caramba, gostei muito! Sepre tive vontade de ler algo desse tipo.. Ounda parte da lila ou do gui! Acho que vc podia fazer uma continuacao ne? Acho que ia ficar legal.. Bjs
2012-10-08